sábado, 1 de março de 2014
UCRÂNIA: Diplomacia Norte-americana com a corda e o nó no pescoço.
28/2/2014, [*] Nikolai Bobkin, Strategic Culture
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Casa Branca por Matteo Bertelli |
A Casa Branca resolveu que a Ucrânia entrará num período de transição, embora não se saiba para onde, exatamente, caminha o país. O presidente Obama prometeu cooperar com todos os partidos, sem ter sequer ideia do que, exatamente, estava dizendo.
Não se sabe, sequer, quem ganhou e quem perdeu, por efeito da intervenção norte-americana, mas o massacre pelo qual está passando a Ucrânia permite dizer que já é estado não existente. Os EUA não podem se mostrar distantes dos eventos na Ucrânia, mas tampouco têm meios para agir sozinhos.
Os EUA sabem como desestabilizar outros países, mas, como agora, gostariam muito de contar com a ajuda de Moscou para acertar as coisas na Ucrânia...
Washington nunca pensou na Ucrânia, quando o país vivia em calma, pelo menos jamais manifestou qualquer interesse em desenvolver laços bilaterais. Os EUA estão no décimo lugar, na lista dos maiores investidores na economia da Ucrânia, com estoque de apenas 1 bilhão de dólares. Nunca se dedicaram a conhecer os interesses do parceiro.
Centenas de pessoas em New Brunswick protestaram entre 26/10 e 5/1/2013 contra a extração de gás de xisto (shale gas) a mesma coisa que os EUA pretendem fazer na Ucrânia |
Os EUA promovem a produção não tradicional de gás, nos depósitos ocidentais pouco lucrativos, onde a população não está inclinada a apoiar a “amizade do xisto” com os EUA [1]. Nenhum projeto de investimento em outro setor de energia existe e nada há que vise a aumentar as trocas comerciais. As trocas, aliás, são mínimas: as exportações dos EUA para a Ucrânia não passam dos 200 milhões de dólares, e as exportações ucranianas para os EUA mal chegam a $60-70 milhões.
Diferente disso, os laços entre Ucrânia e Rússia são muito mais próximos; de fato, não há comparação possível. O comércio entre Rússia e Ucrânia ultrapassa 40 bilhões de dólares; a Rússia é o principal mercado para a Ucrânia (aproximadamente 10 bilhões de dólares).
Quando Yanukovich chegou ao poder em 2010, os EUA concentraram seus esforços em desenvolver alguma cooperação no campo da não proliferação nuclear; as partes concordaram que a Ucrânia não teria urânio altamente enriquecido. Os EUA prometeram ajuda na descontaminação do território afetado pelo desastre nuclear de Chernobyl. Essa ajuda jamais chegou. Já faz muito tempo que os EUA vêm substituindo dinheiro por promessas, em ouvidos sempre prontos a acreditar em palavras ocas.
Os cérebros da política exterior de EUA e Grã-Bretanha, John Kerry e William Hague, jamais discutiram qualquer ajuda urgente à Ucrânia, em nada que se parecesse a alguma reunião especial. No máximo, trocaram ideias sobre o tema, quando se cruzaram nos corredores da Conferência sobre Abusos Sexuais e Conflitos Armados que se realizou em Washington (?).
William Hague (E) e John Kerry (D) |
O Secretário do Exterior da Grã-Bretanha disse que os novos líderes políticos em Kiev ainda teriam de comprovar que seriam capazes de implementar reformas e combater a corrupção. Hague acredita que, assim, melhorarão as chances de o país obter ajuda financeira da comunidade internacional. Quer dizer, portanto, que é outra vez, como sempre, chantagem e queda-de-braço, dessa vez aplicadas contra gente que depositou suas esperanças na ajuda ocidental. A única coisa sobre a qual não há dúvida alguma é que não haverá dinheiro dos EUA para a Ucrânia.
