quinta-feira, 16 de maio de 2013

Nilton Monteiro: Desmoralizar é pouco, agora querem sua morte.

Participante, denunciante e testemunha dos esquemas de corrupção envolvendo o senador Aécio Neves se torna preso político em plena democracia.
 
Nesta segunda-feira, 06, a Polícia Civil de Minas Gerais distribuiu nota a imprensa, informando que; “Foi preso hoje, pela Polícia Civil, Nilton Antônio Monteiro, cuja prisão preventiva havia sido decretada pela justiça estadual de Minas Gerais. A prisão foi requerida pela autoridade policial, com parecer favorável do Ministério Público, e decretada pelo juízo da Vara de Inquéritos policiais de Belo Horizonte. 

Nilton Monteiro

A decisão foi proferida em decorrência de Nilton Monteiro, preso no ano 2011 e solto pelo juízo, ter praticado reiteradamente diversos crimes. 

O principal motivo da prisão foi o fato de Nilton Monteiro apoiar em documentos falsos, inserindo em processo, para se habilitar um crédito inexistente, calcado em falsidade não só documental, mas em fraude. 

Nilton Antônio Monteiro é investigado em diversos inquéritos policiais e processos judiciais pela prática dos crimes de estelionato, falsidade documental, comunicação falsa de crime, uso de documento falso e formação de quadrilha”.

Por ter participado, rompido e ser testemunha ocular e detentor de toda documentação que comprova os diversos esquemas de corrupção montado pelas principais figuras da classe política mineira após a “Nova Republica”, Nilton transformo-se em “risco permanente”, principalmente diante da pretensão do senador Aécio Neves em disputar a Presidência da República em 2014.

Afinal, quem é este Nilton Monteiro que desperta tanto pavor, obrigando que os integrantes do Governo de Minas, apoiados pelo próprio governador Anastasia, se exponham ao executar diversas prisões, comprovadamente arbitrarias até então apenas no intuito de desacreditá-lo?

Sabidamente Nilton Monteiro não é santo, foi interlocutor entre os esquemas de corrupção montados após a conquista do Estado pelo lado podre da política mineira através da “Nova República”.

Devido ao seu pequeno porte físico e cara de criança era conhecido pelas diversas organizações criminosas que atuaram nas varias áreas do setor público como o filho de Sérgio Naya."

Sérgio Augusto Naya nasceu em 1942 em Laranjal, zona da mata mineira, na época um aglomerado de casas dentro da fazenda da família Flores, maior produtora de café da região. Formou-se engenheiro no final dos anos 1960 em Juiz de Fora e mudou-se para Brasília, onde muitos empresários da construção civil faziam fortunas.

Na capital federal aproximou-se do Poder pelas mãos do general Golbery do Couto e Silva que costumava repetir: "Esse menino tem instinto para ganhar dinheiro." No final dos anos 1970, já sócio da construtora Sersan, o governo militar lhe delegou a construção do polêmico "Bolo de Noiva", que levou nove anos para ser concluído.

No governo João Figueiredo, associou-se ao empresário Paulo Octávio, à época genro do ministro da Marinha, Maximiano da Fonseca, para a construção do hotel St. Paul, onde a Marinha adquiriu 40 dos 272 apartamentos.

Em 1986, tentou uma vaga para a Assembleia Constituinte pelo PMDB-MG, mas obteve apenas a suplência, vindo a assumir a vaga no ano seguinte, devido à cassação de Mário Bouchardet (PMDB-MG).

Em 1990, concorreu novamente a deputado federal sendo o mais votado de Minas Gerais. Em 1994 obteve um terceiro mandato, desta vez pelo PP, o qual não cumpriu até o final, devido á sua cassação em abril de 1998.

Conhecedor dos “atalhos” da maquina pública federal em Brasília, Naya, na condição de deputado, passou a administrar um grupo de colegas recém eleitos, igualmente sem qualquer compromisso e tradição política, em paralelo ao esquema que mais tarde transformou-se na CPI denominada “Anões do Orçamento”.

Tratava-se de uma operação montado na Câmara Federal para fraudar a aplicação dos recursos fruto das emendas parlamentares e outros dispositivos do Orçamento da União.

Com a cassação dos integrantes do denominado “Anões do Orçamento”, Sérgio Naya passou a operar de 1993 a 1998 o gigantesco esquema de corrupção junto a Comissão de Orçamento da Câmara Federal.

Diversos deputados e empresas participavam deste esquema e por indicação e representando os interesses de Naya, Nilton foi o operador, ou seja, atuava do início ao fim do processo, mantendo contato com as empresas para negociar o valor da propina que seria paga, assim como fazia o recebimento das mesmas com a entrega ao deputado ou político beneficiado.  

Como as emendas dos parlamentares levavam tempo para serem pagas e por conseqüência o recebimento da propina combinada, Sérgio Naya cobrava juros para antecipar para os parlamentares os valores a serem recebidos. Como garantia os deputados entregavam a Naya uma Nota Promissória ou documento equivalente oficializando a dívida.

Após a Rede Globo divulgar vídeo de reunião política em Três Pontas, interior de Minas Gerais, onde o Naya confessou vários crimes, dentre os quais que ele falsificara a assinatura do então governador Eduardo Azeredo, Sérgio Naya é cassado, passando a partir desta data a delegar a Nilton Monteiro a cobrança do cumprimento dos acordos assim como os recebimentos das dívidas assumidas pelos deputados federais e outros políticos.

