segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ex-funcionários da Nasa são a base da nova fábrica da Embraer nos EUA.

“Minha família adorava falar sobre eu trabalhar no programa espacial. Vamos a um restaurante e meus pais e irmãos todos falam: ‘Ele é engenheiro da Nasa (agência espacial dos Estados Unidos)!’ Aí, em uma ilha pequena nas Bahamas, onde vivem umas 30 pessoas, meu irmão disse à garçonete: ‘Ele é engenheiro da Nasa!’ Ela perguntou: ‘Nasa... Que Nasa?’, e ele: ‘A da nave espacial!’, mas ela nunca tinha ouvido falar. Foi a única vez na vida que isso aconteceu, uma pessoa que não conhecia a Nasa. Eu ri muito”, contou ao iG, em entrevista por telefone.

Depois de sete anos participando como prestador de serviço em 22 missões espaciais, Ryan não é mais engenheiro da Nasa. Há seis meses, ele e 17 ex-colegas na supertecnológica agência espacial norte-americana formam a espinha dorsal da primeira fábrica da brasileira Embraer em território dos EUA, em Melbourne, Flórida. O grupo ex-Nasa corresponde a mais de um quarto (26%) dos novos 70 funcionários da Embraer na planta. É a segunda fábrica da Embraer fora do Brasil - a outra fica na China.

A escolha do local para se instalar na “Costa Espacial”, a menos de meia-hora do John Kennedy Space Center, casa da Nasa, não foi por acaso. A empresa aproveitou o fim do programa espacial e a demissão em massa da Nasa para recrutar mão-de-obra qualificada entre 5.000 candidatos, a maioria da região, para o início dos trabalhos.

Além de a maioria dos clientes da Embraer estar nos EUA e da familiaridade da Flórida para brasileiros, “a decisão final de instalar a fábrica em Melbourne teve muito a ver com a disponibilidade de engenheiros e técnicos altamente qualificados e especializados, disponíveis devido ao corte de mão-de-obra da Nasa. Estamos a menos de 30 minutos do Cabo Canaveral”, explicou ao iG o diretor-geral da Embraer Executive Jets, Phill Krull.

Inicialmente, a nova fábrica americana vai montar apenas o Phenom 100, menor modelo da Embraer, para seis pessoas. Parte do avião vai do Brasil para lá, onde é montado.

É com a base de funcionários da Nasa – e a contratação de pessoal para um segundo turno de trabalho até o meio de 2012 – que a Embraer conta para entregar um Phenom 100 até novembro, 31 em 2012 e 60 em 2013, para atender à já “considerável demanda”, segundo o diretor.

“Estamos começando pelo menor jato de todos, e vamos estar seguros de que todo mundo está bem treinado e familiarizado com os aviões menores, antes de começarmos a trabalhar com aeronaves maiores. É mais uma decisão operacional do que comercial”, disse Krull, segundo quem a fábrica terá capacidade de produzir oito aviões por mês.

Os contratados estão acostumados a desafios e pressão. Ryan entrou para a Nasa após o “desastre da Columbia”, nave espacial que explodiu no retorno à Terra, em 1º de fevereiro de 2003. Daniel Jingle já estava lá havia muitos anos. Quando a Challenger explodiu no lançamento, em 28 de janeiro de 1986, Daniel já era um veterano no programa espacial, que ajudou a construir.

Glamour

Daniel passou 31 anos na Nasa. “De forma geral, é muito glamouroso. É uma máquina sensacional. Ter sido parte é um orgulho, e os EUA têm muito orgulho da Nasa. É empolgante trabalhar nesse programa e eu adorei cada minuto. Quando eu trabalhava na nave, os momentos mais empolgantes eram os lançamentos. Mas quando passei para o motor principal mudou. A nave se separava do propulsor e todo mundo batia palmas... Mas os motores em que eu trabalhava ainda estavam a todo vapor por mais 6 minutos e meio. Aí era estressante... Mas terminou bem todas as vezes”, disse Daniel.

