segunda-feira, 10 de junho de 2013

Imperatriz - MA. Homem agride esposa brutalmente e quando chega a PM ele fala que foi queda de bicicleta.



Na tarde de ontem uma mulher foi brutalmente agredida pelo próprio marido, Maria Luzinethe Lima Chagas, moradora do Conjunto Planalto ficando a mesma, com rosto todo deformado depois de receber diversos murros e pontapés dentro da residência, foram os vizinhos chamaram a Policia Militar que rapidamente chegou no local e fez a prisão em flagrante de Samuel.


Ele informou para os Policiais Militares que a mulher tinha levado uma queda de bicicleta, porém o filho de seis anos o desmentiu, informando que foi o seu pai que tinha agredido a sua mãe.

 

Com a chegada da mãe de Luzinethe a Delegacia, a Delegada de plantão descobriu que o acusado tinha dado um nome falso para a Polícia, o mesmo já tinha passagem pela policia.

Além de ser autuado em flagrante com base na Lei Maria da Penha, Fernando  foi autuado também por falsidade ideológica.

Claudia Salgado diz “Sou fruto de estupro e a favor do aborto”

Claudia Salgado, 28 anos, gerente de varejo, fala de forma corajosa sobre a ilegalidade do aborto e suas consequências absurdas. Um viés humano e sincero nesse momento em que se debate o projeto de lei do nascituro.

Matéria originalmente publicada por Juliana de Faria, autora do blog OLGA

Minha mãe tinha 18 anos na época em que foi estuprada. Ela não foi a única que sofreu este tipo de violência na família: tenho uma tia que também foi humilhada e estuprada por mais de um homem, mas não teve frutos disso, a não ser o trauma e a vida quebrada.

Somos de uma cidade muito pequena no interior de Santa Catarina. Ela havia saído com minha tia para dançar em uma matinê e, quando voltou para casa, sofreu agressão física muito brutal do avô, que era militar e muito rigído com regras e com relação às filhas saírem de casa. A família era muito grande – eram 5 filhas no total – e havia muita preocupação com relação as filhas ficarem mal faladas.

Estou abrindo isso para mostrar como ignorância só gera ignorância. Meu avô não é má pessoa, mas ele era alcoólatra e muito severo com as meninas.

Minha mãe ficou desesperada depois da surra que tomou e decidiu fugir de casa com minha tia. As duas estavam muito machucadas e vulneráveis e se sentaram desoladas nas escadarias da Catedral no centro da cidade, onde estes dois homens se aproximaram de forma amigável e ofereceram amparo. Elas inocentemente aceitaram e foram passar a noite na casa deles, onde haviam mais homens. Foi quando toda a violência física ocorreu. Minha tia era mais forte e conseguiu fugir, mas minha mãe não conseguiu e foi violentada por mais de um homem. Somos tão parecidas fisicamente que ela mesmo lamenta o fato de nem sequer saber qual deles é meu pai.

Naquela época as coisas não eram bem explicadas – em sua maioria, eram omitidas. Minha mãe não contou a ninguém o ocorrido, pois, além da vergonha, ela ainda se sentia mortificada de medo de que não acreditassem nela. Ela era tão inocente que nem sabia que estava grávida, nem foi atrás de justiça, apenas se fechou. E quando a barriga ficou impossível de disfarçar, ela não pôde mais negar e outra vez passou por mais humilhação. Teve que sair de casa às pressas, pois meu avô queria matá-la. Eu não acho que, para ela, seguir a gravidez foi uma escolha, ela não entendia o que estava acontecendo e só teve essa opção.

Essa história afetou minha vida e a relação com a minha mãe por muitas razões. Ela não tinha a menor estrutura emocional de ter um filho sob aquelas condições e naquela idade. E eu nunca me senti desejada. Minha infância ficou quebrada e minha vida, incompleta. Só soube dessa história quando tinha 11 anos. Até então, ela dizia que meu pai havia morrido num acidente enquanto ela estava grávida, o que eu sempre achei estranho, pois nunca havia visto uma foto ou algum registro de que ele realmente existira.

