Helicóptero apreendido com cocaína (Reprodução).
Promotor que investigava caso do helicóptero apreendido com 445 quilos
de pasta base de cocaína é afastado. Eduardo Nepomuceno também investigava
denúncias contra o governo de Aécio Neves/Antonio Anastasia e sua relação com o
senador Zezé Perrella.
O Conselho Nacional do Ministério Público decidiu afastar da Defesa do
Patrimônio Público de Minas Gerais o promotor Eduardo Nepomuceno que
investigava denúncias de desmandos no governo de Aécio Neves/Antonio Anastasia
e sua relação com o senador Zezé Perrella, dono do helicóptero apreendido com
445 quilos de pasta base de cocaína no Estado do Espírito Santo, em novembro de
2014.
Sem poder para investigar o tráfico no Estado vizinho, Nepomuceno
comandou inquérito civil público que revelou desvio de finalidade no uso do
helicóptero pelo filho do senador, Gustavo Perrella, que era deputado estadual
e cobrava da Assembleia Legislativa de Minas Gerais o pagamento pelo
combustível da aeronave.
Além disso, o
piloto do helicóptero, preso em flagrante por transportar a droga — e seis
meses depois solto –, ocupava cargo de confiança na Assembleia por indicação do
deputado Gustavo.
O promotor também
descobriu que o voo do helicóptero com a cocaína não foi o único sem relação
direta com o mandato parlamentar. O helicóptero transportava celebridades e
amigos do deputado e do pai, Zezé Perrella, com combustível pago pela
Assembleia.
O promotor também
descobriu que o pai de Gustavo, que foi deputado estadual, tinha um avião
particular e cobrava da Assembleia o combustível usado para seus deslocamentos
sem relação com o mandato parlamentar.
Na lista de voos
juntada ao processo, há voos para o Rio de Janeiro e Salvador, durante
feriados, inclusive de Carnaval. Por conta deste inquérito, o promotor pediu a
devolução de dinheiro ao Estado de Minas Gerais.
Antes mesmo da
apreensão do helicóptero com a cocaína, o promotor Nepomuceno já tinha
investigado os negócios de Zezé Perrela e da família com o governo de Aécio
Neves e de Antonio Anastasia e obtido o bloqueio de bens em razão de indícios
de superfaturamento e fraude em licitação.
As empresas dos
Perrellas forneciam comida a presos, era dona dos restaurantes na Cidade
Administrativa, sede do governo de Minas, e participou de programa de combate à
fome.
Uma das razões
que levaram ao afastamento do promotor Eduardo Nepomuceno foi um discurso de
Zezé Perrella na tribuna do Senado, depois do Helicoca, em que acusou o
promotor Nepomuceno de perseguição.
O promotor
Nepomuceno foi investigado pela corregedoria do Ministério Público de Minas
Gerais e depois por uma comissão de promotores de fora do Estado. Na
investigação, o promotor recebeu elogios de colegas e ficou comprovado que
trabalhava acima da média, ao contrário dos que diziam seus acusadores.
Mesmo assim, com
o desdobramento do processo, o Conselho Nacional do Ministério Público decidiu,
por 14 votos a zero, que ele deve ser transferido para outra promotoria da
Comarca de Belo Horizonte e não atuar mais na Promotoria de Defesa do
Patrimônio Público do Estado de Minas Gerais.
Procurei o
promotor Eduardo Nepomuceno, mas ele não atendeu. Ao se defender no processo do
Conselho Nacional do Ministério Público, ele disse que apenas fez o seu
trabalho e atribui as denúncias contra ele a uma tentativa de “retaliação”.
Leia mais: O Plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aplicou a pena de remoção compulsória ao promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MP/MG) Eduardo Nepomuceno de Sousa, por ter descumprido deveres funcionais previstos na Lei Orgânica do MP/MG. Pela decisão, tomada nesta terça-feira, 13 de dezembro, durante a 24ª Sessão Ordinária de 2016, ele deve ser afastado da 17ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte e removido a outra promotoria, da mesma comarca, que não possua atribuições para atuar na defesa do Patrimônio Público.
A decisão do colegiado, que seguiu de forma unânime o voto do conselheiro relator Sérgio Ricardo de Souza, veio em análise do Procedimento Avocado nº 1.00424/2015-30. Segundo o conselheiro, a produção probatória levada a cabo pela Comissão Processante formada no MP/MG comprova várias imputações feitas ao promotor de Justiça pela Portaria nº 30/2015-CGMP/MG, que originou o procedimento administrativo disciplinar. Continue lendo aqui: http://www. cnmp.mp.br/portal/todas-as-noticias/9964-plenario-aplica-pena-de-remocao-compulsoria-a-promotor-de-justica-do-mp-mg
A decisão do colegiado, que seguiu de forma unânime o voto do conselheiro relator Sérgio Ricardo de Souza, veio em análise do Procedimento Avocado nº 1.00424/2015-30. Segundo o conselheiro, a produção probatória levada a cabo pela Comissão Processante formada no MP/MG comprova várias imputações feitas ao promotor de Justiça pela Portaria nº 30/2015-CGMP/MG, que originou o procedimento administrativo disciplinar. Continue lendo aqui: http://www. cnmp.mp.br/portal/todas-as-noticias/9964-plenario-aplica-pena-de-remocao-compulsoria-a-promotor-de-justica-do-mp-mg
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