segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Brasil 247 - DE UM ELEITOR A CAMPOS: "NÃO DESISTI DO BRASIL".

CARTA A EDUARDO CAMPOS
Por Carlos Francisco da Silva, de Bezerros (PE)
Eduardo, você não imagina o quanto eu e todo povo pernambucano estamos lamentando a tua trágica e inesperada partida. Temos muitos motivos para isso. Primeiro, pela falta que irás fazer a tua família e aos teus amigos. Depois, pelo exemplo de homem público que representavas para o nosso estado e para o Brasil.
No entanto, eu tenho um motivo particular para lamentar a tua morte. Depois da tua entrevista no Jornal Nacional, eu fiquei com muita vontade de te encontrar, de apertar a tua mão, olhar no teu olho e te perguntar: Quem disse que eu desisti do Brasil, Eduardo?  Infelizmente, no dia seguinte, ocorreu o trágico acidente e eu nunca vou poder te dizer isso.
Eduardo, não fui eu, nem o povo brasileiro que desistimos do Brasil.
Quem desistiu do Brasil foram setores da política e da mídia brasileira, quando promoveram o golpe militar de 1964 que mergulhou o nosso país em 21 anos de ditadura militar e que submeteu o povo brasileiro aos anos mais difíceis de nossa história. Inclusive, sua família foi vítima na carne daquele momento, quando o seu avô e então governador de Pernambuco, o inesquecível Miguel Arraes, foi retirado à força do Palácio do Campo das Princesas e levado ao exílio.
Eduardo, você não imagina o que essa mesma mídia está fazendo com a tragédia que marcou a queda do teu avião. Eu nunca pensei que um dia pudesse ver carrascos do jornalismo político brasileiro como Willian Bonner, Patrícia Poeta, Alexandre Garcia e Miriam Leitão falando tão bem de um homem público. Os mesmos que, um dia antes do acidente, quiseram associar a tua imagem ao nepotismo no Brasil choram agora a tua morte como se você fosse a última esperança do povo brasileiro ver um Brasil melhor. Reconheço as tuas qualidades, governador, mas não sou ingênuo para acreditar que sejam elas o motivo de tanta comoção no noticiário político brasileiro.
A pauta dos veículos de comunicação conservadores do Brasil sempre foi e vai continuar sendo a mesma: destruir o projeto político do partido dos trabalhadores que ameaça por fim às concessões feitas até então a eles. O teu acidente, Eduardo, é só mais uma circunstância explorada com esse fim, do mesmo jeito que foi o mensalão, os protestos de julho e a refinaria de Pasádena. Se amanhã surgir um escândalo “que dê mais ibope” e ameace a reeleição de Dilma, a mídia não hesitará em enterrar você de uma vez por todas. Por enquanto, eles vão disseminando as suposições de que foi Dilma quem sabotou o teu avião, e que fez isso no dia 13 justamente pra dizer que quem manda é o PT. Pior do que isso é que tem gente que acredita e multiplica mentiras e ódio nas redes sociais.
Lamentável! A Rede Globo e a Veja não estão nem aí para a dor da família, dos amigos e dos que, assim como eu, acreditavam que você não desistiria do Brasil. Você é objeto midiático do momento.
Eduardo, não fui eu quem desistiu do Brasil. Quem desistiu foi o PSDB, que após o regime militar teve a oportunidade de construir um novo projeto de nação soberana e, no entanto, preferiu entregar o Brasil ao FMI e ao imperialismo norte americano, afundando o Brasil em dívidas, inflação, concentração de renda e miséria. O mesmo PSDB que, antes do teu corpo ser enterrado, já estava disseminando disputas entre o PSB e REDE para inviabilizar a candidatura de Marina, aliança que custou tanto a você construir.
Eu não desisti do Brasil, Eduardo. Quem desistiu foi a classe média alta que vaiou uma chefe de Estado num evento de dimensões como a abertura de uma copa do mundo porque não se conforma com o Brasil que distribui renda e possibilita a ricos e pobres, negros e brancos as mesmas oportunidades.
E tem mais uma coisa, Governador. Se ao convocar o povo brasileiro para não desistir do Brasil o senhor quis passar o recado de que quem desistiu foi Lula e Dilma, eu gostaria muito de dizer que nem eu, nem o povo e, nem mesmo o senhor, acredita nisso. Muito pelo contrário. A gente sabe que o PT resgatou o Brasil do atraso imposto pelo nosso processo histórico de colonização, do intervencionismo norte americano e da recessão dos governos tucanos. Ao contrário de desistir do Brasil, Lula e Dilma se doaram ao nosso povo e promoveram a maior política de distribuição de renda do mundo, através do bolsa família. Lula e Dilma universalizaram o acesso às universidades públicas através do PROUNI, do FIES e do ENEM. Estão criando novas oportunidades de emprego e renda através do PRONATEC e estão revolucionando a saúde com o programa mais médicos.
Eduardo, eu precisava te dizer: não fui eu, nem o povo brasileiro, nem Lula, nem Dilma que desistimos do Brasil. Quem desistiu do Brasil, meu caro, foram os mesmos que hoje estão chafurdando em cima das circunstâncias que envolvem o acidente que de forma lamentável tirou você do nosso convívio. Fazem isso com o motivo único e claro de desgastar a reeleição de Dilma e entregar o país nas mãos de quem, de fato, desistiu do Brasil.
Descanse em paz, Eduardo. Por aqui, apesar da falta que você vai fazer a todo povo pernambucano, eu, Lula, Dilma e os brasileiros que acreditam no futuro do Brasil vamos continuar na luta, porque NÓS NUNCA DESISTIREMOS DO BRASIL.