Minha infância ficou incompleta porque me faltou a figura paterna, minha mãe era instável emocionalmente, me senti enganada e não consegui assimilar quando ela me contou a minha origem. Me sentia humilhada quando via minhas amigas com seus pais num lar ajustado.

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“Acho muito mais digno interromper uma gravidez indesejada do que colocar uma criança no mundo para sofrer e passar necessidades. Hoje não sinto a menor vontade de ser mãe. Não acredito que poderei ser boa o suficiente” – Cláudia Salgado. (Reprodução – OLGA)
Sentia raiva da minha mãe porque ela me teve sem ter me desejado, embora existisse o respeito por saber que ela nunca deixou nada me faltar e sempre fez o possível para que eu crescesse com dignidade, tivesse uma boa educação e nada me faltasse.

Sempre tive o sentimento de que ela se importava comigo, mas não me amava… E até hoje tenho este sentimento, mas hoje é mais compreensível porque, com o tempo, adquiri maturidade para entender o quanto isso foi danoso e o quanto deve ter sido difícil para ela ter que conviver com o fantasma de um ato bárbaro. 

É muito difícil lidar com a dor da rejeição, ela nos deixa realmente miseráveis… E mesmo que você tente se agarrar a seu orgulho, esbravejar que está tudo bem e ser indiferente a situação, não tem como: aquilo está ali, é a realidade da sua vida e você precisa aceitar.

Acho que nesse caso é visível que a ignorância gerou tudo isso. Se ela tivesse mais abertura em casa e direito de expressão, mais compreensão da parte dos pais, nada disso teria acontecido.

Não sei se cabe dizer que ela poderia ter escolhido interromper a gravidez, pois acredito que ela nem se quer sabia que isso era possível naquela altura. E também sei que no fundo ela não se arrependeu, porque não fui uma filha ruim e nunca dei trabalho ou fiz algo que pudesse fazer com que ela se arrependesse de eu ter nascido. Pelo contrário, minha chegada na família foi recebida com muito amor, inclusive meu avô aceitou e foi um pai para mim. Quem me criou foram meus avós, minha mãe teve mais um papel de provedora, pois sempre trabalhou muito para garantir que nada me faltasse.

Acho apenas que ela deveria ter se empenhado mais em achar estes bandidos, mas, ao mesmo tempo, acredito que ela estava muito fragilizada naquele momento e não tinha condições de lutar por nada além da nossa sobrevivência. E devo confessar que sou uma pessoa de sorte, pois não tive um pré-natal e nasci muito saudável.

O PROJETO DE LEI DO NASCITURO

Acho esse projeto de lei um grande equívoco. Acredito que as mulheres deveriam ter suporte financeiro e emocional do governo para tomarem a decisão que melhor fosse conveniente a elas, especialmente num caso de estupro, em que deveria ser totalmente amparada e ter o direito de escolha de continuar ou interromper a gravidez. Não se trata apenas de receber uma esmola do governo, vai muito além disso…

A FAVOR DO ABORTO

Por ser fruto de um estupro, me sinto até mesmo no direito moral de ser a favor do aborto. Eu sei o quanto foi horrível e quantas vezes desejei não ter nascido, pois acredito que a vida da minha mãe teria sido muito melhor se isso não tivesse acontecido. Ela teria tido mais tempo para concluir os estudos, fazer coisas que uma jovem da idade dela faria se não tivesse um filho nos braços. Ela não teria passado pela dor da reprovação, pela humilhação que passou e teria muito mais chance de ter formado uma família e ter um lar ajustado.

Demorou muitos anos até que ela conseguisse (eu já era adolescente quando ela conheceu uma pessoa, com qual ela já está há 12 anos e tem outra filha). Ela também acabou de se formar em Direito, aos 47 anos de idade. Acho muito mais digno interromper uma gravidez indesejada do que colocar uma criança no mundo para sofrer e passar necessidades.

