terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Pesquisador cria software para simular o impacto da elevação do nível do mar em São Luís.

O maranhense Denilson da Silva Bezerra, atual presidente do IMARH, apresentou na última sexta-feira (4), ao vice-governador, Washington Luiz Oliveira, uma ferramenta computacional para simular o impacto da elevação do nível do mar em São Luís. O software, que é fruto da tese de doutorado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), constitui-se em uma plataforma digital pública para subsidiar na elaboração de políticas públicas.

"Desenvolvi um modelo aplicado para minha terra. Quero retribuir ao meu estado todo investimento em minha formação acadêmica", afirmou o pesquisador. Denilson é graduado em Ciências Aquáticas e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Maranhão, e especialista pela Universidade Estadual do Maranhão.

Ele explicou que a plataforma computacional permite aos gestores públicos a identificação dos impactos da elevação do nível do mar em São Luís nos próximos anos, verificando índices de consumo de água, crescimento populacional, impacto de obras, áreas degradadas, entre outros.
"O foco é perceber como Manguezal vai responder à elevação do nível do mar, tendo em vista que a segunda maior concentração de mangue está no Maranhão", acrescentou, destacando que São Luís será a primeira capital brasileira a utilizar o software.

Após a apresentação do projeto, o vice-governador destacou a importância da ferramenta para fortalecer as ações e programas estratégicos do Governo do Maranhão. "Essa ferramenta deverá ser apresentada na reunião do Conselho de Gestão Estratégica das Políticas Públicas de Governo (Congep), para que todos os secretários possam conhecer o programa e perceber aplicabilidade nas políticas públicas desenvolvidas pelo governo", ressaltou Washington Luiz.

Fonte: SECOM

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Secretaria de Educação de São Luís busca parceria pela segurança pública nas escolas da rede municipal

Del.Geral da Pol. Civil, Maria Cristina Resende Meneses. Sec. de Seg.blica Aluizio Mendes, e Sec. Mun. de Educação, Allan Kardec Filho.jpg
 
O secretário municipal de Educação, Allan Kardec Barros Duailibe Filho, atendendo determinação do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, esteve reunido na manhã de hoje (7) com o secretário estadual de Segurança Pública, Aluízio Mendes. O objetivo do encontro é garantir maior segurança nas localidades próximas às unidades de Educação Básica.
Durante a reunião, o titular da pasta de Segurança Pública do Estado se comprometeu em intensificar as rondas policiais nas proximidades das 20 escolas da rede municipal de ensino onde houve reincidência de roubos e ataques de vandalismo nos últimos meses. 
 
Outra providência acordada foi a realização de um único inquérito que investigará essas ações criminosas em escolas da rede municipal de ensino.
“Essa parceria que firmamos foi de grande relevância, já que a partir de hoje as rondas policiais serão intensificadas em localidades próximas às escolas. 
 
Enquanto isso estamos viabilizando os contratos emergenciais para sanar o mais breve possível a questão da segurança nas unidades de ensino. Além disso, também já estamos iniciando o processo de licitação que tem a mesma finalidade”, destacou Allan Kardec.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Aluízio Mendes, declarou que a parceria com a Secretaria Municipal de Educação deve ser ampliada em prol da segurança pública na capital. “Poderemos realizar outras parcerias que incluam políticas públicas voltadas para a segurança pública. 
 
Um exemplo é o videomonitoramento de escolas que poderá ser incluído no nosso sistema”, disse.
Na reunião que aconteceu às 10h na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública estiveram presentes também a delegada geral da Polícia Civil, Maria Cristina Resende, e o superintende da Área de Segurança da Secretaria Municipal de Educação, Carlos Eduardo Pacheco.
HISTÓRICO – Nos últimos três meses, em 20 unidades de Educação Básica houve algum tipo de ação criminosa que resultou em prejuízos para as crianças da rede municipal de ensino e profissionais da Educação. Nesse final de semana, outras sete escolas tiveram a sede invadida. São elas:
U.E.B. Cidade Olímpica;
U.E.B. Mata Roma;
U.E.B. Nascimento de Moraes;
U.E.B. Santa Clara;
U.E.B. Roseno de Jesus Mendes;
U.E.B. Rosa Mochel;
U.E.B. Bernardina Spíndola.
 
