domingo, 7 de janeiro de 2018

Irã fez com a CIA o que a Dilma não fez com o Kataguiri.

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PSDB, Cunha e Bolsonaro recebem os agentes dos Irmãos Koch.
Esperou botar a cabeça pra fora e cortou!
De amigo navegante muito preocupado com a falta de Inteligência nos grupos progressistas:
Você já reparou que situação estranha essa das recentes manifestações no Irã?
Lá, o Ministério da Inteligência e a Procuradoria Geral da República trabalharam durante 4 anos seguindo as atividades de um grupo de agentes da CIA que as esteve preparando durante este tempo.
Encontraram primeiro as provas, o dinheiro repassado, as comunicações, as gravações.
O financiamento das operações era da Arabia Saudita e a inteligência da CIA e do Mossad.
Agora as autoridades prenderam esse agente que coordenava o grupo.
As manifestações tinham razões legítimas, pessoas legitimamente preocupadas com a inflação, desemprego e outras situações CAUSADAS PELO BLOQUEIO E SANÇÕES ECONOMICAS dos EUA contra o Irã alegadamente por "não cumprir o Acordo Nuclear", coisa que até a União Europeia nega, afirmando ao contrário que o Irã está sim cumprindo este acordo para o qual Lula e Erdogan, presidente da Turquia, cooperaram muito para que fosse firmado.
Você lembra disso? Lá em 2009? Lembra que depois de tudo resolvido com o Irã o Obama não quis assinar o Tratado?
Pois é...
Os manifestantes legítimos fizeram suas manifestações mas, junto com eles, estavam infiltrados manifestantes violentos, pagos e armados pela CIA que atacaram delegacias e quarteis da polícia, roubando armas e matando 10 policiais.
A mídia pública e dos movimentos populares denunciou a articulação dos "oposicionistas" com a CIA e ajudou a mobilizar esse enorme contingente de povo contra os golpistas.
Acontece que o Governo Iraniano vinha se preparando durante todos esses anos para quando esse golpe fosse ser dado.
Seguiram as reuniões dos golpistas com os agentes estrangeiros.
Mapearam o repasse de recursos e de dados de inteligência. 
E dois dias após as pequenas manifestações dos golpistas, saíram às ruas aos milhões em manifestações organizadas em 1.200 municípios do Irã, todas no mesmo dia, em apoio ao Governo do Irã, contra a ingerência da CIA, de Israel e da Arábia Saudita.
Não adiantou nada Trump e Benjamin Netanyahu declararem publicamente com toda a Mídia Internacional do seu lado que "apoiariam os manifestantes do Irã que lutam contra o Governo corrupto e terrorista do Irã."
O povo iraniano e o Governo Iraniano estavam preparados. 
Os agentes estrangeiros já estão presos. E vão a julgamento. O governo já está divulgando seus nomes e as provas de sua colaboração com empresas e agências de inteligência estrangeiras.

Você consegue fazer alguma correlação entre isso e o que aconteceu no Brasil?
Você lembra de Kim Kataguiri num encontro do MBL , em vídeo, dizendo claramente que aquela organização recebeu dinheiro da petroleira Irmãos Koch dos EUA para financiar carros de som, coqueteis molotov, foguetes e diárias para vândalos nas manifestações verde e amarelas de 2013?
Você não acha estranha a atuação da Procuradoria Geral da República, da PF e da Inteligência Brasileira no caso?
E a inteligência do Exército e das forças armadas, onde estava?
u está?
Via RT.com:

Irán denuncia un complot de la CIA, Israel y Arabia Saudita para ocasionar los disturbios en el país.

El fiscal de Irán, Mohamed Jafar Montazeri, ha culpado a la CIA, a Israel y a Arabia Saudita de llevar a cabo un plan que provocó las actuales protestas antigubernamentales en la República Islámica, que durante la última semana dejaron más de 20 personas fallecidas. Sobre esto informa la Agencia de Noticias de la República Islámica de Irán (IRNA).
Según el funcionario, la 'mente maestra' fue un exagente antiterrorista de la CIA llamado Michael Andrea, que junto con otro oficial sin identificar del Mossad —la agencia israelí de Inteligencia— orquestaron el complot hace unos cuatro años con cooperación cercana de sus gobiernos y de Arabia Saudita, que financió la operación.
  1. (...) "Nuestra nación ha tenido la astucia necesaria para alcanzar la conclusión apropiada de que este movimiento está totalmente enraizado en tramas extranjeras", aseveró Montazeri, citado por la agencia Fars. "Tenemos que distinguir entre aquellos que tienen demandas legítimas y aquellos que buscan la anarquía", agregó. (...)

2018: pontos críticos estão na Eurásia e no Oriente Médio.