Eu fiquei extremamente sequelada, e não sinto a menor vontade de ser mãe. Não acredito que poderei ser boa o suficiente. Me sinto extremamente insegura e tenho muita resistência ao assunto. Sempre digo que só terei um filho se algum dia estiver em uma relação estável com alguém que queira muito, que me passe essa segurança.

O QUE PODEMOS FAZER

Eu acho que falta promover a igualdade, no sentido de que nós, mulheres, tenhamos autonomia sobre nossos próprios corpos e que possamos decidir por nós mesmas como ter um filho afetará nossas vidas e a da criança inocente. Sem interferência de religião, a mulher necessita ter esse direito e centros de apoio moral e psicológico. Vamos supor que homens pudessem engravidar, vocês acham que o aborto já não estaria legalizado?

Leis como essa são criadas, pois vivemos num mundo cheio de pessoas ignorantes e incapazes de pensar no dano que um estupro causa à história de uma pessoa.

Devemos promover discussões saudáveis e positivas sobre o assunto em um aspecto geral, derrubar dogmas e aumentar a consciência de um assunto que é importante na vida de muitas pessoas. Trabalhar com comunidades locais oferecendo suporte psicológico, oferecer uma plataforma neutra onde a mulher tenha espaço, sem ser julgada, e analisar realisticamente os prós e contras da gravidez. E que a mulher possa fazer sua própria decisão.

São Luís - Moradores cansados de esperar, interditam avenidas nos Bairros do Turu e Vila Embratel.




Moradores interditam avenidas no Turu e na Vila Embratel.

No Turu, manifestantes impediram os ônibus da 1001 de trafegar. Na Vila Embratel, avenida é completamente interditada por moradores.

Pedro Sobrinho / Imirante.com. 10/06/2013 08h49.
SÃO LUÍS - Moradores interditaram na manhã desta segunda-feira (10), trecho da avenida General Artur Carvalho, no bairro do Turu. 

Sete ônibus da empresa 1001, que faz linha para a localidade, foram impedidos de trafegar pelos manifestantes. Os manifestantes disseram que pararam os ônibus devido a falta de compromisso dos motoristas. 

Segundo Itatiane da Silva, falta organização da empresa que presta serviço para a comunidade. "A gente aguarda aproximadamente uma hora para um ônibus passar. 

O ônibus de 5h30 não está passando no horário. Quando passa é uma hora depois e completamente lotado. A empresa 1001 não tem fiscalização. A rota não atende as necessidades do bairro", desabafa.

Íria de Fátima disse, ainda, que a manifestação é espontanea e pacífica. "Os ônibus que circulam nessa região são insuficientes. 

Temos vários condomínios nessa localidade aumentando a quantidade de pessoas que precisam do transporte coletivo. As pessoas assinaram um abaixo-assinado que será encaminhado para a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT)", ressaltou.

Itatiane da Silva estava com consulta médica marcada e ônibus de 5h30 nao passou. "Eu perdi a consulta. Se depender de onibus vou morrer", enfatizou.

Além do problema dos ônibus, os manifestantes reclamam da falta de transportes alternativos (táxi lotação e Vans) e das ruas sem calçadas, sinalização, pontos de ônibus e dos buracos nas vias.

Uma viatura da Polícia Militar encontra-se no local para evitar transtornos. O sargento Wilson, da Polícia Militar, disse que está tudo sob controle e que o movimento é para reivindicar melhorias no Bairro.

Mais protesto
Na Vila Embratel, os moradores interditaram a avenida Sarney Filho por melhoria na localidade. Eles usaram pneus, lixo para impedir o tráfego de veículos. Os manifestantes disseram estarem convivendo com buracos e a insegurança. Eles exigem a presença de autoridades para que apresentem uma solução para os problemas enfrentados no dia a dia.