Do ponto de vista dos EUA, Yanukovich nunca foi o pior presidente da Ucrânia. Foi derrubado por golpe, movimento que anda ao arrepio dos princípios norte-americanos de respeito à lei e à democracia.
Os norte-americanos perguntam-se o que Obama faria se seus adversários se armassem e se pusessem a lançar coquetéis molotov contra o Capitólio, invadissem a Casa Branca e quebrassem as vidraças do Salão Oval? O presidente dos EUA aceitaria calmamente que o Congresso, de repente, lhe tirasse todos os seus poderes e o demitisse, sem aviso prévio e sem nenhum dos procedimentos que a lei exige para demitir o presidente, e em momento em que agitações e o caos tomassem conta do país?
Barack Obama |
Norte-americanos sérios e respeitadores da lei absolutamente não entendem como é possível que Obama tenha dito a Yanukovich que tirasse as forças de segurança das ruas, quando havia combate nas ruas de Kiev e já havia mortos. Como é possível?
Para muitos, nos EUA, a reação de Obama foi, de fato, de incitamento ao golpe e à violência. Na verdade, o governo dos EUA emitiu uma licença para matar, e é responsável por dúzias de vidas humanas perdidas em Kiev. Vergonha, para os EUA.
O fato de que Obama tentou esconder-se por trás de funcionários nomeados por ele e que trabalham para ele e fugiu de qualquer encontro direto com Yanukovich, não é desculpa para suas ações. A política dos EUA para a Ucrânia foi entregue nas mãos do vice-presidente Joe Biden naqueles dias críticos. Foi Biden quem falou NOVE VEZES com Yanukovich pelo telefone... Agora, é o secretário de Estado John Kerry que se põe a falar sobre a Ucrânia do modo mais absurdo e confuso, tentando encobrir o estúpido fracasso da diplomacia dos EUA.
Sergey Lavrov, Ministro das Relações Exteriores da Rússia |
Falando sobre os eventos, Kerry diz que não é “jogo de soma zero”. Ora essa! Em jogo de soma zero, o vencedor ganha tudo que o perdedor perca. O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, observou que Kerry tinha dificuldades com números, quando falou sobre a Ucrânia na Conferência de Munique. O secretário de Estado disse que Kiev teria de escolher entre o mundo todo e um único país. Agora, o mesmo secretário de Estado já começou a falar de “trabalhar em conjunto com a Rússia”.
A Casa Branca expôs seu apoio à integridade territorial da Ucrânia. Já começou a enfatizar, até, a importância da participação da Rússia no gerenciamento da crise. O Secretário do Exterior da Grã-Bretanha William Hague admitiu que seria importante que a Ucrânia cooperasse com ambos: com a Rússia e com a União Europeia.
Sim, mas... A questão importante não é o que eles pensem. A questão importante é se a Rússia quer cooperar com o novo regime em Kiev.
Moscou condena resoluta e veementemente o crescimento de sentimentos neonazistas e neofascistas na parte ocidental da Ucrânia, as ideias de proibir o idioma russo, de converter os falantes de russo em “não cidadãos”, de limitar a liberdade de expressão e de extinguir todos os partidos políticos não prestigiados pelo novo regime. Washington precisa entender também que os líderes da Praça Maidan, que juraram fidelidade a valores europeus, lá estavam em flagrante violação de normas fundamentais da Constituição da União Europeia, relacionadas ao modo de tratar nacionalidades minoritárias, inclusive minorias que falem seus próprios idiomas.
Zbigniew Brzezinski |
Nesse contexto, as predições de Zbigniew Brzezinski, essa semana, noFinancial Times, de que a maioria dos ucranianos converter-se-ão em inimigos da Rússia soam, só, como piada macabra de russófobo decrépito. Essa semana, Zbigniew Brzezinski recomendou explicitamente a finlandização da Ucrânia. [2] Implica respeito mútuo, amplos laços econômicos com Rússia e com a União Europeia, não alinhamento com nenhuma das alianças militares que a Rússia vê como hostis. Assim, a cooperação entre Rússia e Europa faria progressos. Em resumo a finlandização está sendo oferecida como padrão de relações entre Ucrânia, União Europeia e Rússia. Ok, mas... Que conversa é essa?!
