Jacques de Molay, gravura de Amedee Felix Barthelemy Geille |
A 22 de março de 1312, o papa Clemente 5º dissolveu a Ordem dos
Templários, alegando degeneração e heresia.
A ordem, criada em 1119 para
proteger os peregrinos, foi uma das mais poderosas organizações da
Idade Média.
Tesouros afundados, atos heroicos, ritos religiosos secretos e uma
forte crença comum: este o material de que são feitos os mitos.
A Ordem
dos Cavaleiros do Templo era uma das mais poderosas e enigmáticas
sociedades secretas da Idade Média. Fundado em torno de 1119, em Jerusalém, por cruzados franceses, o grupo
nasceu para proteger peregrinos cristãos que empreendiam a longa e
perigosa jornada até a Terra Santa. Séculos mais tarde, o tema dos
templários foi enfocado por Umberto Eco em seu livro O Pêndulo de Foucault.
Com rituais de iniciação, voto de pobreza e uma dedicação espartana, os
templários se tornaram monges-guerreiros, detentores de profundo
conhecimento esotérico e donos de enorme fortuna.
No ano 1139, uma bula papal determinou que os cavaleiros não estariam
subordinados a nenhum outro poder a não ser o do papa. Jovens nobres de
todo o mundo cristão seguiram o ditado e doaram seus bens à organização.
Aumento da influência - Aos poucos, passaram a influenciar os centros do poder político e
financeiro em toda a Europa e na Terra Santa. Os cheques, por exemplo,
são uma invenção dos templários. Também foram responsáveis por outros
importantes inventos e descobertas na medicina, na navegação e na
construção de estradas.
Em 1307, às vésperas de a ordem completar 200 anos, o rei da França,
Felipe, o Belo – que tinha dívidas com os templários –, começou a
perseguir a organização. Os bens foram confiscados e os membros, presos.
Sob tortura, foram obrigados a confessar a prática de obscenidades,
homossexualismo e a negação de símbolos cristãos.
Pouco tempo depois, o papa Clemente 5º ordenou a todas as dinastias na
Europa a prisão de templários e o confisco de seus bens. No dia 22 de
março de 1312, o Santo Padre decretou o fim da Ordem dos Cavaleiros do
Templo e, dois anos mais tarde, 500 membros foram queimados vivos em
Paris, entre eles, seu último grã-mestre, Jacques de Molay.
Pedro Álvares Cabral - Alguns templários sobreviventes foram acolhidos pelo rei de Portugal,
dom Dinis. Em 1317, ele obteve permissão de Roma para fundar a Ordem dos
Cavaleiros de Cristo, que manteve a estrutura e os símbolos dos
templários.
A maioria dos grandes viajantes portugueses, entre eles Pedro Álvares
Cabral, pertencia à Ordem de Cristo e suas armadas singravam os mares
com a Cruz de Copta, o símbolo dos templários, impressa nas velas.
Ao desembarcar no Brasil, vestindo o manto da Ordem de Cristo, Cabral
estava, de certa forma, concretizando uma antiga profecia dos Cavaleiros
do Templo. Grande padrinho das navegações lusitanas, infante dom
Henrique foi, não por acaso, o administrador da Ordem dos Cavaleiros de
Cristo. (bf/rw)
FONTE: http://www.dw.de/dw/article/0,,481381,00.html
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