domingo, 17 de agosto de 2014

Cultura - Inscrições para o Comunica Diversidade estão abertas.

Começaram na sexta-feira (8) as inscrições para o Comunica Diversidade 2014: Edição Juventude, que premiará 60 jovens que desenvolvam iniciativas de comunicação voltadas à cultura. O projeto é uma parceria entre o Ministério da Cultura (MinC), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Fundação Universitária José Bonifácio.


“O edital amplia o nosso acesso à cultura, nos dá uma base para continuarmos caminhando. Nosso trabalho já acontece, mas esta ferramenta nos coloca mais próximos da conversa com o governo”, diz a atriz carioca Janaina Costa.

Aos 28 anos, Felipe Milhouse também participou do lançamento do Comunica Diversidade 2014. Cineasta e educador, atua na área cultural há quase uma década e é professor de audiovisual do projeto Fábrica Verde, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. “Não adianta eu querer imaginar o que é melhor para você se eu não o conheço. O que foi bom para a minha geração pode não atender aos anseios de hoje. É por isso que eu acho tão importante o MinC ter ouvido os jovens durante o Curto-Circuito antes de criar o edital”, observa.

Podem participar do prêmio jovens entre 15 e 29 anos, brasileiros natos ou naturalizados e estrangeiros residente no Brasil há mais de três anos, que desenvolvam iniciativas de comunicação para cultura. Serão 10 prêmios a jovens entre 15 e 17 anos; 25, entre 18 e 24 anos; e 25, entre 25 e 29 anos. Todos os prêmios terão valor bruto de R$ 14 mil.

As inscrições poderão ser feitas gratuitamente até 7 de novembro de 2014, por meio da internet ou pelos Correios. No caso de inscrição realizada por meio de gravação de áudio e vídeo, a inscrição pode ser feita por e-mail comunicadiversidade@gmail.com.

Os projetos que concorrerão ao prêmio deverão contemplar ações voltadas a pelo menos um dos seguintes eixos: educar para comunicar; produção de conteúdos culturais; distribuição de conteúdos culturais; meios/infraestrutura para a comunicação; comunicação e protagonismo social; e comunicação e renda. Todos os projetos devem ser inéditos e cada candidato poderá apresentar somente uma iniciativa cultural para a seleção.