Monteiro, como todo lobista, tinha uma participação no que conseguia “prospectar”. Esta é a palavra utilizada nas rodas de lobistas, nada mais que uma comissão. Com a crise financeira, devido à queda de dois prédios no Rio de Janeiro, com seus bens indisponíveis, Naya passou diversas destas dívidas para Monteiro, assim como, devido sua fidelidade de anos, principalmente quando esteve preso e depois em sua doença, indicou-o seu herdeiro.

De posse dos documentos e após cassação e posterior morte de Naya, Nilton, sem sucesso, tentou receber e os devedores passaram a questionar as dívidas sob a alegação de que não teriam assinado. Tudo porque Naya havia dito em uma reunião política em Três Pontas que falsificara a assinatura de Eduardo Azeredo, quando governador de Minas Gerais, isso se transformou em argumento.

O esquema de Furnas, embora atribuído a Dimas Toledo, na verdade o mesmo era apenas testa de ferro do pai de Aécio Neves, o ex-deputado Aécio Cunha, que do Conselho de Administração da empresa comandava tudo.  Era para Aécio Cunha ter ocupado a presidência de Furnas após a posse de Sarney, pois este era um compromisso de Tancredo.

Porém, assim que Sarney assumiu estourou o mega escândalo, do Brasilinvest, um banco de investimento pertencente a Mario Garnero, que se casara com uma herdeira do poderoso Grupo Monteiro Aranha, que possuía 20% do capital da recem-instalada Volks, do Brasil. Nos anos 70, Garnero assumiu cargo na Volks, como representante do grupo.

No auge do chamado “Brasil Grande”, junto com o "Bilderberg Group", ele montou um congresso em Salzburg, Alemanha, para onde convergiu a nata do capitalismo mundial da época. Do encontro surgiu a ideia do banco de investimento, com a participação de grandes multinacionais, incumbido de preparar projetos para investimentos externos no país.

O Brasilinvest emprestava para um conjunto de holdings de nomes africanos, controladas por ele próprio. Aí, na condição de presidente do banco, ele convocava os acionistas para aumentos de capital. E definia prazos incompatíveis com a lentidão do processo de decisão das grandes multinacionais.

Um dos membros do Conselho da Brasilinvest era Aécio Cunha, pai de Aécio Neves. Os outros três eram os mais influentes empresários brasileiros: Smidt, Sauer e Mauro Salles.

Aécio Cunha também se encontrava desgastado, pois no período em que Figueiredo esteve internado em Cleveland, para operar do coração, armou-se uma conspiração civilista no país, tentando colocar o vice-presidente Aureliano Chaves na presidência.

Essa operação deu-se entre os líderes empresariais reunidos pelo jornal Gazeta Mercantil. Participaram dela desde o empresário Abílio Diniz até economistas como Luiz Gonzaga Belluzzo e João Manuel Cardoso de Mello. Seria o caminho mais rápido para abreviar a sucessão para um civil. Figueiredo teria sido avisado por Garneiro e Cunha, abortando tal iniciativa.

Nilton, embora freqüentasse esta roda, nada sabia sobre as ligações políticas que o envolviam e passou a ser utilizado por integrantes do grupo para mediar conflitos. Diante da possibilidade da perda de seu cargo em Furnas, Dimas Toledo entregou a Monteiro a Lista de Furnas para que fosse entregue ao grupo de Aécio Cunha que o abandonara.

Assim como Claudio Mourão entregou-lhe a documentação relativa ao Mensalão Tucano para que Monteiro apresentasse a Azeredo obrigando-o a honrar uma dívida milionária que o levara a perder tudo.

Revoltado e sem qualquer Poder para obrigar que seus devedores lhe pagassem, partiu para o ataque cobrando judicialmente as dívidas, denunciando e apresentando os documentos que tinha e testemunhando o que sabia. 

Diante do antecedente criado pela confissão de falsificação por Naya da assinatura de Azeredo, apoiado pelo que existe de mais podre nas Polícia Civil, Ministério Público e no Judiciário, tentam agora desacreditar Monteiro, prendendo-o sob a acusação de falsário. Ninguém, contudo, ressalta que Naya, em suas declarações, afirmara o que falsificara e que fora ele próprio quem fizera. 

Novojornal disponibiliza abaixo cópia da transcrição do vídeo que motivou a cassação de Sérgio Naya, para que o leitor faça sua análise. Com o auxílio de parte da mídia, da Polícia Civil, Ministério Público e Judiciário, os Tucanos Mineiros querem desacreditar a testemunha de seus atos de corrupção.  

Novojornal deixa de citar o nome dos devedores de Monteiro, pois não teve como obter esta informação devido ao fato dele estar preso, porém, assegura que a maioria das cobranças está sendo analisadas pela Justiça, que comprovou a autenticidade das mesmas. Como Novojornal já noticiou, autoridades do Governo de Minas em vez de pagarem suas dívidas, mandam prender e sumir com seus credores.

Este é o Nilton Monteiro que sabidamente é hoje um homem marcado para morrer. 

Documento que fundamenta esta matéria

Cópia da transcrição do vídeo que deu origem a cassação de Sérgio Naya

Matéria Lincada de: http://www.novojornal.com/politica/noticia/nilton-monteiro-desmoralizar-e-pouco-agora-querem-sua-morte-08-05-2013.html

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