quarta-feira, 10 de abril de 2013

Etnocine Praia Grande. O revelar dos povos do mundo pelos olhos da Antropologia Visual.


O Etnocine Praia Grande é um projeto de cineclube em espaço público, desenvolvido pelo Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, que pretende através da linguagem Audiovisual difundir a produção de filmes-vídeos étnicos, de Antropologia Visual, através dos quais o público poderá conhecer mais sobre a diversidade cultural dos povos de todo o mundo.

O evento acontece na rua do Giz, em frente ao próprio Centro de Pesquisas,  todas às quintas-feiras, às 19h.  Após as sessões há um bate-papo entre Antropólogos, profissionais ligados a produção do filme, entidades que desenvolvam atividades sobre o tema proposto e o público presente.

Em abril, mês em que se comemora o dia do índio, estão  sendo exibidos filmes sobre os povos indígenas do Maranhão. Dia 03 foi exibido “Awá Ka´apara” sobre os Awá Guajá, um documentário de Humberto Capucci e Diego Janatã, que contou com a presença do fotógrafo Paulo do Vale, que fez parte da produção. 

Dia 11 o Etnocine apresenta Ramkokamekrá, o primeiro documentário  em terras maranhenses do Antropólogo do Rio de Janeio, Rafael Pessôa, que conviveu com os Canela da aldeia Escalvado.

Antecedendo o dia do  índio, no dia 18,  exibiremos o vídeo da Semana dos Povos Indígenas no Maranhão, evento que é realizado há quatro anos pela Secretaria de Estado da Cultura, através do Centro de Pesquisas de História Natural e Arqueologia do Maranhão. 

Em seguida apresentaremos a premiada animação “Pajerama”, com roteiro e direção de Leonardo Cadaval, que aborda a relação dos índios com a chegada muito próxima da urbanização em suas aldeias, alterando seu habitat natural. Encerrando a noite o longa-metragem “Serras da Desordem”, de Andrea Tonacci, documentário sobre Carapiru,  um Awá-guajá que após a emboscada surpresa que dizimou seu grupo familiar, escapa e vive perambulando durante dez anos pelo Brasil adentro até ser acolhido, em 1988, por uma família de fazendeiros num lugarejo do interior da Bahia, distante 2 mil quilômetros do ponto de partida. 

O sertanista Sydney Possuelo fica a par da situação e, através da Funai, convence o índio e sua família adotiva a levá-lo a Brasília. Só então é identificado como um remanescente da tribo Guajá. Mas, a confirmação deveria ser feita por um índio intérprete da etnia, Txiramuku, órfão de 18 anos, que fora resgatado há 10 pelo próprio Possuelo. 

No encontro de Carapiru e Txiramuku, a surpresa: eles se reconhecem, respectivamente, como o pai e o filho que julgavam terem sido assassinados em meio ao massacre de 1978. Serras da Desordem é um documentário emocionante e representa bem a realidade dos povos da floresta, cada vez mais oprimidos em suas próprias terras.

Quem quiser colaborar com o Etnocine sugerindo filmes, produções autorais e temáticas que possamos apresentar é só procurar o Centro de Pesquisas de História Natural e Arqueologia do Maranhão, de 14 às 18h. Já estão na agenda produções sobre o trabalho escravo contemporâneo e comunidades quilombolas.
 


Etnocine Praia Grande, dia 11/04_quinta-feira, às 19h. 
Projeção do documentário Ramkokamekrá, do Antropólogo Rafael Pessôa. 
Rua do Giz, em frente ao Centro de Pesquisas de História Natural e Arqueologia do Maranhão. 
Entrada franca. 
Informações: 32189906/ 8229 2983.

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