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do Portal Brasil

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Vinte e cinco militantes do MST se formam em medicina em Cuba

Via MST.


Vinte e cinco militantes do MST terminaram o curso de Medicina em Cuba, no último dia 23 de julho. A Escola Latinoamericana de Medicina (ELAM), fundada em 1999, foi uma iniciativa do governo cubano após um furacão que passou pela América Central e Caribe em 1998, deixando a região completamente devastada.

“Formar médicos de ciência e consciência é a missão desta escola”, afirmou Fidel Castro a época. A meta era formar 10 mil médicos em 10 anos, que fossem capazes de atender as regiões mais pobres mundo.

Passados 15 anos, o resultado do projeto superou a meta estabelecida: mais de 120 países, principalmente da América Latina, África e Oriente Médio já puderam formar gratuitamente milhares de estudantes, que levam aos seus países um atendimento humanizado.

A formação do país caribenho está fora da lógica capitalista, onde a medicina e os médicos não são produtos do mercado e das transnacionais, e os pobres podem ter acesso ao atendimento básico, um direito universal.

“Aqui em Cuba, a tarefa do MST, além de formar profissionais militantes, é também participar da vida política do país e fortalecer os laços de irmandade e solidariedade com o povo heroico de Cuba. Somos eternamente gratos à Revolução Cubana por proporcionar aos nossos militantes a oportunidade de estudar uma carreira que no Brasil é tão elitizada e os pobres não têm acesso”, afirma Judite Santos, da Brigada do MST.

Além do Projeto ELAM, também se graduaram a primeira turma do projeto ALBA, iniciativa dos governos de Cuba e Venezuela para massificar a formação de profissionais da medicina em nosso continente.

A Brigada do MST em Cuba completa, em 2014, 15 anos de vida e militância no país. Já passaram pela brigada centenas de militantes, que se graduaram em diversas carreiras, sobretudo de medicina.

A brigada conta hoje com 54 estudantes, dos quais 25 acabaram de se graduar. “Esses recém formados regressarão ao Brasil para iniciar uma nova etapa de estudo, trabalho e levar a saúde para os rincões mais pobres do nosso país, colocando em prática os aprendizados destes sete anos que passaram na Ilha”, coloca Judite.

Para ela, além do conhecimento prático adquirido, os militantes ainda “levarão o legado de Che, Camilo, Aydée e tantos outros revolucionários e revolucionárias que nos ensinaram a seguir lutando para transformar o mundo”.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A CHEGADA DE ARIANO SUASSUNA NO CÉU - Copiado do Blog do Leonardo Boff.

Ariano Suassuna, grande artista brasileiro, alegrou a muita gente com suas peças de teatro e com suas palestra-espetáculo. Certamente estes versos, bem no estilo nordestino, alegrarão a muitos como alegraram a mim. E também prestam-lhe uma homenagem das mais merecidas. LBoff
A CHEGADA DE ARIANO SUASSUNA NO CÉU - Autores: Klévisson Viana e Bule-Bule.

Nos palcos do firmamento
Jesus concebeu um plano
De montar um espetáculo
Para Deus Pai Soberano
E, ao lembrar de um dramaturgo,
Mandou buscar Ariano.

Jesus mandou-lhe um convite,
Mas Ariano não leu.
Estava noutro idioma,
Ele num canto esqueceu,
Nem sequer observou
Quem foi que lhe escreveu.

Depois de um tempo, mandou
Uma segunda missiva.
A secretária do artista
Logo a dita carta arquiva,
Dizendo: — Viagem longa
A meu mestre não cativa.

Jesus sem ter a resposta
Disse torcendo o bigode:
— Eu vejo que Suassuna
É teimoso igual a um bode.
Não pode, mas ele pensa
Que é soberano e pode!

