Nossa luta pela Criação da Resex de Tauá-Mirim continua!!!
O Movimento Nacional de Pescadoras e Pescadores reivindicou e conseguiu trazer ao Maranhão a Vice-procuradora Geral da República e coordenadora da 6ª Câmara do MPF, Deborah Duprat, que ouviu as graves violações de direitos cometidas pela empresa WPR na comunidade Cajueiro, em São Luís, sob as barbas do Governo do Estado.
Para se ter ideia do tamanho da afronta, mesmo depois da reunião da comunidade com a vice-procuradora geral e com o próprio governador do estado, a empresa continuou com a jagunçada atuando no Cajueiro, como fez no último final de semana, num claro deboche não apenas agora às pessoas que violenta e ameaça cotidianamente com sua presença, mas também às instituições.
RESEX JÁ! NÃO DÁ MAIS PRA FINGIR QUE NÃO SABE DESSA LUTA, GOVERNADOR!
Não fosse a presença de Deborah Duprat no Maranhão, fruto da intervenção do Movimento de Pescadores, Flavio Dino ainda estaria muito provavelmente evitando ser fotografado recebendo as comunidades do Cajueiro e todas as demais da Resex de Tauá-Mirim, mandando seu secretariado dizer que está dialogando, enquanto ele mesmo nunca dava as caras.
Talvez tenha sido por isso que ele teve a coragem de dizer, na frente da vice-procuradora, que nunca se debateu a Resex no governo, e que essa "questão nunca se colocou de forma emergencial para a gente".
Mentira, governador! Desde antes de sua posse fomos recebidos pelo seu secretário da Articulação Política. Posteriormente, seu secretário de Indústria e Comércio chegou a dizer que naquela secretaria "Todo dia se trata de Resex aqui, não se faz mais nada a não ser discutir a Resex de Tauá-Mirim", isso logo no início do Governo, na frente de mais de uma dezena de pessoas representantes de várias instituições e comunidades.
Foi entregue, em mãos, ao seu secretário de Direitos Humanos e Participação Popular relatório sobre a questão, no dia que seu governo trouxe Frei Beto, que falou que "Governo é que nem feijão, só amolece na pressão" (em que ele estava coberto de razão).
A suspensão TEMPORÁRIA da FRAUDULENTA LICENÇA CONCEDIDA PELO GOVERNO ROSEANA SARNEY AO PORTO NO CAJUEIRO foi anunciada pelo seu secretário de Meio Ambiente na frente das comunidades, em reunião na sede da Secretaria, onde mais uma vez a questão da Resex veio à tona, também ainda em 2015, e até hoje sem qualquer definição de seu governo em favor das comunidades. Depois do circo, ao que tudo indica, a licença foi revalidada, com o governo do Estado insistindo em não anular de modo definitivo um processo como o da WPR, cujos relatórios de impactos ambientais estão sobrecarregados de irregularidades, como foi mostrado ao governador.
Diante de tudo isso, dizer que o governo não sabe de resex, ou é incompetência de seus secretários, que não lhe avisaram que o processo aguarda SUA ANUÊNCIA, tendo cumprido as demais etapas DESDE 2007 (o único governador que ouviu o clamor da zona rural de São Luís foi Jackson Lago, que chegou a conceder a tal carta de anuência, que depois desapareceu misteriosamente do processo em Brasília), ou, como dissemos, foi, por outro lado, uma flagrante mentira contada na frente da vice-procuradora geral da República.
Talvez a fala de seu secretário de Direitos Humanos, durante reunião ocorrida no final de setembro passado junto às Pastorais Sociais da Igreja Católica, dê pistas do que está efetivamente acontecendo. Na ocasião, foi dito que a questão era delicada, pois a área da Resex é estratégica para o capital internacional.
Resta saber se o que vai prevalecer nesse governo é a real necessidade do povo ou o interesse de corporações predatórias que querem apenas explorar nossa gente e saquear nossos territórios para suas próprias ambições. E se o Estado vai assistir e se submeter a isso passivamente.
De nossa parte, lutaremos e pressionaremos até o fim, tenham certeza. Que o Estado se digne, então, a afirmar sua autonomia ante o poder financeiro, e não abra mão de nosso território de forma humilhantemente vergonhosa, mas se conduza com a altivez que os que o elegeram esperam que esse governo tenha.
Seja como for, se o fato de evitar ser visto tratando pessoalmente da questão era para ter a desculpa de que não estava sabendo, essa justificativa não pode ser mais acionada, governador. Esperamos que o senhor não cometa um estelionato eleitoral com o povo que lhe elegeu. Que o senhor expulse a WPR cangaceira e todos os poderosos que estão por trás dela das terras do Cajueiro, e que o senhor se digne a dar tranquilidade às comunidades da Zona Rural II de São Luís, não pondo mais obstáculos ou fazendo deliberado corpo mole à demanda em torno da criação da Resex de Tauá-Mirim, mas que assuma esse compromisso ante o povo e seja, o senhor mesmo, mais um advogado dessa causa.
Do contrário, nossa luta continuará, com ou sem o senhor. A favor ou contra o senhor, a quem resta escolher.
Em tempos de retrocesso de direitos, nós, da Grande Ilha do Maranhão, reafirmamos os nossos, pelos quais lutaremos.
RESEX DE TAUÁ-MIRIM JÁ!
Link: facebook.jornal vias de fato
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