segunda-feira, 8 de julho de 2013

Trabalhadores da Construção Civil, oriundos do Maranhão e de outros estados nordestinos são demitidos, expulsos dos hotéis e recebem solidariedade da CUT em Mato Grosso do Sul.

Na hora H, trabalhador só pode contar com trabalhador organizado em seus sindicatos e federações combativas.  Parabéns FETEMS, que orgulho tenho de vocês que além de fazer a diferença para os profissionais da Educação também sabem ser solidários a outras categorias.
trabalhadoresconstruçãocivil

Mais de 200 trabalhadores são abandonados por terceirizada da Petrobras em Mato Grosso do Sul.
CUT-MS presta assistência e acompanha as decisões judiciais.

Por: Azael Júnior e Karina Vilas Boas, CUT

05/07/ 2013

Leia também: Abaixo a tercerização! 

Alimentação precária, alojamentos distantes da cidade, dificuldade de comunicação com os familiares e ação ameaçadora de seguranças armados no interior do canteiro de obras e nos alojamentos.

 Este é o enredo relatado por parte de cerca de  200 trabalhadores contratados pela empresa UFN3, que estavam construindo a fábrica de fertilizantes nitrogenados da Petrobras, no município de Três Lagoas.

Demitidos, em retaliação após uma greve por melhores condições de trabalho, que começou no dia 17 de junho, os trabalhadores foram trazidos a Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, na última quarta-feira (3), com a promessa de pagamento das rescisões e embarque para os estados de origem. 

No entanto, após três dias hospedados em hotéis da capital sul-mato-grossense, foram deliberadamente despejados dos hotéis nesta sexta-feira (5), sem informação sobre o pagamento dos direitos trabalhistas e a maioria com as carteias de trabalho retidas pela empresa.

Desalojados e sem dinheiro, os trabalhadores em sua maioria provenientes dos estados do Maranhão, Piauí, Bahia e Rio Grande do Norte, receberam o apoio do movimento sociais e sindical de MS, através da CUT/MS (Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul), da FETRICOM (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Mato Grosso do Sul), do SINTRACOM (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Campo Grande) e da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul).

Após o despejo dos hotéis os trabalhadores foram acolhidos na sede da FETEMS, por conta da estrutura, para serem tomadas as devidas providências de alimentação, porque a maioria deles estava sem nenhum recurso e sem comer desde manhã. 

Movimentos cutistas na luta. 

De acordo com Genilson Duarte, presidente da CUT/MS, a situação da terceirização em Mato Grosso do Sul é preocupante e é necessário uma maior fiscalização dos órgãos governamentais. “Sabemos que os serviços terceirizados só visam o lucro, através da exploração do trabalhador e é justamente por isso que eles os trazem de longe, os iludem com proposta de bons empregos e os transformam praticamente em “escravos”, vivendo em condições sub-humanas. 

Essa não é primeira vez que acontece esse tipo de situação no estado, em 1997, tivemos um caso parecido com os trabalhadores de uma usina de álcool contratados na região nordeste e que depois precisaram ser resgatados. 

Defendemos que o os trabalhadores já saiam de sua cidade de origem contratados e que o procedimento seja fiscalizado por órgãos públicos”, disse. Já Webergton Sudário, o Corumbá, presidente da FETRICOM, ressaltou que os movimentos vão acompanhar o desenrolar da situação dos trabalhadores. “Vamos cobrar da empresa o pagamento das cláusulas trabalhistas, a passagem para os estados de origem e acompanhar o pagamento de todas as rescisões”, afirma.

Para o presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli Cesar, que interveio junto ao governador, André Puccinelli (PMDB), uma intermediação política para a solução do impasse, a situação é alarmante e indignante. “É inadmissível o que está acontecendo com os trabalhadores em Três Lagoas, demitidos sem rescisão dos contratos. 

Essa situação é consequência do sistema capitalista, que só visa lucros, através da mão de obra barata, a terceirização de serviços é fruto do capitalismo e retrata a exploração indigna do trabalho de brasileiros que sonham com uma vida melhor. 

Uma das coisas que o Congresso em vez de combater, ajuda a fomentar no Brasil, pois é formado, na maioria, por representantes de grupos empresariais que bancaram suas campanhas “investindo” na defesa dos seus próprios interesses mercantilistas”, ressalta.

Após a intervenção dos movimentos sociais e sindicais o Auditor do Trabalho, Leif Naas, chefe da fiscalização do Ministério do Trabalho, em Mato Grosso do Sul, os procuradores do trabalho, Hiran Sebastião Meneghelli Filho e Leontino Ferreira de Lima Jr, estiveram na FETEMS.

Foi estabelecido um acordo entre os magistrados e representantes da empresa.

Segundo ficou acertado na segunda-feira (8), os trabalhadores irão receber as  rescisões. 

O procedimento será no auditório da FETEMS.

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