quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

BRICS - Cooperação universitária russo-brasileira foca na área da tecnologia, mas pretende abranger ciências sociais e artes.


Brasil, Russia, Universidade, cientistas

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) assinou um acordo de cooperação com a Universidade Nacional de Pesquisa Nuclear MEPhI (MEPhI é sigla em inglês para Instituto de Física e Engenharia, nome histórico da instituição).

Na terça-feira (2 de dezembro), durante o Seminário Russo-Brasileiro de Cooperação Acadêmica, organizado no quadro da cúpula de universidades dos países do BRICS, Carlos Alexandre Netto, reitor da UFRGS e um dos principais representantes da delegação brasileira do evento, compartilhou com a Voz da Rússia seus comentários sobre o estado de cooperação internacional na área da pesquisa científica.
As universidades russas no evento representam o projeto nacional 5-100, que prevê a entrada de pelo menos cinco universidades russas na lista das cem melhores do mundo até 2020. Os participantes atuais do projeto são 15 universidades de todo o país que foram escolhidas entre as universidades com maior desempenho científico e participação internacional.
– O Senhor pode destacar algum projeto entre a UFRGS e universidades russas?
– Nós lá na UFRGS temos grande interesse na cooperação com as universidades russas. No dia 1 de dezembro, assinamos um documento com a MEPhI na área de nanociências e microeletrônica. Nós estamos muito excitados sobre essa nova cooperação e estamos aproveitando muito este evento e fazendo contatos para futuras cooperações com outras universidades aqui presentes que fazem parte do grupo 5-100.
– Quais são as áreas principais nas quais a cooperação irá se focar?
– A UFRGS é uma universidade compreensível, convencional, por isso temos todas as áreas do conhecimento. Nos últimos anos temos muitos convênios nas áreas da tecnologia, biomedicina, saúde, e também nas ciências básicas: física, matemática, biologia. Temos também grande interesse em ciências sociais e em artes. Mas eu acho que no início nós vamos ficar focados em algumas áreas pra poder estabelecer uma cooperação forte para depois ampliar.
– Existe uma comunidade russa considerável no Rio Grande do Sul, os membros dela irão ser envolvidos nas atividades da universidade?
– Sim, nós temos uma comunidade russa que é uma das maiores do Brasil. Os russos que moram aqui são muito ativos, e eu tenho certeza que no meu retorno agora nós vamos divulgar a iniciativa e vamos procurar a comunidade russa para ver que outro tipo de interesse, principalmente na área cultural, nós podemos articular com as universidades.
– Qual é a perspectiva para o ano que vem? O Brasil chegará na cúpula do BRICS com notícias boas?
– Em termos do Brasil, eu acho que estamos aqui trabalhando na possibilidade de assinar alguns acordos entre os 5-100 e as associações universitárias brasileiras aqui reunidas. Se isso acontecer, com certeza na próxima cúpula do BRICS isso pode ser anunciado. Já os resultados dos projetos de parceria vão demorar porque são projetos de meio e longo prazo.
– Há muitos brasileiros que vão para a Rússia trabalhar na área da pesquisa científica e russos que vão para o Brasil para realizar atividades semelhantes?
– Quanto eu saiba, não. O intercâmbio já foi maior nos anos passados, mas agora é pequeno. Acho que esse nosso evento pode dar inicio a uma nova fase, a uma nova onda de cooperação.
As opiniões do entrevistado podem não coincidir com a opinião da redação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário