Foto - Profª Edna Sampaio pré-candidata a governadora de Mato Grosso. |
por Vinicius Souza
Pré-candidata do partido, com apoio da maior parte da base, a professora e militante histórica do PT disputa nesse sábado 28 de julho a indicação oficial contra parte da diretoria que prefere a coligação com o PR - Por Vinicius Souza e Maria Eugênia Sá - Exclusivo e especial para os Jornalistas Livres.
O Partido dos Trabalhadores está em uma
encruzilhada histórica no Mato Grosso. Estado tradicionalmente submetido às
oligarquias do agronegócio, o grande produtor de gado e soja sempre teve poucos
votos de esquerda, concentrados em cidades como Cáceres e Várzea Grande.
Mas
pela primeira vez na história as pesquisas de intenção de voto colocam Lula à
frente dos demais candidatos a presidência, com 34%, e apontam que 27% do
eleitores votariam em um candidato (ou candidata) a governador(a) indicado por
Lula. O fato inédito estimulou a militância do partido a buscar entre os
membros da base o nome de Edna Sampaio, professora e sindicalista filiada há 31
anos.
No
vídeo abaixo, ela fala sobre a possível candidatura, analisa o cenário político
no estado e conclama a militância a comparecer no encontro do partido nesse
sábado 28 de julho no hotel Mato Grosso Palace para derrotar, no voto e
nas teses, parte da diretoria do PT que prefere a coligação com o PR golpista.
A ideia de Edna e da militância era
acompanhar a resolução nacional do partido, definida no início do ano, de fazer
alianças apenas com agremiações que apoiassem a liberdade de Lula e sua
possibilidade de concorrência nas eleições, viabilizando palanques locais para
a campanha, o que não existe em Mato Grosso.
No estado, as forças de direita
estão divididas entre três candidaturas principais, cada uma com cerca de 15%
das intenções de voto: o atual governador Pedro Taques (PSDB – em coligação com
o PSL de Bolsonaro), o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (DEM) e o senador
Wellington Fagundes (PR).
Na esquerda, o PCdoB já anunciou a intenção de se
coligar ao PR para viabilizar a candidatura ao Senado da ex-reitora da
Universidade Federal do Mato Grosso Maria Lúcia Neder.
E o Psol decidiu não
fazer alianças e disputar a eleição majoritária com Procurador Mauro, derrotado
no pleito para prefeito da capital em 2016.
Acontece que mesmo diante desse cenário inédito de
possibilidade de um segundo turno com candidatura própria e da resolução
nacional de evitar alianças com golpistas, parte importante da diretoria do PT
de Mato Grosso advoga seguir os passos do PCdoB e fechar coligação com o PR de
Wellington Fagundes, que votou pelo impeachment de Dilma Rousseff e a favor das
desastrosas reformas do presidente ilegítimo.
O cálculo é que a participação na
chapa garantiria a eleição de ao menos um deputado federal, mas o tiro pode
sair pela culatra. “Qual partido com uma liderança como Lula, com o percentual
que o PT tem aqui em Mato Grosso, abriria mão disso (a candidatura própria) pra
fazer aliança com um candidato que representa as velhas elites oligárquicas,
vinculadas ao baronato no agronegócio, e que não representa do ponto de vista
eleitoral um percentual significativo sequer pra mudar o quadro de disputa pro
segundo turno?”, questiona Edna Sampaio.
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