domingo, 14 de outubro de 2012

Noam Chomsky: As 10 estratégias da mídia para manipular as massas.



14/10/2012 0:13,  Por Vermelho

O linguista Noam Chomsky elaborou uma lista das “10 estratégias de manipulação através dos meios de comunicação de massa”. Confira o vídeo e descubra como você está sendo manipulado.

A seguir veremos em que consistem as 10 estratégias de maneira detalhada, como influem na hora de manipular as massas e em que são baseadas.

1. A estratégia da Distração:
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio, ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. 
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de interessar-se por conhecimentos essenciais, nas áreas da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais”

2. Criar problemas e depois oferecer soluções.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Se cria um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja aceitar. 
Por exemplo: deixar que se desenvolva ou que se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas desfavoráveis à liberdade. 
Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3. A estratégia da gradualidade.
Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia de diferir.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais difícil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato.
Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “amanhã tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como crianças.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criança de pouca idade ou um deficiente mental. 
Quanto mais se tenta enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.”

6. Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser revertida por estas classes mais baixas.

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade.
Promover ao público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto.

9. Reforçar a autoculpabilidade.
Fazer com que o indivíduo acredite que somente ele é culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, no lugar de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto desvaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E, sem ação, não há revolução

10. Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem.
No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes. 
Graças à biologia, a neurobiologia a psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto em sua forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que o dos indivíduos sobre si mesmos.

Assustador?

Fonte: Blog Brasil a Rua é Nossa
 
Fonte: http://correiodobrasil.com.br/noam-chomsky-as-10-estrategias-da-midia-para-manipular-as-massas/529182/#.UHqM-mdWpP8

Universidades podem ajudar no combate à corrupção.

Estão abertas as inscrições para o programa “Minha Universidade e a IACC”, que irá premiar projetos que auxiliem o combate à corrupção em temas como mobilização social, sustentabilidade e esportes. 
 
O projeto faz parte do cronograma da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção (IACC), que será realizada em Brasília de 7 a 10 de novembro.
 
As instituições interessadas em participar devem formar grupos de discussões para debater temas relacionados à corrupção disponíveis aqui. “É importante que as universidades brasileiras também participem. 
 
Queremos mostrar ao resto do mundo que estamos empenhados no combate a corrupção”, diz Nicole Verillo, coordenadora de Desenvolvimento Institucional da Amarribo Brasil.
 
As universidades responsáveis pelos projetos vencedores poderão participar da conferência, que reunirá chefes de estado, sociedade civil e representantes dos setores público e privado para debater os desafios causados pela corrupção. 
 
O evento, um dos principais fóruns mundiais sobre o assunto, é organizado pela Controladoria-Geral da União (CGU), em parceria com a Amarribo Brasil, a Transparência Internacional e o Instituto Ethos.

Fonte: Assessoria IACC


Fonte:http://transverosentido.blogspot.com.br/2012/09/universidades-podem-ajudar-no-combate.html

sábado, 13 de outubro de 2012

Aprovado R$ 1 bilhão para investimentos no Maranhão.

 
O Programa Viva Maranhão, que será executado pelo Governo do Estado, já tem recursos garantidos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o valor de R$ 1 bilhão para o Maranhão investir em áreas estratégicas e estruturantes, tais como saúde, segurança, educação e infraestrutura.

O recurso aprovado pelo BNDES para o Maranhão é oriundo do Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e Distrito Federal (Proinveste), e é resultado de encontro realizado em março deste ano entre a governadora Roseana Sarney e o presidente do banco, Luciano Coutinho, no Palácio dos Leões. No evento, que também reuniu empresários, o governo apresentou um conjunto de projetos no valor de R$ 2,3 bilhões que poderiam ser apoiados pelo BNDES.

“A aprovação desses recursos para o Maranhão, viabilizará a execução de projetos estruturantes que visam melhorar a qualidade de vida da nossa população. Iremos investir em segurança, pública, saúde e saneamento, infraestrutura, gestão pública e combate à pobreza”, declarou a governadora Roseana Sarney.

Com os recursos assegurados, o Governo do Estado poderá investir na construção de cinco hospitais regionais, como também, em projetos de saneamento básico, ou seja, ampliação e melhoria de sistemas de abastecimento de água em 81 municípios maranhenses.

O Programa Viva Maranhão também prevê investimentos na área de segurança, abrangendo projetos de vigilância eletrônica para São Luís e Imperatriz; reequipamento da frota das policias civil e militar e do Corpo de Bombeiros; além de construção de estabelecimentos penais, incluindo presídio de segurança máxima.

