O clima voltou a ficar tenso ontem (22) no antigo
garimpo de Serra Pelada, onde a Colossus Mineral está implantando uma
mina subterrânea para extração de ouro em parceria com a cooperativa dos
garimpeiros, a Coomigasp.
Por volta de meio dia, um grupo de aproximadamente
200 pessoas marchou para a frente do projeto e lá montou acampamento.
Pela estrutura implantada no local, ficou evidente o propósito do grupo
de pernoitar e ali permanecer por tempo ainda indeterminado.
Um relato da situação foi transmitido para o
presidente do Sindicato das Indústrias Minerais do Pará (Simineral),
José Fernando Gomes Júnior pelo gerente de relações institucionais da
Colossus, Armando Pingarilho.
Ele disse que os representantes do grupo
propuseram a paralisação das atividades da mina até que o Poder
Judiciário venha a determinar claramente qual grupo irá permanecer à
frente da Coomigasp.
Em difícil negociação, foi explicado que o sistema de
geração de energia e bombeamento não poderia em nenhuma hipótese ter
interrompida a sua operação, situação que poderia até mesmo provocar o
desmoronamento do túnel de acesso à mina.
Ao final das conversações o grupo permitiu a troca de
turno de 40 homens para manutenção das atividades de preservação mínima
da estrutura física. Os próprios “visitantes”, porém, já deixaram claro
que isso é só o começo.
Na conversa que tiveram ontem com a direção da
empresa, manifestantes informaram que há pelo menos vinte ônibus a
caminho do local. O clima de conflito causado pelos manifestantes cria
um ambiente hostil para os trabalhadores e causa insegurança aos
moradores da vila.
“Estamos dispostos a morrer por esta causa e chamar a
atenção do mundo. A Colossus terá que rever de imediato as armadilhas
jurídicas que armou contra o povo garimpeiro dentro da justiça do
Pará”, disse Daniel Carvalho, presidente da ADEPAG (Associação de Defesa
do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp).
Um grupo de dez calejados garimpeiros pretendem
iniciar nas próximas horas uma greve de fome que só irá encerrar até
que tudo seja resolvido. “Lutei por muito tempo pela mina de Serra
Pelada e não é justo o que essa empresa e as autoridades estão
fazendo com agente”, disse Honorato Pereira, garimpeiro de 74 anos que
sofre de diabetes e de pressão alta.
Entenda o caso
No ano passado parte da diretoria da Coomigasp, que tinha a frente Gesse Simão, foi destituída pela juíza Eline Vieira sob a acusação de que haveria indícios de irregularidades financeiras e contratuais na relação da Cooperativa com a Colossus Minerals, Assumiu a presidência Valder Falcão, destituído pelos garimpeiros em Assembleia Geral.
No ano passado parte da diretoria da Coomigasp, que tinha a frente Gesse Simão, foi destituída pela juíza Eline Vieira sob a acusação de que haveria indícios de irregularidades financeiras e contratuais na relação da Cooperativa com a Colossus Minerals, Assumiu a presidência Valder Falcão, destituído pelos garimpeiros em Assembleia Geral.
Em uma nova
Assembleia Geral, Vitor Albarada foi eleito e sequer chegou a tomar
posse já que a justiça deferiu pedido de cancelamento das Audiências
Públicas, fato que gerou a revolta do grupo de garimpeiros que agora
interditam o acesso ao garimpo.
Segundo a diretora da Colossus, Rosana Enther, a
interdição da mina prejudica os próprios garimpeiros pois já houve uma
queda do valor das ações da empresa. Já os garimpeiros dizem “não ter
nada a ver com isso, apenas lutam por seus direitos”.
Uma guarnição da PM está no local, mas não agiu em virtude da manifestação ser pacífica e legítima.
A Colossus não emitiu nota sobre a interdição.
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