Planalto longe das eleições
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15 Fev 2012
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Dilma avisa a aliados que não vai permitir uso da máquina administrativa e que não deve participar diretamente do pleito municipal de outubroPAULO DE TARSO LYRAJULIANA BRAGA
A
presidente Dilma Rousseff passou dois recados à base aliada durante a
primeira reunião do Conselho Político em 2012. O primeiro é que não quer
saber de ministros políticos utilizando as estruturas dos ministérios
para beneficiar candidatos nas eleições municipais. O segundo, de que
não vai participar diretamente do pleito, nem subir em palanques onde
houver mais de um candidato da base aliada do governo. Ela já tinha dado
esse recado durante viagem ao Rio Grande do Sul no fim do ano passado.
Mas o encontro de ontem no Palácio do Planalto tinha um público mais
seleto: os líderes e presidentes de todos os partidos que compõem a base
de sustentação do governo.
A
cautela dupla se deve ao fato de pelo menos três ministros terem caído
em 2011 sob a acusação de que seus titulares estavam aproveitando a
máquina em benefício próprio: Alfredo Nascimento (Transportes), do PR;
Orlando Silva (Esportes), do PCdoB; e Carlos Lupi (Trabalho), do PDT.
Curiosamente, foi o próprio Lupi — em seu primeiro encontro com a
presidente após a exoneração do Ministério — um dos porta-vozes desse
recado presidencial ao término da reunião. "No final, ela deu o recado
para todos de que as eleições não podem dividir a base aliada e que não
permitirá que a máquina seja usada para beneficiar qualquer partido",
relatou o ex-presidente do Trabalho.
Para
o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), a decisão da presidente
Dilma é fundamental para evitar a corrosão da base aliada em um ano
eleitoral. "Ao afirmar que não vai se envolver em locais onde há mais de
um candidato, ela impede crise antes de outubro e o choro dos
derrotados que voltarem das urnas", disse ele.
Dilma
também procurou amainar outra crise com os aliados. Nas últimas
semanas, todos os partidos reclamaram das mudanças no segundo escalão do
governo federal. As canetadas de Dilma têm sido impiedosas com a base,
sem poupar ninguém. O PT perdeu a Presidência da Petrobras, o PTB foi
desalojado da Conab, o PMDB viu escorrer o Dnocs e assim por diante. "Eu
queria dizer a vocês que esse mix de tecnicismo e política é
fundamental para a sobrevivência do governo", disse a presidente.
Depois
de serem desalojados da Esplanada dos Ministérios, PDT e PR ainda
aproveitaram o encontro para manter conversas sobre a possibilidade de
assumirem pastas. Os pedetistas almejam voltar ao Trabalho (Leia matéria
ao lado). Já o PR pressiona para retomar os Transportes. As conversas
têm sido mantidas com a ministra de Relações Institucionais, Ideli
Salvatti. Outro recado de Dilma foi para os atuais titulares dos
ministérios. Ela frisou que vai cobrar o aumento na eficiência da
máquina pública federal.
Com
relação às expectativas para o ano Legislativo, a ministra Ideli
Salvatti reforçou que pretende focar no primeiro semestre a votação de
temas importantes para o governo, como a distribuição dos royalties do
pré-sal, o Código Florestal e a Lei Geral da Copa. Ao término do
encontro, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN),
brincou: "Ministro Mantega, o senhor não falou nada dos cortes no
orçamento. Podemos ir felizes para o carnaval?". Mantega respondeu: "O
contingenciamento está sendo preparado, mas não há um número fechado". O
Correio antecipou que esse valor deve ficar entre R$ 50 bilhões e R$ 55
bilhões.
Fonte: http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Eleições 2012. Planalto longe das eleições.
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