Renata Martins - Repórter da Rádio da Nacional da Amazônia
O Ministério Público Federal solicitou ao Ministério da Justiça o envio da Força Nacional de Segurança para a região da Mata Preta, no município de Anapu, no Pará.
O pedido foi apresentado hoje (27) ao ministério pela procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat.
A medida pretende conter conflito agrário na área. Denúncias enviadas à Ouvidoria Agrária relatam que homens armados estão expulsando famílias que ocupam terras da Gleba Pública Federal Bacajá.
![]() |
Segundo relatos dos trabalhadores rurais, os conflitos se acentuaram quando um homem que reivindica a propriedade da terra revendeu os lotes para outras duas pessoas que tentam retirar os trabalhadores rurais sem que nenhum mandado judicial determine a reintegração de posse.
Há onze anos, na mesma região, a missionária norte-americana Dorothy Stang foi assassinada por conflitos por terra.
Segurança permanente
Nesta quarta-feira, o ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, e o procurador federal Felício Pontes participaram de reunião na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para discutir a tensão na região de Anapu. Eles vão pedir à Secretaria de Segurança Pública do Pará que um efetivo policial permaneça no local até que o conflito seja contido. Procuradores também vão trabalhar para que disputas judiciais pendentes sobre terras da região sejam julgadas.
![]() |
De acordo com o procurador Felício Pontes, como as ameaças são de supostos pistoleiros contratados por um fazendeiro contra os trabalhadores rurais, é preciso que a delegacia especializada de conflitos agrários, de Marabá, se desloque para a região.
“Elas têm auxiliado muito nessas áreas de conflito por isso que vai ser solicitado. Para que a gente não tenha que atuar como nas outras vezes depois que alguém já morreu”, lembrou.
Ontem (26) à noite, o ouvidor agrário regional se deslocava para a Mata Preta quando encontrou com pessoas que haviam sido expulsas do local. Por temor de represálias às famílias que permaneceram nos lotes, o grupo pediu para que a Patrulha Rural e a Ouvidoria só fossem ao local quando um efetivo puder ficar em definitivo. De acordo com os trabalhadores, após inspeção realizada semana passada pela Ouvidoria Rural, as ameaças e agressões se intensificaram.
Edição: Luana Lourenço
Nenhum comentário:
Postar um comentário