Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil.
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff lamentou a morte de Luiz
Gushiken, ocorrida na noite de ontem (13). Gushiken era tratado há doze
anos de um câncer no estômago e morreu em decorrência de "falência de
múltiplos órgãos, ocasionada por um sangramento e obstrução intestinal",
segundo boletim médico do hospital. Por meio de nota, Dilma se referiu
ao ex-ministro como um amigo.
“A morte de meu amigo Luiz Gushiken é um momento de dor e de
reverência. Dor pela ausência que ele fará para todos os que tiveram a
felicidade de conhecê-lo, que puderam compartilhar da sua sabedoria e
capacidade de pensar como o Brasil poderia ser uma nação mais justa para
todos. Reverência pela serenidade como viveu a vida e enfrentou a
morte”, diz.
Dilma ainda comentou que foi colega de ministério de Gushiken no
governo Lula, e diz que ele “partiu como viveu. Com coragem”. E
acrescentou: “Aos familiares e amigos, deixo as minhas condolências e
homenagens a este grande brasileiro”.
Nascido na cidade de Osvaldo Cruz (SP) no dia 8 de maio de 1950,
Luiz Gushiken cursou administração pela Fundação Getúlio Vargas entre
1973 e 1979. Escriturário do antigo Banco do Estado de São Paulo
(Banespa), onde chegou a assumir o cargo de diretor, Gushiken presidiu o
Sindicado dos Bancários do estado entre 1985 e 1987.
Além de participar da criação da Central Única dos Trabalhadores
(CUT), Gushiken foi um dos fundadores do PT em 1980. Deputado federal
constituinte por São Paulo, presidiu o partido no final da década de
1980.
Durante a Assembleia Nacional Constituinte, foi membro titular de
uma subcomissão na Comissão do Sistema Tributário, Orçamento e Finanças.
Atuou como deputado durante três mandatos consecutivos até 1999.
Após participar das campanhas presidenciais de Lula em 1989 e em
1998, Gushiken assumiu a chefia da Secretaria de Comunicação Social do
primeiro mandato do então presidente. Deixou o cargo e o status de
ministro em 2005, em meio a denúncias de tráfico de influências de
contratos que supostamente beneficiaram a Globalprev, de sua
propriedade.
Gushiken permaneceu no governo como chefe do Núcleo de Assuntos
Estratégicos da Presidência, até novembro de 2006, após a reeleição de
Lula, quando pediu exoneração do cargo. Na época, vieram à tona as
denúncias do mensalão.
Acusado pelo Ministério Público pelo crime de peculato no
julgamento, Luiz Gushiken foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal. A
alegação, na época, era que o ex-ministro tinha conhecimento do repasse
irregular de R$ 73,8 milhões pelo Banco do Brasil à agência DNA
Propaganda, de Marcos Valério. Em 2011, o então procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, pediu a absolvição de Gushiken por falta de
provas.
Durante o julgamento, o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, disse
que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato,
que acusou Gushiken em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito dos Correios em 2003, retirou a imputação quando ouvido em
juízo durante o processo. Em maio deste ano, a absolvição de Gushiken
foi oficializada pelo Supremo.
Luiz Gushiken é autor do livro Uma Nova Ordem Mundial, publicado em 1994.
Edição: Fábio Massalli
Nenhum comentário:
Postar um comentário