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29/12/2017, MK Bhadrakumar, Indian Punchline.
leitmotif da política exterior dos EUA em 2018 será uma tentativa de última fronteira para ‘conter’ o ressurgimento da Rússia no cenário mundial. O ‘relatório anual’ do secretário de Estado dos EUA Rex Tillerson no New York Times na 4ª-feira deixa isso abundantemente claro. 
Tillerson destacou China, Rússia e Irã, mas reservou suas palavras mais duras para a Rússia. Eis o que escreveu: Sobre a Rússia, não temos ilusões quanto ao regime com o qual lidamos. Os EUA hoje têm relações pobres com uma Rússia ressurgente, que invadiu países vizinhos – a Geórgia e a Ucrânia – na última década e minou a soberania de nações ocidentais, intrometendo-se nas nossas eleições e em eleições de outros. 
A indicação de Kurt Volker, ex-embaixador na OTAN, para o posto de representante especial para a Ucrânia reflete nosso compromisso com restaurar a soberania e a integridade territorial do país. Sem resolução pacífica da situação na Ucrânia, que deve começar com a Rússia aderindo aos Acordos de Minsk, não pode haver negócios normais com a Rússia.
Tillerson soou surpreendentemente retroativo em relação à. Destacou os “interesses dos EUA” no relacionamento com a China e mencionou temas chaves – a alavancagem de Pequim sobre a Coreia do Norte, comércio, direitos de propriedade intelectual e “atividades militares incômodas no Mar do Sul da China e noutros locais”. 
Mas considerou o surgimento da China numa perspectiva de longo prazo, com gestão “cuidadosa” do relacionamento “para os próximos 50 anos.” Nas palavras de Tillerson. Componente central de nossa estratégia para a Coreia do Norte é persuadir a China a exercer seu poder de alavancagem econômica decisiva sobre Pyongyang. 
A China aplicou algumas importantes sanções e proibições, mas pode e deve fazer mais. Também continuaremos a perseguir interesses dos EUA em outras áreas de nosso relacionamento, incluindo os desequilíbrios no comércio, o roubo de propriedade intelectual e preocupantes atividades da China no Mar do Sul da China e noutros pontos.
A ascensão da China como potência econômica e militar exige que Washington e Pequim considerem cuidadosamente o modo de administrar nosso relacionamento para os próximos 50 anos.
Claro, Pequim reagiu com gentileza: “China e EUA partilham ampla gama de interesses comuns, apesar de algumas diferenças. Mas nossos interesses comuns superam em muito nossas diferenças. A cooperação China-EUA conforma-se aos interesses fundamentais dos dois países e do mundo em geral, e cooperar é a única escolha certa para nós. No que tenha a ver com desacordos, devemos buscar resolvê-los de modo construtivo, baseado no respeito mútuo, de modo a evitar interromper o desenvolvimento de relações bilaterais de longo prazo. Esperamos que os EUA possam trabalhar com a China para focar a cooperação e lidar com as diferenças sobre uma base de respeito mútuo, para que relações bilaterais possam avançar de modo firme e constante.”
Ucrânia será o “ponto quente” das relações EUA-Rússia ano que vem. 2017 está terminando, com o governo Trump levantando as restrições ao fornecimento de armamento letal à Ucrânia. Já atravessou o Rubicão. A Rússia vigiará bem de perto, acompanhando o modo como se desenvolve a ajuda militar dos EUA a Kiev. Os russos absolutamente não deixarão passar sem resposta qualquer tentativa dos EUA para alterar o equilíbrio militar no Donbass.
Enquanto isso, não se deve descartar a possibilidade de que os EUA imponham sanções punitivas à Rússia em 2018. Herman Gref, chefe-executivo do Sberbank e voz influente entre as elites em Moscou, disse ao Financial Times essa semana que, se forem imposta sanções duras – contra oligarcas russos e/eu empresas estatais russas –, a situação “fará a Guerra Fria parecer brincadeira de crianças.”
Em entrevista com Interfax na 5ª-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergey Lavrov disse que Moscou confia em “abordagens pragmáticas e avaliações realistas” vis-à-vis os EUA. “Não acalentamos quaisquer ilusões (…). Responderemos a qualquer ação hostil contra a Rússia e nossos cidadãos do modo que seja melhor para nós (…). De fato, quanto antes alguns políticos norte-americanos perderem as ilusões de que a Rússia possa ser dobrada por medidas restritivas, ou algum show de força, melhor para todos, inclusive para eles.”
A questão crucial é que os EUA não têm qualquer poder de alavancagem sobre a Rússia – tampouco sobre China e Irã, por falar disso. O artigo de Tillerson passa a impressão de superpotência incapaz de qualquer ato decisivo. Até a referência ao Paquistão mostra insegurança: “O Paquistão deve contribuir dando combate a grupos terroristas em seu território. Estamos preparados para uma parceria com o Paquistão para derrotar organizações terroristas que buscam paraíso seguro, mas o Paquistão tem de dar sinal de que deseja ser nosso parceiro.”
Os EUA não tem mapa do caminho que mereça confiança. Na verdade, a guerra fria contra a China continuará, mas especialistas indianos não devem ficar muito entusiasmados com a ideia de que 2018 seja ano “cinético” naquela paróquia do Indo-Pacífico. O governo Trump não tem como controlar aquela guerra fria. 
Basicamente, os EUA têm 3 opções: conter a ascensão da China como potência militar: fazer recuar a influência econômica da China mediante uma aliança regional liderada pelos EUA como o acordo da Parceria Trans-Pacífico; ou aceitar a ascensão da China e partilhar com ela a ordem internacional, como participante. Caso é que Washington não tem estratégia que se consiga identificar.
Isso posto, os EUA atolarão na Eurásia e no Oriente Médio, dois teatros – que são também inter-relacionados. 
Que ninguém se engane: a Rússia está decidida a fazer avançar um acordo na Síria, em 2018. E derrota nesse campo, diante da comunidade internacional, será pílula bem amarga de engolir, para o establishment do Departamento de Estado dos EUA. Moscou anunciou essa semana que a base naval em Tartus e a base aérea Hmeimim na Síria serão expandidas e convertidas em bases permanentes com capacidade para abrigar navios e aeronaves armados com recursos nucleares. É sinal de projeção de poder, muito mais ampla do que a União Soviética algum dia conseguiu no Oriente Médio.
Com mais seis anos de renovado mandato como presidente, depois das eleições de 18 de março na Rússia Vladimir Putin será o macho alfa. 
Interessante: até a data da eleição é muito simbólica e transborda o desafio estratégico contra os EUA: dia 18 de março comemoram-se quatro anos da reintegração da Crimeia à Federação Russa!