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Brasil. Poupança registra maior captação líquida da história em 2012.


Kelly Oliveira e Stênio Ribeiro
Repórteres da Agência Brasil.
Brasília – Os depósitos em poupança superaram os saques em R$ 49,719 bilhões em 2012, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (7). 

Foi a maior captação líquida registrada na série histórica do BC, iniciada em 1995. Em 2011, o resultado ficou em R$ 14,186 bilhões e a maior captação líquida da poupança foi registrada em 2010: R$ 38,681 bilhões.

Para o professor de finanças da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), Marcos Crivelaro, uma das explicações para o resultado recorde foi a mudança na regra de remuneração da poupança, em maio do ano passado. A medida estimulou os poupadores a manterem os depósitos antigos nas contas, por rederem mais do que aplicações novas. “Ficou como um investimento de longo prazo para as pessoas que não precisam retirar”, diz Crivelaro.

O governo definiu que os depósitos feitos até 3 de maio continuariam a ser remunerados pelas regras antigas – Taxa Referencial (TR) mais 0,5% ao mês. Os depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012 só têm a mesma regra de remuneração quando a taxa básica de juros, a Selic, for superior a 8,5% ao ano. Atualmente, a Selic está em 7,25% ao ano. Assim, a remuneração, pela nova regra, é 70% da Selic mais a TR. No site do BC, é possível conferir a remuneração da poupança de acordo com a data de aniversário da poupança.

Crivelaro destaca que a poupança é um investimento simples e uma forma de guardar dinheiro para o caso de necessidade futura e assim evitar tomar empréstimo. “É um dinheiro que fica reservado para quando precisar, em momentos difíceis. Mesmo com a queda dos juros, continua caro pedir dinheiro emprestado”, diz. Para o professor, além desses fatores, as pessoas também foram estimuladas a fazer depósitos em poupança em campanhas publicitárias no ano passado. Diferentemente de outros investimentos, no caso da poupança não é cobrado imposto de renda, nem taxa de administração.

Em dezembro de 2012, a captação líquida da poupança também foi recorde para o período. Os depósitos superaram as retiradas em R$ 9,205 bilhões. Anteriormente, o recorde em meses de dezembro havia sido registrado em 2009, quando ficou em R$ 9,174 bilhões. Em dezembro, é comum o aumento de depósitos devido ao pagamento de metade do décimo terceiro salário, que vai para a poupança, consumo ou pagamentos de dívidas.

No mês passado, os depósitos ficaram em R$ 121,846 bilhões e as retiradas, em R$ 112,640 bilhões. Os rendimentos creditados chegaram a R$ 2,174 bilhões e o saldo ficou em R$ 496,719 bilhões. Em todo o ano passado, os depósitos somaram R$ 1,232 trilhão e os saques foram R$ 1,182 trilhão. Os rendimentos creditados chegaram a R$ 26,583 bilhões.

O relatório do BC baseia-se em dados do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) – que destina 65% dos recursos para o financiamento imobiliário – e da poupança rural. No caso do SBPE, houve captação líquida de R$ 6,873 bilhões em dezembro e de R$ 37,239 bilhões no ano. A poupança rural registrou captações líquidas de R$ 2,331 bilhões no mês passado e de R$ 12,479 bilhões em 2012.

Edição: Fábio Massalli

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São Luís - Assaltante acaba morto ao efetuar saidinha bancária.


Assaltante morto - Alclines Meneses, vulgo “Piauí”.
 Um elemento se deu mal ao tentar executar a chamada saidinha bancária numa agência do Banco do Bradesco no Calhau, em São Luís.


Ao tentar assaltar uma agente da polícia, o elemento foi atingido por disparos desferidos por uma suposta agente da polícia, vítima do assaltante.


Segundo uma testemunha, o homem roubou a bolsa da mulher e saiu correndo. A vítima saiu do carro e efetuou dois tiros contra o elemento, que morreu na hora.


