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Inocentado por um júri na Flórida, George
Zimmerman se viu livre da acusação criminal de matar a tiros o
adolescente negro desarmado Trayvon Martin, mas ainda está sob o fogo
dos líderes dos direitos civis e críticos que ficaram consternados com o
veredicto.
SANFORD, Estados Unidos, 14 Jul(Reuters) -
Inocentado por um júri na Flórida, George Zimmerman se viu livre da
acusação criminal de matar a tiros o adolescente negro desarmado Trayvon
Martin, mas ainda está sob o fogo dos líderes dos direitos civis e
críticos que ficaram consternados com o veredicto.
As seis mulheres do júri, que deliberaram durante 16 horas ao longo
de dois dias, decidiram na noite de sábado que Zimmerman não é culpado
da acusação de assassinato em segundo grau e de homicídio culposo, um
caso que polarizou os norte-americanos.
Debates sobre discriminação racial, armas, leis de defesa pessoal e
igualdade de justiça, que surgiram depois do acontecimento em 2012,
continuavam na manhã seguinte ao veredicto.
"Continuo estupefato com a decisão", disse à emissora CNN um líder
dos direitos civis Jesse Jackson neste domingo. "O Departamento de
Justiça (dos EUA) precisa intervir para levar isso para outro nível."
O presidente da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor,
Benjamin Jealous, afirmou neste domingo que ele havia falado com
autoridades da Justiça sobre fazer acusações federais de direitos civis
contra Zimmerman.
"Quando você olha para os comentários feitos por jovens negros que
viviam naquele bairro, sobre como se sentiam especialmente visados por
(Zimmerman), há motivos para pensar que a raça foi o motivo pelo qual
ele alvejou o jovem Trayvon", disse Jealous à CNN.
Os jurados ficaram isolados durante as três semanas de depoimentos e
permaneceram anônimos por ordem judicial. Eles se recusaram a falar com
jornalistas depois da decisão.
Os advogados de defesa argumentaram que Martin, de 17 anos, atacou
Zimmerman na noite de 26 de fevereiro de 2012, em um condomínio fechado
em Sanford, na Flórida. Os promotores tinham que provar que Zimmerman
cometeu um crime ao perseguir Martin e que ele não agiu em legítima
defesa.
O tribunal liberou Zimmerman de portar um aparelho de monitoramento
eletrônico que vinha usando durante a liberdade condicional. Zimmerman,
que tinha recebido ameaças de morte, agora enfrenta a possibilidade de
um processo civil por homicídio culposo pela família de Martin.
O drama tenso que foi crescendo ao longo dos 16 meses terminou tarde
da noite com a leitura do veredicto, quando um funcionário do tribunal
disse "inocente".
Zimmerman, de 29 anos, não demonstrou emoção num primeiro momento, porém, mais tarde, abriu um sorriso depois de se sentar.
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