sábado, 22 de agosto de 2015

São Luís. Foi suspensa a Audiência Pública da Zona Rural, que objetivava discutir as alterações no Zoneamento Urbano e no Plano Diretor: A Prefeitura não ofereceu os recursos necessários para a realização do evento.

Foto - Jornal Vias de Fato.

Prefeitura não oferece recursos para a realização de Audiência Pública da Zona Rural, que objetivava discutir as alterações propostas no Zoneamento Urbano e no Plano Diretor, motivando a suspensão da referida audiência.

Após uma hora e meia de atraso e clima tenso e com a população local mobilizada, a audiência foi suspensa. A prefeitura não ofereceu sequer recursos que permitissem que fossem visualizadas as áreas a serem alteradas pela proposta da prefeitura e que pode significar, se passar, a remoção de milhares de famílias rurais do interior da ilha, juntando-se, à falha gritante de divulgação, agora uma falha técnica.

A prefeitura, através da diretora dos trabalhos da audiência, Tati Palácio, disse que ouviria a população se, se optasse pela suspensão, coisa não feita apesar de reivindicada por várias vezes nas audiências anteriores. 

Além da população, representantes de indústrias (incluindo a WPR, que representa uma violenta ameaça à comunidade do Cajueiro) e grileiros de terra na área, identificados por moradores da zona rural, que chegaram inclusive a ameaçar o trabalho do Jornal Vias de Fato.

A audiência pública para a zona rural ficou para o dia 12 de setembro, também das 9h ao meio-dia, na UEB Gomes de Sousa. Os presentes reivindicaram que fosse aberto, mesmo sem audiência, um debate sobre as alterações propostas para a região, o que segue acontecendo no momento, com a população acompanhando e questionando a equipe da prefeitura, inclusive sobre a ameaça de remoção, que apareceu inclusive na fala do presidente do Incid (Instituto da Cidade), ao citar que não há risco de remoção imediata (mas não negou a existência do risco).

Foto - Jornal Vias de Fato


Os populares questionam o fato de somente os projetos das indústrias serem levados em consideração, e não os projetos das comunidades, como a criação a Resex Tauá-Mirim.

Muitos responderam para Tati Palácio, que afirmou que não viu esse movimento todo mundo quando se instalou a poluente termoelétrica na região. Participantes responderam que estavam na luta, resistindo bravamente, enquanto a prefeitura, à qual ela sempre esteve ligada, seguia apoiando a instalação do empreendimento e concedendo as licenças municipais para tanto, inclusive contra os anseios da população.

O mapa precariamente apresentado apresenta erros apontados pelos moradores, que questionam inclusive o fato de parte da zona rural estar já classificada como industrial, invisibilizando as comunidades centenárias que lá habitam. Reclamam ainda o fato de os moradores não serem devidamente ouvidos nesse processo.

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