quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Salvador-BA. - Familiares dos 12 Mortos no Cabula fazem novo protesto contra ação da Polícia Militar.

Foto - dos 12 jovens negros mortos, só dois tinham passagem pela Polícia.
Moradores da Vila Moisés acusaram, em entrevista ao CORREIO nesta terça (10), PMs de invadir casas e agredir pessoas da comunidade
Familiares e amigos dos 12 homens mortos em um suposto confronto com a Rondesp realizam um novo protesto nesta quarta-feira (11) contra as agressões que dizem ter sido vítimas após uma manifestação realizada na segunda (9).
Com cartazes e faixas, mães e avós de algumas das vítimas se reuniram na área da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), no Cabula, para realizar uma caminhada até o bairro da engomadeira.
Moradores da Vila Moisés acusaram, em entrevista ao CORREIO nesta terça (10), PMs de invadir casas e agredir pessoas da comunidade, onde ocorreu a operação policial, realizada na última sexta-feira.
Com medo, alguns deles teriam abandonado suas casas. A manifestação aconteceu por volta de 17h30 de anteontem, nas imediações do supermercado Todo Dia, com o fechamento da via pública. Porém, o protesto não durou muito tempo. Guarnições da PM chegaram e puseram fim a manifestação.
“Em seguida, com raiva, os policiais desceram a Vila Moisés batendo em todo mundo, invadindo as casas”, contou um morador. “Eles davam tapas em todo mundo. Não perdoavam mulheres nem crianças”, disse uma moradora. “Xingavam todo mundo, como se tivéssemos que aceitar a barbaridade que fizeram. Mas não vamos nos calar. Ontem (segunda) foi o primeiro de muitos protestos que virão”, declarou um dos parentes dos 12 mortos.
“Quem tinha costume de chegar tarde está dormindo na casa de amigos e parentes, e só retornando no dia seguinte. É o meu caso”, contou um vigilante de banco. Procurada, a PM informou desconhecer as denúncias e orienta os moradores a formalizar os registros na ouvidoria da corporação  — pelo 0800 284 0011 e site www.pm.ba.gov.br.
Representantes do Governo do Estado se reuniram nesta terça-feira (10) com grupos ligados a movimentos sociais para discutir a investigação sobre a operação policial no bairro do Cabula, no último dia 6, que deixou 12 mortos.
Participaram da reunião representantes de movimentos sociais, da OAB-BA, da Defensoria Pública, a secretária de Promoção da Igualdade Racial, Vera Lúcia Barbosa, e o secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Geraldo Reis. O encontro foi na sede da SJDHDS, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
"O governador está disposto a receber os movimentos sociais e instituições para discutir a questão da segurança pública", afirma Geraldo Reis. 
Já a secretária Vera Lúcia defendeu que reuniões com entidades e instituições aconteçam de maiera periódica - um novo encontro já foi marcado na tarde do dia 24.
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br)
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