sexta-feira, 28 de julho de 2017

Brasil: No Acre, Indígenas e extrativistas são ameaçadas

Brasil: Indígenas e extrativistas são ameaçadas. 27011.jpeg
Fotos: Tiago Miotto / Cimi

No Acre, lideranças indígenas e extrativistas são ameaçadas por se posicionarem contra políticas de "economia verde"
Em encontro realizado na cidade de Xapuri (AC), de 26 a 28 de maio, povos da floresta criticaram as políticas de economia verde e demonstram preocupação com novos acordos discutidos entre o governo e a indústria de aviação. 
Na ocasião, representantes de cinco povos indígenas e de comunidades tradicionais que vivem e trabalham na floresta apresentaram denúncias de impactos de projetos de economia verde. O argumento é de que as políticas de compensação de carbono preveem restrições às comunidades, como limitações para práticas de agricultura, pesca, caça e uso de bens florestais. 
Por assegurarem a posição contra as ações que violentam o direito aos territórios tradicionais e que apresentam uma falsa solução à crise do clima, indígenas, seringueiros e outros participantes do encontro receberam constantes ameaças. "Muitas dessas lideranças passaram a ser pressionadas e ameaçadas pelos "donos do poder no Acre", denuncia a carta de moção de repúdio e solidariedade divulgado por entidades que trabalham com esses povos e comunidades. "Não há necessidade de colocar o futuro destes povos e comunidades em risco através de projetos questionáveis e nebulosos".

"Entendemos que, na medida em que a falência do modelo subjacente das políticas e dos projetos ambientais e climáticos em questão se torna obvia, sua defesa por parte daqueles que tem seus interesses particulares entrelaçados com tais políticas e projetos tende a se tornar cada vez mais repressiva e violenta", sustenta a moção.

O texto garante que as ações de afronta são "tentativa de intimidar ou censurar as pessoas e organizações que criticam e se opõem ás políticas ambientais e climáticas que vêm sendo implementadas pelo governo do Acre". No Brasil, o Acre é considerado um laboratório para implementação de políticas baseadas na ideia de que é possível compensar poluição gerada em determinadas regiões - prevalentemente Europa e América do Norte - com a manutenção de florestas em outras regiões. A economia "verde" pretende ampliar os lucros das corporações, instituições financeiras e de outras organizações protagonistas dessa proposta, como empresas de consultoria e grandes ONGs preservacionistas.

"Denunciamos e repudiamos especificamente as tentativas do governo do Acre e de organizações não governamentais ligadas a ele, de difamar tais críticos, ao alegar que os questionamentos por eles articulados inviabilizariam a chegada de recursos que poderiam beneficiar povos das florestas no Acre", ressalta a nota.   

O documento exige posicionamento da Fundação Nacional do Índio, acusada pelas lideranças de intensificar as intimidações aos funcionários que colaboram com a posição assumida. "Exigimos ainda, que a FUNAI cumpra sua missão, que consiste em proteger e promover os direitos dos povos indígenas. Com tais intimidações, a FUNAI fere mais uma vez os direitos à livre expressão destes povos".

As propostas de compensação de carbono, que surgem em um contexto de negociações internacionais e em uma conjuntura nacional de crise, trazem restrições a comunidades ribeirinhas, indígenas, pequenos agricultores, extrativistas que são proibidos de cultivar seus espaços, de uso tradicional da mata. Violações culturais e sociais são impostas a esses grupos que se relacionam com a natureza de forma saudável e autônoma. Os mecanismos implantados pelos offsets florestais preveem restrições às comunidades tradicionais, como limitações para práticas de agricultura, pesca, caça e uso de bens florestais.

Projetos, como o Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Evitados (REDD), propõem que empresas que poluem em outros continentes possam "compensar" os danos causados a natureza financiando iniciativas que, de maneira autoritária e sem consulta prévia das comunidades, instalam normas de relação com a terra. Além dos governos de países desenvolvidos, indústrias poluidoras são as principais financiadoras das iniciativas de economia verde. Não se pensa outro modelo de desenvolvimento, mais sustentável e auto gestor. As empresas continuam poluindo e desmatando. Com a "compra de créditos de carbono" são autorizadas a seguir sua lógica de mercado.

Instituições que desejarem assinar a Moção de Repúdio e Solidariedade devem enviar e-mail para acre@wrm.org.uy até o dia 28 de julho. A moção de repúdio será encaminhada ao Governo do Acre, Ministério da Justiça, FUNAI/Brasília, Ministério Público Federal (MPF) do Acre, 6ª Câmara do MPF-Brasília, KFW/Governo da Alemanha.