Os recursos também poderão ser aplicados em obras viárias estruturantes na Grande São Luís, como a Avenida Metropolitana e vias auxiliares e a construção da Ponte Quarto Centenário. Pavimentação e acessos rodoviários em todos os municípios também serão contemplados.

O combate à pobreza extrema é uma das prioridades do Governo do Estado. Os recursos do BNDES terão destinação especialmente para a área rural, em apoio a projetos de fomento a atividades produtivas, capacitação, reformulação dos sistemas de assistência técnica extensão rural, apoio à comercialização, infraestrutura (construção de diques, açudes, barragens e estradas vicinais) e regularização fundiária.

A área urbana também terá investimentos, com foco em projetos de arranjos produtivos locais, agricultura urbana e peri-urbana e capacitação profissional.

Os investimentos em gestão pública envolvem a implantação de sistemas integrados de monitoramento e acompanhamento de programas e projetos governamentais.

(As informações são do Governo do Estado)

Fonte: http://gilbertoleda.com.br/

Trânsito. Universitários morrem em grave acidente no retorno do São Francisco.

Um veículo Fox, de cor vermelha, placas NXD 9992, em alta velocidade, perdeu o controle no início da manhã desta sexta-feira (12), no retorno do São Francisco, e acabou deixando duas pessoas mortas.

No acidente, o veículo subiu o canteiro central, próximo ao Bradesco e bateu em um poste contendo uma placa de sinalização de trânsito, que caiu sobre o veículo matando o condutor e o carona do carro.

Os corpos ficaram presos nas ferragens do veículo, que se dirigia no sentido centro São Francisco.

De acordo com as primeiras informações, as vítimas estariam retornando de uma festa. Há indícios que ambos estavam embriagados.

O acidente ocorreu por volta das 5h da manhã desta sexta-feira (12), e atraiu vários curiosos ao local.

As vítimas foram identificadas como, Luís Pedro Oliveira Santos Rodrigues, 21 anos, e Dorgival de Almeida Castro Neto, também de 21 anos.

Os dois eram estudante do curso de Agronomia, da UEMA, e o outro do curso de Direito, da UFMA.

Além deste acidente, vários outros aconteceram durante a noite de ontem, quinta-feira (11), e madrugada desta sexta-feira.

Segundo a polícia foram mais de 30 acidentes registrados nas últimas horas na capital (Leia sobre mais alguns deles aqui).


Fonte:http://www.gazetadailha.com.br/2012/10/12/duas-pessoas-morrem-em-grave-acidente-no-retorno-do-sao-francisco/

Bahia legaliza casamento gay.

Divulgação



A partir de 26 de novembro, processos de matrimônio civil entre casais homoafetivos poderão ter entrada nos cartórios do Estado.

13 de Outubro de 2012 às 08:41.
Da Redação do Sul 21A partir do dia 26 de novembro, casais homoafetivos poderão dar entrada em processos de matrimônio civil no Estado da Bahia. 

O casamento gay foi instituído no estado nesta quinta-feira (11) quando a decisão favorável da desembargadora Ivete Caldas, corregedora- geral da Justiça, e pelo desembargador Antônio Pessoa Cardoso, corregedor das comarcas do interior do Estado foi promulgado no Diário Oficial.

A decisão foi tomada com base na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, além da necessidade de atualizar a concepção familiar na comunidade, argumenta a desembargadora. Ela comenta que a medida é a instituição do que diversos juízes da Bahia vinham aplicando.

A partir da data estipulada, todos os cartórios do estado baiano tem autorização de realizar o processo e emitir a certidão de casamento civil para cônjuges de mesmo gênero.

Fonte:http://www.brasil247.com/pt/247/bahia247/82987/Bahia-legaliza-casamento-gay.htm

Quando uma mentira se torna verdade: a tragicomédia da urna eletrônica brasileira.

O sistema eleitoral brasileiro está contaminado por incontáveis esquemas e deficiências, mas tudo isso é maliciosamente obscurecido pela criação e proliferação de certos "mitos".
 
São mentiras retumbantes tomadas por verdades incontestes pelos ingênuos cidadãos de boa-fé. Repetidas exaustivamente pela propaganda institucional oficial a serviço de interesses privados e pelo oligopólio empresarial-midiático, essas aleivosias foram sistemática e cotidianamente propaladas como dogmas absolutos, teses autossustentáveis, impassíveis de crítica ou reflexão, sob pena de cometimento de algum crime ou censura moral pelo pensamento contra-hegemônico. 
 