Link desta Matéria: http://imirante.globo.com/mobile/noticias/2013/06/10/moradores-interditam-avenidas-no-turu-e-na-vila-embratel.shtml

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Publicação: 10/06/2013 08:36 Atualização: 10/06/2013 09:02.

São Luís - Desde as 4h desta segunda-feira (10) moradores da comunidade Riacho Doce, interditaram a principal Avenida (avenida Sarney Filho ) e outras ruas que dão acesso ao bairro Vila Embratel. 

Eles estão reivindicando melhorias, como abastecimento de água, tratamento nos esgotos a céu aberto e qualidade no asfalto onde as ruas estão intrafegáveis.

"Nós estamos vivendo com esse caos há 17 anos, e nunca fizeram um reparo, já recolhemos várias assinaturas de moradores e levamos a prefeitura, e lá consta no sistema deles que a avenida  já está pronta, mas se quer mandam um fiscal pra olhar o local", disse Jorge Caldas morador do bairro.

A comunidade agora está ateando fogo em pneus e madeiras, impedindo que veículos trafeguem pelo local, causando um grande congestionamento.

Os moradores dizem que só vão liberar a avenida com a presença de algum político para apresentar solução ao problema.

Ciberespionagem - Ex-técnico da CIA vazou espionagem dos EUA.

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Edward Snowden


Edward Snowden, de 29 anos, que atualmente está em Hong Kong, deu entrevista ao jornal The Guardian; ele trabalhou durante quatro anos como consultor da NSA (Agência Nacional de Inteligência dos Estados Unidos).

10 de Junho de 2013 às 05:15.
Opera Mundi - Um jovem norte-americano de 29 anos chamado Edward Snowden, ex-técnico da CIA que trabalhou como consultor da NSA (Agência Nacional de Inteligência dos Estados Unidos), assumiu a responsabilidade pelos recentes vazamentos sobre a espionagem do governo dos EUA, segundo divulgou neste domingo (09/06) o jornal The Guardian.

Snowden trabalhou durante quatro anos para a NSA como empregado de várias companhias beneficiárias de contratos de defesa, sendo a última delas a Booz Allen Hamilton, da qual teve acesso a informações secretas.

O jovem passou uma década ligado à inteligência norte-americana, primeiro como engenheiro de computação da CIA, em Genebra, depois como consultor em várias empresas de defesa estrangeiras que colaboram com a NSA, revelou ao Guardian.

O jornal britânico afirmou que decidiu divulgar sua identidade por vontade expressa de Snowden, que acredita que não fez "nada de mau" e não tem medo do que possa lhe acontecer, apesar do julgamento do soldado Bradley Manning, fonte dos vazamentos do Wikileaks.

"Quero que o foco de atenção sejam os documentos e o debate que espero que gerem entre os cidadãos de todo o mundo sobre o tipo de mundo em que querem viver", disse em entrevista publicada pelo site do jornal. "Minha única motivação é informar o público do que fizeram em seu nome e o que se faz contra ele", acrescentou.

Snowden está atualmente em Hong Kong, para onde viajou em 20 de maio após deixar seu trabalho como consultor da NSA no Havaí, uma vez colhida a informação e copiados os documentos recentemente divulgados.

Nesta semana, os jornais The Guardian e The Washington Post divulgaram documentos secretos que indicam que a NSA tinha acesso secreto a gravações telefônicas e da internet de milhões de usuários nos Estados Unidos. 

O programa massivo de ciberespionagem dos EUA envolveria, ainda, Londres porque, segundo o jornal britânico, o centro de escutas dos serviços secretos do Reino Unido usa desde 2010 um programa secreto norte-americano, Prism, para colher informação privada dos principais servidores de internet. (*) com Agência Efe.

War-in-MA. São Luís - 19 (dezenove) mortes violentas registradas neste final de semana.

Até policial é morto no final de semana em São Luís.

Foi morto a tiros na noite de sábado (8), em São Luís, o policial militar Gilson Furtado de Araújo (1ª vítima). O crime ocorreu após uma discussão do policial com o dono de um estabelecimento comercial localizado no Monte Castelo.