Leia o documento na íntegra abaixo: 
Moção de repúdio e solidariedade
No período de 26 a 28 de maio do corrente, realizou-se em Xapuri no Acre, o Encontro "Os efeitos das políticas ambientais/climáticas para as populações tradicionais". Além da publicação da Declaração de Xapuri, foram divulgados também vídeos com falas de lideranças indígenas, seringueiros e outros participantes do referido evento. Desde então, muitas dessas lideranças passaram a ser pressionadas e ameaçadas pelos "donos do poder no Acre".

Indignados com mais essa agressão aos direitos desses povos e populações que vivem nas e das florestas, nós que participamos do referido Encontro e demais apoiadores das lutas desses povos e populações da Amazônia, manifestamos nosso veemente repúdio a toda e qualquer tentativa de intimidar ou censurar as pessoas e organizações que criticam e se opõem ás políticas ambientais e climáticas que vêm sendo implementadas pelo governo do Acre.

Denunciamos e repudiamos especificamente as tentativas do governo do Acre e de organizações não governamentais ligadas a ele, de difamar tais críticos, ao alegar que os questionamentos por eles articulados inviabilizariam a chegada de recursos que poderiam beneficiar povos das florestas no Acre.  Sabemos que o governo possui suficientes recursos para resguardar os direitos e atender os legítimos interesses dos povos indígenas e comunidades locais. Não há necessidade de colocar o futuro destes povos e comunidades em risco através de projetos questionáveis e nebulosos. O governo deveria agir com transparência acerca da aplicação dos recursos que já recebeu através de tais projetos e com isto revelaria  quem são seus verdadeiros beneficiários.

Exigimos que a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) pare de intimidar funcionários que participam nestas discussões e articulações da sociedade civil. Exigimos ainda, que a FUNAI cumpra sua missão, que consiste em proteger e promover os direitos dos povos indígenas. Com tais intimidações, a FUNAI fere mais uma vez os direitos à livre expressão destes povos.

Entendemos que, na medida em que a falência do modelo subjacente das políticas e dos projetos ambientais e climáticos em questão se torna obvia, sua defesa por parte daqueles que tem seus interesses particulares entrelaçados com tais políticas e projetos tende a se tornar cada vez mais repressiva e violenta. Como já disse o filósofo Paul Valery: quem não pode atacar o argumento, ataca o argumentador.
Não podemos tolerar a continuidade desses ataques! Por isso, reiteramos o nosso apoio à Declaração de Xapuri. Reafirmamos nossa solidariedade com todos e todas que sofrem ameaças ou represálias em consequência da firmeza de seu posicionamento político em defesa dos seus territórios contra a exploração incessante do capital: vocês não estão sozinhos!.

Fonte: Assessoria de Comunicação Cimi.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Imprensa alemã descreve papel da VW (Volkswagen) na ditadura brasileira.



Leia mais: Brasil. Volkswagen colaborou ativamente com a ditadura, diz imprensa alemã. https://maranauta.blogspot.com.br/2017/07/23-brasil-volkswagen-colaborou-ativamente.html.



Historiador da Volks da Alemanha procura trabalhadores do Brasil.

No ano de 2015 "em função das críticas que vêm recebendo, a empresa tomou uma iniciativa de contatar diretamente ex-trabalhadores. A preocupação corporativa com o assunto levou a trazerem da Alemanha o Sr. Manfred Grieger, chefe do seu Departamento de História Corporativa. Grieger escreveu um livro chamado Volkswagen e os trabalhadores no III Reich (MOMMSEN, Hans e GRIEGER, Manfred. Das Volkswagenwerk nd seine Arbeiter im Dritten Reich. Dusseldorf, ECON, 1997), no qual descreve os crimes cometidos pela empresa no período nazista. 

Segundo a empresa, o motivo do chamado seria recuperar a atuação no passado da Volks, considerando que a empresa fez o mesmo trabalho de resgate histórico na Alemanha em razão da sua intensa colaboração com o nazismo. Mesmo sabendo que seria encaminhada ao Ministério Público uma representação relativa à conduta da empresa no período da ditadura brasileira, a empresa optou por tentar reunir para entrevistas individuais os trabalhadores que a acusaram publicamente. 

