Tenho orgulho de pertencer
a essa geração... (Texto
de autoria do Professor Carlão).
Minha amiga Silvane
Magali, ex aluna, professora do curso de Serviço social da UFMA, com quem eu
tenho orgulho de compartilhar algumas jornadas importantes na militância
política e acadêmica, chamou a atenção para o episódio da última quinta feira,
05/12.
Em apoio à lutas dos estudantes por uma Casa no Campus, eu transferia minha
aula para o acampamento onde teve início a greve de fome de Josemiro, seguido
por Daniel e Rômulo.
Estava
exibindo o documentário “Todo Poder Para o Povo”, a história de criação do
Partido Panteras Negras nos Estados Unidos. Uma organização das mais
importantes do século XX construída por jovens negros para lutar contra a
segregação racial, desafiando as poderosas forças do Estado branco Norte
Americano.
Uma
história que tem tudo a ver com a luta dos estudantes da UFMA e de outras
universidades públicas brasileiras por inclusão sócio-racial, moradia digna,
transporte, alimentação e condições de estudar e sair qualificados (as) de seus
cursos para contribuir profissionalmente com o desenvolvimento do país.
Foto - Chico Barros. Professor Carlão. |
Durante
a exibição um aluno, [Luiz Carlos], sentou-se ao meu lado e disse “professor, anunciaram agora
a morte de Nelson Mandela.
Eu já estava na emoção daquela situação de
acompanhar nossos alunos, jovens, negros, filhos de trabalhadores rurais a
exemplo de Josemiro, onde pai ou mãe não tiveram acesso ao ensino superior,
como a maioria de nossos e nossas genitores (as).
Na
emoção daquele documentário retratando a resistência de jovens negros contra a
violência da segregação racial.
Não pude me conter, antes de iniciar os debates
sobre o documentário quis transmitir a notícia, a todos e todas que estavam ali
mas a voz não saia, e como tantos negros e negras desse país eu fui às
lágrimas. Me
veio à mente outro filme cujo qual eu protagonizei.
Desde os anos 70, vivo na
militância lutando com outros companheiros contra o racismo inspirados nesses
líderes, Zumbi, Dandara, Chico Rei, Negro Cosme, Panteras Negras, MalconX,
Luither King, Ângela Daves, Lélia Gonzales, Abdias Nascimento, Beatriz
Nascimento tantos, tantas mais e mais e mais e Nelson Mandela, talvez o maior
estadista do século XX que soube transformar o ódio (que certamente sentia por
ficar 27 anos privado da liberdade, da convivência com seu povo) em um programa
de unificação da África do Sul. “Perdoar sim, esquecer jamais”.
Foto - Chico Barros. Professor Carlão. |
Um
dos seus atos de nobreza. Me veio à mente nos Encontros de Negros do Norte e
Nordeste que realizamos durante dez anos sempre reverenciando a luta de Nelson
Mandela e clamando pela sua libertação. Libertação que veio e o tornou ainda
mais grandioso por tudo que fez, pelo legado que nos deixa.
Sua
partida certamente é lamentada por cada um que acredita e luta pela liberdade e
pela dignidade humana, mas não deve ser chorada, deve ser celebrada com festa e
alegria como ele sempre demonstrou em seus discursos e aparições em todos os
eventos públicos.
Por
isso naquele momento, mesmo em lágrimas eu não pedi silencio, e sim um caloroso
aplauso que repercutia também na luta daqueles jovens estudantes que empenhavam
seu corpo e sua vida por uma causa coletiva, é esse o legado que Mandela nos
deixa.
Foto - Chico Barros. Professor Carlão. |
https://www.facebook.com/carlao.rastafary?hc_location=timeline
Esse foi um dos melhores dias que já presenciei na Ufma!
ResponderExcluirEsse foi um dos melhores dias que já presenciei na UFMA!
ResponderExcluirEsse foi um dos melhores dias que já presenciei na UFMA!
ResponderExcluir