terça-feira, 9 de abril de 2019

Seminário - Base de Alcântara: Próximos Passos.

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Atenção acadêmicos, universitários, militares e demais interessados na temática! 

No próximo dia 15 o Governo do Maranhão realizará evento científico com a participação de instituições e pesquisadores sobre os próximos passos relativos ao CLA.

O  objetivo do evento é discutir a temática espacial no Maranhão a partir de três eixos: geopolítica, desenvolvimento regional e o papel da academia.

PROGRAMAÇÃO

8:30 – Credenciamento

9:00 – Mesa de Abertura com o Governador Flávio Dino e apresentação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas pelo Ministro Marcos Pontes 

10:15 – Painel 1 - Geopolítica Espacial: o cenário internacional e o Centro de Lançamento de Alcântara.

12:00 – Intervalo

14:00 – Painel 2 - A Cadeia Produtiva Aeroespacial: perspectivas e desafios para o desenvolvimento socioeconômico local

15:45 – Coffee Break

16:00 – Painel 3 - A produção do conhecimento no âmbito aeroespacial

18:00 – Encerramento

CERTIFICAÇÃO

Certificação com carga horária de 7h30

SOBRE O PRODUTOR

SECTI Maranhão - Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação.


segunda-feira, 8 de abril de 2019

Justiça suspende acordo entre Bayer, MPF e Prefeitura de POA para esterilizar adolescentes,

Foto ilustrativa. Adolescente em abrigo no DF. Foto: Lia de Paula/Agência Senado - Proposta remonta “controles de natalidade que vigoraram nas décadas de 1960 e 1970, e a experimentações com populações vulneráveis, com sérias implicações bioéticas”, pontua entidade.
Por Lilian Milena.
Jornal GGN – Em decisão liminar, o juiz Artur César de Souza da Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) suspendeu um Termo de Cooperação firmado entre a empresa Bayer, o Ministério Público do Rio Grande do Sul, o município de Porto Alegre, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e o Hospital Presidente Vargas para a colocação de um método contraceptivo de longa duração de introdução uterina (portanto interno) em adolescentes que estão em abrigos públicos.
O recurso foi interposto no tribunal pela Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública do estado do Rio Grande do Sul e a Themis Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero. Essas mesmas entidades entraram com uma ação civil pública na 2ª Vara Federal de Porto Alegre que negou a tutela recursal contra a política contraceptiva.

+ Meninas pobres da periferia do RS são usadas como cobaias humanas

Os autores da ação explicam que a medida tem caráter discriminatório, uma vez sendo direcionada exclusivamente a um grupo vulnerável, ferindo assim direitos fundamentais de jovens sob a tutela do Estado.
O acordo entre a indústria farmacêutica Bayer, o MPF-RS, a prefeitura de Porto Alegre e os hospitais foi assinado em junho de 2018. Na época, a Associação Brasileira Rede Unida publicou um abaixo assinado para a suspensão do termo de cooperação. As motivações, pontuaram os críticos, são “de dimensões éticas, técnicas e econômicas”.
A entidade levantou que a proposta de implantação do SIU-LING (Sistema Intra Uterino Liberador de Levonorgestrel 20 mcg), ou seja, do produto comercializado pela Bayer, remonta às velhas políticas eugenistas de “controle de natalidade que vigoraram nas décadas de 1960 e 1970, e a experimentações com populações vulneráveis, com sérias implicações bioéticas”.
Eles pontuaram ainda que o produto contraceptivo é focado apenas no combate a gravidez indesejada e não permite proteção às Infecções Sexualmente Transmissíveis como HIV, hepatite e sífilis.
“Ações específicas de saúde sexual e reprodutiva voltadas para adolescentes pressupõe o acesso real a uma gama variada de informações sobre sexualidade, sobre o próprio corpo e, também, sobre os diversos métodos anticonceptivos e práticas de sexo seguro que estejam disponíveis”, escreveu a Associação Brasileira Rede Unida na época do abaixo assinado.
Por fim, a entidade mostrou que o SIU-LING é mais caro do que outros métodos disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS). “Caso o SIU-LING fosse incorporado [pelo SUS], a estimativa de impacto orçamentário incremental seria de R$ 4,6 milhões no primeiro ano e de R$ 42,1 milhões ao final de 5 anos”, isso com base em valores de 2016.
A associação lembra que, naquele ano, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia para o SUS (CONITEC) emitiu relatório em resposta à Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendando a não aprovação do método contraceptivo da Bayer por falta de evidências de sua superioridade em relação aos outros métodos.
“A dimensão econômica remete claramente às diversas estratégias da indústria farmacêutica para a incorporação de suas tecnologias pelo SUS”, concluiu a entidade.
Na decisão que suspendeu o acordo de Cooperação com a prefeitura de Porto Alegre, o juiz Artur César de Souza apontou que as falhas do sistema local de saúde não serão sanadas por meio da implantação do novo dispositivo contraceptivo, ressaltando que “há uma negativa das adolescentes quanto à utilização daqueles já disponíveis e nada nos autos demonstra, minimamente, aceitação global da nova metodologia pelas jovens”.
Como a decisão de Souza é uma liminar, o mérito do tema será julgado pela 6ª Turma, que irá decidir em segunda instância se o acordo deve ou não vigorar. A data do julgamento ainda não foi marcada. Enquanto isso a ação civil pública segue tramitando na 2ª Vara Federal de Porto Alegre.

