
Paula Filizola - Sindicato que representa professores de seis universidades aceita proposta salarial. Outras entidades resistem.
O governo federal vai assinar hoje acordo de reajuste salarial com a
Federação de Sindicatos dos Professores de Instituições de Ensino
Superior (Proifes), entidade que representa somente seis das 57
universidades federais que estão paralisadas há 78 dias.
Com o acerto,
que prevê correções entre 25% e 45%, o Executivo deu por encerrada a
mesa de negociações com os docentes universitários. No entanto, o fim da
greve ainda é incerto.
O Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o Sindicato Nacional de
Educação Básica, Ciência e Tecnologia (Sinacefe) e a Confederação dos
Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) mantiveram a rejeição
à proposta do Executivo e continuam em greve.
A presidente do Andes-SN, que representa a maioria das instituições,
Marinalva Oliveira, afirmou que, no encontro com as entidades, ontem à
noite, no Ministério do Planejamento, o governo foi intransigente e
manteve, em essência, a desestruturação da carreira docente nas duas
propostas apresentadas. “Não houve avanço. Vamos intensificar a greve e
mostrar quem tem força política”, ameaçou. Participaram da reunião o
secretário de Relações do Trabalho do ministério, Sérgio Mendonça, e
representantes do Ministério da Educação.
Mesmo nas instituições aliadas ao Proifes, o fim do movimento
precisa ser referendado pelas bases nas assembleias. A expectativa do
governo é de que algumas instituições normalizem as atividades a partir
da semana que vem. A Universidade Federal de São Carlos (UFScar) já
sinalizou que aceita a proposta e deve encerrar a greve.
Pesquisa
De acordo com o presidente do Proifes, Eduardo Rolim, a decisão de
aceitar a proposta do governo federal foi baseada no resultado de uma
pesquisa on-line com mais de cinco mil docentes de 43 universidades e
institutos federais. Segundo ele, individualmente, 74% dos profissionais
responderam de maneira favorável ao acordo com o governo.
O resultado contrasta com os números apresentados pelas entidades
sindicais. Em 56 das 59 bases das universitárias houve rejeição à
propostas do governo.
As 34 assembleias do
Sinacefe também se mostraram contrárias. O Planalto, agora, vai
formular um projeto de lei de reajuste dos docentes para enviar ao
Congresso Nacional até 31 de agosto. De acordo com Executivo, não haverá
mais modificações na proposta.
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