Joseph Goebbels, ministro de Propaganda da Alemanha nazista, teria inveja de como mentiras indefinidamente repetidas podem se tornar "verdades" no Brasil. Críticos mais ousados já tiveram a oportunidade de desmascarar, nos canais e fóruns alternativos, um desses falseamentos que circulam livremente pela internet. Trata-se do mito do cancelamento da eleição na hipótese de que mais da metade dos eleitores anulem seus votos (voto nulo). Como está satisfatoriamente explicado na legislação eleitoral, essa teoria não passa de uma enorme bobagem insidiosa.
 
Agora é a vez de desnudar o mito da confiabilidade das urnas eletrônicas. Como se sabe, o Brasil passou a testar o voto digital e a urna eletrônica – em substituição ao voto de papel e à urna de lona – nos idos de 1996. Quatro anos depois, nas eleições de 2000, todos os eleitores votaram em urnas eletrônicas. O tipo de urna usado desde então por aqui é denominado de 1.ª geração, que havia sido inaugurado na Índia em 1990, na Holanda em 1991 e na Alemanha em 1996. 
 
Logo, muito antes do Brasil. Cai por terra, neste primeiro momento, o mito de que o Brasil teria inovado tecnologicamente na vanguarda dos processos eleitorais. Não fomos precursores disso coisíssima nenhuma. Aliás, há países muito mais avançados no desenvolvimento tecnológico das urnas eletrônicas, a exemplo dos que usam as urnas de 2.ª geração, como Venezuela (desde 2004), EUA (desde 2007), Holanda (desde 2008), Canadá (desde 2008), Rússia (desde 2008), Alemanha (desde 2009), Argentina (desde 2011) e Bélgica (desde 2012).
 
Ou seja, ao contrário da falaciosa versão oficial propalada, o Brasil não está na liderança, mas na lanterna do desenvolvimento tecnológico de urnas eletrônicas. Além do Brasil, somente a Índia adota sistema similar de 1.ª geração. O nosso sistema é o mais falho, inseguro e atrasado de todos. A Alemanha declarou a inconstitucionalidade do sistema de 1.ª geração em março de 2009, referendando o de 2.ª geração. 
 
Os EUA e a Holanda proibiram o uso de sistemas iguais ao nosso por conta da insegurança, da falta de transparência e dos riscos de fraude, pois esse sistema obstaculiza condições objetivas de controle e auditoria. O Paraguai recebeu urnas brasileiras e as devolveu, proibindo-as em 2008, exatamente por falta de segurança.
 
Em sentido diametralmente oposto ao que afirmam a propaganda institucional oficial, a mídia nativa e o Judiciário, nosso sistema não é confiável e está defasado. 
 
Nos países citados acima os sistemas de 2.ª geração garantem maior vigilância e segurança porque, dentre outras coisas, permitem o registro físico do voto em máquinas separadas e sem a identificação do eleitor. Nesses casos o voto é impresso, conferido pelo eleitor (que verifica se a anotação material na cédula corresponde à escolha digital), confirmado e confinado numa urna própria. 
 
O eleitor não recebe comprovantes ou vias secundárias do voto, o que poderia suscitar esquemas de compra de voto ou coação mediante apresentação de documento impresso. O voto é impresso e, caso confirmado na tela ou na mão pelos olhos do eleitor, imediatamente depositado numa urna, sem nenhuma identificação do eleitor ou correspondência com quem votou. 
 
Assim, o sistema de 2.ª geração se torna mais seguro e confiável por permitir: 
 
1) imediata conferência do voto por meio de registro físico, o que serve de garantia na hipótese de manipulação ou falha do software do sistema digital; 
 
2) apuração simultânea, auditoria e recontagem dos votos impressos para contraste com os votos registrados na urna eletrônica, de modo a garantir a equivalência numérica e quantitativa dos votos de cada meio.
 
A Lei N.º 12.034, de 29 de setembro de 2009, tentou atualizar o sistema de nossas urnas eletrônicas no mesmo sentido do que acontece nas democracias liberais institucionalmente mais avançadas. Contudo, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a medida cautelar na ação direta de inconstitucionalidade n.º 4.543, proposta pela Procuradoria Geral da República, suspendeu a eficácia do art. 5.º da referida lei, que previa o voto impresso conferido pelo eleitor. 
 
No campo do direito comparado, há farta jurisprudência internacional, inclusive da própria corte constitucional alemã, que declara inconstitucionais as urnas eletrônicas que não registram o voto independente da memória eletrônica (voto impresso). Ou seja, exatamente o contrário do que fora decidido pela corte constitucional brasileira!
 