São Paulo. Governador João Doria acelera o desmonte da cultura.

Manifestação pela Cultura. Av. Paulista, 07/4/19
Por Altamiro Borges

Neste domingo (7), artistas e apoiadores de diversas áreas realizaram uma irreverente passeata na Avenida Paulista contra o corte de 23% no orçamento da Secretaria da Cultura de São Paulo. O tucaninho João Doria, alinhado com o truculento Jair Bolsonaro, parece decidido a promover a destruição das atividades artísticas. O cerco [...] à cultura está em plena marcha. Antes de completar 100 dias de gestão, o novo governador promove uma milionária reforma do Palácio dos Bandeirantes e, ao mesmo tempo, anuncia o desmonte de vários equipamentos culturais no Estado mais rico da federação. 

Segundo relato do Estadão, os protestos contra a regressão ganharam musculatura na semana passada. Além da marcha do domingo, “músicos da Orquestra Jovem do Estado realizaram protesto na Sala São Paulo e a Orquestra Jazz Sinfônica fez um minuto de silêncio durante o concerto para chamar atenção para a redução orçamentária. O corte de verbas na Cultura determinado pelo governo vai significar uma redução de R$ 148 milhões na verba de projetos como as Fábricas de Cultura, a Emesp, a Osesp, a Pinacoteca ou o Theatro São Pedro, que amanheceu ontem com a fachada tomada por cartazes pedindo pela manutenção da orquestra e do espaço, que corre o risco de ser fechado”. 

Entre os presentes da marcha na Avenida Paulista, o jornal cita o maestro João Carlos Martins, que pediu a revisão dos cortes. “Indústria, comércio e saúde são o corpo de uma sociedade. Mas a arte é a alma”. Já o maestro Nelson Ayres, que é regente da Orquestra Jovem Tom Jobim, protestou. “Em todas as áreas, o corte é de cerca de 3%. Mas na Cultura é de 23%. Isso é uma facada nas costas de escolas de música, oficinas, museus e teatros que são referência no Brasil e no mundo”. Outros protestos estão agendados nos próximos dias. E só mesmo muita pressão poderá reverter o retrocesso. 

Um levantamento divulgado na quinta-feira passada (4) pela Associação Brasileira das Organizações Sociais de Cultura mostra o impacto que o corte provocará nos projetos culturais do estado de São Paulo. “Entre eles está o fechamento do Theatro São Pedro e sua orquestra, do Museu Afro Brasil, dos cancelamentos de exposições e projetos pedagógicos de instituições como a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Museu da Imagem e do Som, a redução drástica no número de jovens atendidos por projetos como as Oficinas Culturais e as Fábricas de Cultura, demissões de professores, fechamento de vagas em escolas como a Emesp e redução de funcionários”, descreve o Estadão. 

