Chegou a hora de dizer –fraternalmente–
à direção do PT que não dá mais para repetir os erros e fazer alianças a
qualquer custo.
As
forças democráticas e progressistas já aguentaram muito desaforo. Temer, Eliseu
Quadrilha, o bispo Macedo, o gato angorá (Moreira Franco), Garotinho, Cabral,
Delcídio Amaral, Henrique Meirelles, entre outros tantos traidores, golpistas e
inimigos do povo estiveram, sim, na base de sustentação dos governos Lula e
Dilma.
É
preciso aprender com a experiência! Frentes são importantes e precisam ser
feitas. Mas até que ponto devem ir as concessões?
O
que a direção do PT dirá às futuras gerações sobre esse atacadão de traidores
com quem andava alegremente até que eles se lançassem como lobos famintos
contra o único projeto de emancipação do povo em mais de 500 anos?
Isso
tem tudo a ver com a forma como o Partido se lançará na disputa deste ano. E já
há motivos de grave preocupação.
Neste momento, o PT abre mão da linda e promissora
candidatura de Marília Arraes em Pernambuco
–mulher, jovem, herdeira do melhor de Miguel Arraes–, em nome de uma aliança
esquisitíssima com o PSB, partido
que votou favoravelmente ao impeachment, destruiu o Estado, e não disse um ai
sobre a injustiça contra Lula.
Ressalte-se que a candidatura de Marília foi
aclamada por esmagadora maioria dos delegados no Encontro Estadual.
Foram 230 votos favoráveis, 20 contrários e uma abstenção. Mas que
importa? A Direção Nacional do PT tratorou a militância como antes já fizera no
Rio de Janeiro, impondo o apoio a Anthony Garotinho, um erro crasso!
No
Mato Grosso, o partido abandona a candidatura da petista Edna Sampaio, mulher,
negra, guerreira, porque decidiu apoiar um golpista como Wellington Fagundes,
do PR, que já anunciou apoio a Geraldo Alckmin… E essa rendição se dá em troca
da possibilidade de manter apenas UM deputado federal e UM estadual.
Mesquinharia pouca é bobagem, não é mesmo?
E
o que dizer da tática que leva o partido baiano a se negar a compor com a
socialista Lídice da Mata (guerreira histórica pela Democracia e contra o
golpe), para ficar de bem com a tradição carlista na Bahia, apoiando a
candidatura do deputado Angelo Coronel, que tem 1/8 das intenções de voto de
Lídice?
Já
no Ceará, o PT local chegou a considerar um inacreditável apoio informal ao
senador Eunício Oliveira (PMDB), golpista de primeira hora, traidor convicto,
para que persista na sua corrida insana contra o povo brasileiro.
É
BOM QUE SE DIGA: O PT SÓ CONSEGUIU SAIR DAS CORDAS EM QUE A MÍDIA GOLPISTA, O
JUDICIÁRIO POLITIQUEIRO E A FIESP O LANÇARAM DESDE O MENSALÃO, PASSANDO PELO
PROCESSO DE IMPEACHMENT DA INOCENTE DILMA ROUSSEFF ATÉ A PRISÃO DE LULA, PORQUE
CONTOU COM A FORÇA DE UMA MILITÂNCIA AGUERRIDA, QUE NUNCA FUGIU À LUTA.
Dentre essa militância, elevou-se com destaque o
vulto das mulheres, elas que são
particularmente afetadas pelo projeto neoliberal que fecha ou precariza
hospitais, escolas, creches, postos de trabalho e destrói os sonhos de uma vida
melhor.
É dessa primavera feminista por
direitos que surgiram as marílias, ednas e lídices de que se
falou acima.
O
PT dirá às futuras gerações que sacrificou no altar dos acordos a qualquer
custo, mais uma vez, a vida e a militância dessas lutadoras?
É
melancólico ver Gleisi Hoffmann, uma mulher, ceder ao fiu-fiu machista que ecoa
desde Pernambuco, contra a candidatura jovem, feminista, heróica e rebelde de
Marília Arraes.
É terrível ver o PT abraçado à figura sinistra de Eunicio
Oliveira, no Ceará. É triste ver a trajetória impoluta de Lídice da Mata ou de
Edna Sampaio (apoiada pelo MST e pela juventude) ficar a meio do caminho porque
outros interesses (quais aliás?) se alevantam.
A
história é um trem alegre que, entretanto, não perdoa os erros continuados.
Leia mais sobre Marília Arraes aqui
Texto de Laura Capriglione.
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