O Tribunal Superior Eleitoral tem monopolizado o controle da apuração sem permitir auditoria externa, perícia, recontagem ou qualquer procedimento externo ou associado de acompanhamento. Mesmo candidatos que apresentem provas consistentes de mau funcionamento de urnas são eventualmente condenados por litigância de má-fé. Afrontar a ordem posta é visto como algo temerário.
 
Dizem que o Supremo Tribunal Federal é o tribunal que erra por último. Veremos se persistirá no erro no julgamento de mérito da ação.
 
Os partidos políticos da esquerda revolucionária, os movimentos sociais e populares e os eleitores devem tomar ciência da falibilidade e da insegurança das urnas eletrônicas brasileiras. A democracia representativa liberal brasileira é mais frágil e trágica do que se imagina.
 
Fonte:http://assuntosprodutodamente.blogspot.com.br/2012/10/quando-uma-mentira-se-torna-verdade.html
Por: Lucas Farias 

A Operação Condor contra Cuba

A Operação Condor contra Cuba

Quando se fala da Operação Condor, a maioria somente pensa nos países da América do Sul. Pesquisador mostra que, entre os propósitos supremos que originaram o plano macabro aparece, de maneira explícita, enfrentar a influência de Cuba no hemisfério e apoiar internacionalmente os terroristas cubanos em suas operações contra Cuba.

Operação Condor

No mundial de futebol de 1978, a Argentina venceu o Peru por seis gols a zero. Com esta vitória eliminava um contrário de consideração (o Brasil, no caso). O triunfo inclinou a balança a favor das aspirações dos argentinos de ficarem campeões. Quatro dias depois, dominaram por 3-1 os holandeses e acabaram ganhando a coroa.

O resultado do encontro entre estes dois times classifica como muito controverso na história do mais universal dos esportes. Muito poucos acreditaram no conto desse triunfo. A vida deu a razão àqueles que duvidaram. 
Hoje, soube-se que o ditador peruano Francisco Morales Bermudez (1975-1980) ordenou aos representantes de seu país entregar o partido, como pagamento a um favor que pedira a seu parceiro argentino, o também sátrapa Jorge Rafael Videla, presidente de fato de 1976 a 1981.

Este foi um conluio, armado no âmbito dum pacto tenebroso, batizado com o nome da maior ave carniça do planeta, originária da América do Sul.
A Operação Condor é o apelativo com o qual denominaram um plano de inteligência e coordenação — estabelecido na década de 70 do século passado — entre os serviços secretos dos regimes militares do Cone Sul: Argentina, Chile, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Tratava-se duma organização clandestina internacional para a prática do terrorismo de Estado, com a cooperação dos EUA, nomeadamente da Agência Central de Inteligência (CIA).

Não podemos obviar que na reunião constitutiva participou um representante especial da CIA como “observador”. O encontro teve lugar no Chile, nos finais de 1975, mas em realidade a operação começou um ano antes.

O diabólico engendro dava luz verde ao livre movimento — nos citados territórios — dos integrantes das forças armadas e paramilitares, envolvidos em atividades de espionagem e repressão contra os opositores, fundamentalmente os militantes revolucionários da região.

Baseado numa muito bem pensada estrutura organizativa supranacional, o operativo Condor trouxe como resultado — ao longo de mais duma década de atuação escusa — o sequestro, tortura, violação, assassinato e desaparecimento de milhares de pessoas que — duma forma ou outra — se atreveram a desafiar os mencionados regimes ditatoriais: Reprimir e matar! Essa era a questão.

De fato, o polêmico partido entre os times da Argentina e Peru não se limitou à desonra duma nação, cujos representantes passivamente deixaram-se espezinhar no campo. De ter sido assim, a traição do time — embora triste e dolorosa — bem poderia considerar-se como o episodio menos tenebroso dentro dos voos do Condor, mas a ação foi uma sorte de compensação de Morales Bermudez pela transferência à Argentina de 13 peruanos presos, militantes da esquerda, que durante a viagem seriam jogados ao rio La Plata de um avião. Videla necessitava esse triunfo para limpar a imagem da Argentina ante o mundo.

Infelizmente, a ave de rapina bateu asas e matou. Alguém disse, com muita razão, que a Operação Condor deu muitas provas de sua terrível eficiência.
Precisamente pesquisar nesse inferno, onde a crueldade humana e o espanto atingiram sua máxima expressão, tem sido um dos objetos de estudo de José Luis Méndez Méndez, professor universitário e escritor dedicado à pesquisa do terrorismo, com ênfase nas práticas e ações empregadas contra nosso país.