Já uma pesquisa realizada pelo jornalista Pedro Durán, da rádio CBN, dá mais detalhes dos estragos. Vale conferir a tragédia anunciada: 

***** 

Pinacoteca do Estado: 
- Diminuição drástica da programação pública 

- Cancelamento de exposições, palestras e eventos de formação 

- 53 mil alunos deixarão de participar de atividades 

- Cancelar o ingresso gratuito oferecido aos sábados (153 mil visitantes) 

- Demissão de um terço dos funcionários 

- Cancelamento das exposições temporárias 

- Cancelamento da programação cultural do Memorial da Resistência 

Museu Catavento: 
- Redução substancial do número de monitores universitários 

- Eliminação das seções que exigem atendimento individual 

- Paralisação da usual renovação das seções 

- Redução à metade das equipes de apoio à visitação, bilheteria e senhas 

Museu Afro Brasil: 
- Cancelamento de todas as exposições temporárias planejadas para 2019 

- Fechamento do equipamento ao público por 3 dias (sexta-feira, sábado e domingo) 

- 100 mil pessoas deixarão de ser atendidas 

Museu da Imagem e do Som: 
- Redução drástica das 120 cidades atendidas pelo projeto Pontos MIS 

- Redução no horário de atendimento 

EMESP Tom Jobim: 
- 80 colaboradores demitidos 

Conservatório de Tatuí 
- Fechamento do polo de São José do Rio Pardo 

- Demissão de 60 professores 

- 800 alunos sem aulas de música 

Oficinas Culturais: 
- Cancelamento de 120 atividades com 3.600 participantes 

- Cancelamento de 10 grupos do programa de qualificação em artes 

- Cancelamento de 260 encontros de orientação 

Fábricas de Cultura: 
- Cancelamento de 250 ateliês, afetando cerca de 5.100 aprendizes 

- Redução das atividades da programação cultural (fábrica aberta) 

- 30 mil participantes afetados 

- Redução do funcionamento de bibliotecas, deixando de atender 7.500 frequentadores 

- Redução de 40% no acolhimento ao público (4.000 pessoas), na Zona Leste 

- Fechamento de Bibliotecas, Orquestras, Bandas, Oficinas de férias e cursos noturnos 

Museu do Futebol: 
- Operação e serviços aos visitantes severamente afetados 

Museu da Língua Portuguesa: 
- Implantação ameaçada 

Museu da Casa Brasileira: 
- Alteração na agenda de programação cultural 

Casa das Rosas, Guilherme de Almeida e Mário de Andrade: 
- Redução do atendimento em áreas expositivas 

- Cancelamento de 140 atividades da programação cultural atingindo 40.900 visitantes/participantes 

São Paulo Cia. de Dança: 
- 40 mil pessoas sem ser atendidas 

- Redução de 50% no público beneficiado em 2018 

Theatro São Pedro: 
- Encerramento das atividades do Theatro 

- Cancelamento da temporada de óperas e concertos sinfônicos a partir de maio 

- Desmobilização da Orquestra do Theatro São Pedro 

- Público de cerca de 40 mil pessoas ao ano sem atendimento 

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo: 
- Ainda avalia o impacto no orçamento

domingo, 7 de abril de 2019

Mentes Perigosas (Psicopatas) - Ana Beatriz Barbosa Silva.



Eles podem ter várias faces. Disfarçados de pessoas de bem, ocultam o que realmente são: seres calculistas, manipuladores e insensíveis aos sentimentos alheios. Estão ao nosso lado no trabalho, na escola, na vizinhança e no círculo familiar e, a qualquer momento, podem gerar destruição em nossa vida. Eles são os psicopatas, uma ameaça real e silenciosa para toda a sociedade.

Psicopatas não sentem culpa nem compaixão. Não se arrependem. Não nutrem nenhum senso de empatia ou responsabilidade em relação aos outros. Esvaziados de emoção, são capazes de passar por cima de tudo e de todos para satisfazer seus objetivos

O Que Termos Territoriais Coletivos Aprenderam com o Movimento dos Direitos Civis: Tecendo o “C” no TTC.

http://rioonwatch.org.br/wp-content/uploads/2019/02/KCLT-2017-Newsletter_web-1.pdf
Leia a matéria original por John Emmeus Davis* em inglês no boletim do Kulshan CLT aqui. O RioOnWatch traduz matérias do inglês para que brasileiros possam ter acesso e acompanhar temas ou análises cobertos fora do país que nem sempre são cobertos no Brasil.