sábado, 6 de janeiro de 2018

Deputado Wellington se reúne com professores aprovados no concurso da Prefeitura de São Luís.



O deputado estadual Wellington do Curso (PP) se reuniu, na manhã desta sexta-feira (05), com professores aprovados no concurso da Secretaria Municipal de Educação de São Luís. Embora a Assembleia Legislativa esteja de recesso, Wellington ouviu os professores e presidiu a reunião que teve por objetivo tratar sobre a convocação dos aprovados, que fizeram o concurso em fevereiro de 2017. Esteve também presente o presidente da Comissão de Educação da Assembleia, advogado Adelmano Benigno.


Na ocasião, Wellington destacou a necessidade de se ter mais professores na Rede Pública Municipal e ressaltou a expectativa de direito dos aprovados no concurso.

“Recebemos essa solicitação dos professores e não poderíamos nos omitir. Conhecemos a realidade das escolas públicas e sabemos que falta sim professores suficientes para suprir a demanda. Ocorre que houve o concurso, há aprovados e, quase após um ano, ainda não foram nomeados como se não fosse uma necessidade. A questão já foi judicializada e continuaremos dando o apoio aos professores. Educação pública não é brincadeira. Se há aprovados, há a expectativa de nomeação”, disse Wellington.

Durante a reunião, foi definida uma audiência com o Promotor de Educação, Drº Paulo Avelar na próxima semana e, ainda, audiência pública em data a ser estabelecida.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Santa Catarina. Professor indígena é morto a pauladas.