É evidente o orgulho dos profissionais que atuaram na Nasa. “É claro que, no seu dia-a-dia, você chega ao trabalho com outras pessoas como você (que trabalham na Nasa), então não tem ninguém te dando parabéns quando você chega ao escritório”, brinca Ryan. Mesmo fora da agência, ele diz ter “uma mãozinha” nos dois últimos lançamentos, embora não tenha ficado até o fim.

Tecnologia mais avançada que a de voos espaciais do passado

Para Daniel – que atuou na inspeção, concepção de peças de foguetes, reforma de peças usadas e no motor principal de naves espaciais – o começo do programa espacial da Nasa “se assemelha muito” ao que vivem hoje na Embraer. “Estamos desenvolvendo procedimentos e todo mundo está aprendendo a fazer tudo. Com minha experiência, não tenho medo do que pode acontecer no dia-a-dia. Todo dia, há uma nova dificuldade, obstáculos, procedimentos que precisam ser adaptados”, afirmou, segundo quem a transição é “suave”.

 “É muito parecido. A diferença é que a cada lançamento de nave espacial, se gasta US$ 500 milhões!”, ri Ryan. “Aqui, todo mundo trabalha muito bem junto no time, é um grupo menor. Uma das melhores partes do trabalho é o fato de poder ser multitarefas, usar muitos ‘chapéus’, enquanto na equipe espacial na Nasa são 10 mil pessoas e se tem um escopo muito limitado. Aqui é muito dinâmico e interessante de se trabalhar”, disse o engenheiro.

Os dois profissionais consideram que a cultura de “arraigada de segurança e qualidade” trazida da Nasa “se encaixa perfeitamente na cultura corporativa” da Embraer.

Ryan, que considerou “uma grande ideia” da Embraer usar a força de trabalho da Nasa, vê ainda semelhanças inimagináveis, para um leigo, entre os foguetes e os jatos executivos.

 “O Phenom 100 voa a 41 mil pés, com pressão de 1 PSI absoluto (medida de pressão de libras por polegada quadrada), pressão igual à da órbita terrestre, à mesma velocidade, com o mesmo número de pessoas na aeronave e o mesmo material das naves espaciais. Estamos falando de situações muito parecidas. Não é como se tivéssemos vindo de fazer torradeiras, é praticamente a mesma coisa. Os procedimentos e certificados, é tudo muito parecido”, disse.

“Só que temos mais equipamentos de alta tecnologia hoje. Comparando, a tecnologia eletrônica a bordo do Phenom 100 é mais avançada do que a usada na maioria dos vôos espaciais da Nasa”, afirmou Ryan.

materia copiada de: http://www.defesanet.com.br/aviacao/noticia/2459/Ex-funcionarios-da-Nasa-sao-a-base-da-nova-fabrica-da-Embraer-nos-EUA

No rádio, Dilma fala sobre expansão em universidades federais


A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que o governo tem como meta alcançar 1,2 milhão de matrículas em universidade federais até 2014. Na semana passada, foi anunciada a criação de quatro unidades em estados do Norte e do Nordeste. Com a expansão, a rede federal passa a contar com 63 universidades. 


No programa semanal "Café com a Presidenta", Dilma avaliou o anúncio como um passo importante na terceira fase do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação, formada por universidades federais e também por Ifets (Institutos Federais de Educação Profissional, Ciência e Tecnologia). "Estamos criando condições para formar engenheiros, médicos, agrônomos, professores, dentistas e técnicos das mais diversas especializações, em municípios dos mais diferentes tamanhos, em todas as regiões", afirmou a presidente. 


Dilma lembrou que cidades com mais de 50 mil habitantes foram priorizadas na escolha dos locais para as universidades. Segundo ela, tratam-se de microrregiões onde não existiam unidades da rede federal, sobretudo no interior do país. Também foram considerados municípios com elevado percentual de pobreza e com mais de 80 mil habitantes, mas onde as prefeituras têm dificuldade de investir em educação. "Antes, para realizar o sonho de ter uma profissão, o jovem tinha que sair de casa, viajar para estudar na capital ou nos grandes centros urbanos. Agora, o ensino universitário, o ensino tecnológico está indo onde o cidadão mora ou nas suas vizinhanças", explicou. 


