segunda-feira, 11 de junho de 2012

UFMA e a Greve das Universidades: Mercadante garante empenho pessoal nas negociações com grevistas nesta próxima semana.



De Diogo Lopes de Oliveira, da Secretaria de Comunicação da UNB

Em reunião com representantes do Sindicato Nacional dos Servidores das Instituições de Ensino Superior (Andes), o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira, 5 de junho, que o diálogo com os grevistas continua e uma nova rodada de negociações acontecerá na semana que vem, na terça-feira (12) ou na quarta-feira (13), no ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Mercadante assegurou que irá se empenhar pessoalmente pela solução do impasse e se comprometeu a acompanhar o processo por meio da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC.

Há cerca de duas semanas, Mercadante havia dito que a negociação cabia ao MPOG. Leia mais sobre o assunto. Na reunião com a Andes, o ministro reafirmou que a greve não é necessária. “As negociações continuam abertas. Nesse sentido, a greve não ajuda nem atrapalha”, disse o ministro.

A reunião foi realizada em meio a uma manifestação nacional de servidores públicos federais por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. A presidente do Sindicato Nacional dos Servidores das Instituições de Ensino Superior (Andes), Marina Barbosa, disse que a categoria não recebeu do MEC nenhuma proposta nova e que o Ministério alega o cenário de crise econômica internacional como impedimento para conceder reajuste. “O que o Mercadante diz é a mesma coisa que ouvimos há dois anos, por isso não podemos aceitar postergações em nome do atraso do governo sobre crise mundial”.  Para o vice-presidente do Andes, Luiz Henrique Schuch, a questão do prazo para a solução do impasse é política. “O ponto positivo é que o ministro nos chamou para uma reunião em plena greve. Isto é um símbolo. Há um significado favorável nesse gesto”, avaliou Schuch.

Para o professor do Departamento de Matemática da UnB, Claus Akira, a insatisfação de todos os servidores públicos pelo impasse da greve e a falta de reajustes é evidente. “Quanto mais o governo protelar as negociações, mais forte e contundente do movimento de greve se tornará”, analisou. “Não faz sentido que dois ministros [Aloizio Mercadante (MEC) e Miram Belchior (MPOG)] de um partido que nasceu das greves no setor metalúrgico do ABC paulista [PT] não respeite e negocie conosco”, complementou.

Além de servidores, a passeata reuniu estudantes de universidades federais, que se encontram em greve desde a segunda quinzena de maio. O protesto reuniu cerca de 5 mil pessoas, segundo estimativas do Tenente Mauro do 6º Batalhão da Polícia Militar. A União Nacional dos Estudantes (UNE) mobilizou cerca de 2 mil estudantes de 21 comandos locais estudantis na manifestação, que foi acompanhada por aproximadamente 300 policiais e 30 viaturas. O contingente de policiais foi estimado com base na expectativa de 10 mil manifestantes.

PLANEJAMENTO – Por volta das 12h30, os estudantes se concentraram em frente do prédio do MPOG e fizeram um “apitaço” por cerca de 30 minutos. Os alunos se dispersaram quando o secretário-executivo adjunto do MPOG, Valter Correia da Silva, foi designado pela ministra Miriam Belchior para receber representantes de 15 das 31 instituições presentes na marcha.

O titular da Secretaria de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, foi legitimado como o condutor das negociações do plano de carreira dos professores. “Nossa demanda era que o processo de negociação avançasse e isso não aconteceu. Não há uma posição clara por parte do Ministério do Planejamento. Em nenhum momento a questão da carreira foi sequer tocada”, disse Marina Barbosa, do Andes.

CONFRONTO – Após a manifestação em frente ao MPOG, cerca de 50 estudantes se dirigiram ao Ministério da Educação buscando ocupar o prédio. Durante a tentativa, alguns estudantes entraram em conflito com os 15 policiais militares. Pelo menos cinco deles foram atingidos por pedras e estilhaços de vidro e sofreram ferimentos leves nas pernas e nos rostos. A polícia fez uso de sprays de pimenta e armas de choque para conter os estudantes.

Segundo o Tenente Coronel Gouveia, do 6º Batalhão da PM e comandante do grupo de policiais, as medidas foram necessárias e não houve uso de força desproporcional. “Infelizmente há pessoas que não sabem usar o seu direito e acabam prejudicando um movimento legítimo como este”, avaliou. “Estamos aqui somente para garantir a preservação do patrimônio público”, finalizou.

O estudante da UnB, Lucas Brito, foi atingido por spray de pimenta na boca e na testa. Ele protegeu os olhos com o braço. “Tínhamos acordado em assembleia durante o ato ocupar o MEC para exigir uma negociação. Estávamos conduzindo tudo de forma tranquila”, disse Lucas. O aluno da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Piero Martins, que estava no local na hora em que o confronto começou, garantiu que a violência partiu da polícia. Já Guilherme Sansão, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), foi contra a ação de estudantes e policiais. “A gente deve repudiar qualquer forma de manifestação violenta seja de quem for”, argumentou.

FONTE:http://portal.aprendiz.uol.com.br/2012/06/06/mercadante-garante-empenho-pessoal-nas-negociacoes-com-grevistas-na-proxima-semana/

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