terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Vereador Nato consegue junto a Prefeitura o Asfaltamento de mais de 75 Ruas no Polo do Coroadinho.

A população do Pólo Coroadinho é beneficiada com mais de 75 ruas asfaltadas, divididas entre as áreas da Vila dos Frades, Vila São Sebastião, Bom Jesus entre outras.

O Vereador Nato declara que é um grande avanço para a população do Pólo Coroadinho, pois o asfaltamento destas ruas permite uma  melhoria significativa na qualidade de vida da população beneficiada.



Petroleo. Para entender o que é estratégico

Postado por Fernando Brito.
O Jurong Aracruz, no Espírito Santo: o navio sonda nasce junto com o estaleiro

O mercado de exploração de petróleo não é igual a uma feira livre, onde você pode ficar rodando e escolhendo, na hora em que quiser, a melhor oferta de preço.
Os contratos de concessão, que vigem na maior parte do mundo, têm datas, prazos que, se não cumpridos, acarretam a perda dos direitos exploratórios.

E os equipamentos são altamente especializados e caríssimos.

O aluguel de uma sonda da águas ultra profundas, no mercado “varejista” – contratos bem negociados ficam um pouco abaixo disso – anda na faixa de US$ 500 mil por dia (por dia, é isso mesmo).

Em 2007 e 2008 a Petrobras teve de fazer malabarismo para colocar sondas em todas as áreas que detinha e por pouco não perde os direitos exploratórios de uma das áreas do pré-sal, o campo de Carioca.

A opção, corretíssima, da empresa foi estimular a fabricação aqui destas sondas. Mas enfrentamos o problema de operação plena dos estaleiros e do ineditismo desta produção.

A solução foi a própria Petrobras coordenar a formação de uma empresa com este fim, a Sete Brasil, reunindo bancos e fundos de investimento.  Foi ela a contratada para fazer as sete primeiras sondas de um lote total de 28 unidades, e concorreu às demais 21, no finalzinho do ano passado, numa licitação que a Petrobras suspendeu à espera de uma baixa de preços.

Mas as sondas têm de sair e vão sair.

Mesmo sem a garantia firmada do contrato, a Sete Brasil contratou uma sonda ao estaleiro Jurong Aracruz, que está sendo construído no Espírito Santo, ainda em fase inicial.

Baseado num desenho inédito, o navio-sonda  poderá operar em lâmina d´água de mais de 3,3 mil metros e tem capacidade para perfurar mais outros 9 mil metros no subsolo.O índice de nacionalização deverá ser superior a 60%.

Se a Petrobras não tivesse o peso que tem na empresa, ela firmaria um contrato assim, de quase US$ 800 milhões? E se a sonda não começasse a ser projetada agora, se as encomendas de partes e equipamentos não pudesse começar a ser feita, se os problemas de um primeiro produto não começassem a ser enfrentados já, haveira prazo para que a sonda entrasse em operação no calendário-limite que tem a Petrobras?

Um empresa de petróleo com as perspectivas que tem a Petrobras precisa deste poder, porque é dele que se origina a pressão que ela precisa fazer sobre seus fornecedores. Se a Sete Brasil bancou os riscos, é porque sabe que há mercado.

A Petrobras tinha apenas duas sondas de águas ultraprofundas em 2007, hoje tem 25, terá 34 dentro de dois anos, quando- aí, sim – entrarão em operação as sondas feitas no Brasil. Em 202o, quando o contrato estiver concluído, serão 65, um terço delas fabricado aqui.

Sem o novo modelo de partilha, sem a garantia de operar todos os nossos poços do pré-sal pela petroleira brasileira, alguém ia meter o peito na correnteza e produzir este bilionário equipamento aqui, turbinando a economia, a indústria, a tecnologia e o emprego?

Imprudência? Imprudência é um gigante que aceita rastejar.

Fonte: http://www.tijolaco.com/

Samsung pode assumir o Estaleiro Atlântico Sul


Atrasos na produção incomodam governo

 Nos bastidores do Governo – o que inclui Petrobras e Transpetro – costura-se um acordo que implique a transferência do controle acionário do maior estaleiro do país – o Atlântico Sul, de Pernambuco – à coreana Samsung. Hoje, a multinacional tem apenas 10% desse megaestaleiro, que tem encomendas bilionárias, de 22 supernavios e sete navios-sonda. O controle é exercido por Camargo Corrêa e Queiróz Galvão, que entraram em um projeto pioneiro, financiado pelo Fundo de Marinha Mercante (FMM), mas parecem não ter grande interesse em continuar no negócio- nem vocação plena para construir navios.

