quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Violência - Brasil, está em curso um quase genocídio contra jovens.

13 set 2012 - Editorial.
A chacina cometida no fim de semana em Mesquita, Baixada Fluminense, com o assassinato de oito pessoas, entre elas um grupo de seis jovens, funciona, também, como um daqueles alertas sobre a situação da segurança pública na região metropolitana carioca. 

Embora haja indiscutíveis avanços na cidade do Rio, com a aplicação, pelo governo do estado, da política de pacificação de áreas-chave do município, a questão da criminalidade se mantém como prioritária - e assim será por muito tempo - na agenda do poder público.

Não seria de outra forma. Os recursos são limitados e é necessário tempo para a expansão do sistema de UPPs não apenas para todo o Rio, como outros municípios. 

Até isto acontecer, a Secretaria de Segurança precisa reprimir da maneira mais eficiente possível a criminalidade em todo o estado, incluindo efeitos colaterais previsíveis decorrentes da retomada do controle de comunidades cariocas que estavam subjugadas por quadrilhas.

Um desses efeitos é a migração de bandidos, como teria ocorrido em Mesquita, numa região de preservação ambiental em que estariam escondidos traficantes expulsos de morros pacificados. Seriam os autores da chacina.

Outro aspecto do crime, a violência contra jovens, tem alcance ainda mais nacional. Os seis amigos mortos estavam na faixa de até 19 anos de idade, em que há, no país, taxas inaceitáveis de mortes. Em 1980, o índice de homicídios neste segmento da população era de 3,1 para cada grupo de 100 mil pessoas. Trinta anos depois, atingiu a taxa de 13,8.

Nestas três décadas o número de assassinatos de jovens de até 19 anos cresceu 346,4%, mais que quadruplicou, portanto. Entre 1981 e 2010, 176.044 jovens foram mortos, dos quais 90% eram meninos. 

A ideia de o Brasil ser um "país de jovens" está ficando para trás pela própria dinâmica demográfica, mas, como se vê, também por força das armas, cada vez mais poderosas e eficazes à medida que o país se integra à rede mundial de tráfico de drogas. (Não fizéssemos fronteira com os quase monopolistas fornecedores de cocaína do planeta.)

Os assassinatos na Baixada, neste fim de semana, chocam, assim como tantos outros crimes também chocaram. Famílias e amigos choram em velórios, autoridades dão as declarações de praxe, compungidas.

O desafio é fazer algo mais, porque o quase genocídio entre jovens é grave como qualquer ameaça à segurança nacional. 

Que nenhum burocrata de Brasília pense em lançar o "Projovem", ou algo do tipo. Diagnósticos sobre a violência são incontáveis.

Propostas de ações contra ela não faltam. Algumas já testadas com êxito, caso das UPPs no Rio. 

Mas continua a faltar maior integração dentro do próprio poder público, em todas as instâncias, na execução de políticas de segurança abrangentes. 

O crime continua a parecer mais organizado que os governos.

 FONTE:http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha

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