Essa iniciativa não foi anunciada na audiência pública ou comunicada ao Ministério Público. A vinda do historiador ao Brasil se deve à experiência internacional da Volks de reparar danos da sua convivência com regimes autoritários. Os acionistas minoritários na Alemanha têm cobrado da empresa explicações sobre sua política no Brasil após a circulação do relatório da Comissão Nacional da Verdade em dezembro de 2014.

O encaminhamento possível.


A empresa, através de seu representante na audiência pública na Comissão Rubens Paiva e diante de seu presidente Deputado Adriano Diogo e do Vereador José Ferreira, presidente da Comissão Municipal da Verdade de São Bernardo do Campo, reafirmou formalmente seu interesse em esclarecer a verdade sobre os fatos dos quais é acusada e a disposição de colaborar com as investigações. Segundo o representante, a falta de respostas da empresa sobre as denúncias dos trabalhadores deve-se ao desconhecimento dos acontecimentos das décadas anteriores. Apesar disso, reafirmou a disposição de cooperar. 

O Fórum de Trabalhadores e Trabalhadoras por Verdade, Justiça e Reparação, apoiado por entidades sindicais, deverá dar encaminhamento ao que foi apurado pelas diversas comissões da verdade. Os trabalhadores/as não têm nada a esconder. Pelo contrário, tornar públicas as graves violações de direitos humanos descobertas e batalhar pela devida reparação é lançar luz sobre um período obscuro da história nacional e combater seus resquícios no presente. Aguardamos a posição da empresa."

(1) GOMES, Américo. “Multinacionais alemãs se beneficiaram do golpe de 1964”. Disponível em http://www.pstu.org.br/node/20027. Acessado em 02 de dezembro de 2014. 

(2) “Na Fiesp, convidavam-se empresários para reuniões em cujo término se passava o quepe. A Ford e a Volkswagen forneciam carros, a Ultragáz emprestava caminhões, e a Supergel abastecia a carceragem da rua Tutóia com refeições congeladas”. GASPARI, Elio. A ditadura escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p.63. 

(3) CASADO, José. “Operários em greve”. In: O Globo (15/05/2005). “Em 1969, um dos chefes era Adhemar Rudge, coronel do Exército e engenheiro com domínio do idioma alemão. — Nunca houve terroristas nas fábricas — conta. — Nos preveníamos eventualmente com alguma troca de informações com o Dops. Ele nega participação no "Grupo de Trabalho" das empresas com a polícia política apesar dos registros na documentação do Dops: — Nunca houve grupo, nem reunião, nada. Só tratávamos da segurança do patrimônio”. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/rede-parlamentar-nacional-de-direitos-humanos/perseguicao.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Rio de Janeiro. Projeto da Defensoria Pública capacita para emprego jovens em situação de rua.

Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
Uma iniciativa da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação voltada à capacitação de pessoas em situação de rua para o mercado de trabalho pode dar oportunidade a 15 alunos da segunda turma do Projeto Resgate. 

Com a formatura dos participantes, hoje (26), foram entregues certificado, carteira de trabalho e currículo impresso, além de oito vagas para trabalhar no Rock in Rio e mais sete para entrevista em outros locais, sendo algumas nesta quinta (27) e as demais nos próximos dias.
Os oito alunos contratados para o Rock in Rio, que ocorre em setembro, vão levar um currículo onde adquiriram noções básicas de direitos e deveres em sociedade, postura profissional, higiene pessoal, espírito de equipe e até como conviver com sentimentos variados no mercado de trabalho.
De acordo com a defensora pública Carla Beatriz Maia, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, “a contratação das pessoas em situação de rua para o Rock in Rio é algo muito importante, primeiramente, porque vai dar visibilidade ao tema [das pessoas em situação de vulnerabilidade] e, em segundo lugar, porque quebra o estigma de que pessoa em situação de rua não quer trabalhar”, destacou.
Carla Maia disse ainda que é preciso conscientizar a população em geral de que os índices de violência “só serão reduzidos no momento em que o estado e os agentes públicos investirem no social, criando políticas de redução das desigualdades sociais”.
As aulas do Projeto Resgate são ministradas na Defensoria Pública para turmas mensais de cerca de 15 alunos, sendo que a formatura da primeira delas, com 12 participantes, foi realizada no dia 28 de junho. 
Na ocasião, sete pessoas em situação de rua saíram da solenidade empregadas na rede de supermercados Supermarket para trabalhar nas atividades de repositor, fiscal de salão e balconista do setor de laticínios.
Edição: Davi Oliveira.

Hezbollah: Mitos X realidade.