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Marcondes Namblá, era índio da etnia Xokleng.
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Um índio da etnia Xokleng foi assassinado a pauladas na cidade de Penha, a menos de 40 quilômetros de Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina. Embora o crime tenha ocorrido na primeira madrugada do ano, só veio a público nesta quarta-feira (3), quando imagens registradas por câmeras de segurança foram divulgadas e várias entidades passaram a cobrar o esclarecimento do caso e punição do assassino.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a vítima é Marcondes Namblá, um professor que dava aulas em uma escola indígena do município de José Boiteux, no Vale do Itajaí.
Formado pelo curso de licenciatura intercultural indígena da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), Marcondes era identificado como uma das lideranças de sua comunidade, atuando para preservar a língua Laklãnõ-Xokleng.
Índio vendia picolé nas férias
Ele aproveitava o período de férias escolares para vender picolé em Penha, destino turístico bastante procurado nesta época do ano. As imagens registradas por câmeras de segurança instaladas próximas ao local da ocorrência exibem o momento em que o professor é abordado por um homem portando um pedaço de pau.
Marcondes aparece próximo a uma esquina, com uma das mãos apoiadas contra um poste de sinalização. O desconhecido parece falar algo ao índio, que não esboça qualquer reação. Subitamente, o homem desfere uma primeira paulada contra a cabeça do professor, que cai no chão e continua sendo agredido. O homem ameaça deixar o local, mas retorna e volta a agredir o indígena após perceber que ele ainda se mexia.
Encontrado desacordado e com suspeita de traumatismo craniano, o índio foi levado pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Marieta Konder Bornhaunsen, em Itajaí, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A reportagem da Agência Brasil não conseguiu contato com as assessorias do Corpo de Bombeiros e do hospital.
Cimi denuncia onda de intolerância contra indígenas
Em nota, o Cimi pediu agilidade nas investigações, alertando para o que classifica como uma “onda de intolerância contra indígenas no litoral de Santa Catarina”, para onde grupos de índios costumam se deslocar durante o verão a fim de vender seus produtos, especialmente o artesanato.
Para a entidade indigenista, o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério da Justiça e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) devem procurar “ampliar o diálogo com as autoridades municipais - especialmente as situadas no litoral – para que acolham com respeito os indígenas e lhes resguardem o direito de ir e vir, de frequentar as praias e de percorrer avenidas, ruas e estradas”.
Também em nota, o Núcleo de Estudos de Povos Indígenas (Nepi), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), manifestou “profundo pesar” pelo “assassinato cruel” do professor indígena.
Para os membros do núcleo universitário, “Marcondes fazia parte de uma geração que vislumbrou na universidade um lugar para compreender melhor as dinâmicas políticas, econômicas e sociais que, ao longo da história, atingiram seu povo de forma injusta e sangrenta”.
Cimi e Nepi manifestam, em suas notas, que o assassinato de Marcondes - um ano após uma criança kaingang de apenas dois anos de idade ser degolada por um desconhecido nos braços da própria mãe, em Imbituba, em Santa Catarina – decorre do contexto de intolerância étnica e anti-indígena no estado. “A violência aos povos indígenas é sistemática, diária, individual e coletiva”, sustenta o Nepi.

Edição: Kleber Sampaio.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Irã: Agentes de ‘mudança de regime’ sequestram protestos.

Fogo nas ruas de Teerã durante os protestos

Da série: “Todos os golpes são a mesma CIA-Israel”.

29/12/2017, Moon of Alabama.