Seu incessante e intenso discorrer pela história mais recente do continente o tornam a voz cubana mais autorizada para falar do tema, o qual também lhe permitiu trazer à baila um capítulo pouco divulgado de La vida del Condor: sus zarpazos contra la Isla.

Quando se fala da Operação Condor, a maioria somente pensa nos países da América do Sul. Contudo, da entrevista que Méndez concedeu ficou claro uma coisa: “entre os propósitos supremos que originaram o plano macabro aparece, de maneira explícita, enfrentar a influência de Cuba no hemisfério e apoiar internacionalmente os terroristas cubanos em suas operações contra Cuba”.

Existem documentos que provam essas afirmações. Uma carta do coronel Manuel Contreras Sepúlveda, ex-chefe da Direção de Inteligência Nacional (DINA) chilena, dá conta de como se organizou a coordenação. O centro principal da organização repressiva se instalou em seu país, embora as presas mais afiadas do Condor estavam na Argentina e no Paraguai. Este sanguinário castrense foi o responsável pelo assassinato de Orlando Letelier, chanceler do governo da Unidade Popular, liderado por Salvador Allende, crime levado a cabo em território estadunidense por terroristas de origem cubana.

Também se soube que naquele encontro inicial, Contreras informou seus homólogos participantes que para as ações mais perigosas utilizariam cubanos anticastristas, recrutados e treinados pela CIA.

Segundo as investigações de Méndez Méndez, reunidas numa exposição e num livro, ambos sob o título A Operação Condor contra Cuba, as ações contra Cuba eram a maneira com a qual os diretivos da operação pagavam os serviços dos contrarrevolucionários cubanos.

“Na infeliz relação aparecem nomes como: Orlando Bosch, Luis Posada Carriles, Guillermo Novo Sampoll, Rogelio Pérez González, Alvin Ross, Virgilio Paz Romero, José Dionisio Suárez Esquivel”, etc.

“Em 15 de junho de 1976, na República Dominicana, sob ordens da CIA, teve lugar uma reunião de organizações contrarrevolucionárias cubanas. Desse encontro nasceu a Coordenação de Organizações Revolucionárias Unidas (CORU) e imediatamente começaram a atentar contra os interesses cubanos na Europa e na América Latina”.

“Em agosto, impuseram uma nova modalidade de terrorismo: o sequestro de diplomatas. E de cidadãos nacionais contratados em embaixadas para as tarefas de apoio.

Eis alguns exemplos: em julho de 1976, tentativa de sequestro do cônsul cubano em Mérida, onde foi assassinado o funcionário Artañan Díaz Díaz .

Em agosto desse mesmo ano sequestram Jesús Cejas Arias (22 anos) e Crescencio Galañena Hernández (26 anos), dois funcionários da embaixada em Buenos Aires, onde também fizeram o mesmo com 17 argentinos, trabalhadores (da própria sede, do escritório comercial e da escola anexa) e alguns de seus familiares mais íntimos.

Segundo nosso interlocutor, também houve outras tentativas e fatos deste tipo, o embaixador Emilio Aragonés sofreu um atentado, “casualmente” em 13 de agosto de 1975. Felizmente, saiu ileso.

“Nem sempre a boa sorte nos acompanhou, no atentado com bomba contra a embaixada de Cuba em Portugal morreram Adriana Corcho e Efrén Monteagudo. Também recebemos envios de cartas-bombas em nossas sedes diplomáticas na Espanha, México e Peru”.

Também se soube que dinamitaram e afundaram diversos navios. Contudo, segundo Méndez, nada mais dramático, cruel e nojento que a explosão em pleno vôo dum avião civil da Cubana de Aviação, frente às costas de Barbados.

“Levava 73 passageiros a bordo. Não houve sobreviventes. O mais triste é que, antes e depois do crime de 6 de outubro de 1976, foram organizados 13 planos para fazer explodir outros aviões civis cubanos”.

Os detalhes sobre este brutal ato criminoso são de domínio público. Todo mundo sabe o nome, tanto dos autores materiais como intelectuais.

Contudo, chama a atenção um detalhe: imediatamente depois, o jornal El Miami Herald publicou uma notícia sobre o telefonema dum indivíduo que adjudicava a autoria do atentado a um grupo denominado El Cóndor.
Era a primeira vez que a palavra se escutava publicamente!

Nota: Esta é uma história inconclusa até não aparecerem todos os cadáveres dos sequestrados para dar-lhes devida sepultura. Para pôr o ponto final também é necessário sentar cada um dos culpados no banco dos réus, para serem julgados como merecem.

(*) Publicado originalmente na Tribuna de La Habana

(*) Jornalista cubano, escreve na Tribuna de la Habana.

Fonte:http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=5812