Fechar Playboy amanhã é decisão dos irmãos Civita.
247 exclusivo: emblema do Grupo Abril, revista Playboy estará entre as publicações a serem "descontinuadas" pela editora; circula há 35 anos; lista completa sai nesta segunda-feira 10; feminina Contigo será vendida à Editora Caras; mensal masculina virou máquina de dar prejuízos; cachês milionários, como o que foi pago para a atriz Flavia Alessandra (acima), não garantiram mais vendas; circulação que já superou 1,2 milhão está abaixo dos 150 mil exemplares; público adolescente migrou para a internet na troca de ensaios estáticos por cenas mais quentes e com movimento na rede; Gianca e Titi Civita não manterão as aparências.
247 exclusivo: emblema do Grupo Abril, revista Playboy estará entre as publicações a serem "descontinuadas" pela editora; circula há 35 anos; lista completa sai nesta segunda-feira 10; feminina Contigo será vendida à Editora Caras; mensal masculina virou máquina de dar prejuízos; cachês milionários, como o que foi pago para a atriz Flavia Alessandra (acima), não garantiram mais vendas; circulação que já superou 1,2 milhão está abaixo dos 150 mil exemplares; público adolescente migrou para a internet na troca de ensaios estáticos por cenas mais quentes e com movimento na rede; Gianca e Titi Civita não manterão as aparências.
9 de Junho de 2013 às 15:44.
247 - Bastaram cinco minutos no ar para chegar a 247 a
confirmação do fechamento da certamente mais festejada revista do País, a
Playboy. A decisão dos irmãos Giancarlo, o Gianca, e Vitor Civita Neto,
o Titi, foi a de incluir a publicação na lista das revistas que serão
"descontinuadas" pelo Grupo Abril. A revista Contigo será vendida para a
Editora Caras. O rol completo de títulos a serem fechados promete ser
divulgado nesta segunda-feira 10 pela editora. A Abril publica
atualmente 52 títulos.
Abaixo, notícia de 247 a respeito:
247 – Cortar até mil funcionários, economizar R$ 100 milhões dentro
de um faturamento, no ano passado, superior a R$ 2,8 bilhões e superar a
ausência de Roberto Civita. Tudo isso não parece estar tirando o sono
dos irmãos Giancarlo, o Gianca, e Victor Civita Neto, o Titi, os novos
maiorais do Grupo Abril.
Afinal, na semana passada eles já começaram as
demissões por cerca de 70 jornalistas que ocupavam cargos de direção nas
muitas superintendências da editora. O que está efetivamente
preocupando a dupla é outra decisão a ser tomada: a de fechar ou manter
aberta a revista Playboy. A lista das revistas que serão
“descontinuadas” pela Abril sai nesta segunda-feira 10.
Um dos emblemas da Abril, que publica a revista fundada por Hugh
Heffner desde o final da década de 1970, a Playboy virou uma máquina de
dar prejuízos. A circulação da mensal sofreu o maior tombo entre todas
as fortes quedas verificadas na editora, com suas vendas reduzidas em
38, 52%, caindo de 221,7 mil exemplares para 136,3 mil exemplares
vendidos no último mês.
O preço de capa, hoje superior a R$ 10, se
deprecia rapidamente, com exemplares de apenas quatros meses atrás
podendo ser comprados em bancas que os guardam por menos da metade do
preço, como revela o pesquisador Leandro Mendes em seu blog Revista que
Amamos.
Como a Playboy não tem as chamadas matérias quentes, mas
ancora-se em fotos de mulheres famosas nuas, essa depreciação é um dos
elementos que acentua a queda da circulação. Por que, afinal, comprar
caro hoje o que se pode pagar barato logo em seguida?
O dilema da Playboy, no entanto, é ainda mais profundo. Nascida com o
apoio de um grande público adolescente, a revista ressente-se hoje da
migração desse público para a internet, onde a oferta de fotos – e
vídeos – sensuais, com mulheres de sonhos, é ampla e franca. Por que
comprar uma revista de papel, com ensaios estáticos, se uma busca no
google pode oferecer muito mais diversão a custo zero, é outra pergunta
que, ao que parece, os leitores da revista estão se fazendo.
Há mais. Para manter um time de estrelas em suas capas, como a atriz
Flavia Alessandra, entre outras, a Playboy, mesmo sem concorrentes para
seu antigo padrão de beletrismo, hoje aviltado, usou contra si própria
sua fórmula de glamour. Isto é: passou a oferecer cachês altíssimos, que
muitas vezes envolveram a concessão de participação de até 50% no valor
da capa da publicação para suas estrelas, além de um pagamento fixo.
Essas remunerações chegaram, muitas vezes, a mais de um milhão de reais a
cada mulher. No entanto, apesar de tanto dinheiro envolvido, muitas
capas encalharam, como a da, digamos, intelectual Fernanda Young, a que
se comentou na ocasião da publicação.
Pagando caro e, mesmo assim, sem garantia de vendas, a Playboy passou
a ter seu número de páginas reduzido. Os ensaios comprados da revista
americana, que contribuíram para o sucesso da revista, desapareceram de
suas páginas. As famosas entrevistas, onde se encontravam revelações
inéditas de personagens famosos, perderam a ‘pegada’, recaindo sob o
leito do tradicionalismo. Os antigos famosos diretores de redação foram
substuídos, com o passar dos anos, por jovens quadros de carreira da
Abril. A qualidade da publicação, é claro, se ressentiu.
Manter, pelas aparências, ou fechar, em razão da contabilidade, a
Playboy é a decisão mais difícil da nova dupla de mandatários do Grupo
Abril, onde a morte de Roberto Civita resultou não na ascensão de
quadros de carreira, mas simplesmente na passagem de comando para seus
filhos homens. O que eles fizerem será informado ao mercado como a
decisão mais correta. Lá dentro, sim, mas aqui fora a ótica é outra.
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