O Atlântico Sul surgiu como uma espécie de “projeto-de-governo”, na era Lula. Diante de impasses com outros estaleiros, teve-se a idéia de se lançar um super-estaleiro, capaz de construir grandes navios e, além disso, democratizar regionalmente o setor, antes excessivamente concentrado no Rio de Janeiro – o que hoje não mais ocorre, pois, além de projetos em Pernambuco e Alagoas, há pólos crescentes no Rio Grande do Sul e projetos para a Bahia. A descentralização só não é mais intensa porque Santa Catarina rejeitou o estaleiro de OSX, Eike Batista, que traria um pouco de poluição e muitos empregos ao estado e agora cresce de forma acentuada no Norte fluminense. Quando pronto, irá superar o Atlântico Sul em capacidade de produção.

Um fato gerou grandes problemas para o Atlântico Sul: o navio “João Cândido”. Houve erros a começar pelo nome do navio, uma provocação infantil à Marinha do Brasil. João Cândido era um suboficial que liderou revolta contra a estrutura da entidade, o que a Marinha, sob qualquer governo, não aceita.

Problemas estruturais e de montagem fizeram com que, primeiro navio da Transpetro a ser lançado ao mar, o “João Cândido” até hoje não fosse entregue. O segundo navio a ser lançado, o “Celso Furtado”, do Mauá, ficou com a láurea de ser o primeiro incorporado pela Transpetro. E, se houver mais atrasos, o segundo navio a ser entregue será o “Sergio Buarque de Hollanda”, também do Mauá, ou até mesmo o “Rômulo de Almeida”. No caso do “João Cândido”, observadores pessimistas garantem que o navio não pode navegar.

Mas a maioria dos analistas do setor afirma que os problemas decorreram do excesso de soldagem exigido, pois o navio foi feito com mais blocos a serem montados do que seria natural. A pressa de Lula para ter uma solenidade marcante – de recuperação da construção naval e de renascimento industrial no Nordeste – agravou esse fato, mas a maioria dos informantes garante que o American Bureau of Shipping (ABS) irá dar sinal verde ao navio. Com isso, o petroleiro ganharia uma espécie de classificação AAA para a comunidade internacional, pois com aprovação de entidade classificadora internacional, um navio pode ser incorporado à frota alemã ou americana sem ser submetido a qualquer teste.

Resta saber o que irá pedir a Samsung para assumir o estaleiro. Certamente, não irá querer desembolsar altos valores, ao contrário do que desejariam Camargo Corrêa e Queiróz Galvão. Mas, como tem estaleiros na Coréia, a Samsung pode ser atraída pela possibilidade de receber outras obras do Brasil (Petrobras), o que lhe compensaria a árdua tarefa de reorganizar administração e setor técnico do Atlântico Sul. Tudo indica que o acordo pode ser fechado, pois Camargo e Queiróz colheram mais dissabores do que alegrias com o estaleiro pioneiro de Pernambuco. Os estaleiros brasileiros não gostariam de ver obras prometidas ao mercado interno levadas para a Coréia, mas este pode ser o preço para pacificação do Atlântico Sul.
FONTE: NetMarinha

Cantanhede: Ensaio do Bloco Arrastão da Folia abre a temporada carnavalesca com mega evento e reúne público recorde.

Cerca de cinco mil pessoas compareceram ao primeiro ensaio do Bloco Arrastão da Folia realizado sábado (04) em Cantanhede. O mega evento começou oficialmente às quatro horas da tarde e estendeu-se até as quatro da madrugada de domingo.


Atrações
A programação teve de tudo um pouco. Sete atrações, doze horas ininterruptas de samba, forró, swing, e som automotivo.
Máquina de Descascar Alho,
primeira atração da noite
César Muniz e Banda, swing e axé no Trio Matrix
No super Trio Matrix o show ficou por conta de César Muniz que se apresentou nos intervalos das outras seis atrações: Máquina de Descascar Alho, Bateria da Turma do Quinto, Bicho Terra e Banda Amor Real e o potente som automotivo da F-250 Estrondosa, de Imperatriz.

