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"Irmãos, nestes dias Moscou tornou-se o inimigo do islã e dos muçulmanos, o inimigo número um”. Esta declaração sensacionalista foi feita por um dos principais estudiosos sunitas do mundo, o teólogo e xeque Yusuf Al-Qaradawi. Ele considera que a Rússia é responsável pelos assassinatos de civis na Síria.
Esta declaração é uma ameaça e não
simplesmente uma explosão emocional. O xeque Yusuf Al-Qaradawi é o
teólogo mais respeitado no mundo sunita. Ele é o líder espiritual da
organização terrorista Irmandade Muçulmana no Egito, na Síria,
na Líbia e em outros países do mundo muçulmano. Basta
Al-Qaradawi declarar um país inimigo número um, todos seus seguidores
ouvem seu chamado para ações ativas.
Al-Qaradawi escreveu
mais de 120 livros, recebeu oito prêmios internacionais pela
contribuição inestimável aos conhecimentos fundamentais muçulmanos. Hoje
ele é o teólogo mais influente do mundo. Ele está em terceiro lugar na
lista dos “homens mais intelectuais do mundo” segundo a versão da
revista britânica Prospect Magazine e da revista americana Foreign Policy.
Na qualidade de líder espiritual do movimento Hamas,
ele apoiou o método mais eficaz e sanguinário de atividade terrorista
dos terroristas suicidas. “Milhares de teólogos islâmicos partilham de
minha opinião,” declarou há oito anos Al-Qaradawi.
Até mesmo quando a
população civil de Israel sofreu com as explosões de
terroristas-suicidas, ele declarou à BBC britânica que “as mulheres de
Israel não são mulheres, são soldados”. Justamente depois desta
declaração o movimento Hamas iniciou ativas operações de combate no território de Israel.
Como
disse à Voz da Rússia Amit Assa, ex-coronel do Serviço geral de
Segurança de Israel (Shabak) agora consultor de segurança internacional,
a declaração do xeque Yusuf Al-Qaradawi momentaneamente colocou em
risco a vida de russos no mundo inteiro. “Tal declaração hostil é um
guia de ação para a Al-Qaeda, Irmandade Muçulmana
e muitas outras organizações radicais.
É um chamado para atacar russos
em toda parte. Ele não precisa dizer “matem os russos”. Eles têm suas
mensagens cifradas. E a declaração de “inimigo número um” é justamente
uma mensagem dessas, um chamado a operações ativas”.
Esta
é a primeira manifestação semelhante contra a Rússia. Até mesmo
Ruhollah Musavi Khomeini, líder da revolução islâmica de 1979 no Irã,
não chamou a Rússia de inimigo número um, apesar de sempre considerá-la
“pequeno Satanás”, depois dos EUA e Israel. Muitos teólogos sunitas
radicais abstiveram-se de semelhantes ataques contra a Rússia, apesar de
lembrarem da URSS e sua ajuda de muitos milhões aos árabes.
O xeque Yusuf Al-Qaradawi esteve envolvido com a Al-Qaeda
e outros rebeldes muçulmanos no Afeganistão. Mas ninguém poderia
imaginar que chamariam a Rússia de inimigo número um. O xeque Abdul Hadi
Palazzi, secretário geral da Associação Muçulmana Italiana disse à Voz
da Rússia: “Eu espero que todos os chefes espirituais
dos muçulmanos da Rússia condenem semelhante declaração de
Al-Qaradawi e continuem a seguir a política de paz e lealdade em relação à Rússia.”
Palazzi
lamenta que no mundo muçulmano passem a predominar os ânimos radicais,
semelhantes aos que haviam com Muhammad Amin al-Husseini. Este mufti de
Jerusalém, líder dos nacionalistas árabes na Palestina, outrora apoiou
Hitler. “O xeque Yusuf Al-Qaradawi também é seguidor da política de
Hitler. Tem-se a impressão de que ele quer repetir os horríveis
acontecimentos da história, chamando a Rússia de inimigo número um”.
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