domingo, 28 de julho de 2013

Pernambuco. Quando a água vira ameaça.

Primeiro, a chuva que começou a cair sobre as áreas atingidas pela seca trouxe alegria: após dois anos de uma provação que parecia ter ficado no passado, o verde surgia e a água voltava para os rios, açudes e barragens. 

Pouco tempo depois, essa mesma chuva trazia assombro: hospitais e postos de saúde de dezenas de municípios recebiam uma quantidade inédita de pessoas com sintomas de doenças diarreicas agudas (DDA), que pode levar principalmente crianças e idosos à morte. 

Em Pernambuco, os números espantam: 46,5% dos municípios (86 cidades) estão em zona epidêmica (regionais de Arcoverde, Caruaru, Limoeiro, Goiana, Afogados da Ingazeira e Petrolina são as mais atingidas). 

Outros 41,1% estão em zona de alerta (76 cidades, sendo mais vulneráveis as regionais de Serra Talhada, Palmares, Salgueiro, Ouricuri e Garanhuns). 

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, que não divulga a lista dos municípios, mas as gerências onde eles estão, de janeiro a junho, seis óbitos foram causados pela DDA (cinco mulheres e um homem). 

Número pode aumentar porque outros casos esperam confirmação. Alagoas apresenta situação mais dramática: são 48 mortes, 11 delas em Palmeira dos Índios. 

Em Arcoverde, Sertão de Pernambuco, o número de doentes que procurou postos de saúde e hospitais é espantoso: em junho de 2012 foram 364 pessoas com DDA, este ano, no mesmo período, 1.720 pacientes apresentaram sintomas como vômito e diarreia forte, além de hepatite A, outra doença associada à água infectada. 

Historicamente, o período da chuva se caracteriza pelo aumento de bactérias e vírus na água, mas a quantidade de doentes e mortos vista agora demonstra que há algo mais sério acontecendo. 

Misturam-se diversos problemas e várias omissões. Um é o flagrante não preparo dos governos federal, estadual e municipais em se antecipar a um problema já esperado. 

Boa parte da água distribuída em carros-pipa, por exemplo, tem como responsável pelo tratamento o próprio pipeiro. Há, ainda, uso incorreto (ou ausência) do cloro ou hipoclorito de sódio, distribuído gratuitamente pelo governo.

Há quem prefira limpar a casa e lavar roupas com o material, no lugar de tratar a água. 

Não possuem a noção de que estão consumindo água misturada com morte. (continue lendo aqui. http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/geral/noticia/2013/07/27/a-agua-que-alivia-tambem-leva-medo-e-morte-a-pernambuco-e-alagoas-91573.php ).

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