Ontem e hoje houve pequenos protestos no Irã. Tudo sugere que sejam o primeiro estágio de uma grande operação de golpe para “mudança de regime” comandada por EUA e Israel com a ajuda de um grupo de terroristas iranianos.
Antes, no início desse mês, a Casa Branca e os sionistas preparavam-se para mais um assalto ao Irã:
Uma delegação chefiada pelo Conselheiro de Segurança Nacional de Israel reuniu-se com altas autoridades dos EUA na Casa Branca no início desse mês, para discussão conjunta sobre estratégia para fazer frente à agressão do Irã no Oriente Médio – como alto funcionário dos EUA confirmou ao jornal Haaretz.
O que houve na sequência é resultado, provavelmente, da reunião acima referida:
Centenas de manifestantes tomaram as ruas da segunda maior cidade do Irã, Mashad, na 5ª-feira, para protestar contra a carestia, gritando slogans contra o governo.
Vídeos postados nas mídias sociais mostraram manifestantes em Mashad, noroeste do Irã, um dos locais sagrados para o Islã Xiita, aos gritos de “morte ao (presidente Hassan) Rouhani” e “morte ao ditador”.
A agência semioficial de notícias ILNA e as mídias sociais noticiaram manifestações também em outras cidades na província Razavi Khorasan, incluindo Neyshabour e Kashmar.
Um vídeo daquele protesto em Mashad mostrava não mais de 50 pessoas cantando slogans, com mais gente assistindo e andando na praça, do que gente participando.
São muito justificados os protestos contra as políticas econômicas neoliberais do governo Rohani no Irã. O desemprego oficial no Irã está acima de 12%, e o crescimento econômico é praticamente zero. A rua iraniana não é a única força que está insatisfeita com tudo isso:
O Líder Supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, que repetidas vezes criticou os resultados econômicos do governo, disse na 4ª-feira que a nação luta contra “preços altos, inflação e recessão”, e conclamou os funcionários a encarar com determinação esses graves problemas.
Na 5ª-feira e hoje, os slogans de alguns manifestantes mudaram, de clamor por alívio na economia, para clamor por mudança de regime.
Meu instinto diz que os suspeitos de sempre estão por trás desses protestos. Vejam que começaram em várias cidades no mesmo momento. Não é agitação local espontânea numa só cidade: claramente os movimentos são coordenados.
E há também o seguinte:
Carl Bildt @carlbildt – 9:38 PM – 28 Dec 2017 de Roma, Lazio
Circulam notícias de que caíram os sinais de redes internacionais de TV por satélite nas maiores cidades do Irã. Suspeita-se de ação do governo iraniano, com medo de que as manifestações de hoje se espalhem.
Busca detalhada em vários idiomas não localizou nenhuma dessas ‘notícias’. Carl Bildt é um ex-primeiro-ministro sueco, recrutado pela CIA em 1973 como informante. Desde então prosperou e já é ativo agente dos EUA operante em tempo integral. Esteve envolvido no golpe da Ucrânia e tentou extrair algum lucro pessoal naquela ‘ação.
A única resposta ao tuíto de Bildt veio de um Riyad Swed – @SwedRiyad que postou vários vídeos dos protestos, um deles mostrando carros de Polícia em chamas.
Não tenho certeza de que o vídeo seja autêntico. A conta tem algumas características esquisitas (ativa desde setembro de 2016, 655 tuítos, mas só 32 seguidores?).
Ontem mesmo, uma das conferências no Congresso de hackers do Chaos Computer Club, CCC,[1] foi sobre o Serviço Secreto do Government Communications Headquarters, GCHQ [Quartel-general das Comunicações] britânico, e suas muitas contas fantasmas [ing. sock-puppet accounts em Twitter e Facebook. São contas usadas para obter humint [ing. human inteligence, “informação obtida de fonte humana] e para coordenar operações de “mudança de regime”. Nos slides das páginas 14-18 (11’20”) cita papéis obtidos do GCHQque listam o Irã como um dos alvos. O conferencista fala especificamente de uma conta do GCHQ “@2009Iranfree”, que foi usada para provocar protestos de rua no Irã, depois da reeleição do então presidente Ahmedinejad.
Hoje [29/12], 6ª-feira é dia de descanso no Irã, e houve vários protestos mais em outras cidades. Matéria da Reuters de hoje:
Cerca de 300 manifestantes reuniram-se em Kermanshah depois do que a agência Fars descreveu como “um chamamento anti-revolução”, gritando que “prisioneiros políticos devem ser libertados” e “Liberdade ou morte”, ao mesmo tempo em que destruíam bens públicos. A agência Fars não citou nomes de grupos de oposição.
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Cenas filmadas, cuja autenticidade não pôde ser confirmada, mostram protestos também em outras cidades dentre as quais Sari e Rasht no norte, Qom ao sul de Teerã, e Hamadan no oeste do país.
Mohsen Nasj Hamadani, vice-chefe da segurança na província de Teerã, disse que cerca de 50 pessoas reuniram-se numa praça em Teerã, e a maioria dispersou sob ordens da Polícia, mas alguns que se recusaram a sair foram “temporariamente detidos” – informou a agência ILNA de notícias.
Alguns desses protestos têm explicações econômicas genuínas, mas acabaram sequestrados por outros interesses:
Na cidade central de Isfahan, um morador disse que os manifestantes uniram-se a um comício organizado por trabalhadores fabris que exigiam pagamento de salários atrasados.
“Os slogans rapidamente mudaram, de temas econômicos, para gritos contra [o presidente Hassan] Rouhani e o Supremo Líder [Aiatolá Ali Khamenei),” disse o morador por telefone.
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Protestos puramente políticos são raros no Irã  […] mas há frequentes manifestações de trabalhadores por causa de demissões ou salários atrasadose de pessoas com dinheiro depositado em instituições não regulamentadas e bancos quebrados.
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Alamolhoda, representante do Aiatolá Khamenei em Mashhad, no nordeste, disse que umas poucas pessoas aproveitaram-se dos protestos da 5ª-feira contra o aumento do custo de vida, e puseram-se a gritar slogans contra o papel do Irã em conflitos regionais. 
“Algumas pessoas reuniram-se para manifestar suas demandas, mas de repente, numa multidão de centenas, um pequeno grupo de não mais de 50 pessoas puseram-se a gritar coisas horríveis como “Esqueçam a Palestina”, “Nem Gaza nem o Líbano! Minha vida, só pelo Irã” – relatou Alamolhoda.