Não foi a Rússia, mas a União Europeia, quem disse que a Ucrânia teria de escolher entre a Europa e a Rússia. Foi oultimatum lançado pela União Europeia, que Yanukovich teve de enfrentar. O presidente Putin da Rússia só fez perguntar por que, afinal, a Ucrânia teria de escolher, fosse o que fosse. Segundo ele, Moscou estava pronta para ajudar e a impedir o colapso da Ucrânia, unindo esforços com o ocidente. A ajuda poderia vir na forma de um pacote de ajuda tripartite. Washington e Bruxelas recusaram.
A eles, portanto, não à Rússia, é que Brzezinski deve dar suas lições de finlandização. Moscou jamais esqueceu que os ucranianos são nação-irmã – a Rússia e a Ucrânia são duas partes de uma mesma civilização.
Por isso, exatamente, o ocidente jamais inclui a Ucrânia na lista de seus aliados incondicionais.
Notas dos tradutores
[1] P. ex.; 5/12/2013, NB MEDIA CO-OP, Najat Abdou-McFarland em:“View from the Longhouse: hundreds unite in peace and friendship against shale gas”
[2] 24/2/2014, Zbigniew Brzezinski, em: Russia needs a “Finland option” for Ukraine [A Rússia precisa de uma “opção Finlândia” para a Ucrânia], Financial Times (só para assinantes) . Excertos:
Os EUA podem e devem fazer saber claramente ao Sr. Putin que os EUA estão preparados para usar sua influência para garantir que uma Ucrânia verdadeiramente independente e territorialmente íntegra trabalhará a favor de políticas para a Rússia semelhantes às efetivamente praticadas pela Finlândia: relações respeitosas de vizinhança, com amplas relações econômicas com a Rússia e com a União Europeia; nenhuma participação em qualquer aliança que Moscou considere como dirigida contra ela, mas expandindo sua conectividade europeia.
[Essa finlandização da Ucrânia seria necessária, para Brzezinski, porque]
A Rússia ainda pode lançar a Ucrânia numa destrutiva e internacionalmente perigosa guerra civil. Pode induzir e depois apoiar a secessão na Crimeia e em algumas partes industrializadas do leste do país
O artigo de onde foi tirada a frase acima: “The Finlandization of Ukraine?” não nos interessou, porque, se Brzezinski escreve como perfeito doido russófobo senil, o autor do artigo escreve como doido-de-repetição, ainda mais atrasado-atrasante.
__________________
[*] Nikolay Bobkin é Ph.D. em Ciências Militares, professor associado e pesquisador sênior no Center for Military-Political Studies, Institute of the U.S.A. & Canada. Colaborador especialista na revista online New Eastern Outlook. Escreve habitualmente para diversossites e blogs tais como: Strategic Culture, Troubled Kashmir, Make Pakistan Better e muitos outros.
Link original desta matéria: http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/03/ucrania-corda-e-no-no-pescoco-da.html
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
Akomabu, primeiro bloco Afro do Maranhão completa 30 anos. Deu na Agência Brasil.
Mariana Tokarnia - Enviada especial da Agência Brasil/ EBC. Edição: Carolina Pimentel.
Um grupo de 45 pessoas enroladas em lençóis, tocando instrumentos pintados de branco e manifestando as ideias do movimento negro pelas ruas de São Luís. Assim nasceu o primeiro bloco afro do Maranhão, o Akomabu, que em iorubá, significa a cultura não deve morrer. O bloco completa 30 anos, no dia 3 de março, segunda-feira de carnaval.