Após matar o elemento, a mulher pegou a bolsa que havia sido roubada e saiu do local em seu carro.


A tentativa de assalto e a morte do elemento aconteceram pouco depois das 11h da manhã desta segunda-feira.


O criminoso foi identificado como Alclines Meneses, vulgo “Piauí”, e já teria sido responsável por diversos assaltos do tipo.

Assaltante morto - Alclines Meneses, vulgo “Piauí”.
  
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Socializando conhecimento - I. Livro Sociologia da Imagem - Ensaios Críticos..

Pretendo com este tópico "Socializando conhecimento" apresentar aos visitantes deste blog sugestões de "endereços eletrônicos" que considero interessante, além de indicar e-books, vídeos, textos, etc... Preferencialmente de downloads gratuítos, buscando sempre respeitar os direitos autorais de seus respectivos proprietários. 

Passeio virtual, que tal vc conhecer o site abaixo?

http://www.cafecomsociologia.com

 

O Maranauta apresenta como dica de leitura:

Sociologia e Imagem

Em Fevereiro de 2004 o professor/ pesquisador Mauro Guilherme Pinheiro Koury publicou um livro/coletânea composto por diversos trabalhos de autores nacionais preocupados com a questão dos usos da imagem nas Ciências Sociais e, particularmente, na sociologia. Trata-se de trabalhos apresentados em congressos durante o período de 1997 a 2003.

O livro é disponibilizado, em formato digital, no site da Universidade Federal do Paraíba/UFPB, podendo ser acessado aqui.

O livro está dividido em três partes. Sendo:

PARTE 1. COMUNICAÇÃO, ARTE E POLÕTICAS CULTURAIS: A DIMENSÃO IMAGÉTICA

PARTE 2. VÍDEO E FOTOGRAFIA COMO INSTRUMENTOS DE PESQUISA 

PARTE 3. FOTOGRAFIA COMO OBJETO DE PESQUISA.

Esta matéria foi publicada originalmente em:
http://www.cafecomsociologia.com/2012/12/sociologia-e-imagem.html


MATÉRIAS RELACIONADAS.  

Socializando conhecimento - II. Dica de leitura A história da Ciência.

 http://maranauta.blogspot.com.br/2013/01/socializando-conhecimento-ii-dica-de.html

India novo caso de estupro coletivo, policiais são suspensos.

Quatro policiais foram suspensos e um quinto foi transferido em conexão com os desdobramentos de um novo caso de estupro e assassinato ocorrido perto da capital da Índia, Nova Déli.

O pai da suposta vítima de 21 anos disse à BBC que ela teria sofrido um estupro coletivo. Seu corpo foi encontrado no sábado.

Dois homens suspeitos de envolvimento com o crime foram presos e um terceiro teria fugido.

O novo episódio vem à tona no mesmo dia em que cinco homens compareceram a um tribunal da capital indiana, acusados de sequestro, estupro coletivo e assassinato de uma jovem de 23 anos no mês passado, em um caso que chocou a Índia e despertou uma série de protestos por todo o país.

A vítima do episódio mais recente era uma empregada de uma fábrica em Noida, um subúrbio de Nova Déli.

De acordo com a mídia indiana, ela foi dada como desaparecida na sexta-feira, por não ter regressado para casa após o trabalho.

O pai da menina afirmou que a polícia inicialmente não demonstrou qualquer reação ao ser informada de sua desaparição, sugerindo que ela talvez tivesse fugido com alguém. O episódio gerou protestos em Noida.

Processo acelerado - No sábado, foram identificados os cinco acusados do crime que causou comoção na Índia - o estupro coletivo e assassinato de uma jovem de 23 anos dentro de um ônibus.

Os promotores dizem ter amplas provas contra os suspeitos, que poderão ser condenados à pena de morte se considerados culpados.

Os cinco acusados são Ram Singh, seu irmão Mukesh, Pawan Gupta, Vinay Sharma e Akshay Thakur.

Um sexto acusado, um adolescente de 17 anos, será julgado em um tribunal juvenil.