Dois vídeos postados pela BBC Persa e outras que vi mostram só pequenos grupos de protestos, de uma dúzia de pessoas, com gente em torno assistindo ou filmando as pessoas que gritam slogans.
Vídeos publicados pelo grupo terrorista Mujahedin-e Khalq [MEK] (1234, 5), também mostram só pequenos protestos, apesar de o MEK falar de dezenas de milhares de pessoas que gritam “morte ao ditador”. O MEK, ou sua organização “civil”, chamada Conselho Nacional de Resistência do Irã, parece estar muito envolvido nos atuais protestos. O website do grupo está atualmente cheio de matérias sobre os protestos: um total de dez matérias, e o comando lançou declaração de apoio aos ‘manifestantes’:
Mrs. Maryam Rajavi, presidenta eleita da Resistência Iraniana, saudou o heroico povo de Kermanshah e outras cidades que se levantaram hoje cantando “liberdade ou morte”, “morte a Rouhani”, “morte ao ditador”, e “libertem os prisioneiros políticos”, e protestaram contra a carestia, a miséria e a corrupção.
A presidenta disse “Ontem Mashhad, hoje Kermanshah, e amanhã por todo o Irã; esse levante está cobrando o que nos devem, até a derrubada da ditadura totalmente corrompida dos mulás, e é o levante da democracia, da justiça e da soberania do povo.
Esse manifesto ‘precoce’ do MEK – a matéria estava nos jornais ontem (28/12) às 10h26 – é extremamente suspeito.
Em 2012 foi noticiado que Israel havia usado a organização terrorista MEK para assassinar cientistas nucleares no Irã:
Na 5ª-feira, funcionários do governo dos EUA falando ao canal de notícias NBC disseram que agentes do Mossad estavam treinando membros do grupo dissidente de terroristas Mujahedin do Povo do Irã, para assassinarem cientistas nucleares iranianos, acrescentando que o governo do presidente Barack Obama sabia da operação, mas não tinha qualquer laço direto com aqueles agentes.
Funcionários dos EUA teriam confirmado aos jornalistas a conexão entre Israel e os Mujahedin do Povo do Irã (MEK). Um dos oficiais teria dito que “todas as suas suposições estão corretas”.
Em outubro, documento do CATO Institute analisou (e rejeitou) várias sugestões de como os EUA deveriam lidar com o Irã. No item “Opção 3: Mudança de Regime de dentro para fora” o documento dizia:
Nessa abordagem, os EUA pressionariam o regime iraniano e simultaneamente apoiariam grupos que fazem oposição – dentre outros, o Conselho Nacional de Resistência do Irã, de extremistas exilados [ing. National Council of Resistance of Irã] NCRI), facções democráticas da Revolução Verde, ou minorias étnicas dentro do Irã – estratégia que defensores costumam comparar ao apoio de Reagan a grupos da sociedade civil na União Soviética.
***
Propositor da “democratização coercitiva” [ing. “coerced democratization”], Mark Dubowitz, da Fundação para a Defesa das Democracias, conclamou o presidente Trump a “avançar na ofensiva contra o regime iraniano” (…) “enfraquecendo as finanças do regime” mediante “sanções econômicas massivas”, ao mesmo tempo em que “mina o poder dos governantes iranianos fortalecendo as forças pró-democracia” dentro do Irã. Essa opção parece estar ganhando tração na revisão que o governo Trump está fazendo na política dos EUA para o Irã, e já recebeu apoio público de Tillerson. Enquanto esteve no Congresso, o atual diretor da CIA Mike Pompeo também trabalhou a favor dessa abordagem.
O grupo MEK/NCRI observou que o senador Tom Cotton, que provavelmente substituirá o atual chefe da CIA Pompeo, quando Pompeo passar para o Departamento de Estado, emitiu declaração de apoio aos manifestantes.
Casa Branca e governo de Netanyahu já definiram uma estratégia comum contra o Irã. Altos membros do governo Trump está a favor de uma “mudança de regime” imposta por “forças pró-democracia” no Irã. Poucas semanas depois de ser firmado um acordo, começam no Irão protestos coordenados, que são rapidamente sequestrados por agentes muito ativos de mais um golpe para ‘mudança de regime’. Um grupo de terroristas iranianos exilados, bem conhecidos por sua colaboração mortal com espiões israelenses, e também por manter células operacionais dentro do Irã, mostra altamente engajado nos ‘protestos’, desde o primeiro dia.
Se se trata da operação para “mudança de regime” que suspeito que seja, os protestos rapidamente se alastrarão. Quando o povo vive em dificuldades, quaisquer poucos milhares de dólares bastam para criar multidões de ‘indignados’. Pequenos grupos especialistas cuidarão de causar agitação e tumultos, escondidos na massa de pessoas realmente desesperadas e realmente tentando fazer ouvir a própria voz. É o que basta.
O ‘jornalismo’ ‘ocidental’ abraçará a causa com seu falso humanismo falso progressista e cuidará de converter a enganação em ‘notícia’ e em ‘boa ética’. Quando a polícia iraniana prender os baderneiros profissionais, os ‘jornalistas’ ‘denunciarão’ a “brutalidade”. Nada mais fácil para esse tipo de profissionais que produzir um mártir e convertê-lo em ícone. Mais alguns casos de censura e supressão de direitos serão rapidamente ‘noticiados’ (videCarl Bildt, acima), surgirão notícias forjadas [ing. fake news] vindas de todos os ‘veículos’ e centenas de perfis falsos distribuídos pelas empresas Twitter e Facebook virarão repentinamente “iranianos” e denunciarão a violência contra a democracia “diretamente do local” nos gabinetes e computadores em Langley, até perderem o fôlego.
Para a polícia e os políticos iranianos a questão é sensível. Protestos contra as dificuldades da vida, por causa da economia são evidentemente muito justos, e até Khamenei já manifestou apoio às reivindicações. Mas a agitação de rua tem de ser contida antes de escalar e ficar incontrolável. Rapidamente aparecerão armas entre os manifestantes, atirando a esmo. Nem o Mossad nem o MEK têm qualquer pudor, quando se trata de matar gente a quilo.
Mas a República Islâmica tem apoio genuíno em grandes partes da sociedade. Há grandes organizações civis que apoiam o governo – não em tudo e cegamente, mas nas grandes linhas. Muitos iranianos são nacionalistas orgulhosos e não será fácil dividi-los. Se se trata mesmo, como suspeito, de atentado para “mudança de regime”, antevejo que será (mais um) fracasso.