Bloco Akomabu atua no combate ao racismo e valorização da cultura negraWilson Dias/Agência Brasil
Antes do Akomabu, veio o Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN), criado em 1979, com atuação mais política. “Tínhamos as nossas atividades normais durante o ano e, no carnaval, acabávamos nos dispersando, cada um saía em um bloco, em uma escola de samba. Daí, surgiu a proposta de permanecermos juntos e a maneira era criando um bloco”, conta o professor de antropologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e vocalista do grupo, Carlos Benedito Rodrigues, o Carlão Rastafari.
“O ano de 79 [período da ditadura militar] era uma época de luta por democracia e nós fomos para a rua por democracia, mas além dela, por democracia racial”, diz o médico e primeiro presidente do CCN, Luiz Alves Ferreira. “Um dos nossos instrumentos é a cultura, porque cultura é política, não é só dança ou batuque”.
Dois anos após a criação, o bloco tinha 200 integrantes. Hoje, são 600 associados. Na bateria, há crianças e adolescentes. O Akomabu congrega dança, música, o tambor e a religião. Antes de todos os ensaios, o ambiente é purificado com incenso.
Representantes de religiões de matriz africana guardam o local. Nas paredes, estão as figuras de orixás, como Yansã e Oxossi. No sábado, antes do carnaval, o bloco recebe uma bênção de um pai de santo, na própria sede. No dia seguinte, visita um terreiro, a Casa das Minas ou a Casa de Nagô.
Neste ano, a bênção será na de Nagô, casa onde o bloco recebeu também a primeira bênção. No ensaio, vários cantores se apresentam. Para as crianças, é permitido um intervalo com direito a lanche. Mesmo quem vai apenas para assistir, acaba acompanhando os passos. É a oportunidade de escutar com antecedência as músicas que irão para as ruas.
As músicas, tocadas pelo Akomabu, são autorais. No início, eram canções típicas de blocos afros baianos e dos tambores de mina maranhense, mas logo as composições passaram a ser próprias.
O combate à discriminação está nos versos. "Chibata, corrente, pra mim tudo já se quebrou, preconceito e racismo ainda não acabou. Mostre as armas meu pai é preciso lutar pra fome e miséria ter que acabar. Akomabu combatendo o preconceito e o racismo, revela o passado do negro que estava escondido”, diz a letra da música Negro.
A música e as batidas atraíram Ana Amélia Bandeira, em 1987. Hoje, ela é uma das coordenadoras do CCN. “Eu vi o bloco na passarela e me apaixonei. No ano seguinte, estava aqui. Vim dançar e já sai na bateria”.
Mariana Tokarnia - Enviada especial da Agência Brasil/ EBC. Edição: Carolina Pimentel.
Um grupo de 45 pessoas enroladas em lençóis, tocando instrumentos pintados de branco e manifestando as ideias do movimento negro pelas ruas de São Luís. Assim nasceu o primeiro bloco afro do Maranhão, o Akomabu, que em iorubá, significa a cultura não deve morrer. O bloco completa 30 anos, no dia 3 de março, segunda-feira de carnaval.
Bloco Akomabu atua no combate ao racismo e valorização da cultura negraWilson Dias/Agência Brasil |
Antes do Akomabu, veio o Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN), criado em 1979, com atuação mais política. “Tínhamos as nossas atividades normais durante o ano e, no carnaval, acabávamos nos dispersando, cada um saía em um bloco, em uma escola de samba. Daí, surgiu a proposta de permanecermos juntos e a maneira era criando um bloco”, conta o professor de antropologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e vocalista do grupo, Carlos Benedito Rodrigues, o Carlão Rastafari.
“O ano de 79 [período da ditadura militar] era uma época de luta por democracia e nós fomos para a rua por democracia, mas além dela, por democracia racial”, diz o médico e primeiro presidente do CCN, Luiz Alves Ferreira. “Um dos nossos instrumentos é a cultura, porque cultura é política, não é só dança ou batuque”.
