domingo, 8 de dezembro de 2013

UFMA - Transcrevo um Texto do Professor Carlão.

Tenho orgulho de pertencer a essa geração... (Texto de autoria do Professor Carlão).

Minha amiga Silvane Magali, ex aluna, professora do curso de Serviço social da UFMA, com quem eu tenho orgulho de compartilhar algumas jornadas importantes na militância política e acadêmica, chamou a atenção para o episódio da última quinta feira, 05/12. 
 
Foto: Facebook.
Em apoio à lutas dos estudantes por uma Casa no Campus, eu transferia minha aula para o acampamento onde teve início a greve de fome de Josemiro, seguido por Daniel e Rômulo. 


Estava exibindo o documentário “Todo Poder Para o Povo”, a história de criação do Partido Panteras Negras nos Estados Unidos. Uma organização das mais importantes do século XX construída por jovens negros para lutar contra a segregação racial, desafiando as poderosas forças do Estado branco Norte Americano. 
 
Foto: Chico Barros. Professores da UFMA
Uma história que tem tudo a ver com a luta dos estudantes da UFMA e de outras universidades públicas brasileiras por inclusão sócio-racial, moradia digna, transporte, alimentação e condições de estudar e sair qualificados (as) de seus cursos para contribuir profissionalmente com o desenvolvimento do país. 

Foto - Chico Barros. Professor Carlão.
Durante a exibição um aluno, [Luiz Carlos], sentou-se ao meu lado e disse “professor, anunciaram agora a morte de Nelson Mandela. 
Nelson Mandela
Eu já estava na emoção daquela situação de acompanhar nossos alunos, jovens, negros, filhos de trabalhadores rurais a exemplo de Josemiro, onde pai ou mãe não tiveram acesso ao ensino superior, como a maioria de nossos e nossas genitores (as). 

Na emoção daquele documentário retratando a resistência de jovens negros contra a violência da segregação racial.

Não pude me conter, antes de iniciar os debates sobre o documentário quis transmitir a notícia, a todos e todas que estavam ali mas a voz não saia, e como tantos negros e negras desse país eu fui às lágrimas. Me veio à mente outro filme cujo qual eu protagonizei. 
 
Foto - Chico Barros. Professor Carlão.
Desde os anos 70, vivo na militância lutando com outros companheiros contra o racismo inspirados nesses líderes, Zumbi, Dandara, Chico Rei, Negro Cosme, Panteras Negras, MalconX, Luither King, Ângela Daves, Lélia Gonzales, Abdias Nascimento, Beatriz Nascimento tantos, tantas mais e mais e mais e Nelson Mandela, talvez o maior estadista do século XX que soube transformar o ódio (que certamente sentia por ficar 27 anos privado da liberdade, da convivência com seu povo) em um programa de unificação da África do Sul. “Perdoar sim, esquecer jamais”. 

Foto - Chico Barros. Professor Carlão.
Um dos seus atos de nobreza. Me veio à mente nos Encontros de Negros do Norte e Nordeste que realizamos durante dez anos sempre reverenciando a luta de Nelson Mandela e clamando pela sua libertação. Libertação que veio e o tornou ainda mais grandioso por tudo que fez, pelo legado que nos deixa. 
 
Foto - Chico Barros. Professor Carlão.
Sua partida certamente é lamentada por cada um que acredita e luta pela liberdade e pela dignidade humana, mas não deve ser chorada, deve ser celebrada com festa e alegria como ele sempre demonstrou em seus discursos e aparições em todos os eventos públicos. 
 
Foto - Chico Barros. Professor Carlão.
Por isso naquele momento, mesmo em lágrimas eu não pedi silencio, e sim um caloroso aplauso que repercutia também na luta daqueles jovens estudantes que empenhavam seu corpo e sua vida por uma causa coletiva, é esse o legado que Mandela nos deixa.

Foto - Chico Barros. Professor Carlão.
 https://www.facebook.com/carlao.rastafary?hc_location=timeline

3 comentários:

  1. Esse foi um dos melhores dias que já presenciei na Ufma!

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  2. Esse foi um dos melhores dias que já presenciei na UFMA!

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  3. Esse foi um dos melhores dias que já presenciei na UFMA!

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