Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil.
Rio de Janeiro – Milhares de pessoas se reuniram hoje (8) na Praia de
Copacabana para a 6ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa,
promovida pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio.
"A caminhada é importante porque mostra o conjunto de todas as
religiões. A gente tem que defender o Estado Democrático de Direito, e
levar em conta que, além de religiosos, somos todos cidadãos.
A
democracia no Brasil tem que se consolidar e compreender que a religião
não tem que se impor ao Estado Laico. Ela pode sugerir, mas respeitar o
espaço de todos. Essa é uma riqueza da sociedade brasileira em que temos
que insistir", disse o babalaô Ivanir Santos, presidente da comissão.
Ivanir destacou que a caminhada cresceu em número de religiões
representadas, e comemorou a adesão maior dos evangélicos ao movimento.
Apesar disso, ele lamentou a ausência de líderes protestantes. "O
desafio é avançar e convencer os segmentos evangélicos de que temos que
estar todos juntos".
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial,
Luiza Bairros, participou da caminhada e pediu aos líderes religiosos
que apoiem o Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa. "São
atores políticos importantes os que estão aqui e devem nos ajudar a
tornar realidade esse plano, uma realidade que se faz não somente em
função de nossas iniciativas [do governo federal], mas pelas
possibilidades de envolver os governos estaduais e prefeituras, porque,
sem elas, o plano não se realiza".
Representando
a Igreja Católica, religião com o maior número de fiéis no Brasil, o
padre Fábio Luiz de Souza defendeu o conhecimento de todas as crenças.
"Para acabar com a intolerância, é preciso principalmente se conhecer
mutuamente e derrubar quaisquer barreiras e preconceitos".
O representante budista, Marcos Eduardo Purificação Correia disse que a
religião só faz sentido se houver tolerância. "A importância dessa
caminhada é demonstrar respeito acima de qualquer diferença.
Se não
conseguirmos superar essas diferenças, não há porquê termos religiões
mais. Cada um tem que expor o que tem de melhor", disse, que defende o
ensino religioso nas escolas, como uma forma de mostrar todas as formas
de fé.
Sacerdote e presidente da União Wicca do Brasil, Og Sperle, destacou
que mesmo nos debates pela liberdade religiosa é preciso dar espaço a
grupos menos numerosos, como o seu. "O problema é que as minorias não
são vistas pelas religiões majoritárias. Não somos convidados a
participar dessa construção da liberdade. Existe uma dúzia de religiões
que se juntam para ditar as regras".
Edição: Carolina Pimentel
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil
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