Dois anos após a criação, o bloco tinha 200 integrantes. Hoje, são 600 associados. Na bateria, há crianças e adolescentes. O Akomabu congrega dança, música, o tambor e a religião. Antes de todos os ensaios, o ambiente é purificado com incenso.
Representantes de religiões de matriz africana guardam o local. Nas paredes, estão as figuras de orixás, como Yansã e Oxossi. No sábado, antes do carnaval, o bloco recebe uma bênção de um pai de santo, na própria sede. No dia seguinte, visita um terreiro, a Casa das Minas ou a Casa de Nagô.
Neste ano, a bênção será na de Nagô, casa onde o bloco recebeu também a primeira bênção. No ensaio, vários cantores se apresentam. Para as crianças, é permitido um intervalo com direito a lanche. Mesmo quem vai apenas para assistir, acaba acompanhando os passos. É a oportunidade de escutar com antecedência as músicas que irão para as ruas.
As músicas, tocadas pelo Akomabu, são autorais. No início, eram canções típicas de blocos afros baianos e dos tambores de mina maranhense, mas logo as composições passaram a ser próprias.
O combate à discriminação está nos versos. "Chibata, corrente, pra mim tudo já se quebrou, preconceito e racismo ainda não acabou. Mostre as armas meu pai é preciso lutar pra fome e miséria ter que acabar. Akomabu combatendo o preconceito e o racismo, revela o passado do negro que estava escondido”, diz a letra da música Negro.
A música e as batidas atraíram Ana Amélia Bandeira, em 1987. Hoje, ela é uma das coordenadoras do CCN. “Eu vi o bloco na passarela e me apaixonei. No ano seguinte, estava aqui. Vim dançar e já sai na bateria”.
Primeiro bloco afro do Maranhão, Akomabu completa 30 anos no dia 3 de março Wilson Dias/Agência Brasil |
TCU declara Bira do Pindaré Ficha Limpa por unanimidade.
O Plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou por unanimidade o Recurso de Reconsideração apresentado pelo deputado estadual Bira do Pindaré (PSB), na manhã desta quarta-feira (26). A decisão final tomada pelo TCU julga regulares todas as contas do deputado Bira enquanto Delegado Regional do Trabalho (DRT/MA).
Desta forma, o TCU corrige uma decisão equivocada anterior, e o deputado Bira do Pindaré mantém resguardados todos os seus direitos políticos.
O Ministro, José Múcio Monteiro, Relator do Processo TC-006.652/2004-0, e seus pares, entre outros pontos, consideraram o fato de que as possíveis irregularidades em procedimentos licitatórios de serviço de manutenção de viaturas da DRT/MA ocorreram antes da gestão de Bira.
Bira do Pindaré exerceu o cargo de Delegado Regional do Trabalho entre 2003 e 2006 e as possíveis irregularidades aconteceram ainda na gestão de seu antecessor. Os Ministros concluíram que o deputado Bira só foi incluído na questão em razão do extravio do processo relativo a contratação de serviços, quando suas contas perante a DRT/MA já haviam sido aprovadas.
Os Ministros do TCU também se basearam na total boa fé de Bira do Pindaré quando Delegado Regional do Trabalho, uma vez que atendeu todas as orientações formuladas à época pela Controladoria Geral da União. A decisão do TCU corrige o equivoco de ter se considerado como não prestados os serviços unicamente em razão de não terem sido localizados as notas fiscais junto ao órgão da Fazenda Estadual.
Trecho da decisão final do TCU: “… a ausência de registros das notas fiscais no órgão de Fazenda Estadual levou à presunção de que a comprovação das despesas era irregular e por isso deveria ser glosada Contudo, há duas inconsistências na caracterização desse débito. A primeira é a presunção de que os serviços não foram prestados. A segunda inconsistência na caracterização do débito diz respeito ao fato de um juízo de inidoneidade das notas fiscais haver decorrido de consulta ao órgão fazendário estadual”.
