quarta-feira, 10 de março de 2010

BIG BROTHER BRASIL.

Recebi este E-mail hoje e resolvi adicioná-lo neste Blog pois concordo com o seu conteúdo e gostaria de saber a sua opinião a respeito.

BIG BROTHER BRASIL - Autor: Antonio Barreto, Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.



Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

FIM

Salvador, 16 de janeiro de 2010.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Herzer - Feliz dia das Mulheres


No próximo dia 08 de março, comemoraremos o dia internacional da mulher, resolvi homenagear a memória de uma personagem que marcou minha juventude, me refiro a Sandra Mara Herzer ou Anderson Bigode Herzer, como ela mesmo se autodenominava. Mulher guerreira, órfã de pai e mãe desde criança, cresceu perambulando pelas ruas, homossexual assumida, pobre, drogada e como ex-interna da FEBEM de São Paulo, aos vinte anos de idade, ela encontrou na morte os fins de seus dramas.


Era mulher sensível, porém rebelde e incompreendida. No livro testamento que deixou ela dizia, quem conheceu a FEBEM – Conheceu o lado mais cruel da vida, valendo citarmos uma de suas frases... “Senhor me ilumine nesta estrada, pois minha visão é embaçada pelos prantos que ainda trago de outrora” (Herzer).


Vale o relato de como era difícil, na época da abertura política alguém querer se assumir e se impor como “diferente”, ou seja como mulher e pobre demonstrar perante toda a sociedade sua condição de homossexual assumida. Na década de 1980, quando esta obra foi lançada pelo circulo do livro foi um sucesso de venda um assombro pra muita gente, e por mim nunca esquecida.


Este livro elaborado com o coração além do depoimento da vida, trás os poemas, versos de uma alma sonhadora, poética, e termina por relatar a destruição de uma vida, servindo como um grito de liberdade de alguém que teimava e só queria viver.




“Minha Vida, meu aplauso”.

Fiz de minha vida um enorme palco

Sem atores para a peça em cartaz

Sem ninguém para aplaudir este meu pranto

Que vai pingando e uma poça se faz.


Palco triste é meu mundo desabitado

Solitário me apresenta como astro

Astro que chora, rí e se curva à derrota

E derrotado muito mais astro me faço.


Todo mundo reparou no meu olhar triste

Mas todo mundo estava cansado de ver isso

E todo mundo se esqueceu de minha estréia

Pois todo mundo tinha um outro compromisso.


Mas um dia meu palco, escuro, continuou

E muita gente curiosa veio me ver

Viram no palco um corpo já estendido

Eram meus fãs que vieram para me ver morrer.


Esta foi a noite que virei astro

A multidão estava lá, atenta como eu queria

Suspirei eterna e vitoriosamente

Pois ali o personagem nascia

E eu, ator do mundo, com minha solidão....

Morria!


(Autoria – Anderson Bigode Herzer).

A Gota de Sangue

Eu decaí, eu persistí

Tentei por todos os meios ser forte.

Lutei contra o tempo,

Chorei em silêncio

Gritei seu nome ao vento

Sou filho da gota

Fui templo da miséria

Meu pai, um perdido

Minha mãe, a megera.


Cresci vendo prantos,

Dormi em meio à mata

Chorei gotas sangüíneas

Sou o pecado, sou a traça.

Eu ouvi um grito de desespero,

Vi a lenta corrupção,

Vi o olhar do corruptor,

Vi uma vida na destruição

Eu vi o assassinato do amor.


Tentei, venci a vitória conquistei

Porém um dia faleci.

Hoje estou em sua lembrança

Eu sou sua alma oculta

E serei sua esperança.


(Autoria – Anderson Bigode Herzer).