Banda Amor Real
Bateria da Escola de Samba Turma do Quinto
Bicho Terra  
Mírian Rocha com brincantes do Bicho Terra
A coreografia do Bicho Terra contagiou os jovens




Evento prestigiado
Autoridades, empresários e personalidades cantanhedenses prestigiaram o evento


O primeiro ensaio do Bloco Arrastão da Folia foi prestigiado por diversas autoridades e lideranças políticas da região. Participaram do evento os Secretários de Estado Hildo Rocha (Assuntos Políticos) e Coronel Vieira (Chefe da Casa Militar); os deputados estaduais César Pires (DEM) e Roberto Costa (PMDB); o prefeito de Arari, em exercício, Djalma Machado, acompanhado de assessores e do Secretário de Obras daquele município. O vereador de Matões do Norte, Joni Rocha, a ex-secretária de Ação Social de Cantanhede, Mírian Rocha, e o ex-prefeito do município, Hilton Rocha também estavam presentes.

Volta ao passado de glórias e alegrias
A qualidade e a diversidade de atrações, a primorosa organização e o ambiente de alegria reinante durante a realização da festa fez lembrar os mega eventos realizados no período compreendido entre 1997 e 2004, quando o município era administrado pelo hoje Secretário de Estado de Assuntos Políticos, Hildo Rocha.

Mírian Rocha com participantes do evento
A ex-secretária de Ação Social de Cantanhede, Mírian Rocha, ressaltou que durante a administração de Hildo Rocha, todos os setores eram tratados como prioridade. “Investíamos na infraestrutura, na saúde na educação, no esporte e promovíamos grandes eventos para aqueles que gostam desse tipo de festa. Só lamento que atualmente o governo municipal esteja omisso quanto a essas questões, pois a população precisa de serviços públicos de qualidade e de momentos de lazer, como esse que presenciamos hoje, organizado por pessoas que desejam o melhor para a cidade”, ressaltou a ex-secretária de Ação Social de Cantanhede, Mírian Rocha.

Roberto Brandão (Bicho Terra), Hildo Rocha, 
Benilma e César Pires, Deputado Estadual (DEM)
“Muito nos honra participar desta festa maravilhosa. É gratificante percebemos a alegria no rosto dos jovens e a satisfação de todos aqueles que alimentam a esperança de novamente ver Cantanhede reviver os bons tempos quando havia paz, segurança, saúde e educação de qualidade. Hoje, foi como se tivéssemos voltado a esse passado de glórias e alegrias”, enfatizou Mírian Rocha.
Roberto Brandão, Hildo Rocha e Inácio Pinheiro
Roberto Brandão, Joni Rocha (vereador de Matões do Norte)
e Inácio Pinheiro (Bicho Terra)

Aeroportos Privatização I. “Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”.

“Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”, entoam manifestantes em frente à Bovespa. 06/02/2012.

CUT, CMP, CGTB, Sindicatos e partidos populares se somaram no ato contra a privatização dos aeroportos e em defesa do patrimônio público.

 
“Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”, entoaram nesta segunda-feira (6) manifestantes concentrados em frente à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), contrários ao processo de privatização dos aeroportos.

O protesto reuniu militantes do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central de Movimentos Populares (CMP), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Pátria Livre (PPL), que se pronunciaram contra a entrega do patrimônio público nacional. A privatização dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, de Viracopos, em Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília, que juntos respondem por 30% da movimentação dos passageiros, 57% da carga e 19% das aeronaves do sistema brasileiro foi denunciada como um “crime de lesa-Pátria”.

“É preciso falar o português claro, pois não tem sentido nenhum dar dinheiro público para os estrangeiros virem tomar o que é nosso. Infelizmente é o patrimônio do Brasil que está sendo entregue pelo governo que nós ajudamos eleger. É a pauta dos derrotados, vindo com força”, denunciou Francisco Lemos, presidente do SINA.

Lemos lembrou que primeiro o governo disse que não havia dinheiro para modernizar os aeroportos diante da urgência da Copa do Mundo – e que era preciso garantir a participação estrangeira no leilão. Depois, o BNDES foi acionado para financiar a desnacionalização, o que é totalmente absurdo.