Para a presidente, um salto na educação brasileira pode contribuir para o enfrentamento da crise econômica que atinge países como os Estados Unidos e os da União Europeia.  "Temos que ter consciência de que estamos vivendo uma situação mundial de muitas turbulências lá fora. Estamos preparados para atravessar esse momento de instabilidade econômica mundial, mas não podemos descuidar. Temos que enfrentar os desafios de hoje sem tirar os olhos do amanhã", disse Dilma. 

materia copiada DA AGÊNCIA BRASIL.

http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/podcasts/963332-no-radio-dilma-fala-sobre-expansao-em-universidades-federais.shtml

PT priorizará candidaturas próprias em 2012, diz Rui Falcão

O deputado Bira do Pindaré (PT) participou, na tarde desta sexta-feira (19), da coletiva de imprensa com o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores Rui Falcão, no Salão de eventos do Hotel Holiday inn.

Participaram da entrevista o vice-governador do Maranhão Washigton Oliveira, o presidente regional do partido Raimundo Monteiro e o também deputado Zé Carlos.

Durante a coletiva o presidente foi bastante solicito com a imprensa e respondeu a todos os questionamentos. “Estamos nos Estados em busca de diálogos com os diretórios municipais e conhecer as diversas realidades regionais do nosso partido”, considerou Falcão.

O presidente sugeriu que o Partido dos Trabalhadores do Maranhão se articule entorno de uma candidatura própria e esse é o principal motivo desta visita ao Estado. “A unidade é o melhor caminho para a vitória, há um clima de diálogo com as diversas tendências do PT. Temos que promover nossas lideranças e fortalecer nossas alianças. Vamos construir uma unidade para as próximas eleições”, afirmou.

Quando perguntado sobre uma possível aliança com o PMDB a nível municipal, o Presidente foi categórico. “O PMDB foi um aliado nas eleições estaduais, contudo cada cidade tem suas peculiaridades. Faremos um estudo em cada cidade para montarmos uma estratégia vitoriosa em 2012, já pensando no objetivo maior que são as eleições presidenciais em 2014”, concluiu Rui Falcão.
 
Agência Assembléia

http://elo.com.br/portal/noticias/ver/224646/pt-priorizara-candidaturas-proprias-em-2012-diz-rui-falcao.html

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Omeletes quebram ovos


Quem tem razão não teme companhia, mas não baixa a cabeça.

A Presidenta Dilma tem toda a razão em afirmar, como fez hoje, que “a  verdadeira faxina que este país tem de fazer é a faxina contra a miséria”.  E  também em afirmar que “nossa maior riqueza não é o petróleo, não é o minério, não é a nossa sofisticada agricultura,  nossa maior riqueza são os 190 milhões de brasileiros”.
Mas a Presidenta não é, certamente, ingênua de achar que  o Brasil inteiro se unirá num “grande abraço republicano, olhando para os brasileiros que mais precisam”.
A miséria no Brasil não é uma desgraça cultural, climática, filosófica ou sociológica. É fruto de um modelo econômico que foi imposto e é sustentado por forças políticas que não têm o menor pudor em concordar, em tese, com aquelas afirmações, nem de publicar estas profissões de fé nas páginas de papel couché de seus “balanços sociais”.
Nossa miséria não é de “geração espontânea”. Dos senhores de engenho aos investidores modernos, ela é fruto da apropriação da riqueza natural e do trabalho das coletividades humanas, ao quais encaram como  “custo”, não como elemento dinâmico do crescimento da economia.
A nossa riqueza não é o petróleo, não é o minério, não é a nossa sofisticada agricultura, são os brasileiros. Mas são aqueles, e não estes, que lhes importam de verdade.
É dever republicano de um chefe de Estado convocar todos, sem distinção, para o combate à miséria. Mas é também seu dever saber, como sabe Dilma, que o crescimento econômico com inclusão social só não tem inimigos “em tese”. Porque, na prática, os beneficiários do modelo excludente e gerador de miséria vão se aferrar com seus dentes e garras ferozes aos privilégios que, para eles,  transformam o Brasil num paraíso.
Matéria copiada do http://www.tijolaco.com/ (blog do Brizola Neto).

