Governo endurece o diálogo com os servidores e avisa que LDO não vai prever aumento em 2013 nem pagará dias parados.
JULIANA BRAGA & JORGE FREITAS.
O
governo enviou ontem dois duros recados aos servidores públicos.
Primeiro: não vai prever aumento de salários na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO), que está sob análise do Congresso.
Segundo: mandou
cortar o ponto de todos os grevistas que estão de braços cruzados há
três semanas.
O Palácio do Planalto assegurou que ainda está disposto a
negociar com o funcionalismo, mas, diante da gravidade da crise mundial,
que derruba a atividade econômica e contém o crescimento das receitas
com impostos, a correção da folha deverá ficar mesmo para 2014, último
ano do mandato da presidente Dilma Rousseff.
"Vamos
continuar com as mesas de negociações, mas está muito difícil ceder aos
pleitos dos servidores", disse um graduado assessor de Dilma. Segundo
ele, a recomendação da presidente é manter a cautela com os gastos,
diante da gravidade do quadro internacional e não esticar a corda para a
situação não "desandar".
"Com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
para ser votada na próxima semana no Congresso, a orientação é não
incluir nem deixar passar emendas que aumentem os proventos do
funcionalismo", ressaltou.
Contraponto. Na
avaliação do governo, é preciso que o funcionalismo dê a sua cota de
sacrifício, sobretudo porque, desde 2003, o governo vem concedendo
reajustes. Por isso, o Palácio pede que os grevistas voltem ao trabalho,
de forma que as conversas se deem em um ambiente de maior serenidade.
Mas para reforçar que o Planalto não permitirá abusos, os responsáveis
pela área de Recursos Humanos do Poder Executivo, Sérgio Mendonça e Ana
Lúcia Amorim Brito, encaminharam aos ministérios e autarquias
correspondência determinando o corte dos pontos.
Os órgãos terão ainda
que informar ao Ministério do Planejamento, a cada três dias, a extensão
das paralisações e os prejuízos atuais e iminentes para o país.
Os
números da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal
(Condsef) dão uma dimensão da paralisação e do impacto dos aumentos
salariais sobre as contas públicas.
Segundo a entidade, são 350 mil
servidores parados em 23 estados e no Distrito Federal, pertencentes a
26 categorias do Executivo. Eles pedem aumento linear de 22,8%, um custo
de R$ 35 bilhões para os Três Poderes.
Piora geral. Dia
após dia, o governo está sendo surpreendido com números ruins da
economia. No início do ano, apesar da gravidade da crise mundial,
esperava-se que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceria 4,5%.
Agora, a
equipe liderada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admite um
avanço entre 1,5% e 2%. Caso haja sinais de reversão desse quadro, pode
ser que, para algumas categorias seja concedido o aumento.
A equipe
econômica observa o desenrolar da situação no mês de julho e aguarda os
números do segundo trimestre para avaliar o quadro. O governo espera que
as medidas adotadas nos últimos meses, como a redução de IPI para
veículos, comece a estimular a atividade.
FONTE:http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha
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