quinta-feira, 17 de maio de 2012

ANTÓNIO MACHADO poeta sevilhano.

O sonho. O sonho é o "pano de fundo" de um dos poemas de António Machado de que mais gosto. Com referências filosóficas evidentes num invólucro poeticamente delicioso. Ou não fosse uma parábola...
   
Era un niño que soñaba
un caballo de cartón.
Abrió los ojos el niño
y el caballito no vio.
Con un caballito blanco
el niño volvió a soñar;
y por la crin lo cogía...
¡ Ahora no te escaparás!
Apenas lo hubo cogido,
el niño se despertó.
Tenia el puño cerrado.
¡ El caballito voló!
Quedóse el niño muy serio
pensando que no es verdad
un caballito soñado.
Y ya no volvió a soñar.
Pero el niño se hizo mozo
y el mozo tuvo un amor,
y a su amada le decía:
¿ Tú eres de verdad o no?
Cuando el mozo se hizo viejo
pensaba: todo es soñar,
el caballito soñado
y el caballo de verdad.
Y cuando vino la muerte,
el viejo a su corazón
preguntaba: ¿ Tú eres sueño?
¡ Quién sabe si despertó!

  Era um menino a sonhar
  com um cavalo de cartão.
  O menino abriu os olhos
  e não vui o cavalinho.
  Com um cavalinho branco
  ele voltou a sonhar;
  pelas crinas o prendia...


  Assim não te escaparás!
  Mal o conseguiu prender,
  logo o menino acordou.
  Tinha a sua mão fechada.

  O cavalinho voou!

  O menino ficou sério,
  pensando não ser verdade
  um cavalinho sonhado.

  Já não voltou a sonhar.
  E o menino fez-se moço
  e o moço teve um amor,
  e dizia à sua amada:
  Tu és de verdade ou não?
  Quando o moço se fez velho
  pensava: Tudo é sonhar,
  o cavalinho sonhado
  e o cavalo de verdade.

  E quando chegou a morte,
  o velho ao seu coração
  perguntava: Tu és sonho?
  Quem saberá se acordou!






FONTE:http://ocanto.esenviseu.net/destaque/machado.htm

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