O sonho.
O sonho é o "pano de fundo" de um dos poemas de António
Machado de que mais gosto. Com referências filosóficas
evidentes num invólucro poeticamente delicioso. Ou não
fosse uma parábola...
Era
un niño que soñaba un caballo de cartón. Abrió los ojos el niño y el caballito no vio. Con un caballito blanco el niño volvió a soñar; y por la crin lo cogía... ¡ Ahora no te escaparás! Apenas lo hubo cogido, el niño se despertó. Tenia el puño cerrado. ¡ El caballito voló! Quedóse el niño muy serio pensando que no es verdad un caballito soñado. Y ya no volvió a soñar. Pero el niño se hizo mozo y el mozo tuvo un amor, y a su amada le decía: ¿ Tú eres de verdad o no? Cuando el mozo se hizo viejo pensaba: todo es soñar, el caballito soñado y el caballo de verdad. Y cuando vino la muerte, el viejo a su corazón preguntaba: ¿ Tú eres sueño? ¡ Quién sabe si despertó! |
Era
um menino a sonhar com um cavalo de cartão. O menino abriu os olhos e não vui o cavalinho. Com um cavalinho branco ele voltou a sonhar; pelas crinas o prendia... Assim não te escaparás! Mal o conseguiu prender, logo o menino acordou. Tinha a sua mão fechada. O cavalinho voou! O menino ficou sério, pensando não ser verdade um cavalinho sonhado. Já não voltou a sonhar. E o menino fez-se moço e o moço teve um amor, e dizia à sua amada: Tu és de verdade ou não? Quando o moço se fez velho pensava: Tudo é sonhar, o cavalinho sonhado e o cavalo de verdade. E quando chegou a morte, o velho ao seu coração perguntava: Tu és sonho? Quem saberá se acordou! |
FONTE:http://ocanto.esenviseu.net/destaque/machado.htm |
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