Como sintetizou o secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Vagner Freitas, “a privatização dos aeroportos representa um descarrilhamento do governo”. “A proposta neoliberal de sucateamento do patrimônio público e abertura ao capital internacional foi derrotada nas urnas, pois todos sabemos o que significou a privatização da telefonia, da energia e da siderurgia. Neste momento em que o país precisa crescer e se desenvolver para enfrentar os impactos da crise internacional, não podemos permitir o retrocesso. Ao privatizar os aeroportos, o governo não está sendo leal com o voto das urnas e a CUT não vai admitir esta violência”, ressaltou Vagner.

“Coerente com o que defendemos e pensamos quando enfrentamos a polícia e a repressão nos anos 90, estamos aqui hoje para denunciar o absurdo que é entregar o filé do transporte aéreo brasileiro, os melhores e mais lucrativos aeroportos à iniciativa privada. E pior, com 80% dos investimentos oferecidos pelo BNDES, que é um banco público”, acrescentou Quintino Severo, secretário geral da CUT Nacional.

Representante da CMP, Luiz Gonzaga (Gegê) denunciou a privatização como um retrocesso lamentável e defendeu a mais ampla mobilização da sociedade brasileira para impedir o prosseguimento de tal crime.

O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira destacou a importância da unidade das centrais e do movimento social para a luta em defesa do Brasil. “Nós precisamos de um Estado cada vez mais forte e atuante em defesa dos interesses do nosso povo, do desenvolvimento nacional. Privatizar é o oposto disso, é abrir mão da soberania”, condenou Bira.

Para o diretor executivo da CUT Nacional, Júlio Turra, o momento exige dos movimentos sindical e social uma ação mais contundente, “para não dar vida fácil aos privatistas e aos que querem continuar perpetrando crimes como este contra o patrimônio público”. “Não vamos permitir que continuem metendo a mão em recursos públicos, em dinheiro do BNDES, para dar lucro garantido a meia dúzia de assaltantes”, acrescentou o secretário de Políticas Sociais da CUT São Paulo, João Batista Gomes (Joãozinho).

Membro da direção nacional do PT, Marcos Sokol lembrou que um serviço público essencial, como e o caso dos aeroportos brasileiros, funciona na base de subsídio cruzado, onde a parte lucrativa garante a deficitária. “Agora querem privatizar o filé, deixando o osso para o Estado. Isso é um crime, uma concessão ao capital internacional, é a volta dos que não foram, na realidade. Se há males que vêm para o bem, posso dizer que esse crime contra a nação brasileira não ficará impune”, acrescentou Sokol.

Em nome da Juventude Pátria Livre (JPL), Antonio Henrique denunciou que a privatização dos aeroportos é “um ato praticado pelas viúvas de FHC, que depois de terem vendido 121 estatais lucrativas querem agora continuar entregando aos estrangeiros a nossa fronteira aérea, dilapidando a nossa empresa de infraestrutura aeroportuária”. “O que precisamos é de mais Estado, de empresas públicas para fazer o Brasil crescer”, concluiu.

Fonte:http://www.viomundo.com.br/denuncias/dilma-eu-nao-me-engano-privatizar-e-coisa-de-tucano.html

O "MENSALÃO" E A DITADURA DA IMPRENSA CONSERVADORA.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012 - No Democracia e Política
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Retrato do Brasil: a farsa do "mernsalão" e a ditadura da mídia conservadora
Por Emir Sader

“O editorial da revista 'Retrato do Brasil' (fev/2012), com o título “Com a faca no pescoço, ou sem a faca?”, expõe, mais uma vez, o instinto ditatorial da grande mídia conservadora: ela pretende fazer o papel de polícia, tribunal e algoz de suas vítimas. E pressiona o STF a desrespeitar os autos e ir além dos delitos realmente praticados no chamado mensalão.