[1] Sobre o Chaos Computer Club, CCC [Coletivo Caos], ver “30 anos de hacking político: entrevista com Andy Müller-Maguhn”, 14/11/2011, em Redecastorphoto [NTs]. 

Traduzido por Vila Vudu.


terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Pobreza na América Latina e o Caribe: novos retrocessos?

Pobreza na América Latina e o Caribe: novos retrocessos?
Havana, (Prensa Latina) Quatro em cada 10 lares na América Latina e o Caribe são economicamente vulneráveis e os 30,7% dos habitantes do área vive em condições de miséria, estimaram organismos internacionais.
Em anos recentes, teve 'avanços significativos', mas a frequência dos choques naturais e daqueles criados pelo homem 'ameaçam com regressar a milhões de pessoas à pobreza, a não ser que acelerem-se os esforços por mitigar e enfrentar estes riscos', julgou o Banco Mundial (BM).
A julgamento do organismo, os desastres naturais, o crime, a violência e as epidemias, representam um desafio considerável para a população vulnerável, sobretudo no atual contexto de baixo crescimento econômico e aumentados déficits públicos.
Apesar dos grandes avanços em termos de prosperidade durante os últimos anos, 'muitas pessoas na América Latina e o Caribe estão tão só a um desastre de regressar à pobreza', disse o vice-presidente do BM para a região, Jorge Familiar.
Em opinião do especialista, 'os países devem ser preparados melhor e fortalecer sua resiliência ante os choques, para assim não perder em um dia o que lhes tomou anos construir'.
O relatório da Cepal, publicado em dias recentes, corroboro que a pobreza e sua expressão extrema aumentaram como média regional em 2015 e 2016, depois a mais de uma década de redução na maioria das nações. Cálculos da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) assinalaram que em 2016 a pobreza atingiu ao 30,7 por cento da população e a percentagem se manteria estável neste ano.
Segundo o documento, em 2014, 28,5% da população encontrava-se em situação de pobreza (168 milhões de pessoas); a proporção subiu a 29,8 em 2015 (178 milhões) e a 30,7 em 2016 (186 milhões).
Enquanto a pobreza extrema passou de 8,2% em 2014 (48 milhões de habitantes) ao 10% em 2016 (61 milhões).
Não obstante, o resultado foi positivo desde uma perspectiva a médio prazo, pois a pobreza reduziu-se 15,2 pontos percentuais de 2002 a 2016, propôs o relatório Panorama Social de América Latina 2017, apresentado pela secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena.
Durante esse período também alejou a divergência de rendimentos: o coeficiente de Gini passou de 0,538 em 2002 a 0,467 em 2016 (nesse cálculo zero representa ausência de desigualdade e um a desigualdade máxima).
Para Bárcena, 'a experiência recente indica-nos que o aumento dos rendimentos nos lares de menores recursos tem sido imprescindível para a redução tanto da pobreza como da desigualdade de rendimentos'.
A esse crescimento, avaliou, contribuíram as políticas distributivas e redistributivas dos países, como reformas tributárias, salários mínimos, pensões e transferências vinculadas às estratégias de reduzir a pobreza e expandir os sistemas de proteção social.
O chamado, expressou, 'é a fortalecer as políticas trabalhistas e de proteção social, mais ainda em períodos de baixo crescimento econômico, e a implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável a partir de uma mudança estrutural progressivo'.
Conforme com os dados da Cepal, os mais prejudicados continuam sendo os setores de sempre: Em 2016, exemplificou o reporte, a pobreza afetava ao 46,7% das crianças e adolescentes entre zero e 14 anos de idade e a extrema pobreza a 17%.
Em quase todos os territórios, acrescentou a análise, as mulheres em idade de retiro têm menores níveis de cobertura nos sistemas de pensões, e as brechas monetárias nas prestações que recebem superam os 20 pontos percentuais em 10 de 17 países analisados, podendo atingir os 40 pontos percentuais.
Por sua vez, o BM assegurou que 'praticamente quatro em cada 10 lares seguem sendo conceituados como economicamente vulneráveis, correndo o risco de voltar à pobreza'.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Polícia do Amazonas considera foragidos suspeitos do sumiço de sem-terra.