Existem atualmente cerca de 280 Termos Territoriais Coletivos nos Estados Unidos, mais de 100 na Inglaterra e novos movimentos de TTC na Austrália, Bélgica e Canadá. Eles compartilham uma história comum. Todos estão enraizados em uma rica tradição de oposição e inovação: uma que desafia a crença dominante de que a terra só pode ser possuída como uma mercadoria especulativa, servindo como um veículo para o enriquecimento pessoal; e outra que coloca, como uma alternativa prática, a propriedade da terra como um bem da comunidade, servindo como uma plataforma para o desenvolvimento liderado pela comunidade que é tanto equitativo quanto sustentável.
Esta é uma história muito longa e variada para ser pintada aqui, exceto no mais amplo dos traços. Mas alguns marcos podem ser destacados.
A organização creditada como sendo o “primeiro TTC” emergiu do movimento dos direitos civisno sul dos EUA dos anos 60. A New Communities Inc. foi estabelecida no sudoeste da Geórgiapor veteranos da luta pelo direito de voto e igualdade racial. Ativistas como John LewisSlater King e Charles e Shirley Sherrod passaram a acreditar que uma das chaves para garantir a independência política e econômica dos afro-americanos era que eles possuíssem terras. Mas a propriedade individual estava fora do alcance da maioria dos afro-americanos no sul profundo e era facilmente perdida quando eles adquiriam um terreno, uma casa ou uma fazenda. A posse em comum da terra parecia uma forma mais segura de posse para pessoas excluídas da política e da econômica tradicionais, especialmente quando combinadas com a propriedade individual de casas recém-construídas e a organização cooperativa de agricultura e outros empreendimentos, um híbrido engenhoso que eles chamavam de “community land trust” (termo territorial coletivo).

Esse modelo misto de propriedade existe há décadas, muito antes de sua adoção pela New Communities. Foi um dos pilares das cidades-jardins da Inglaterra, das vilas de Gramdan da Índia, dos ejidos do México e dos assentamentos agrícolas cooperativos em Israel, conhecidos como kibutzim e moshavim. Também foi uma característica de muitas comunidades intencionais estabelecidas nos Estados Unidos durante a primeira metade do século XX. Os fios mais brilhantes de cada um desses precursores se entrelaçaram na New Communities, cujos fundadores visionários acrescentaram um colorido próprio.
Filosoficamente, tudo começou com um inglês, John Stuart Mill. Em 1848, Mill observou que o “progresso comum da sociedade” faz com que o valor da terra aumente. Ele questionou, no entanto, por que esse “incremento social” deveria pertencer a proprietários privados que podem ter feito pouco para obtê-lo. “Eles ficam mais ricos, como se estivessem dormindo, sem trabalhar, arriscar ou economizar. Qual é a alegação deles, sobre o princípio geral da justiça social, para essa ascensão de riquezas?”A resposta de Mill foi que essas riquezas eram “não merecidas” e deveriam ser capturadas em benefício da sociedade.