No final do ano passado, o jornalista [tucano] Augusto Nunes relembrou, no site da [ultradireita] “Veja.com”, detalhe significativo da primeira plenária do Supremo Tribunal Federal que tratou do caso do mensalão, a sessão de aceitação da denúncia que abriu o inquérito naquela corte. Nas palavras de Nunes: “Às nove e meia da noite de 28 de agosto de 2007, o ministro Ricardo Lewandowski chegou ao restaurante em Brasília ansioso por comentar com alguém de confiança a sessão do Supremo Tribunal Federal que tratara da denúncia do então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o escândalo do mensalão. Por ampla maioria, os juízes endossaram o parecer do relator Joaquim Barbosa e decidiram processar os 40 acusados de envolvimento na trama. Sem paciência para esperar o jantar, Lewandowski deixou a acompanhante na mesa, foi para o jardim, na parte externa, sacou o celular do bolso do terno e, sem perceber que havia uma repórter da “Folha de S. Paulo” por perto, ligou para um certo Marcelo. Como não parou de caminhar enquanto falava, a jornalista não ouviu tudo o que ele disse durante a conversa de dez minutos. Mas qualquer uma das frases que anotou valia manchete.”

Depois dessa abertura, num texto mais longo, Nunes cita algumas das frases de Lewandowski: “A tendência seria amaciar para o Dirceu”, “A imprensa acuou o Supremo”, “Todo mundo votou com a faca no pescoço”, “Não ficou suficientemente comprovada a acusação”.

Ao relembrar a história, Nunes ataca Lewandowski por sua declaração de que o julgamento poderá ser realizado apenas em 2013, pois ele terá de proferir um voto paralelo ao de Barbosa, será o revisor oficial do voto deste na sessão plenária e terá de ler os 130 volumes dos autos um a um – em suas próprias palavras –, porque não poderá “condenar um cidadão sem ler as provas”. Nunes disse, em seu comentário, que Lewandowski “se puder, vai demorar seis meses para formalizar o que já está resolvido há seis anos: absolver os chefes da quadrilha por falta de provas”. E concluiu, com uma espécie de conclamação ao público da “Veja.com”, o qual ele chama de “o Brasil decente”: “Para impedir que o STF faça a opção pelo suicídio moral, “o Brasil decente” deve aprender a lição contida na conversa telefônica de 2007. Já que ficam mais sensatos com a faca no pescoço, os ministros do Supremo devem voltar a sentir a carótida afagada pelo fio da lâmina imaginária.”

Em sua catilinária, Nunes repete o que a grande mídia mais conservadora diz desde meados de 2005, quando o escândalo começou, a partir de duas entrevistas de denúncia na “Folha de S. Paulo”. O denunciante, o então deputado federal e atual presidente do PTB, Roberto Jefferson, falou de uma mesada, um “mensalão”, paga regularmente a deputados de partidos da base aliada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que votassem com ele. Nunes e outros editorialistas de mesma opinião querem o julgamento do mensalão imediatamente e a condenação dos acusados, especialmente de José Dirceu, apontado como o “chefe da quadrilha”. Eles acham ter sido o caso mais do que bem apurado, por eles. E acham, também, que é preciso por na cadeia os que eles consideram culpados.

Felizmente, no Brasil ainda não é assim. O julgamento será feito não pela mídia, mas nos termos da lei, numa sessão plenária do STF, instituição em que corre o processo. Depois da aceitação da denúncia, em 2007, foi aberta a Ação Penal nº 470, e os réus foram ouvidos e apresentaram suas testemunhas. No segundo semestre do ano passado, todos – acusação, defesa e relator – expuseram suas considerações finais. Faltam, agora, o voto inicial de Barbosa e o voto do revisor, Lewandowski, para o julgamento começar, o que talvez aconteça ainda neste semestre.

O que está em discussão, efetivamente? A nosso ver, examinando o conteúdo do processo, Nunes não tem razão, mesmo que sua opinião seja mais ou menos a mesma de uma autoridade indiscutível no caso, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para quem o mensalão é “o maior crime político da história da República”. Não é estranho que Gurgel e Nunes tenham opiniões parecidas. No Brasil, está acontecendo esse fenômeno na política. Alguns políticos, e mesmo procuradores e magistrados, processam o que a mídia investiga. E como ela investiga mal, vê-se algo como neste caso: o procurador-geral, num dos aspectos centrais da Ação Penal nº 470, tentando sacramentar o julgamento já feito pela grande mídia mais conservadora. Como diz Nunes, o caso “já está resolvido há seis anos”.