Jesus, já perdendo a calma,
Apelou pra outro suporte.
Para cumprir a missão,
Autorizou Dona Morte:
— Vá buscar o escritor,
Mas vê se não erra o corte!

A morte veio ao País
Como turista estrangeiro,
Achando que o Brasil
Era só Rio de Janeiro.
No rastro de Suassuna,
Sobrou pra Ubaldo Ribeiro.

Porém, antes de encontrá-lo,
Sofreu um constrangimento
Passando em Copacabana,
Um malfazejo elemento
Assaltou ela levando
Sua foice e documento.

A morte ficou sem rumo
E murmurou dessa vez:
— Pra não perder a viagem
Vou vender meu picinez
Para comprar outra foice
Na loja de algum chinês.

Por um e noventa e nove
A dita foice comprou.
Passando a mão pelo aço,
Viu que ela enferrujou
E disse: — Vai essa mesma,
Pois comprar outra eu não vou!

A morte saiu bolando,
Sem direção e sem tino,
Perguntando a um e a outro
Pelo escritor nordestino,
Obteve informação,
Gratificando um menino.

Ao encontrar João Ubaldo,
Viu naufragar o seu plano,
Se lembrando da imagem
Disse: — Aqui há um engano.
Perguntou para João
Onde é que estava Ariano.

Nessa hora João Ubaldo,
Quase ficando maluco,
Tomou um susto arretado,
Quando ali tocou um cuco,
Mas, gaguejando, falou:
—Ele mora em Pernambuco!

A morte disse: — Danou-se
Dinheiro não tenho mais
Para viajar tão longe,
Mas Ariano é sagaz.
Escapou mais uma vez,
Vai você mesmo, rapaz!

Quando chegou lá no Céu
Com o escritor baiano,
Cristo lhe deu uma bronca:
— Já foi baldado o meu plano.
Pedi um da Paraíba
E você trouxe um baiano.

João Ubaldo é talentoso,
Porém não escreve tudo.
“Viva o Povo Brasileiro”
É sua obra de estudo,
Mas quero peça de humor,
Que o Céu tá muito sisudo.

Foi consultar os arquivos
Pra ressuscitar João,
Mas achou desnecessário,
Pois já era ocasião
Pra ele vir prestar contas
Ali na Santa Mansão.

Jesus olhou para a Morte
E disse assim: — Serafina,
Vejo não és mais a mesma.
Tu já foste mais malina,
Tá com pena ou tá com medo,
Responda logo, menina?!

— Jesus, eu vou lhe falar
Que preciso de dinheiro.
Ariano mora bem
No Nordeste brasileiro.
Disse o Cristo: —Tenho pressa,
Passe lá no financeiro!

— Só faço que é pra o Senhor.
Pra outro, juro não ia.
Ele que se conformasse
Com o escritor da Bahia.
Se dependesse de mim,
Ariano não morria.

A morte na internet
Comprou passagem barata.
Quase morria de susto
Naquela viagem ingrata.
De vez em quando dizia:
— Eita que viagem chata!

Uma aeromoça lhe trouxe
Duas barras de cereais.
Diz ela: — Estou de regime.
Por favor, não traga mais,
Porque se vier eu como,
Meu apetite é voraz!

Quando chegou no Recife,
Ficou ela de plantão
Na porta de Ariano
Com sua foice na mão,
Resmungando: — Qualquer hora
Ele cai no alçapão!

A morte colonizada,
Pensando em lhe agradar,
Uma faixa com uma frase
Ela mandou preparar,
Dizendo: “Welcome Ariano”,
Mas ele não quis entrar.

Vendo a tal faixa, Ariano
Ficou muito revoltado.
Começou a passar mal,
Pediu pra ser internado
E a morte foi lhe seguindo
Para ver o resultado.

Eu não sei se Ariano
Morreu de raiva ou de medo.
Que era contra estrangeirismos,
Isso nunca foi segredo.
Certo é que a morte o matou
Sem lhe tocar com um dedo.

