domingo, 9 de março de 2014

Quando a política mata. Notícias de Ontem.


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Colagem: Voz da Rússia

No início de 2014, na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos será realizado um inquérito sobre os eventos de 06 de agosto de 2011 no Afeganistão. Naquele dia os talibãs abateram um helicóptero de transporte militar norte-americano CH-47D Chinook. 

Morreram todas 38 pessoas que estavam a bordo, incluindo 17 combatentes do SEAL Team Six. Aquele não foi apenas “o pior dia da guerra” dos EUA no Afeganistão, mas também a maior perda de forças de operações especiais dos Estados Unidos nos 25 anos de sua existência. 

A tragédia não teria acontecido se durante a realização daquela operação especial o comando não teria pedido reforços. Esses reforços foram mandados naquele helicóptero. Mas não teria havido necessidade em forças adicionais se não fossem as atuais regras de engajamento (ROE, na sigla inglesa). Elas não autorizam a abrir fogo contra o inimigo sem confirmar que ele está armado e representa uma ameaça evidente. 

Neste caso, as ordens foram de apanhar os talibãs que recuavam, e não de destruí-los. Para isso foram necessários reforços. Além disso, após o tiro fatal, o piloto do helicóptero de combate que acompanhava o Chinook não tinha o direito de disparar contra o prédio onde estava o atirador com o morteiro, porque lá dentro poderia haver civis.

É claro que em teoria, estas regras deveriam minimizar as baixas entre civis e atraí-los para o lado dos norte-americanos. Muitos países europeus se recusam a admitir que eles enviam seus soldados para a guerra, chamando-os de forças de paz e proibindo-lhes qualquer iniciativa em combate. Mas, na prática, essas regras só reduzem a eficácia das ações das tropas, a sua moral.

Quantas reivindicações houve para com os contingentes alemão, italiano e outros pela sua “passividade”? E o que deviam eles fazer, quando para participar em combates era necessária uma longa aprovação nos quarteis e parlamentos europeus?

Em todos os “pontos quentes” onde estão atuando contingentes da OTAN e dos Estados Unidos sabe-se das ROE. No Mali e na República Centro-Africana, os separatistas, quando se deslocam, retiram as metralhadoras de seus jipes, e os atiradores de helicópteros franceses não têm o direito de abrir fogo sobre eles. Na Somália, durante a operação SEAL, o chefe dos rebeldes reuniu em torno de si mulheres e crianças, e sua captura foi cancelada.

Entretanto, o inimigo está conduzindo uma guerra muito diferente. Entre a população civil, o número de vítimas de ataques terroristas contra alvos militares e civis no Afeganistão, Iêmen, Iraque e outros países é estimado já na casa dos milhares. Mas os políticos não mudam as regras do jogo. Além disso, realizam em todos os lugares experimentos com suas próprias tropas buscando estratégias de “ganhar corações e mentes” da população. 

No Afeganistão, essa estratégia assume que a população deixará de apoiar o Taliban depois de milhares de soldados da coalizão saírem de seus veículos blindados e irem a pé estabelecer boas relações com a população local. O principal resultado é um brusco aumento na quantidade de lesões gravíssimas e baixas nas forças da coalizão causadas por dispositivos explosivos. 

Em 2008-2009 subiram para 60%, e até agora constituem pelo menos metade das perdas totais. E foi a ideia reconhecida como fracassada e cancelada? Não. Depois de anos de combates difíceis as tropas forma simplesmente retiradas da área da “guerra de minas”.

Ainda na primavera de 2012 Kimberly Dvorak escreveu no Examiner: “A experiência de anteriores guerras contra militantes no Vietnã e no Iraque mostrou claramente aos norte-americanos que com o envolvimento em combates de forças externas terceiras (EUA e OTAN) a estratégia de “ganhar corações e mentes” faz a vitória impossível. 

Quando a população local odeia o seu próprio governo, passa a sua insatisfação para os ocupantes também, o que elimina qualquer chance de vencer. Infelizmente para os norte-americanos, é justamente isso que está sucedendo no Afeganistão.”

“Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e caluniam” (Mateus 5:44). Estas palavras dirigidas aos primeiros pregadores cristãos, ainda não são completamente adequadas para dar ordens a soldados de forças expedicionárias. As tentativas de transformar soldados em missionários realmente não é a melhor maneira de fazer guerra, que por enquanto ainda começa tradicionalmente com golpes de Tomahawks.

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