Trinta anos depois, um editor de jornal em São Francisco chamado Henry George estava tentando desvendar o que ele chamava de “Grande Enigma”. Por que, segundo George, há tanta pobreza em meio a tanta riqueza—pobreza que persiste apesar de progresso social, econômico e tecnológico? Ele tropeçou na teoria de Mill do incremento não ganho. Este foi o momento eureka da vida intelectual de George, permitindo-lhe decifrar o código do Grande Enigma. De repente, George viu os latifundiários como sendo pouco mais do que parasitas alimentando-se da produtividade dos outros, impondo “um imposto invisível pelos empreendimentos”. A solução que ele propôs em um livro intitulado Progresso e Pobrezafoi capturar todos os ganhos de terra por meio de impostos. Nas palavras de George, “é a tomada pela comunidade, pelo uso da comunidade, desse valor que é a criação da comunidade”.
As idéias de George voltaram para a Inglaterra, onde influenciaram um sujeito reformista chamado Ebenezer Howard. Howard publicou seu próprio best-seller em 1898, Cidades-jardins de Amanhã. Howard era realista político demais para acreditar que tributar todos os ganhos de terra era uma estratégia vencedora. Seu mecanismo de escolha para captar o “incremento social” não era a taxação, mas um modelo de posse mista. Ela incentivaria a iniciativa privada e a propriedade individual (bem como a propriedade cooperativa) de casas, lojas, fábricas e fazendas, mas localizaria todas essas atividades em terras arrendadas dos administradores das novas cidades que ele propusera construir. A comunidade seria a proprietária de terras nas cidades-jardins de Howard, começando com Letchworth em 1903.
Nos Estados Unidos, não foi antes dos anos 1920 e 1930 que os assentamentos planejados surgiram na tentativa norte-americana de aplicar os princípios da cidade-jardim inglesa. Porém quando o fizeram, foi o design das cidades-jardins que influenciaram os planejadores urbanos e arquitetos americanos. Os aspectos sociais da visão de Howard foram deixados para trás, especialmente sua defesa de terras de propriedade comunitária.
Houve duas exceções. Arthur Morgan e Ralph Borsodi estabeleceram comunidades na década de 1930, nas quais casas e empresas eram de propriedade individual em terras que eram mantidas por uma corporação sem fins lucrativos. Eles inspiraram uma nova geração de pioneiros a criar o que Borsodi chamara de “land trusts” (termos territoriais).
Na maioria dessas comunidades de arrendamento iniciais, a governança da organização proprietária da terra era mantida por um círculo interno, semelhante ao que Howard chamava de “senhores de posição responsável e de indubitável probidade”. Havia propriedade comum sem cidadania inclusiva.

Foi na New Communities que esses elementos foram finalmente combinados. Em 1970, essa recém-formada organização sem fins lucrativos adquiriu quase 6.000 hectares de terras agrícolas perto de Albany, Georgia—a maior extensão de terras de propriedade dos afro-americanos na época. Eles encontraram uma resistência feroz do establishment branco. Nos 15 anos seguintes, a New Communities foi submetida a uma campanha de assédio constante, marcada por vandalismo, violência e a recusa de agências governamentais em conceder subsídios e empréstimos.
Uma importante lição dessa experiência foi que a propriedade comum da terra não era suficiente. “Construir a amada comunidade“, no léxico do Movimento dos Direitos Civis do Sul, só poderia ter sucesso se um grupo maior de pessoas, além das pessoas que vivem na terra, participassem ativamente do planejamento, apoio, orientação e governança da organização sem fins lucrativos que detinha e administrava a terra. Tinha que haver um “C” no TTC.
A história de New Communities foi apresentada em The Community Land Trust: A Guide to a New Model for Land Tenure in America (Termos Territoriais Coletivos: Um Guia para um Novo Modelo para a Posse da Terra na América), publicado em 1972. Esse livro—e um que apareceu dez anos depois, The Community Land Trust Handbook (Manual do Termo Territorial Coletivo)—prestou homenagem aos land trusts de uma era anterior, ao mesmo tempo em que agregava recursos organizacionais e operacionais que colocaram a “comunidade” ou o “coletivo” à frente e no centro. Esses livros, juntamente com o exemplo inspirador fornecido por New Communities e por ativistas que iniciaram os primeiros TTCs urbanos na década de 1980, lançaram as sementes para a disseminação do modelo que está havendo hoje em todo o país e ao redor do mundo.
Fontes:
Uma história mais detalhada dos TTCs é apresentada no Roots & Branches, um website que traça as origens e evolução do modelo.
A história da New Communities é contada em um novo documentário Arc of Justice: The Rise, Fall and Rebirth of a Beloved Community.
Um resumo dos argumentos econômicos, políticos e legais para a construção de revitalização de moradias populares e vizinhanças no “terreno comum” dos TTCs pode ser encontrado em um artigo recente de revisão de leis.
*John Emmeus Davis é um defensor do desenvolvimento liderado pela comunidade em terras de propriedade comunitária desde 1981, ano em que ele se uniu a um grupo de acadêmicos e ativistas para escrever The Community Land Trust Handbook. Ele passou a produzir muitos outros livros, relatórios e artigos sobre o modelo e a fornecer assistência técnica a dezenas de TTCs nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Bélgica e Canadá. Ele foi o diretor de habitação da cidade de Burlington, VT sob os prefeitos Bernie Sanders e Peter Clavelle. Depois, ele co-fundou a Burlington Associates in Community Development, uma cooperativa nacional de consultoria sobre TTCs. Ele é o jardineiro mestre da Roots & Branches, um co-produtor do filme sobre TTCs, Arc of Justice, e autor do Affordable for Good, Habitat for Humanity International’s 2017 Shelter Report (Moradia Acessível para o Bem, Relatório da Moradia 2017 da Habitat Para a Humanidade). Saiba mais aqui.