De acordo com informações colhidas pela reportagem do GI Portal, o policial teria se dirigido ao comércio para reclamar com o dono do estabelecimento sobre uma cerveja que estaria estragada. Foi quando o comerciante se recusou a trocar a cerveja e os dois começaram a discutir.

http://www.marrapa.com/wp-content/uploads/2013/01/armas-350x262.jpg 
O policial teria sacado de uma arma e disparado contra o comerciante que revidou. Atingido por um dos tiros, o policial ainda foi levado para Socorrão I, mas não resistiu e acabou morrendo.

O crime foi registrado no Plantão Central da Beira Mar, no centro da capital maranhense.

Outros crimes - Mas, além deste, outros homicídios  ocorreram na região metropolitana de São Luís, durante o final de semana.

Entre eles:

2 - Bruno Rafael Pires dos Santos, 26 anos, vitima de arma de fogo, o crime ocorreu no Jardim São Cristóvão São Luís; 

3 - Orlando Dourado, 26 anos,  vitima de arma branca, Vila Nazaré, município de Paço do Lumiar; 

4 - Marcio Costa Santos, 28 anos, arma de fogo, bairro do Anjo da Guarda, em São Luís;

5 - Raul José de Araújo Ramos, 28 anos, arma de fogo, bairro do Filipinho, em São Luís;

6 - Alisson da C. Castro Almeida, 21 anos, arma de fogo, bairro da Liberdade, em São Luís; 

7 - Raimundo Nonato Castro Costa, 39 anos, arma de fogo, bairro do Paranã, em Paço do Lumiar.

Mais mortes: Plantões policiais também registraram mais cinco mortes nas ultimas 24 horas.


Nas últimas 24 horas os plantões de polícia registraram mais quatro mortes por ferimentos ocasionados por armas de fogo, sendo dois homicídios dolosos, um latrocínio, e um em confronto com a polícia, no Calhau. Uma pessoa morreu atropelada por uma motocicleta, na MA-201, próximo ao Maiobão.

Estatística: De acordo com os números oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP), até as 11h deste domingo (9) foram registradas 19 homicídios dolosos na região metropolitana de São Luís, um número 58,3% maior que o verificado no mesmo período de 2012.

Ao longo de 2013, a SSP registrou 318 homicídios dolosos, enquanto que no ano passado aconteceram 207, um aumento de 53,62% nas estatísticas. 


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Matérias publicadas em: 



Jovens vão às ruas e nos mostram que desaprendemos a sonhar.

Por sugestão de Nilva de Souza, de fato um texto que merece leitura e reflexão, especialmente para os pragmáticos que sempre querem justificar o injustificável.

AOS QUE AINDA SABEM SONHAR.

Por Andre Borges Lopes, via Luis Nassif.

09/06/2013 – 16:04.

O fundamental não é lutar pelo direito de fumar maconha em paz na sala da sua casa. 

O fundamental não é o direito de andar vestida como uma vadia sem ser agredida por machos boçais que acham que têm esse direito porque você está “disponível”. 

O fundamental não é garantir a opção de um aborto assistido para as mulheres que foram vítimas de estupro ou que correm risco de vida. 

O fundamental não é impedir que a internação compulsória de usuários de drogas se transforme em ferramenta de uma política de higienismo social e eliminação estética do que enfeia a cidade. 

O fundamental não é lutar contra a venda da pena de morte e da redução da maioridade penal como soluções finais para a violência. 

O fundamental não é esculachar os torturadores impunes da ditadura. 

O fundamental não é garantir aos indígenas remanescentes o direito à demarcação das suas reservas de terras. 

O fundamental não é o aumento de 20 centavos num transporte público que fica a cada dia mais lotado e precário.

O fundamental é que estamos vivendo uma brutal ofensiva do pensamento conservador, que coloca em risco muitas décadas de conquistas civilizatórias da sociedade brasileira.