O processo foi acelerado, para que os acusados pudessem ser julgados semanas após o crime, em vez de meses, como seria o procedimento tradicional.

No dia 16 de novembro, a vítima, uma estudante, foi estuprada por cerca de uma hora, espancada com barras de ferro e lançada para fora nua do ônibus em movimento, juntamente com um amigo.

Ela morreu dias depois em um hospital, em consequência de seus ferimentos.

O incidente segue gerando protestos na Índia. No domingo, ativistas foram novamente às ruas em Nova Déli, reivindicando leis mais duras contra estupro e reformas por parte da polícia.

Muitos ativistas afirmam que a polícia constantemente deixa de indiciar acusados de crimes sexuais.

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Carta Capital Entrevista - Vera Regina Müller “No Brasil, pensamos que só a cadeia resolve”

A juíza aposentada Vera Regina Müller é uma das pioneiras no Brasil na defesa de penas alternativas. Apaixonou-se pelo tema no início da década de 1980, quando conheceu a realidade britânica: de cada cem penas aplicadas no Reino Unido, 80 são alternativas. 
 
Müller implantou penas alternativas no Rio Grande do Sul, sua terra natal, em 1985. Em 2000, faria o mesmo na Central Nacional de Penas e Medidas Alternativas (Cenapa) do Ministério da Justiça, que comandou no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso.
 
Com o julgamento do “mensalão”, mais do que nunca o debate sobre as penas alternativas volta à tona, mas o assunto guarda duas ironias: se o governo do PSDB foi o responsável por tê-las implementado no País, não deixa de ser, no mínimo, curioso que o partido agora defenda, com unhas e dentes, o encarceramento dos condenados. 
 
Por outro lado, o PT, que gostaria de ver José Dirceu, José Genoino e outros colegas de partido cumprir penas alternativas, em vez de presos, diminuiu a verba federal para o setor nos últimos anos. A juíza explica sua visão do tema na entrevista abaixo:
A juíza aposentada Vera Regina Müller, uma das pioneiras
no Brasil na defesa de penas alternativas.
Foto: Sergio Amaral

CartaCapital: Desde que a senhora esteve no governo, evoluiu a questão das penas alternativas no Brasil?
 
Vera Müller: Carecemos, hoje, de um sistema online para medir as aplicações no País. Os dados que chegam são muito atrasados. Até onde se contou, em 2009, o número de penas alternativas ultrapassou o número de encarcerados: são cerca de 540 mil encarcerados e mais de 640 mil aplicações de penas alternativas. E deve ser muito mais.
 
CC: Não é irônico que o PSDB, que criou uma central de penas alternativas, defenda agora o encarceramento dos condenados no “mensalão”?
 
VM: É irônico, mas tem outra conotação aí, política. No Brasil, achamos que a única coisa que resolve é a cadeia. Está aí o (José Luiz) Datena que passa a tarde na televisão a martelar, a preconizar o encarceramento. Quando comecei a fazer esse trabalho, verifiquei que 75% dos processos numa vara criminal eram de menor potencial ofensivo. Só 35% são delitos mais graves. Os demais não tiveram defensor público, são pobres, sem qualificação profissional, poderiam estar fora da cadeia. Os delitos mais graves são em muito menor número, mas a população não sabe disso.
 
CC: Há quem defenda que crimes de colarinho-branco não sejam punidos com penas restritivas de liberdade, mas com multas e penas alternativas. A senhora concorda?
 
VM: Depende do crime de colarinho-branco. A Justiça Federal tem juizado especial e trabalha com penas alternativas e o recolhimento é fantástico exatamente em função da aplicação de multas a crimes do colarinho-branco. Muitas instituições são beneficiadas com isso, dá para fazer muita coisa. O que eu fico impressionada é dizer que “não vai dar em nada, vai aplicar pena alternativa”. Pena alternativa, quando bem aplicada, tem a sua função de prevenção da criminalidade e de reprimenda. O que se procura? Fazer com que a pessoa se sinta tão constrita, responsabilizada, que não volte a delinquir.
 