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http://amazonas.bncamazonia.com.br/municipios/tres-sem-terra-somem-em-area-de-conflito-agrario-em-canutama/
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
A Polícia Civil do Amazonas informou ontem (31), por meio de sua assessoria, que os dois fazendeiros contra quem a Justiça expediu mandados de prisão preventiva na quinta-feira (28) ainda não foram localizados e são considerados foragidos.
Suspeitos de envolvimento no sumiço de três trabalhadores rurais sem-terra em uma área de conflito fundiário de Canutama, no sul do estado, Antônio Mijoler Garcia Filho e Rinaldo da Silva Mota tiveram as prisões preventivas decretadas pela juíza titular da comarca, Joseilda Pereira Bilio, a pedido da Polícia Civil. A magistrada também autorizou buscas e apreensão de documentos e objetos em imóveis residenciais e comerciais ligados aos dois suspeitos.
Segundo testemunhas, os sem-terra Flávio Lima de Souza, Marinalva Silva de Souza e Jairo Feitoza Pereira foram vistos pela última vez em 14 de dezembro, quando vistoriavam parte da área conhecida como Igarapé das Araras, às margens do quilômetro 56 da Rodovia BR-319, distante cerca de 620 quilômetros de Manaus e a pouco mais de 50 quilômetros de Porto Velho.
Ex-chefe de brigada do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Flávio preside uma associação de moradores da qual Marinalva é a vice-presidente. Jairo é um dos 200 sem-terra que, desde 2015, ocupam a área que reivindicam que seja destinada à reforma agrária.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) disputa na Justiça, com fazendeiros, a titularidade da área ocupada pelos sem-terra. Recentemente, a Justiça decidiu em caráter liminar (provisório) que o registro de propriedade do imóvel em nome de particulares seja cancelado e o Incra informa que aguarda o resultado definitivo da ação judicial para então definir a destinação da terra.
A Polícia Civil tornou público que pediria a prisão preventiva dos dois fazendeiros ainda no dia 21. O pedido, no entanto, só foi ajuizado pelo delegado responsável no dia 23. Segundo a assessoria do tribunal, a requisição dos mandados só pode ser encaminhado para apreciação da juíza após o dia 26, quando Joseilda Pereira Bilio assumiu a titularidade da Vara de Canutama.
Na sexta-feira (29), um dia após os mandados serem expedidos, investigadores da 62ª Delegacia Interativa de Polícia se deslocaram para Porto Velho, onde os fazendeiros foragidos moram. Os suspeitos, no entanto, não foram localizados. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, um termo de cooperação entre as polícias dos dois estados permite aos investigadores amazonenses atuarem nos municípios de Rondônia próximos à divisa entre os dois estados.
A irmã de Flávio, Lucicleia Lima de Souza, disse à Agência Brasil que as famílias dos três desaparecidos estão desesperadas. Elas aguardam informações sobre o que aconteceu com os três líderes comunitários.
“Nossa esperança é, acima de tudo, em Deus. Apesar de emocionalmente muito abalados, estamos tentando achar caminhos para descobrir o que de fato aconteceu. Desde o início, sabíamos que tratava-se de algo muito grave”.
Para Lucicleia, a possibilidade deles estarem perdidas é nula. “Por pior que seja pensar que eles estejam sendo mantidos em cativeiro, esta é uma esperança a que continuamos nos apegando – mas na qual a polícia já não acredita mais. Pensar em outra hipótese é muito dolorido”, disse, criticando a demora das autoridades amazonenses em tentar deter os suspeitos e realizar buscas na sede da fazenda.
“Só conseguimos que entrassem na fazenda para realizar buscas 13 dias após os desaparecimentos. Se havia evidências, vestígios de algo, tudo foi limpo neste meio tempo”, acrescentou Lucicleia, comentando que as famílias esperam que o governo do Amazonas peça ajuda das forças de segurança pública do estado vizinho.
“Além de estarem mais bem equipadas que a polícia de Canutama, as equipes de investigadores de Porto Velho estão próximos do local e conhecem muito bem a região. Outra possibilidade é a Polícia Federal assumir o caso, já que as vítimas são lideranças sociais que já vinham denunciando sofrer ameaças e por terem desaparecido de terras da União em disputa fundiária.”
Semanas antes de desaparecerem, Marinalva registrou um boletim de ocorrência denunciando que empregados da fazenda ocupada teriam ameaçado integrantes da ocupação e Flávio chegou a procurar a Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Porto Velho para pedir ajuda dos movimentos sociais.
Entre 20 e 24 de dezembro, 12 soldados do Exército realizaram buscas pelos três desaparecidos, mas suspenderam os trabalhos sem encontrar indícios do paradeiro deles. A área de buscas é de difícil acesso e de vegetação densa. A Polícia Civil do Amazonas informou que mantém a busca e que já começou a ouvir o depoimento de pessoas que vivem próximas ao local onde os três sem-terra foram vistos pela última vez. A Polícia Civil não comentou as críticas de Lucicleia.
Edição: Aécio Amado