José Inácio Sodré Rodrigues é o novo Superintendente Regional do INCRA - MA,

Informamos com grande satisfação a nomeação de José Inácio Sodré Rodrigues para o cargo de Superintendente Regional do INCRA - MA, conforme portaria Nº 416 do INCRA, publicada no DOU de hoje. 

O companheiro Inácio, atual Secretário Agrário Estadual do PT -MA, foi delegado do MDA - MA e tem no PT a sua única filiação e militância partidária, sempre comprometida com os interesses da Classe Trabalhadora e em especial dos(as) trabalhadores(as) rurais.

Parabéns ao Inácio, aos(às) trabalhadores(as) e ao PT do Maranhão.

A nota acima, foi escrita e enviada aos militantes do PT por Fernando Magalhães. Secretário Geral do PT - MA, e me junto aos demais militantes do PT que também partilham desta alegria.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dilma: "estamos fazendo pela educação o que não foi feito nos últimos 100 anos"


Brasília – Na solenidade onde anunciou a criação de universidades e institutos federais de educação, a presidenta Dilma Rousseff disse que, se o Brasil tivesse investido mais em educação, teria dado o passo necessário para o pleno desenvolvimento econômico. “Estamos fazendo em poucos anos o que não foi feito nos últimos 100 anos. Se o Brasil tivesse apostado em educação de forma maciça, inclusiva e sistemática, teríamos dado, muitos anos antes, os passos necessários para que nosso país tivesse o pleno uso dos seus potenciais econômicos e, sobretudo, para que nossa população tivesse acesso a um padrão de conhecimento e, portanto, um padrão de vida mais elevado”.

Sobre os investimentos anunciados hoje em educação superior, o ministro da Educação, Fernando Haddad, explicou que o gasto para a implantação de cada instituto federal é R$ 7 milhões, enquanto um campus universitário custa entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões. “Fizemos questão de só fazer essa solenidade quando tivéssemos, da área econômica, o aval para a contratação dos profissionais necessários para essa expansão”, disse ele.
Na cerimônia, prefeitos de 120 municípios assinaram um compromisso com o governo federal de oferecer terrenos para a instalação de institutos federais nas cidades que administram. 
A essas unidades de educação profissional se somam 88 que estão em construção, com término previsto para o fim de 2012.

Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil
Edição: Vinicius Doria

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-08-16/dilma-estamos-fazendo-pela-educacao-que-nao-foi-feito-nos-ultimos-100-anos

A redistribuição de renda


O governo Lula, durante os oito anos de seu mandato, instituiu um processo estatal de redistribuição de renda que foi fundamental para retirar da pobreza e da miséria uma parcela importante da população e, ao mesmo tempo, induzir o crescimento econômico.
É verdade que essa política foi implementada apesar, e contra, a política monetária de juros altos do Banco Central. E ela só foi possível porque, entre 2002 e 2008, o governo e a economia brasileira se viram diante de uma situação internacional muito favorável.

Especialmente em virtude da emergência da China e de sua entrada no mercado internacional, os preços dos produtos industriais sofreram uma redução consistente e os preços das commodities agrícolas e minerais apresentaram ganhos substanciais, reduzindo a inflação mundial e produzindo importantes saldos comerciais para nosso país.
Por outro lado, a política de redistribuição da renda descolada de uma política industrial consistente tinha limites visíveis, mesmo que não ocorresse a crise de 2008. Em algum momento, a elevação do consumo das camadas beneficiadas pela redistribuição da renda tendia a se confrontar com uma oferta inferior de bens de consumo, causando pressões inflacionárias.
Essa situação contraditória era ainda mais evidente e perigosa se tivéssemos em conta, além do desenvolvimento lento do setor industrial de bens de capital e de bens consumo de massa, o avanço rápido do agronegócio, eminentemente exportador, sobre a produção de alimentos da agricultura familiar, reduzindo ainda mais a já pequena escala produtiva deste setor. Qualquer variação climática poderia diminuir drasticamente a oferta de alimentos, encarecendo preços e fazendo os índices inflacionários saltarem além do suportável.
Foi mais ou menos isso que ocorreu no final de 2010 e, em certa medida, continua ocorrendo em 2011. Por isso, se considerarmos os novos cenários internacionais de crise sistêmica, a tendência é que as pressões para frear os programas estatais de redistribuição de renda se tornem cada vez mais intensos, apesar de Dilma haver reiterado sua disposição de liquidar com a miséria no país.

