A Funai (Fundação Nacional do Índio) afirma que a denúncia de que uma 
criança indígena da etnia awá-guajá foi queimada por madeireiros no 
Maranhão é infundada, e que as histórias sobre o suposto crime não 
passam de boatos. A fundação também chamou a divulgação do caso de "ato 
inescrupuloso" e "irresponsável". 
A conclusão foi divulgada num relatório elaborado pela fundação, que 
deslocou no último fim de semana uma equipe de três servidores para a 
terra indígena Arariboia, no município de Arame (350 km de São Luís), 
local onde teria ocorrido o crime. 
Segundo a Funai, a equipe conversou com o índio guajajara Luís Carlos 
Tenetehara, da aldeia Patizal, citado em textos divulgados na internet 
como o autor da descoberta do suposto corpo da criança indígena 
carbonizada. 
De acordo com a fundação, o índio disse que a história não é verdadeira e
 que os índios awá-guajá, que vivem isolados, não deixaram de ser vistos
 pelos guajajaras, com quem dividem a mesma terra, após o suposto ataque
 por madeireiros. 
A fundação também afirma que seus servidores, enquanto circulavam pela 
terra indígena, flagraram um caminhão conduzido por um não índio. 
Segundo os servidores, o motorista, que levava um indígena guajajara de 
carona, contou que tinha autorização dele para retirar madeira da terra 
indígena. Uma motosserra foi apreendida. 
DENÚNCIA
A denúncia de que uma criança da etnia awá-guajá foi queimada por 
madeireiros começou a aparecer em blogs de notícias do Maranhão na 
semana passada. Poucas horas depois já começava a ganhar espaço em redes
 sociais.
Alguns dos textos afirmavam que o crime tinha ocorrido uma semana antes.
 Outros, de que havia acontecido em setembro ou outubro de 2011. E todos
 afirmavam que madeireiros atearam fogo na criança após atacarem os 
awá-guajá. Depois disso, os índios não teriam sido mais vistos. 
O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) disse que índios afirmaram que o suposto crime foi denunciado há meses para a Funai. 
A fundação nega, e diz que informações sobre o caso só chegaram ao seu 
conhecimento na semana passada, e que ineditamente começou a investigar a
 denúncia. 
"É lastimável que a sociedade brasileira tenha sido ludibriada de 
maneira tão vil e levada a crer num fato inexistente que não pode ser 
sequer classificado como 'brincadeira de mau gosto'. O 'incêndio' 
causado pela má-notícia na internet foi o verdadeiro atentado à 
inteligência das pessoas de bem", disse a Funai, em nota. 
 



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