Supporters of Lebanon's Hezbollah leader Sayyed Hassan Nasrallah wave Hezbollah flags as they listen to him via a screen during a rally on the 7th anniversary of the end of Hezbollah's 2006 war with Israel, in Aita al-Shaab village

Fontes: Vozes do BrasilOtra Lectura e fontes.

No último fim de semana, o jornal O Globo publicou uma matéria requentada, citando supostos documentos da Polícia Federal, aos quais o diário carioca afirma que teve acesso, que provariam que traficantes de origem libanesa ligados ao Hezbollah se associaram ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do Brasil, porém, ao ser contatada pela reportagem da RFI, a Polícia Federal não confirmou a existência desses documentos aos quais o jornal carioca disse que teve acesso. A PF também não confirmou a descoberta de uma possível associação entre o PCC e o Hezbollah, ou seja, a reportagem foi baseada em simnples especulações.
Para o chefe do Departamento de Relações Internacionais da PUC de São Paulo, Reginaldo Nasser, uma parceria entre o Hezbollah e o PCC é improvável. “Há toda uma conjuntura política muito específica no Líbano e, por não ter interesses políticos no Brasil, não vejo por que a organização libanesa se associaria ao PCC”.

A Síria foi tomada por alvo para ser destruída, porque tem papel crucial no Eixo da Resistência do mundo árabe contra a expansão de Israel e EUA. Por isso o Hezbollah – outra parte do mesmo Eixo – luta ao lado do Exército Árabe Sírio no conflito sírio, e a Síria apoia a luta do Hezbollah no Líbano

Antes de esclarecer os motivos que levam a esta nova campanha midiática contra o Hezbollah, vamos focar um pouco na fonte original das denúncias, uma tal “Foundation for Defense of Democracies”, conhecida como FDD.

A guerra Síria tem reconfigurado o mapa geopolítico do Oriente Médio, tem provocado tensão entre alguns aliados, (como a aliança entre a Europa/OTAN e a Turquia) e consolidou ainda mais outras alianças já existentes. Confrontado o chamado corredor xiita (Irã, Iraque, Síria e Líbano, com seu enclave no Iêmen); encontramos a frente sionista-Wahhabi (Israel, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, etc).

Uma guerra direta entre Irã e Arábia Saudita-Israel é impensável para as incríveis repercussões geopolíticas no mundo, por isso os enfrentamentos se produzem entre os aliados destes blocos.

Hezbollah não é exceção. Hezbollah tem servido para várias coisas:

-Primeiro tem servido para trazer estabilidade ao Líbano e acabar com as rivalidades inter-religiosas no país; Sua grande obra de engenharia política foi passar das teses  religiosas dos anos oitenta para a tese do Manifesto de 2004, no qual proclama um modelo de República secular e inclusiva. Ao abrir as portas para outros grupos religiosos, o Hezbollah conquistou liderança política geral e xiita em particular;


-Segundo tem sido um enclave antissionista na região, o que tem incomodado muito Israel. As atividades desenvolvidas no Líbano conseguiram conter a interferência de Israel em várias ocasiões nos anos noventa (…).

-Finalmente eles têm se mostrado como um grupo antissionista eficaz, mas nunca agiram como um produto iraniano ou sírio, o relacionamento tem sido bilateral perfeito entre estes países e a milícia libanesa. (…)

-Em quarto lugar, devido à sua presença dentro deste bloco, foi um dos fatores determinantes no contexto da guerra na Síria por vários atores razões:

A guerra na Síria teve como objetivo derrubar Bashar al-Assad para que Israel possa anexar com segurança a Palestina e as Colinas de Golã e, ao mesmo tempo, possuir uma vizinhança suficientemente fraca e em crise que não represente uma ameaça para Tel Aviv.

O plano sionista não tinha apenas a finalidade de derrocar Bashar al Asad, mas após a queda do governo legítimo da Síria, haveria um plano de ataque ao Líbano para enfraquecer e, eventualmente, acabar com o Hezbollah e, portanto, com o apoio mais próximo à resistência palestina, que ficaria relegado ao distante Irã.

Por outra parte, o Hezbollah não combate na Síria apenas para evitar o colapso de seu aliado estratégico, com o qual tem uma relação simbiótica e de cooperação desde os anos oitenta que foi acentuada agora, Hassan Nasrallah não luta como um mero vassalo, mas como um aliado de Damasco em linha horizontal, como a Rússia ou o Irã. 

