Iván Carvajal.
Suspeita-se dos intelectuais, de suas indagações. Suspeita-se mais dos
filósofos, imersos em abstrações que supostamente pouco ou nada têm a
ver com as realidades mundanas. Suspeitam científicos, técnicos,
artistas e, sobretudo, os políticos.
Aqueles que se consideram intelectuais não deixam de se perguntar por sua função social.
Que é um intelectual? O uso ambíguo da palavra faz que se refira a um feixe heterogêneo de ações que têm a ver com o entendimento, o conhecimento, a formação de valores ou a crítica.
As atuais condições tecnológicas da comunicação, as formas que adquire a cultura do espetáculo, a consequente perda de densidade cultural e o enfraquecimento da reflexão exigem uma indagação sobre o papel dos intelectuais nas sociedades contemporâneas.
No entanto, há uma atitude que vem da Ilustração e à que o intelectual não renuncia ainda na nossa época: a atitude crítica, que introduz na opinião pública o debate sobre valores, expectativas e formas de convívio social. O intelectual não se pode eximir da dúvida, da incerteza, do necessário ceticismo que chama a examinar crenças, convenções, ordenamentos jurídicos, éticos, estéticos.
A crítica contribui a desvelar as configurações do poder em sua articulação com os saberes e crenças. Se a ala “liberal” da crítica destaca a liberdade (do pensamento, da expressão, da opinião) como condição para potencializar a individualidade, a ala “esquerda” indaga, além disso, pela igualdade (não no sentido de simples “igualdade de oportunidades”, mas de uma efetiva igualdade política e social dos indivíduos).
Todos temos “momentos intelectuais” quando duvidamos de nossas certezas e de modo razoável pomos em questão convicções, valores ou saberes. Mas o intelectual o faz de forma pública. Frente ao intelectual haveria de se contrapor o “ideólogo” (do Estado, do partido, da igreja) que fala em nome das instituições, a Nação, a Pátria, o “projeto” ou “os mercados”. Fala em nome de verdades inquestionáveis, de certezas de salvação. O ideólogo não duvida, assim como o funcionário não pode exercer a crítica de modo público.
À diferença de uns e outros, os técnicos resolvem problemas concretos, circunscritos. Viram tecnocratas quando tratam de impor seus esquemas unilaterais sobre a complexidade do real, quase sempre a serviço de algum autoritarismo (seja político ou econômico).
No Equador vivemos numa espécie de deserto intelectual. Primam os ideólogos sobre os críticos. Hoje, como nunca, se requer um “tsunami” que arrase com estereótipos (de “esquerda” e de “direita”) e que nos confronte com os novos problemas éticos, culturais, políticos, técnico-científicos de hoje.
Aqueles que se consideram intelectuais não deixam de se perguntar por sua função social.
Que é um intelectual? O uso ambíguo da palavra faz que se refira a um feixe heterogêneo de ações que têm a ver com o entendimento, o conhecimento, a formação de valores ou a crítica.
As atuais condições tecnológicas da comunicação, as formas que adquire a cultura do espetáculo, a consequente perda de densidade cultural e o enfraquecimento da reflexão exigem uma indagação sobre o papel dos intelectuais nas sociedades contemporâneas.
No entanto, há uma atitude que vem da Ilustração e à que o intelectual não renuncia ainda na nossa época: a atitude crítica, que introduz na opinião pública o debate sobre valores, expectativas e formas de convívio social. O intelectual não se pode eximir da dúvida, da incerteza, do necessário ceticismo que chama a examinar crenças, convenções, ordenamentos jurídicos, éticos, estéticos.
A crítica contribui a desvelar as configurações do poder em sua articulação com os saberes e crenças. Se a ala “liberal” da crítica destaca a liberdade (do pensamento, da expressão, da opinião) como condição para potencializar a individualidade, a ala “esquerda” indaga, além disso, pela igualdade (não no sentido de simples “igualdade de oportunidades”, mas de uma efetiva igualdade política e social dos indivíduos).
Todos temos “momentos intelectuais” quando duvidamos de nossas certezas e de modo razoável pomos em questão convicções, valores ou saberes. Mas o intelectual o faz de forma pública. Frente ao intelectual haveria de se contrapor o “ideólogo” (do Estado, do partido, da igreja) que fala em nome das instituições, a Nação, a Pátria, o “projeto” ou “os mercados”. Fala em nome de verdades inquestionáveis, de certezas de salvação. O ideólogo não duvida, assim como o funcionário não pode exercer a crítica de modo público.
À diferença de uns e outros, os técnicos resolvem problemas concretos, circunscritos. Viram tecnocratas quando tratam de impor seus esquemas unilaterais sobre a complexidade do real, quase sempre a serviço de algum autoritarismo (seja político ou econômico).
No Equador vivemos numa espécie de deserto intelectual. Primam os ideólogos sobre os críticos. Hoje, como nunca, se requer um “tsunami” que arrase com estereótipos (de “esquerda” e de “direita”) e que nos confronte com os novos problemas éticos, culturais, políticos, técnico-científicos de hoje.
FONTE:http://www.jornalopcao.com.br/colunas/ideias
Nenhum comentário:
Postar um comentário