segunda-feira, 6 de agosto de 2018

O PT precisa reaprender a respeitar a sua militância.

Charge Jornalistas livres.

Chegou a hora de dizer –fraternalmente– à direção do PT que não dá mais para repetir os erros e fazer alianças a qualquer custo.

As forças democráticas e progressistas já aguentaram muito desaforo. Temer, Eliseu Quadrilha, o bispo Macedo, o gato angorá (Moreira Franco), Garotinho, Cabral, Delcídio Amaral, Henrique Meirelles, entre outros tantos traidores, golpistas e inimigos do povo estiveram, sim, na base de sustentação dos governos Lula e Dilma.
É preciso aprender com a experiência! Frentes são importantes e precisam ser feitas. Mas até que ponto devem ir as concessões?
O que a direção do PT dirá às futuras gerações sobre esse atacadão de traidores com quem andava alegremente até que eles se lançassem como lobos famintos contra o único projeto de emancipação do povo em mais de 500 anos?
Isso tem tudo a ver com a forma como o Partido se lançará na disputa deste ano. E já há motivos de grave preocupação.
Neste momento, o PT abre mão da linda e promissora candidatura de Marília Arraes em Pernambuco –mulher, jovem, herdeira do melhor de Miguel Arraes–, em nome de uma aliança esquisitíssima com o PSB, partido que votou favoravelmente ao impeachment, destruiu o Estado, e não disse um ai sobre a injustiça contra Lula.

Ressalte-se que a candidatura de Marília foi aclamada por esmagadora maioria dos delegados no Encontro Estadual. Foram 230 votos favoráveis, 20 contrários e uma abstenção. Mas que importa? A Direção Nacional do PT tratorou a militância como antes já fizera no Rio de Janeiro, impondo o apoio a Anthony Garotinho, um erro crasso!

No Mato Grosso, o partido abandona a candidatura da petista Edna Sampaio, mulher, negra, guerreira, porque decidiu apoiar um golpista como Wellington Fagundes, do PR, que já anunciou apoio a Geraldo Alckmin… E essa rendição se dá em troca da possibilidade de manter apenas UM deputado federal e UM estadual. Mesquinharia pouca é bobagem, não é mesmo?
E o que dizer da tática que leva o partido baiano a se negar a compor com a socialista Lídice da Mata (guerreira histórica pela Democracia e contra o golpe), para ficar de bem com a tradição carlista na Bahia, apoiando a candidatura do deputado Angelo Coronel, que tem 1/8 das intenções de voto de Lídice?
Já no Ceará, o PT local chegou a considerar um inacreditável apoio informal ao senador Eunício Oliveira (PMDB), golpista de primeira hora, traidor convicto, para que persista na sua corrida insana contra o povo brasileiro.
É BOM QUE SE DIGA: O PT SÓ CONSEGUIU SAIR DAS CORDAS EM QUE A MÍDIA GOLPISTA, O JUDICIÁRIO POLITIQUEIRO E A FIESP O LANÇARAM DESDE O MENSALÃO, PASSANDO PELO PROCESSO DE IMPEACHMENT DA INOCENTE DILMA ROUSSEFF ATÉ A PRISÃO DE LULA, PORQUE CONTOU COM A FORÇA DE UMA MILITÂNCIA AGUERRIDA, QUE NUNCA FUGIU À LUTA.

Dentre essa militância, elevou-se com destaque o vulto das mulheres, elas que são particularmente afetadas pelo projeto neoliberal que fecha ou precariza hospitais, escolas, creches, postos de trabalho e destrói os sonhos de uma vida melhor.

É dessa primavera feminista por direitos que surgiram as marílias, ednas e lídices de que se falou acima.

O PT dirá às futuras gerações que sacrificou no altar dos acordos a qualquer custo, mais uma vez, a vida e a militância dessas lutadoras?
É melancólico ver Gleisi Hoffmann, uma mulher, ceder ao fiu-fiu machista que ecoa desde Pernambuco, contra a candidatura jovem, feminista, heróica e rebelde de Marília Arraes. 
É terrível ver o PT abraçado à figura sinistra de Eunicio Oliveira, no Ceará. É triste ver a trajetória impoluta de Lídice da Mata ou de Edna Sampaio (apoiada pelo MST e pela juventude) ficar a meio do caminho porque outros interesses (quais aliás?) se alevantam.
A história é um trem alegre que, entretanto, não perdoa os erros continuados.
Leia mais sobre Marília Arraes aqui

Sobre Edna Sampaio, veja aquiaqui  e  aqui

Texto de Laura Capriglione.

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