O fundamental é que sob o manto protetor do “crescimento com redução das desigualdades” fermenta um modelo social que reproduz – agora em escala socialmente ampliada – o que há de pior na sociedade de consumo, individualista ao extremo, competitiva, ostentatória e sem nenhum espaço para a solidariedade.

O fundamental é que a modesta redução da nossa brutal desigualdade social ainda não veio acompanhada por uma esperada redução da violência e da criminalidade, muito pelo contrário. E não há projeto nacional de combate à violência que fuja do discurso meramente repressivo ou da elegia à truculência policial.

O fundamental é que a democratização do acesso ao ensino básico e à universidade por vezes deixam de ser um instrumento de iluminação e arejamento dos indivíduos e da própria sociedade, e são reduzidos a uma promessa de escada para a ascensão social via títulos e diplomas, ao som de sertanejo universitário.

O fundamental é que os políticos e grandes partidos antigamente ditos “libertários” e “de esquerda” hoje abriram mão de disputar ideologicamente os corações e mentes dos jovens e dos novos “incluídos sociais” e se contentam em garantir a fidelidade dos seus votos nas urnas, a cada dois anos.

O fundamental é que os políticos e grandes partidos antigamente ditos “sociais-democratas” já não tem nada a oferecer à juventude além de um neo-udenismo moralista que flerta desavergonhadamente com o autoritarismo e o fascismo mais desbragados.

O fundamental é que a promessa da militância verde e ecológica vai aos poucos rendendo-se aos balcões de negócio da velha política partidária ou ao marketing politicamente correto das grandes corporações.

O fundamental é que os sindicatos, movimentos populares e organizações estudantis estão entregues a um processo de burocratização, aparelhamento e defesa de interesses paroquiais que os torna refratários a uma participação dinâmica, entusiasmada e libertária.

O fundamental é que temos em São Paulo um governo estadual que é francamente conservador e repressivo, ao lado de um governo federal que é supostamente “progressista de coalizão”. 

Mas entre a causa da liberação da maconha e defesa da internação compulsória, ambos escolhem a internação. 

Entre as prostitutas e a hipocrisia, ambos ficam com a hipocrisia. 

Entre os índios e os agronegócio, ambos aliam-se aos ruralistas. 

Entre a velha imprensa embolorada e a efervescência libertária da Internet, ambos namoram com a velha mídia. 

Entre o estado laico e os votos da bancada evangélica, ambos contemporizam com o Malafaia. 

Entre Jean Willys e Feliciano, ambos ficam em cima do muro, calculando quem pode lhes render mais votos.

O fundamental é que o temor covarde em expor à luz os crimes e julgar os aqueles agentes de estado que torturaram e mataram durante da ditadura acabou conferindo legitimidade a auto-anistia imposta pelos militares, muitos dos quais hoje se orgulham publicamente dos seus crimes bárbaros – o que nos leva a crer que voltarão a cometê-los se lhes for dada nova oportunidade.

O fundamental é que vivemos numa sociedade que (para usar dois termos anacrônicos) vai ficando cada vez mais bunda-mole e careta. Assustadoramente careta na política, nos costumes e nas liberdades individuais se comparada com os sonhos libertários dos anos 1960, ou mesmo com as esperanças democráticas dos anos 1980. Vivemos uma grande ofensiva do coxismo: conservador nas ideias, conformado no dia-a-dia, revoltadinho no trânsito engarrafado e no teclado do Facebook.

O fundamental é que nenhum grupo político no poder ou fora dele tem hoje qualquer nível mínimo de interlocução com uma parte enorme da molecada – seja nas universidades ou nas periferias – que não se conforma com a falta de perspectivas minimamente interessantes dentro dessa sociedade cada vez mais bundona, careta e medíocre.