O grupo libanês luta, também, pela sobrevivência do Líbano, que tem uma grande população sunita suscetível à propaganda wahhabi e salafi, e possui fronteiras vulneráveis e permitem a penetração de jihadista em território libanês, daí os esforços do Exército Libanês para fortalecer as fronteiras e do Hezbollah para lutar em áreas e enclaves perto das fronteiras de seu país, sendo assim um filtro duplo. De fato, tem acontecido muitos enfrentamentos nas montanhas fronteiriças de Qalamoun entre o Hezbollah e grupos ligados à Al Qaeda e o Estado islâmico.

O envolvimento da milícia libanesa não é uma questão de mera aliança político-religiosa, mas uma questão de sobrevivência própria e da nação do Líbano, já que a ameaça sionista-Wahhabi não só ameaça o Hezbollah como um grupo, mas a própria continuidade do Líbano como Estado.


Importante: 

O que é a FDD? Segundo investigação do advogado e ativista politico brasileiro, Raphael Machado,”a FDD é uma ONG que diz ser “apartidária”, mas na realidade ela é neocon. Foi fundada pelo senador neocon Jack Kemp e seu atual presidente é o jornalista neocon (e, por acaso, judeu sionista) Clifford May. Todos os seus principais conselheiros e analistas são neocons, incluindo aí William Kristol, filho de Irving Kristol, o trotskista que foi um dos fundadores do neoconservadorismo. 

Por acaso, parcela considerável dos conselheiros e analistas dessa ONG também são judeus sionistas, como o senador Joe Lieberman, Charles Krauthammer, Toby Dershowitz, Benjamin Weinthal, Eric Edelman e uns outros. Além disso, entre a equipe dessa ONG tem gente envolvida com o caso Irã-Contras, tem um juiz envolvido com uma suposta tentativa de encobrir detalhes do massacre em Waco e só gente nesse nível”.


“Os principais financiadores dessa ONG são, em ordem: Roland Arnall, Charles Bronfman, Michael Steinhardt e Leonard Abramson. Todos eles, por acaso, judeus sionistas. A ficha das pessoas ligadas a essa ONG é tão grande e podre que seria inviável entrar em detalhes sobre o passado de cada membro. 

É melhor que os interessados pesquisem por conta própria. Mas sobre a ONG em si, ela, por exemplo, desde 2012 tem trabalhado para facilitar contatos entre “rebeldes moderados da Síria” e autoridades políticas americanas. Ou seja, eles apoiam terroristas sírios (!). 

Mas o grande foco dessa ONG, o grande alvo dela é o Irã. Eles só atacam o governo sírio porque consideram que eles são proxy iraniano. E tá aí o contexto do ataque ao Hezbollah também. Não passa de uma tentativa de atacar o Irã, através de ataques a um suposto proxy”, afirmou Machado.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Alô Consumidor da CAEMA... Com a Privatização da Água, 'qualidade cai e preço sobre', apontam especialistas.

Já são 14 os governos de estado que pretendem vender empresas de água e saneamento no âmbito do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), criado em setembro do ano passado pelo governo Temer; de acordo com Ricardo Guterman, do Coletivo de Luta pela Água, a experiência internacional com a privatização da água e esgoto não deu certo e houve o caso de reestatização em 37 países, por causa da ineficiência; "Cidades como Berlim, Paris, Atlanta e Seattle resolveram retirar o serviço das empresas privadas, porque a coisa não funcionava. Havia muitos danos ambientais, os serviços não eram eficientes e as tarifas subiram", afirma o especialista, em entrevista à TVT.



Rede Brasil Atual - Já são 14 os governos de estado que pretendem vender empresas de água e saneamento no âmbito do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), criado em setembro do ano passado pelo governo Temer. Na tarde desta segunda-feira (24), o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, se encontrou com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, para debater a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).
A venda da companhia faz parte de um "plano de recuperação fiscal" acordado entre a União e o governo do estado em janeiro deste ano, tornando-se condição para a disponibilização de um empréstimo de R$ 3,5 bilhões ao Rio. A decisão do governador ignora um parecer emitido, neste mês, pela OAB-RJ, similar a outros realizados pela Procuradoria-Geral da União e Ministério Público do Rio de Janeiro, atestando a inconstitucionalidade da alienação da empresa.
De acordo com Ricardo Guterman, do Coletivo de Luta pela Água, a experiência internacional com a privatização da água e esgoto não deu certo e houve o caso de reestatização em 37 países, por causa da ineficiência. "Cidades como Berlim, Paris, Atlanta, Seattle, entre outras, resolveram retirar o serviço das empresas privadas, porque a coisa não funcionava. Havia muitos danos ambientais, os serviços não eram eficientes e as tarifas subiram", afirma o especialista, em entrevista à TVT.
Já Wagner Ribeiro, professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), diz que a água é central na organização da vida humana e o processo de privatização anunciado é controverso. "Em Paris, ela voltou a ser estatal. A qualidade da água deixou de ser controlada pelo povo e a prioridade dos investidores era obter lucro, não qualidade. Portanto, esse processo leva a uma água mais cara e de menor qualidade", explica, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

domingo, 23 de julho de 2017

Brasil. Volkswagen colaborou ativamente com a ditadura, diz imprensa alemã.