CC: Para aplicar a pena alternativa, a questão é apenas o réu não oferecer risco à sociedade?
 
VM: Violência, grave ameaça ou risco à sociedade. A maior parte das tipificações do código penal é para delitos mais leves. Quando a pena é de até quatro anos, o juiz precisa aplicar a pena alternativa se o réu preencher as condições: se é primário, se não tem antecedentes, se o delito é proporcional, tem vários requisitos. Quando tem essas condições, tem de aplicar, não pode fugir.
 
CC: Hoje quais são as penas alternativas possíveis?
 
VM: Tem a prestação de serviços à comunidade, a limitação de fins de semana, a prestação pecuniária. Têm, também, aquelas que a Lei Maria da Penha trouxe, que é o agressor se manter a tantos metros de distância da vítima e ter de se apresentar à Justiça de tempos em tempos. Em minha opinião, o que funciona muito bem, quando bem aplicada, é a prestação de serviços à comunidade. A reincidência é menor.
 
CC: Se as penas alternativas fossem mais bem aplicadas, as cadeias estariam mais vazias?
 
VM: Num primeiro momento, se acreditava que poderia esvaziar, mas são muitos os fatores. Como o movimento de entrada é muito grande, não dá para dizer isso. O que precisa é mais investimento. Fui ao Ministério da Justiça e, quando vi os recursos aplicados, me apavorei: são os mesmos de 12 anos atrás. São só 3 milhões de reais previstos para o ano que vem.
 
CC: Quer dizer que o PT agora defende penas alternativas, mas não investiu em sua aplicação?
 
VM: Investiu, mas todo o dinheiro do Fundo Penitenciário Federal está sendo utilizado para o superávit primário. A arrecadação que a pena alternativa teria é muito maior do que estes 3 milhões que se têm agora para o orçamento do ano que vem. Está na mão do ministro tomar alguma atitude.
 
CC: As penas alternativas caminharam mais rápido no governo FHC ou no governo Lula/Dilma?
 
VM: No governo FHC foi dado o start. Depois, num período grande do mandato de Lula, o recurso chegou a 9, 10 milhões de reais, mas logo começou a reduzir. Então, acho que os dois governos estimularam. O que não pode é deixar morrer, precisa dar um salto. No nosso país entende-se que a expiação tem de ser na cadeia, e quanto pior a cadeia, melhor. Mas lidamos com seres humanos. Como é que essa pessoa vai sair e ter uma vida harmônica na sociedade se é maltratado lá dentro? A pena alternativa ajuda muito para que ele não ingresse na prisão. E quem está lá tem de ser bem tratado.
 
CC: Outro dia o ministro José Eduardo Cardozo falou que se mataria se fosse preso no Brasil. O que a senhora achou?
 
VM: Teve o lado bom e o lado ruim deste comentário. O lado bom é que ele foi absolutamente sincero, foi até elogiado pela coragem de dizer o que estava sentindo. O lado ruim é: puxa, então por que não faz alguma coisa? Hoje o que está se propondo para o ministro é a municipalização da execução penal, já que o delito acontece no município.
 
CC: Existe na opinião pública uma vontade muito grande pelo encarceramento, não é?
 
VM: Exato, coloca-se o encarceramento como uma forma de terceirizar a execução penal. “Eu vou deixar lá na cadeia, não quero nem ver”. Pretende-se jogar para baixo do tapete, como se o réu não fosse fruto da sociedade em que a pessoa vive. Quando eu era criança, tinha uma cadeia pública pertinho de onde a gente brincava, em São Leopoldo (RS). Não tinha muros fechados, eram de arame, e a criançada enxergava os presos. Nenhuma criança estranhava. Hoje, quando querem fazer uma cadeia em qualquer lugar é uma gritaria lascada, ninguém quer saber de prisão por perto. Talvez fosse preciso um trabalho de mídia importante para explicar o que são as penas alternativas.
 
Cynara Menezes - No CartaCapital.

 Esta notícia foi publicada originalmente em:
 
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/no-brasil-pensamos-que-so-a-cadeia-resolve/