De acordo com Davi Telles, advogado do deputado Bira no Processo, a decisão anterior que foi corrigida por unanimidade dos Ministros na sessão desta quarta pelo TCU, se baseava numa presunção extremamente frágil e equivocada, uma vez que considerava, absurdamente, como não realizados serviços que foram efetivamente prestados.
A consulta em relação às notas fiscais foram feitas junto ao órgão fazendário estadual quando deveria ter sido feita no órgão fazendário municipal, pois se tratava de contrato de prestação de serviço. Logo, a alegação de notas frias era absolutamente infundada.
“Além disso, os possíveis vícios no processo licitatório são de momento anterior à gestão do deputado Bira, que, na verdade, ao assumir procurou sana-los, acatando todas as orientações da CGU. O Tribunal reconheceu tudo isso e fez justiça”, explicou Davi Telles.
O deputado Bira disse que está muito satisfeito com o julgamento e que se sente aliviado. “Nunca na minha vida eu me senti tão injustiçado, mas Deus é maior. Estou feliz”, declarou com enorme entusiasmo.
Link:
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Nota sobre a Mostra Nacional de Cultura e Produção Camponesa.
Da Página do MST.
Diante da matéria “BNDES liberou R$ 350 mil a evento do MST sem licitação” do jornal O Estado de São Paulo do dia 24 de fevereiro de 2014, o MST pontua:
1 – O MST realizou o seu VI Congresso Nacional em Brasília durante os dias 10 a 14 de fevereiro, com mais de 15 mil delegados credenciados, 250 convidados internacionais e mais de 300 convidados nacionais. O VI Congresso do MST teve sua preparação iniciada em 2010, com a discussão em toda a sua base para a construção da nossa proposta da Reforma Agrária Popular.
2 – Cada delegado presente contribuiu financeiramente com valor de R$20.00, coletados no ato da inscrição e durante o evento. Desde o início dos preparativos do nosso VI Congresso, fazemos campanhas de arrecadação de recursos através da solidariedade de parceiros da reforma agrária nos municípios e estados.
3- O MST ainda mantém uma Campanha Nacional de Solidariedade para o pagamento das despesas decorrentes do evento. A campanha pode ser vista em nossa página na internet (http://www.mst.org.br/node/15664) e redes sociais do Movimento.
4- No período do Congresso, as cooperativas de reforma agrária realizaram a Mostra Nacional de Cultura e Produção Camponesa. A Mostra foi um espaço de comercialização da produção realizada nos assentamentos de reforma agrária e de apresentações culturais, tais como grupos de violeiros, grupos afros, batucadas, forrós pé de serra, teatro, fotografia, dança. Ou seja, uma grande feira da reforma agrária.
5 - A Mostra Nacional de Cultura e Produção Camponesa contou com o funcionamento de 12 pequenas agroindústrias de produção de caldo de cana, farinha de mandioca, erva mate, produção de cachaça artesanal, além da comercialização de mais de 300 toneladas de alimentos saudáveis, produtos da reforma agrária.
6 - A Mostra Nacional de Cultura e Produção Camponesa teve ABRAPO como associação organizadora e contou com o apoio do BNDES e Caixa Econômica. Tudo está dentro das normativas legais previstas pela legislação brasileira, tanto por parte da associação organizadora, quanto por parte dos órgãos executores.
7- Para o MST, todos os agricultores e agricultoras organizados/as podem e devem ter apoios e patrocínio para suas atividades de produção e comercialização, tal como o agronegócio e empresas privadas também recebem, diuturnamente, em suas atividades e em valores incomparavelmente maiores. Os camponeses e camponesas - e suas cooperativas - podem e devem recorrer a recursos públicos para promover sua agricultura.