No País, felizmente, a grande mídia ainda não tem o poder legal de decidir quem deve ou não ser condenado e preso. Os julgamentos ainda não são feitos a partir do que a mídia mais conservadora escreve, embora ela se empenhe nesse sentido. Os julgamentos são realizados com base nos autos. Ainda existe o devido processo legal, que obriga a provar as acusações com depoimentos, fatos, laudos periciais. E, a nosso ver, os termos da denúncia do procurador-geral usados para justificar sua pretensão de ter revelado “o maior crime de nossa história” alinhavam um conjunto de indícios precários, alguns manifestamente ainda não investigados quanto à sua ligação com a tese principal da acusação.”

[OBS deste blog ‘democracia&política’: complementando o bom artigo acima, acrescento alguns casos de corrupção abafados e não cobrados pela “grande” mídia, sobre o mesmo tema “mensalão”. Apresento trechos extraídos do Wikipedia  (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mensalao_mineiro) e  (http://pt.wikipedia.org/wiki/Escandalo_do_Mensalao_no_Distrito_Federal_) :

1) “Mensalão tucano”, também chamado [eufemicamente) de “mensalão mineiro”, ou ainda “valerioduto tucano”, é o escândalo de corrupção que ocorreu na campanha para a eleição de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - um dos fundadores e presidente do PSDB nacional - ao governo de Minas Gerais em 1998, e que resultou na sua denúncia pelo Procurador-Geral da República ao STF. A denúncia foi baseada no Inquérito nº 2280 que a instrui. Azeredo é acusado de "peculato e lavagem de dinheiro". O Procurador-Geral da República denunciou, também, 15 políticos pelos mesmos crimes de peculato e lavagem de dinheiro e afirmou que o esquema foi montado pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza para injetar dinheiro público na campanha a governador do tucano Eduardo Azeredo (PSDB-MG). As investigações atingem o então secretário do governador mineiro, o tucano Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à presidência da república em 2010. O Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia criminal por cinco votos a três. Votaram pela aceitação os ministros Ricardo Lewandowski, Cezar Peluso, Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio, que acompanharam o voto do relator Joaquim Barbosa, tornando Eduardo Azeredo réu pelos crimes de peculato (roubo de dinheiro público) e lavagem de dinheiro. Desde então, nunca mais o assunto foi abordado pela mídia.

Senador Eduardo Azeredo, então Presidente Nacional do PSDB
2) “Mensalão dos Democratas” (DEM), escândalo do também eufemicamente tratado na mídia como “Mensalão no Distrito Federal”, “Mensalão do GDF”, “Mensalão do Democratas de Brasília”, é o escândalo de corrupção que surgiu no final de novembro de 2009, descoberto pela Polícia Federal, através da “Operação Caixa de Pandora”. O principal envolvido, o então governador José Roberto Arruda (DEM), estava cotado para ser o vice-presidente de José Serra, governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB, nas eleições de 2010. Em agosto de 2010, a Polícia Federal concluiu o relatório final da “Operação Caixa de Pandora”, que aponta o ex-governador José Roberto Arruda como chefe de uma organização criminosa para desviar recursos públicos por meio de empresas contratadas por seu governo.”


Serra e Arruda, pretendentes à presidência e vice-presidência do Brasil!!! 
FONTE: revista “Retrato do Brasil”, edição n° 55, fevereiro de 2012. Transcrito no portal “Vermelho”. (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=174861&id_secao=6). [Imagens do Google e trechos do Wikipedia, obtidos nos endereços acima citados, adicionados por este blog ‘democracia&política’].
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/clipping-do-dia-527
 

Governo Dilma estuda reforma das Polícias Militares.

Por Francisco Barreira: A ação federal na Bahia, onde se desenvolve uma greve da PM, não foi apenas uma reação pontual. Foi uma demonstração de mudança na política global em relação às Polícias Militares que poderão sofrer reformas radicais.
 
Os jornais não deram o devido destaque à ação dos Ministérios da Justiça e da Defesa realizadas ainda na sexta-feira (03) e às declarações feitas pelas autoridades federais na Bahia, na manhã de sábado (04). Além disso, em função da crise baiana, a presidenta Dilma Rousseff assinou o decreto Lei e Ordem.
 
Foi uma operação de guerra: em menos de 24 horas foram transferidos para a Bahia milhares de soltados do Exército e de elementos da Polícia Federal e da Força Nacional. E mais: o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao lado do governador Jaques Wagner, anunciou que os grevistas serão remetidos para prisões federais.