Pulou da ponte na vista do povo...[Ficção??...].

Imagem: Homem atravessando uma ponte – pinturaartistica-babu.blogspot.com

#AOutraReflexão
#SomandoVozes
-PULA, PORRA! – uma voz.
-PULA LOGO, PORRA – outra voz.
– PULA! PULA! PERAÍ! PULA NÃO! PULA NÃO QUE MEU CELULAR DE PAU E VOU REINICIAR! – ainda outra voz.

Pessoas rompem com o destino e ali permanecem. Estão felizes. A rotina mata e vão matá-la presenciando uma morte em potencial. Como de costume, foi alguém olhando e que atraiu outros. Coitado de quem não se deixa levar pelo olhar do outro e perdeu, pensavam alguns. Chegou um, dois, seis, dez. Formou-se uma significativa torcida não uniformizada. Os gritos começaram tímidos e alguém possibilitou a coragem necessária ao fazer-se ouvido. Aí foi geral mesmo.
Explico! Havia uma ponte feita pela prefeitura que facilitava os trabalhadores irem para seus trabalhos. Ela nasceu como um projeto de melhoria e foi abandonada. Da maquete inicial, perdeu a beleza. Tanto que nem mais ligavam pra ela. Era uma ponte. E sua única serventia consciente era passar no ônibus. Esse era seu uso. Talvez por isso, numa análise rasa e despretensiosa, aquele homem calculando seus minutos finais se tornou tão atraente. Antes era concreto e só. Ah… e a frase que alguém escreveu há tanto tempo que perdeu a cor:
– EU AMO O AMOR!
O homem não almejava as manchetes vista sua enorme vergonha de estar em evidência. Não tinha amor anterior (recente) para chantagear usando a própria vida. Não tinha filhos pra chorar sua ausência, tão pouco para destiná-los à terapia no futuro por este evento. Brigas, acusações… nada disso. Eu sei. Me contaram depois. Sua angústia nasceu quando o teto de sua casa arrebentou numa chuva e seus bens foram alagados por boletos. Ao realizar a soma de teto quebrado + bens estragados + tempo dedicado à resolução + transtorno do imprevisto, chegou ao resultado final: desemprego. Por sorte não havia apostado as fichas no dito eleito que, até aquele momento, transitava pela vida fazendo merda. Eis uma pequena alegria. Caso contrário, já tinha pulado há tempos!
– NINGUÉM CHAMA A POLÍCIA, HEIN! SE QUER MORRER, MORRE! – com o celular apontado.
– PULA LOGO! VOU PERDER O FRETADO!

– ÁGUA É 2,00! SUCO É 2,00!
No espetáculo, nasce uma figura do lado da plateia sem ingresso. Uma senhora um tanto mais na terra que o futuro morto. Olha a incerteza do homem e entende o tempo como terrível pra certas decisões. Entende que querem comer aquela alma para depois cagar  numa esquina de boteco. Pacientemente cruza a multidão entre pedidos de desculpa e licença, se aproxima dentro do que o momento autoriza e sente os olhos do homem
visualizando cifras. Merda de papel. Arruma o lenço na cabeça, joga levemente a bolsa pra trás e dispara:

– Pula não, seu moço. Vai que calha de ter mais vida pra tu viver. Aí se espatifa no chão e nem se dá a chance de um big mac pra levar todo e qualquer mal da vida. Volta!

sábado, 6 de abril de 2019

PGR envia ao STF manifestações sobre ações que tratam de normas para a arrecadação de ICMS.


