Em 15 anos, quantidade de titulados no País subiu de 13.219 para 55.047, segundo relatório inédito de centro ligado ao Ministério da Ciência
CIDADES - Herton Eseobar - Davi Lira.
O
número de mestres e doutores formados pelas universidades brasileiras
mais que quadruplicou em 15 anos, passando de 13,=.219 em 1996 para
55.047 em 2011 - aumento de 312% -, segundo uma compilação inédita
divulgada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (GGEE),
organização social ligada ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação
(MCTI).
O
relatório, chamado Mestres 2012, é uma continuação do Doutores 2010,
lançado três anos atrás. Juntos, eles fornecem um raio X detalhado da
pós-graduação no País, levando em conta dados do Censo Demográfico do
IBGE, do MCTI e dos Ministérios da Educação e do Trabalho e Emprego.
Entre
os mestres, o crescimento foi impulsionado, em grande parte, por um
aumento no número de cursos de mestrado oferecidos em instituições de
ensino particulares, cuja participação na fomação nacional de mestres
cresceu de 13,3% em 1996 para 22,4% em 2009, quase empatando com as
universidades estaduais, que contribuíram com 25%.
Em números absolutos, as pariculares formaram 8.696 mestres em 2009, enquanto as estaduais formaram 9.712 e as federais, 20.142.
"As
privadas ainda formam menos, porém cresceram mais que as públicas no
mesmo período", diz o diretor do CGEE, Antonio Carlos Galvão, que
supervisionou o estudo.
Os
dados mostram também uma descentralização da pós-graduação em termos
regionais. A Região Sudeste, apesar de ainda ser predominante, viu sua
participação no número de programas de mestrado cair de 62% para 50%.
"A
pós-graduação começou no Sudeste, por isso a concentração. Mas nos
últimos anos ela vem se expandindo um pouco na Região Sul, mais
lentamente no Nordeste e recentemente no Norte e no Centro-Oeste",
destaca o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães.
Empregabilidade.
Um dos principais destaques do estudo, segundo Galvão, é que os mestres
têm uma inserção maior no mercado de trabalho não acadêmico que os
doutores. Do total de mestres formados entre 1996 e 2009, cerca de 40%
estão empregados no setor de educação, comparado a cerca de 80% do
doutores.
"Isso
mostra que os doutores têm mesmo um perfil mais acadêmico", avalia
Galvão. "E corrobora a ideia de que o mestrado não é só uma etapa de
graduação: é uma titulação com finalidade própria, que tem um encaixe
social mais abrangente."
As
vantagens socioeconômicas da pós-graduação são claras. Segundo o
estudo, os salários de quem tem mestrado são 84% mais altos que os de
quem só fez a graduação. Já os doutores recebem 35% mais que os mestres.
Desigualdades.
Os dados também escancaram a desigualdade de gêneros na elite acadêmica
brasileira. As mulheres já representam mais da metade dos mestres do
País desde 1997, mas sua remuneração média é 42% menor que a dos homens
com a mesma titulação.
As
discrepâncias são mais acentuadas nas Regiões Sul e Sudeste (44%) e
menos na Região Norte (18%). "É algo que deve ser discutido no sentido
de criar políticas públicas para reduzir esse hiato", diz Galvão.
Materia Lincada de: http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha
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