quinta-feira, 23 de maio de 2013

PMDB surpreende governo com a CPI da Petrobras.

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Depois de o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), ameaçar a derrubada da MP dos Portos, partido consegue 199 assinaturas para protocolar investigação contra a estatal, comandada por Graça Foster; ela compareceu ontem à Câmara para prestar esclarecimentos sobre a aquisição da Refinaria de Pasadena, no Texas; o autor do requerimento, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), que tentou ser ministro e não conseguiu, ganhou o apoio de deputados do PP e do PR, além das bancadas de oposição; ruptura à vista?

23 de Maio de 2013 às 06:36

247 - Uma semana depois de ameaçar a derrubada da MP dos Portos, o Palácio do Planalto foi surpreendido no início dessa noite pelo PMDB com a informação de que a base aliada já protocolou na Câmara dos Deputados a CPI da Petrobras. Ao todo, 199 assinaturas foram conferidas. Para a instalação de uma CPI são necessárias pelo menos 171 assinaturas. A informação é do blog do Camarotti.

O autor do requerimento, o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), trabalhou em silêncio nas últimas semanas e ganhou o apoio de deputados do PP e do PR, além das bancadas de oposição. Quintão era cotado para assumir o Ministério da Agricultura, mas foi vetado pelo PT de Minas Gerais. 

Para o Planalto, assim como aconteceu na reforma dos Portos, o novo impasse tem o dedo do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).

Ontem, a presidenta da Petrobras, Graça Foster participou de audiência pública na Câmara dos Deputados para falar sobre o desempenho da companhia e prestar esclarecimentos sobre a aquisição da Refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos).

O negócio trouxe prejuízo de 1 bilhão de dólares na gestão de Sergio Gabrielli. Ela reafirmou que a compra da refinaria norte-americana seguiu orientações positivas à época, em 2006, e que as perdas provenientes do negócio foram provocadas, principalmente, pela crise financeira mundial ocorrida em 2009.

Graça Foster admitiu que no atual cenário, a empresa não repetiria a operação. “O prejuízo em Pasadena decorreu dessas perdas de margens do refinador. Quando olho para trás, [com base] no que estamos construindo no Brasil, fica mais fácil dizer que não faria. Esse é um ponto que precisa ser colocado. Quando se tem no retrovisor tudo de bom e tudo de ruim, é fácil dizer que não faria. Mas não faz sentido dizer que faria Pasadena hoje.”

Apesar de colocar panos quentes na crise com a base governista, Nos bastidores, o governo temia que os peemedebistas ainda estivessem preparando alguma retaliação ao Planalto.

Na segunda-feira, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) afirmou que o governo tem se esforçado para manter um bom entendimento com senadores e deputados aliados.

"Nós continuamos fazendo tudo que está em nosso alcance para manter boa relação com a base aliada", disse a ministra, minimizando eventuais problemas na articulação política com o Congresso.

Ideli se reuniu com líderes da base e fez um apelo pela votação de novas medidas provisórias prioritárias para o governo e que perdem validade no início de junho.


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