segunda-feira, 19 de outubro de 2015

APRUMA emite Nota de Repúdio ao Processo de alteração parcial do Plano Diretor de São Luís que está sendo conduzido pela Prefeitura de São Luís.

NOTA DE REPÚDIO
(Processo de alteração parcial do Plano Diretor de São Luís)

Nós, professores da Universidade Federal do Maranhão, reunidos em Assembleia convocada pela  APRUMA e realizada no dia 14 de outubro de 2015, repudiamos o processo pelo qual a Prefeitura  Municipal de São Luís vem conduzindo a alteração parcial do Plano Diretor e revisão da Lei de  Zoneamento, Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo no Município de São Luís. 

O referido processo vem  sendo realizado sem a necessária divulgação, prevista na legislação federal através do Estatuto da Cidade,  e conduz a profundas alterações no zoneamento do município que beneficiariam diretamente a  especulação imobiliária, o lucro de empresas de construção civil e a expansão da atividade industrial.

Tudo isso sem que haja um amplo debate público, o que compromete o exercício democrático da participação popular, o que deve ocorrer na tomada de decisões públicas de amplo alcance. 

Assim, exigimos o imediato cancelamento das Audiências Públicas já realizadas e a revisão de todo o processo, garantindo que o mesmo seja democrático e participativo.

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MOBILIZAR PARA BARRAR A ALTERAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE SÃO LUÍS:  chega de especulação imobiliária, aumento da poluição e degradação da ilha e expulsão de seus moradores.

UMA TAREFA DE TODOS OS TRABALHADORES, DOS MOVIMENTOS SOCIAIS ORGANIZADOS E DA POPULAÇÃO EM GERAL.

SOLICITAÇÃO

Desde julho deste ano, a Prefeitura de São Luís intensificou suas movimentações com vistas a introduzir alterações no Plano Diretor do município, convocando 15 (quinze) audiências com pouquíssima divulgação, baixa participação e, portanto, sem nenhuma representatividade. 

Entre os principais objetivos dessas alterações, destacam-se a intenção de diminuir a zona rural do município, convertendo parte da mesma em zona portuária ou portuária industrial (o que pode causar a expulsão de mais de 14 mil pessoas), o aumento do número de gabaritos (andares) dos prédios a serem construídos (que podem chegar, em certos bairros, a até 31 andares), e a alienação de parte do patrimônio ambiental da cidade, entregando para grandes construtoras áreas como o Sítio Santa Eulália e inviabilizando a criação da Reserva Extrativista de Tauá-Mirim.

Todas essas mudanças propostas vieram à tona nas 13 (treze) audiências já realizadas, que foram convocadas a toque de caixa, sem nenhum empenho institucional na sua ampla divulgação (descumprindo uma exigência legal do Estatuto da Cidade) e com uma metodologia que dificultava a participação dos poucos que chegaram a ter conhecimento de sua realização e acompanharam boa parte desse verdadeiro “faz-de-conta”. 

Assim, a Prefeitura procura apenas cumprir formalmente a realização desses fóruns, previstos por força de lei, deixando de fora questões que interessam verdadeiramente a população, como a necessidade de saneamento básico (que atualmente não chega a 5% das necessidades atua is da cidade), mobilidade urbana e transporte público de qualidade, bem como quaisquer questões urbanas apresentadas durante as audiências e que estejam fora do roteiro traçado em conluio com industriais e donos de construtoras da cidade ou representantes do empresariado, local ou trans/nacional, os principais beneficiados com as alterações pretendidas.

As 2 (duas) últimas audiências públicas previstas não foram realizadas, pois a 14ª (décima quarta) audiência, prevista para a Vila Maranhão, contou com uma grande mobilização da Zona Rural II de São Luís e a forte participação popular junto a alegados problemas técnicos inibiu a equipe da Prefeitura de levar a farsa adiante. Assim, aqueles que têm acompanhado o processo aguardam novo edital de convocação das mesmas, que têm assumido grande relevância, pois tem sido ampliados o conhecimento e a mobilização popular sobre o processo. Para maiores informações sobre as audiências realizadas e seus desdobramentos, foi organizado um material que pode ser acessado através de https://sway.com/LXVUYYlzkl9yuHzI .

Em razão dos graves ataques ao bem viver do conjunto da população caso essas alterações vinguem e da necessidade de uma efetiva discussão, como previsto no Estatuto da Cidade, vimos, em respeito e reconhecimento ao histórico de lutas sociais, trabalhistas e populares desta importante instituição, convidar para que tome assento no fórum de discussões que tem se formado em São Luís para avaliar meios de contestar em todas as esferas possíveis, esses duros ataques ao direito à cidade, desferidos contra toda a população da Ilha do Maranhão. 

Um primeiro passo nesse sentido pode ser dado participando da Oficina sobre o Plano Diretor que ocorrerá no próximo dia 24 de outubro, sábado, às 9h, no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de São Luís, na Avenida Santos Dumont, 147, Tirirical, São Luís - MA.

Saudamos com os mais calorosos e combativos votos de estima, e de pronto agradecemos!

Horácio Antunes de Sant’Ana Júnior
(Professor do Depto. de Sociologia e Antropologia da UFMA)
Assinando pelo coletivo em construção.


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