“Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”, entoam manifestantes em frente à Bovespa. 06/02/2012.
CUT, CMP, CGTB, Sindicatos e partidos populares se somaram no ato
contra a privatização dos aeroportos e em defesa do patrimônio público.
“Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”,
entoaram nesta segunda-feira (6) manifestantes concentrados em frente à
Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), contrários ao processo de
privatização dos aeroportos.
O protesto reuniu militantes do Sindicato Nacional dos Aeroportuários
(SINA), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central de Movimentos
Populares (CMP), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB),
Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Pátria Livre (PPL), que se
pronunciaram contra a entrega do patrimônio público nacional. A
privatização dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, de Viracopos, em
Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília, que juntos respondem por
30% da movimentação dos passageiros, 57% da carga e 19% das aeronaves
do sistema brasileiro foi denunciada como um “crime de lesa-Pátria”.
“É preciso falar o português claro, pois não tem sentido nenhum dar
dinheiro público para os estrangeiros virem tomar o que é nosso.
Infelizmente é o patrimônio do Brasil que está sendo entregue pelo
governo que nós ajudamos eleger. É a pauta dos derrotados, vindo com
força”, denunciou Francisco Lemos, presidente do SINA.
Lemos lembrou que primeiro o governo disse que não havia dinheiro
para modernizar os aeroportos diante da urgência da Copa do Mundo – e
que era preciso garantir a participação estrangeira no leilão. Depois, o
BNDES foi acionado para financiar a desnacionalização, o que é
totalmente absurdo.
Como sintetizou o secretário de Administração e Finanças da CUT
Nacional, Vagner Freitas, “a privatização dos aeroportos representa um
descarrilhamento do governo”. “A proposta neoliberal de sucateamento do
patrimônio público e abertura ao capital internacional foi derrotada
nas urnas, pois todos sabemos o que significou a privatização da
telefonia, da energia e da siderurgia. Neste momento em que o país
precisa crescer e se desenvolver para enfrentar os impactos da crise
internacional, não podemos permitir o retrocesso. Ao privatizar os
aeroportos, o governo não está sendo leal com o voto das urnas e a CUT
não vai admitir esta violência”, ressaltou Vagner.
“Coerente com o que defendemos e pensamos quando enfrentamos a
polícia e a repressão nos anos 90, estamos aqui hoje para denunciar o
absurdo que é entregar o filé do transporte aéreo brasileiro, os
melhores e mais lucrativos aeroportos à iniciativa privada. E pior, com
80% dos investimentos oferecidos pelo BNDES, que é um banco público”,
acrescentou Quintino Severo, secretário geral da CUT Nacional.
Representante da CMP, Luiz Gonzaga (Gegê) denunciou a privatização
como um retrocesso lamentável e defendeu a mais ampla mobilização da
sociedade brasileira para impedir o prosseguimento de tal crime.
O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira destacou a
importância da unidade das centrais e do movimento social para a luta
em defesa do Brasil. “Nós precisamos de um Estado cada vez mais forte e
atuante em defesa dos interesses do nosso povo, do desenvolvimento
nacional. Privatizar é o oposto disso, é abrir mão da soberania”,
condenou Bira.
Para o diretor executivo da CUT Nacional, Júlio Turra, o momento
exige dos movimentos sindical e social uma ação mais contundente, “para
não dar vida fácil aos privatistas e aos que querem continuar
perpetrando crimes como este contra o patrimônio público”. “Não vamos
permitir que continuem metendo a mão em recursos públicos, em dinheiro
do BNDES, para dar lucro garantido a meia dúzia de assaltantes”,
acrescentou o secretário de Políticas Sociais da CUT São Paulo, João
Batista Gomes (Joãozinho).
Membro da direção nacional do PT, Marcos Sokol lembrou que um serviço
público essencial, como e o caso dos aeroportos brasileiros, funciona
na base de subsídio cruzado, onde a parte lucrativa garante a
deficitária. “Agora querem privatizar o filé, deixando o osso para o
Estado. Isso é um crime, uma concessão ao capital internacional, é a
volta dos que não foram, na realidade. Se há males que vêm para o bem,
posso dizer que esse crime contra a nação brasileira não ficará
impune”, acrescentou Sokol.
Em nome da Juventude Pátria Livre (JPL), Antonio Henrique denunciou
que a privatização dos aeroportos é “um ato praticado pelas viúvas de
FHC, que depois de terem vendido 121 estatais lucrativas querem agora
continuar entregando aos estrangeiros a nossa fronteira aérea,
dilapidando a nossa empresa de infraestrutura aeroportuária”. “O que
precisamos é de mais Estado, de empresas públicas para fazer o Brasil
crescer”, concluiu.
Fonte:http://www.viomundo.com.br/denuncias/dilma-eu-nao-me-engano-privatizar-e-coisa-de-tucano.html
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