8 - É necessário que atividades, como a Mostra Nacional de Cultura e Produção Camponesa, que trouxe a cultura camponesa nas suas diversas expressões, sejam realizadas com maior frequência, como parte de políticas públicas para a população camponesa, responsável pela produção de mais de 70% dos alimentos consumidos no Brasil.
Direção Nacional do MST.
Link desta Matéria: http://www.mst.org.br/node/15767
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Cultura: Projeto Vitrines Culturais. Edital promoverá exposição e venda de artesanato na Copa.
O Ministério da Cultura e a Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República lançam, nesta sexta-feira (21), edital para seleção de peças artesanais para o projeto Vitrines Culturais.
As Vitrines Culturais promoverão, entre 12 de junho e 13 de julho de 2014, exposições e comercialização de artesanatos de alta qualidade de todos os estados do Brasil.
As exposições acontecerão nas Fifa Fan Fest e espaços culturais das cidades-sede dos jogos, com ênfase em Manaus, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
O edital fica aberto até 6 de abril e selecionará aproximadamente 60.000 peças artesanais, de valor simbólico e estético, que expressem valores culturais brasileiros.
Podem participar artesãos brasileiros de qualquer parte do país, de forma individual ou por meio de grupos produtivos, núcleos, associações ou cooperativas de artesãos.
A exigência é que os candidatos estejam cadastrados no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab), coordenado pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB).
O projeto Vitrines Culturais é coordenado pela Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura, em parceria com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, vinculada à Presidência da República, e do Sebrae.
Também participam do projeto o Sebrae, o IPHAN e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio do projeto Talentos do Brasil Rural Contemporâneo.
Serviço:
Projeto Vitrines Culturais
Data: 12 de junho a 13 de julho de 2014
Inscrições até 06 de abril pelo sistemas.cultura.gov.br/propostaweb
Informações: vitrinesculturais2014@cultura.gov.br
Edital consolidado aqui
Publicação do D.O.U aqui (Pags. 34-36)
Data: 12 de junho a 13 de julho de 2014
Inscrições até 06 de abril pelo sistemas.cultura.gov.br/propostaweb
Informações: vitrinesculturais2014@cultura.gov.br
Edital consolidado aqui
Publicação do D.O.U aqui (Pags. 34-36)
Link original desta Matéria:
Dilma: governo destina R$ 21 bilhões para financiar a agricultura familiar.
Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil.
Edição: Talita Cavalcante.
A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (24) que o governo destinou R$ 21 bilhões para financiar a safra de 2013/2014 da agricultura familiar, dos quais R$ 13,7 bilhões já foram contratados pelos pequenos produtores.
Segundo ela, os agricultores estão aproveitando o crédito barato do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para expandir a produção e comprar máquinas e equipamentos.
“São mais tratores, mais caminhões, equipamentos de irrigação e resfriadores de leite, aumentando a produtividade nas lavouras e nas criações da agricultura familiar”, disse.
No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma informou que o pequeno agricultor também pode se beneficiar das inovações tecnológicas. “No Pronaf Inovação, o crédito é bem barato para incentivar o cultivo protegido de hortifrutigranjeiros, para a automação da avicultura e da suinocultura, e também para atualização tecnológica da bovinocultura de leite.”
A presidenta explicou que o fortalecimento da agricultura familiar também inclui o apoio à comercialização dos produtos por meio da compra de uma parte dos alimentos produzidos nas pequenas propriedades e cooperativas pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). O orçamento do PAA somado ao orçamento do Pnae para 2014 é cerca de R$ 2 bilhões.
“Esses programas, o PAA e o Pnae, são muito importantes, porque, primeiro, garantem renda certa aos produtores; segundo, eles colocam produtos frescos e saudáveis na merenda escolar das crianças, nas creches e nos hospitais. E, finalmente, eles movimentam a economia dos pequenos municípios”, ressaltou.
Segundo Dilma, os pequenos produtores representam 33% do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário do Brasil, 84% dos estabelecimentos rurais e 74% da mão de obra no campo.
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