sexta-feira, 24 de maio de 2013

24 de Maio - Dia Nacional do Povo Cigano.

24 de Maio - Dia Nacional do Cigano










Comemorado pela primeira vez no Brasil em 2007, o Dia Nacional do Cigano foi instituído pelo presidente Lula em maio de 2006 através da assinatura de um decreto. O dia 24 de Maio foi escolhido como o Dia Nacional do Cigano por ser o dia dedicado à Santa Sara Kali, padroeira universal dos ciganos.

Originalmente chamado de Rhom, o povo cigano está presente em todas as nações do mundo, mas estudiosos afirmam que suas origens estão na Índia Antiga.

Conforme o presidente Lula, a regulamentação do dia vem reconhecer a importância da etnia cigana na formação da história e da identidade cultural brasileira.
 
Matéria Lincada de:
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 Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
 
 

Institui o Dia Nacional do Cigano.
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso II, da Constituição, 
 
DECRETA:
 
Art. 1o  Fica instituído o Dia Nacional do Cigano, a ser comemorado no dia 24 de maio de cada ano.
 
Art. 2o  As Secretarias Especiais de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos da Presidência da República apoiarão as medidas a serem adotadas para comemoração do Dia Nacional do Cigano.
 
Art. 3o  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
 
Brasília, 25 de maio de 2006; 185o da Independência e 118o da República.
 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Dilma Rousseff
 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 26.5.2006 

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Dnn/Dnn10841.htm

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Hoje é o dia Nacional dos Ciganos - difícil não se encantar com esse povo, que mantém tão viva suas tradições, costumes e a sua eterna áurea mística. 

Falar deste povo é um prazer, porém uma tarefa difícil, não só por eu ser um gadje (não cigano), mas também devido a ausência de uma história escrita, onde pesquisadores há séculos se debatem na origem e tempo do povo chamado de ROM (plural roma). A maioria dos antropólogos culturais trabalham com a origem indiana, baseados em evidencia lingüísticas e genéticas.

Fora dos meios acadêmicos o que se têm são idéias que cristalizaram ao longo do tempo, em especial nos séculos XIV e XV e na maioria delas de forma muito preconceituosa, daqueles que vêem a história de um povo do lado de fora e não de dentro.

Baseia-se hoje que os roma, são originários do norte da Índia e imigraram para Pérsia, Grécia e atingiram a Europa enquanto outros imigraram para a Síria, Egito e Palestina. Pela falta de uma pátria precisa (pois o cigano tem sua pátria dentro de si mesmo), costumes e tradições diferentes, inventaram-se muitas lendas sobre os mesmos, e foram perseguidos, expulsos, mortos, condenados e escravizados por onde passaram, mesmo assim resistiram e continuam com sua cultura viva, dinâmica e encantadora, mantendo sempre no país em que estão a sua identidade cultural. Mesmo na atualidade, vale lembrar que duzentos a quinhentos mil ciganos europeus foram exterminados nos campos de extermínio nazistas.

Os ciganos chegaram ao Brasil no século XVII, como degredados ou enviados de Portugal para trabalhar como ferreiros e ferramenteiros. Os do grupo Kalon (Espanha e Portugal), foram os primeiros a chegar, seguidos mais tarde pelos horaranô (das terras turcas) e kalderash (Romênia e antiga Iuguslávia).

Apesar de não terem uma pátria e estarem espalhados pelo mundo, eles formam uma etnia, dividida em clãs, possuem unidade lingüística o romani ou romanês, que é a língua do povo. Possuem também uma bandeira composta de três cores, o azul que representa a liberdade (pois todo cigano é livre), o verde representa a Natureza (o chão que o cigano caminha), e ao centro uma Roda Vermelha, que representada a roda da carroça (com a qual os ciganos percorrem o mundo).

São devotos em sua grande maioria de Santa Sara Kali, a qual segundo a lenda Maria Madelena, Maria Jacobé (mãe do Tiago menor) e Maria Salomé (mãe de São João), devido as perseguições contra os cristãos foram jogadas ao mar, numa barca sem remos acompanhadas tão somente de uma das escravas de José de Arimatéia, Sara, a kali (Kali em romani, quer dizer negra). 

Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar e Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, clama por Cristo e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. 

Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône no sul da França, onde hoje se encontra a igreja de Santas Marias Vindas do Mar, um lugar de peregrinação e de culto a Santa Sara Kali, que foi quem converteu os ciganos para o cristianismo, onde são depositados vários lenços em agradecimento as muitas graças alcançadas pelos ciganos e pelos gadje a Santa Sara Kali.

Bem, aqui está apenas um pequeno pedaço resumido da história milenar dos Rhoma, chamados também de gitanos, ciganos, zíngaros, gypsies, de acordo com o país por onde passaram. E que por onde eles passem possam nos ensinar a conviver melhor com a diversidade cultural de todos os povos e cultivar as sementes da Paz.

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