Luanda - O líder da Igreja
Universal do Reino de Deus em Angola, Bispo José Augusto Dias,
esclareceu hoje, em Luanda, que a congregação pretendeu com a "Vigília
da Virada – Dia do Fim", realizada a 31 de Dezembro, apenas "suprir as
necessidades espirituais dos crentes".
"Nos
últimos dias, tem havido muita especulação sobre o evento", afirmou o
religioso em conferência de imprensa, sem fundamentar se as eventuais
insinuações referem-se aos dizeres do cartaz publicitário do ato ou à
causa das mortes.
Segundo
o cartaz da igreja, posto a circular em Luanda, tratar-se-ia de uma
vigília alusiva à passagem de ano, cujo convite trazia os dizeres "O Dia
do Fim. Venha dar um fim a todos os problemas que estão na sua vida:
doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja e olho grande".
A
esse respeito, o também Bispo Felner Batalha, porta-voz da comissão
criada para acompanhar o sinistro, pela igreja, explicou que o Dia do
Fim representou apenas uma expressão indicativa do final de mais um ano e
não a um suposto termo definitivo de todos os problemas.
"Nós
apenas associamos o dia 31 de Dezembro, que é o último do ano, e
levamos as pessoas a usarem a sua própria fé juntamente conosco, para
determinarem o fim dos problemas espirituais, familiares (…)", disse.
Acrescentou
que isso já tem sido feito nos seus templos, onde levam as pessoas ao
uso da fé. "Graças a Deus, temos muitos testemunhos de crentes que
usarem a fé e foram curados e libertos", sustentou o Bispo.
"Nós
cremos na proteção divina e todas as coisas que acontecem debaixo do
Céu sobre a terra não fogem do controle de Deus. Existe influência do
mal, mas nós fomos lá (Cidadela) com o intuito de ajudar as pessoas a
darem resposta aos seus anseios espirituais", alegou.
Quanto
as questões organizativas do evento, que juntou mais de 200 mil crentes
(segundo dados da polícia), o Bispo José Augusto Dias explicou que a
igreja solicitou antecipadamente o apoio da Polícia Nacional, do
Corpo de Bombeiros e dos serviços de Proteção Civil, bem como dos
Serviços de Emergências Médicas e da Cruz Vermelha de Angola.
Disse
terem mobilizado ainda quase cinco mil e 300 obreiros e outros 100
técnicos, entre médicos e enfermeiros, para ajudarem os serviços de
emergências médicas.
"Relativamente
a vigília, nós nos precavemos de tudo. Todas as medidas de segurança
foram tomadas para a realização do evento. Não é que fomos
irresponsáveis, porque até não é a primeira vez que realizamos eventos
dessa natureza.
Praticamente todos os eventos promovidos movimentaram multidões e nós temos experiência com isso", asseverou.
Informou
que estão a fazer auscultação junto da polícia, para chegarem a uma
conclusão sobre o que de fato motivou a ocorrência. "Depois, na devida
altura, daremos as reais razões deste lamentável incidente", garantiu.
Apelou às pessoas a respeitarem a dor da igreja, das famílias e que haja, nessa hora, palavras de conforto.
Na mesma conferência, a igreja disse ter registo de 12 mortos e 120 feridos, maior parte deles já teve alta médica.
Dados divulgados hoje pelo Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros indicam 13 mortos e 120 feridos.
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