Resultado de imagem para charge ditadura golpe 1964

Da Agência EFE.

A filial brasileira da Volkswagen colaborou ativamente com a ditadura no Brasil na perseguição de opositores políticos, segundo informaram neste domingo (23) o jornal Süddeutsche Zeitung e as emissoras NDR e SWR. 
A imprensa alemã detalha que há quase dois anos foi aberta em São Paulo uma investigação sobre a Volkswagen do Brasil para determinar a responsabilidade da empresa na violação dos direitos humanos durante a ditadura de 1964 a 1985.
Em 2016, a empresa nomeou para uma investigação sobre seu passado o historiador Christopher Kopper, que confirmou a existência de "uma colaboração regular" entre o Departamento de Segurança da filial e a polícia política do regime.
Espionagem
"O Departamento de Segurança atuou como um braço da polícia política dentro da fábrica da VW", afirmou Kooper, pesquisador da Universidade de Bielefeld.
"Permitiu as detenções" e pode ser que ao compartilhar informação com a polícia "contribuísse para elas", acrescentou o historiador.
Segundo os meios citados, a filial brasileira espionou seus trabalhadores e suas ideias políticas, e os dados acabaram em "listas negras" em mãos da polícia política. Os afetados lembram como foram torturados durante meses, após terem se unido a grupos opositores.
Galpões
Conforme estabeleceu a Comissão Nacional da Verdade, que examinou as violações dos direitos humanos cometidas pela ditadura brasileira, muitas empresas privadas, nacionais e estrangeiras deram apoio tanto financeiro como operacional ao regime militar.
No caso da Volkswagen, a comissão constatou que alguns galpões que a empresa tinha em uma fábrica de São Bernardo do Campo (SP) foram cedidos aos militares, que os usaram como centros de detenção e tortura.
Além disso, a comissão sustentou que encontrou provas que a empresa alemã doou ao regime militar cerca de 200 veículos, que depois foram usados pelos serviços de repressão.
LEIA MAIS: Imprensa alemã descreve papel da VW (Volkswagen) na ditadura brasileira. https://maranauta.blogspot.com.br/2017/07/imprensa-alema-descreve-papel-da-vw.html

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Dirigentes da CUT do Ceará são mantidos reféns após invasão de sede.

Resultado de imagem para invasao cut ceara
Na manhã desta quinta-feira (20), cerca de oito homens encapuzados e armados invadiram a sede cearense da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Fortaleza (CE). 
No momento do ataque, dirigentes da CUT, funcionários e membros da Frente Brasil Popular realizavam uma reunião para acertar os últimos preparativos de um ato em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os homens que invadiram o local portavam revólveres e estiletes, em uma ação durou por volta de 40 minutos. Durante a invasão, o presidente da CUT-CE, Will Pereira, e outras pessoas que estavam no local foram mantidas reféns.
Notebooks, celulares e objetos pessoais foram levados, mas os sindicalistas suspeitam da intenção dos invasores pelo assalto ter ocorrido no momento em que os militantes se organizavam para o ato em defesa de Lula. A manifestação está marcada para ocorrer na tarde desta quinta-feira. Andrea Oliveira, secretária estadual de Comunicação do PcdoB-CE, que também estava na sede no momento do ocorrido, relata que os invasores sabiam nomes de alguns dirigentes, chegando a ameaçar o tesoureiro de morte.
Além do ataque à sede da CUT, outro caso de violência contra um sindicalista também ocorreu no estado nesta quinta-feira. O bancário Jorge Costa Ferreira foi baleado na cabeça enquanto saia da sede do Sindicato dos Bancários do Ceará. Ferreira não resistiu e faleceu.
A CUT Ceará divulgou nota pública denunciando o ataque e convocou uma coletiva de imprensa, com participação das vítimas, com o intuito de discutir e cobrar esclarecimentos sobre a invasão.