Foto do prédio da PGR
Manifestações foram na ADO 45, proposta pelo PSDB, e na ADI 4.969, ajuizada pela Procuradoria-Geral da República em 2013
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pareceres em ações que tratam da arrecadação do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). As manifestações são na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO 45), proposta pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4.969, ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, em 2013.
Por meio da ADO 45, o PSDB alega que, no exercício de 2017, ocorreram omissões e atrasos por parte do governo de Minas Gerais no repasse de parcelas da participação dos municípios na arrecadação do ICMS. No parecer, a procuradora-geral manifesta-se pelo não conhecimento da ação e, no mérito, pela improcedência do pedido. Raquel Dodge explica que a ação questiona o atraso do estado em efetuar o repasse, aos municípios mineiros, da parcela de 25% do ICMS arrecadado, do qual trata o artigo 158, inciso IV, da Constituição Federal. Segundo ela, o texto constitucional não pormenorizou o regramento relativo à entrega das parcelas do tributo aos entes municipais, sobretudo no que se refere a circunstâncias como periodicidade e forma de repasse, deixando tal tarefa a cargo do legislador infraconstitucional.
A PGR assinala que é imprescindível, para o ajuizamento de ADO, a ocorrência de alguma conduta omissiva, seja ela de natureza legislativa, regulamentar ou administrativa, de modo a obstar a efetivação de alguma determinação contida no texto constitucional. No caso, a procuradora-geral aponta que a disciplina em questão está na Lei Complementar 63/1990 e que a pretensão deduzida na ação é voltada a impor ao Estado o cumprimento de parâmetros introduzidos por norma de caráter legal. “Diante da inexistência de determinação constitucional expressa pendente de concretização, deve-se reconhecer o descabimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão”, afirma. Por fim, o parecer informa que, de acordo com informações prestadas pelo governador de Minas Gerais, os repasses das parcelas de ICMS aos municípios mineiros, mesmo que tenham sofrido atraso, foram devidamente efetivados. “Logo, não há que se falar em omissão quanto ao dever estabelecido no art. 158-IV da Constituição da República”, conclui.
ADI 4.969 – Nesta ADI, a PGR questiona dispositivos que concedem benefícios fiscais do ICMS a contribuintes do setor sucroalcooleiro do Acre. Segundo a ação, as normas contidas na Lei 2.445/2011 daquele estado, que instituiu o Programa de Incentivo à Produção de Álcool, Açúcar, Energia Elétrica e Derivados de Cana-de-açúcar violam o artigo 155, parágrafo 2º, inciso XII, alínea g, da Constituição. O dispositivo constitucional determina que cabe à lei complementar regular a forma como, mediante deliberação dos estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais relativos ao ICMS serão concedidos.
No parecer, a procuradora-geral destaca a edição da LC 160/2017 e do Convênio Confaz 190/2017, que teriam convalidado os benefícios fiscais de ICMS concedidos até 8 de agosto de 2017. Ela informa que as normas foram questionadas pelo governador do Amazonas por meio da ADI 5.902.
Por esse motivo, Dodge argumenta que a análise da perda de objeto da ADI 4.969 depende da decisão do STF na ação proposta pelo governador do Amazonas. Segundo ela, a extinção da presente ação antes da mencionada apreciação e deliberação seria precipitada, “já que teria o potencial de maior insegurança jurídica no terreno já suficientemente complexo dos incentivos e benefícios fiscais de ICMS, componentes da chamada 'guerra fiscal'”. Nesse sentido, o parecer da PGR é no sentido de sobrestar a análise da ação proposta pela PGR contra a norma do Acre até que se resolva sobre a compatibilidade da legislação mais recente com o texto constitucional. No mérito, a procuradora-geral opina pela procedência da ADI 4.969, reiterando as razões da petição inicial.

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