Se olharmos bem, todos os movimentos políticos ocorridos desde a posse da presidenta tem, como fulcro, impedir a continuidade e expansão das políticas de redistribuição de renda e garantir que os capitais, em especial os financeiros, continuem expandindo seus lucros, apesar das crises. De qualquer modo, a nova situação internacional e seus reflexos na situação nacional colocam o governo Dilma diante de desafios novos, se quiser levar adiante a redistribuição de renda e a luta contra a miséria.
É bastante provável que o governo Dilma se veja obrigado a mudar a política de redistribuição estatal de renda do governo Lula, baseada fundamentalmente no fornecimento de fundos governamentais para a população de baixa ou nenhuma renda, numa política de redistribuição de renda que contemple fundamentalmente o assentamento massivo de lavradores sem-terra, para elevar a produção de alimentos e baratear seus preços, e o apoio à luta dos trabalhadores por salários mais justos, tendo em conta os altos lucros capitalistas.
Para enfrentar essa situação não basta anistiar as dívidas dos pequenos agricultores no Pronaf [Programa Nacional de Agricultura Familiar] e acelerar o assentamento de 80 mil famílias acampadas. É necessário executar uma plano acelerado de assentamento dos 2 a 3 milhões de lavradores sem-terra nos 90 a 100 milhões de hectares de terras improdutivas.
Isso pode ser realizado com mais agilidade se o governo aproveitar a experiência histórica de ocupação das fronteiras agrícolas por posseiros. O governo pode substituir o fornecimento indispensável para que os lavradores realizem o cultivo, os tratos culturais e a colheita, em geral realizado pelos comerciantes, com um alto custo, pelo fornecimento através da Conab. E pode, também substituir a compra das safras pelos atravessadores pela compra das safras através da própria Conab.
Em ambos os casos, qualquer pessoa afeita ao comércio nessa área pode comprovar que os lavradores podem ter uma economia de 30% a 50% em seus custos, o que significará, em conseqüência, uma redução considerável nos custos dos alimentos. Portanto, por um lado poderemos ter um aumento do poder aquisitivo de mais 2 a 3 milhões de famílias. Por outro, teremos uma elevação da oferta, com preços rebaixados.
Se, além disso, o governo acelerar os atuais programas estruturantes de distribuição de renda e desenvolvimento no meio rural, garantindo a produção das economias agrícolas familiares, o país pode reduzir substancialmente as pressões inflacionárias e ter um ambiente mais favorável para modificar a política monetarista de altos juros do Banco Central.
O apoio à luta dos trabalhadores por salários mais justos, por seu turno, não pode significar ações diretas do governo nesse sentido. Afinal, isso não faz parte das atribuições governamentais. Mas tal apoio pode se dar, simbolicamente e em respeito à Constituição, pela manutenção e ampliação da política de impedir que as lutas e os movimentos dos trabalhadores sejam criminalizados, e de tratar com respeito e com diálogo as lutas dos trabalhadores dos serviços públicos.
É evidente que essas mudanças não implicam em liquidar com os programas estatais de redistribuição de renda já em curso. Implicam, tão somente, em lhes dar uma base econômica e social mais consistente, garantindo que o aumento da demanda, principalmente de alimentos, seja fortemente apoiado pelo aumento da oferta. Isso tudo, é lógico, sem descurar dos investimentos necessários para o desenvolvimento industrial e para a reestruturação da educação e da saúde como áreas estratégicas para o desenvolvimento.
Para ter consistência e continuidade, a redistribuição de renda e, portanto, o aumento do poder aquisitivo dos mais pobres, não podem ser atropelados por uma oferta insuficiente.

Por Wladimir Pomar (09/08/11).  http://pagina13.org.br/?p=9372