A mais recente proposta do governo Dilma para acabar com a greve nas
universidades federais deverá ser novamente rejeitada pela categoria, na
avaliação de Marinalva Oliveira, a presidente do Sindicato Nacional dos
Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES).
Segundo ela, desde que as negociações foram iniciadas não houve
mudança na essência do proposto pelo governo para contemplar as duas
reivindicações consideradas chave pelos grevistas: mudanças na carreira
dos professores e melhoria nas condições de trabalho.
A greve, iniciada
em 17 de maio, segue sem perspectiva de solução. Ela atinge a grande
maioria das universidades e instituições de ensino federais e envolve os
estudantes em pelo menos 40 delas.
A proposta mais recente, apresentada na última terça-feira, de acordo
com Marinalva ainda implica em perdas salariais para parte
significativa dos professores.
O governo também propôs remeter para um Grupo de Trabalho algumas
questões referentes à carreira, mas o ANDES acha a ideia “problemática”
porque compromissos assumidos anteriormente pelo mesmo caminho não
teriam sido cumpridos, o que está na origem do movimento grevista.
Conheça aqui detalhes do que querem os professores.
Ontem à noite, algumas assembleias decidiram não aceitar a mais
recente proposta do governo. A anterior tinha sido rejeitada de forma
unânime por 58 assembleias. Nesta nova rodada de negociações, o prazo de
consulta às bases dura até a próxima segunda-feira.
A presidente do ANDES lamentou as distorções que tem acontecido na
cobertura de parte da mídia à greve. Quando da proposta inicial, por
exemplo, a maneira como a notícia foi publicada dava a entender que o
aumento seria de 45% para todos os professores e de forma imediata.
Na
verdade, os 45% eram sobre o salário de julho de 2010, contemplavam
apenas os professores titulares — que representam 5% da categoria — e
ainda assim o aumento seria dado de forma escalonada, até 2015, sem
considerar a inflação. “Infelizmente tem uma parte da imprensa que só passa o que o governo fala”, disse Marinalva.
Fonte:http://www.viomundo.com.br/politica/marinalva-oliveira-nao-ha-perspectiva-de-fim-da-greve-nas-universidades.html
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