As famílias quilombolas de Açude,
município de Serrano do Maranhão estão vivendo dias de terror causados
pelos latifundiários que se apresentam como “proprietários” do
território ocupado há várias gerações por aquelas famílias.
A lista de violência praticada pela
família Cadete é extensa: proibição de construir casas, derrubada de
casa, de Igreja, proibição de fazer roças, matança de animais das
famílias, várias vezes as famílias foram forçadas a entregar os frutos
coletados como juçara, bacuri, pequi… invasão de suas casas, tudo isso
somado ao fato de anualmente serem obrigados a entregar a metade da
produção aos “proprietários” como pagamento pelo uso da terra.
Essa situação de negação total de
Direitos já foi amplamente denunciada, mas nada foi feita até agora
pelas autoridades competentes. Agora, como diz a letra da canção, os
quilombolas estão decidindo na marra os seus destinos, uma vez que a lei
deste estado de direito tem negado direitos fundamentais a eles .
Por
isso, há mais de um mês decidiram construir, contra a vontade dos
“proprietários”, a casa de Francisco Neres Ramos, 78 anos de idade,
nascido e criado naquele território e também decidiram não entregar mais
um caroço de farinha apesar de os “proprietários” já terem fixados o
prazo para a entrega forçada e feito a distribuição dos sacos para
depósito da farinha.
Por conta dessa rebelião, no dia 26 de
agosto, o sr. Ucijara Cadete e seus capangas foram até roça de um dos
filhos de Francisco Neres Ramos e ameaçou que vai CORTAR O PESCOÇO DO
MESMO PARA PÔR FIM À PALHAÇADA que as famílias estão querendo fazer com
ele.
Não satisfeito, o mesmo Ucijara voltou dia 13 de setembro à
comunidade e ameaçou novamente Benedito Silva, 54 anos de idade, nascido
e criado no território, e depois de uma tentativa frustrada de agressão
física jurou que A PARTIR DO DIA 19 DE SETEMBRO VAI INVADIR ARMADO AS
ROÇAS COM SEUS CAPANGAS E ARRANCAR TODA A MANDIOCA DAS FAMÍLIAS.
O clima na região é muito tenso.
As
famílias estão decididas a RESISTIREM até o fim, pois JÁ chega de tanto
sofrer, já chega de tanto esperar…
Com isso, se caso as autoridades
deste estado não fizerem uma intervenção imediata para garantir o
direito sagrado dessa comunidade à terra, haverá derramamento de sangue e
o governo do estado será responsabilizado.
Por: CPT/MA
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