Os mesmos indignados que se esgoelam no mundo virtual clamando que a juventude e os estudantes “se levantem” contra o governo e a inação da sociedade, são os primeiros a pedir que a tropa de choque baixe a borracha nos “vagabundos” quando eles fecham a 23 de Maio e atrapalham o deslocamento dos seus SUVs rumo à happy-hour nos Jardins.

Acuados, os políticos “de esquerda” se horrorizam com as cenas de sacos de lixo pegando fogo no meio da rua e se apressam a condenar na TV os atos de “vandalismo”, pois morrem de medo que essas fogueiras causem pavor em uma classe média cada vez mais conservadora e isso possa lhes custar preciosos votos na próxima eleição.

Enquanto isso a molecada, no seu saudável inconformismo, vai para as ruas defender – FUNDAMENTALMENTE – o seu direito de sonhar com um mundo diferente. 

Um mundo onde o ensino, os trens e os ônibus sejam de qualidade e gratuitos para quem deles precisa.

Onde os cidadãos tenham autonomia de decidir sobre o que devem e o que não devem fumar ou beber. 

Onde os índios possam nos mostrar que existem outros modos de vida possíveis nesse planeta, fora da lógica do agribusiness e das safras recordes. 

Onde crenças e religião sejam assunto de foro íntimo, e não políticas de Estado. 

Onde cada um possa decidir livremente com quem prefere trepar, casar e compartilhar (ou não) a criação dos filhos. 

Onde o conceito de Democracia não se resuma à obrigação de digitar meia dúzia de números nas urnas eletrônicas a cada dois anos.

Sempre vai haver quem prefira como modelo de estudante exemplar aquele sujeito valoroso que trabalha na firma das 8 da manhã às 6 da tarde, pega sem reclamar o metrô lotado, encara mais quatro horas de aulas meia-boca numa sala cheia de alunos sonolentos em busca de um canudo de papel, volta para casa dos pais tarde da noite para jantar, dormir e sonhar com um cargo de gerente e um apartamento com varanda gourmet.

Não é meu caso. Não tenho nem sombra de dúvida de que prefiro esses inconformados que atrapalham o trânsito e jogam pedra na polícia. Ainda que eles nos pareçam filhinhos-de-papai, ingênuos em seus sonhos, utópicos em suas propostas, politicamente manobráveis em suas reivindicações, irresponsavelmente seduzidos pelos provocadores de sempre.

Desde a Antiguidade, esses jovens ingênuos e irresponsáveis são o sal da terra, a luz do sol que impede que a humanidade apodreça no bolor da mediocridade, na inércia do conformismo, na falta de sentido do consumismo ostentatório, nas milenares pilantragens travestidas de iluminação espiritual.

Esses moleques que tomam as ruas e dão a cara para bater incomodam porque quebram vidros, depredam ônibus e paralisam o trânsito. 

Mas incomodam muito mais porque nos obrigam a olhar para dentro das nossas próprias vidas e, nessa hora, descobrimos que desaprendemos a sonhar.

Leia também:








Sérgio Bruno: Ao promotor Zagallo, de colega para colega


Link Original desta Matéria: http://mariafro.com/2013/06/09/aos-que-ainda-sabem-sonhar/

domingo, 9 de junho de 2013

A Revista Playboy será fechada, ou não? É esta a decisão dos irmãos Civita a ser anunciada amanhã.

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Fechar Playboy amanhã é decisão dos irmãos Civita.

247 exclusivo: emblema do Grupo Abril, revista Playboy estará entre as publicações a serem "descontinuadas" pela editora; circula há 35 anos; lista completa sai nesta segunda-feira 10; feminina Contigo será vendida à Editora Caras; mensal masculina virou máquina de dar prejuízos; cachês milionários, como o que foi pago para a atriz Flavia Alessandra (acima), não garantiram mais vendas; circulação que já superou 1,2 milhão está abaixo dos 150 mil exemplares; público adolescente migrou para a internet na troca de ensaios estáticos por cenas mais quentes e com movimento na rede; Gianca e Titi Civita não manterão as aparências.


9 de Junho de 2013 às 15:44.