Chegou no Céu Ariano,
Tava a porta escancarada.
São Pedro quando o avistou
Resmungando na calçada,
Correu logo pra o portão,
Louvando a sua chegada.

Um anjinho de recado
Foi chamar o Soberano,
Dizendo: – O Senhor agora
Vai concretizar seu plano.
São Pedro mandou dizer
Que aqui chegou Ariano.

Jesus saiu apressado,
Apertando o nó da manta
E disse assim: — Vou lembrar
Dessa data como santa
Que a arte de Ariano
Em toda parte ela encanta.

São Pedro lá no portão
Recebeu bem Ariano,
Que chegou meio areado,
Meio confuso e sem plano.
Ao perceber que morreu,
Se valeu do Soberano.

Com um chapelão de palha
Chegou Ascenso Ferreira,
O grande Câmara Cascudo,
Zé Pacheco e Zé Limeira.
João Firmino Cabral
Veio engrossar a fileira.

E o próprio João Ubaldo
(Que foi pra lá por engano)
Veio de braços abertos
Para abraçar Ariano.
E esse falou: – Ubaldo,
Morrer não tava em meu plano!

Logo chegou Jorge Amado
E o ator Paulo Goulart.
Veio também Chico Anysio
Que começou a contar
Uma anedota engraçada
Descontraindo o lugar.

Logo chegou Jesus Cristo,
Com seu rosto bronzeado.
Veio de braços abertos,
Suassuna emocionado
Disse assim: — Esse é o Mestre,
O resto é papo furado!

Suassuna que, na vida,
Sonhou em ser imortal,
Entrou para Academia,
Mas percebeu, afinal,
Que imortal é a vida
No plano celestial.

Jesus explicou seus planos
De fazer uma companhia
De teatro e ele era
O escritor que queria
Para escrever suas peças,
Enchendo o Céu de alegria.

Nisso Ariano responde:
— Senhor, eu me sinto honrado,
Porém escrever uma obra
É serviço demorado.
Às vezes gasto dez anos
Para obter resultado.

Nisso Jesus gargalhou
E disse: — Fique à vontade.
Tempo aqui não é problema,
Estamos na eternidade
E você pode criar
Na maior tranquilidade.

Um homem bem pequenino
Com chapeuzinho banzeiro,
Com um singelo instrumento,
Tocou um coco ligeiro
Falando da Paraíba:
Era Jackson do Pandeiro.

Logo chegou Luiz Gonzaga,
Lindu do Trio Nordestino,
E apontou Dominguinhos
Junto a José Clementino
E o grande Humberto Teixeira,
Raul e Zé Marcolino.

Depois chegou Marinês
Com Abdias de lado
E Waldick Soriano,
Com um vozeirão impostado,
Cantou “Torturas de Amor”,
Como sempre apaixonado.

Veio então Silvio Romero
Com Catulo da Paixão,
Suassuna enxugou
As lágrimas de emoção
E Catulo, com seu pinho,
Cantou “Luar do Sertão”.

Leandro Gomes de Barros
Junto a Leonardo Mota,
Chegou Juvenal Galeno,
Otacílio Patriota.
Até Rui Barbosa veio
Com título de poliglota.

Chegou Regina Dourado,
Tocada de emoção,
Juntinho de Ariano,
Veio e beijou sua mão
E disse: — Na sua peça
Quero participação.

Ariano dedicou-se
Àquele projeto novo.
Ao concluir sua peça,
Jesus deu o seu aprovo
E a peça foi encenada
Finalmente para o povo.

Na peça de Ariano
Só participa alma pura.
Ariano virou santo,
Corrigiu sua postura.
Lá no Céu ganhou o título
Padroeiro da cultura.

Os artistas que por ele
Já nutriam grande encanto
Agora estando em apuros,
Residindo em qualquer canto,
Lembra de Santo Ariano
E acende vela pro santo.

Ariano foi Quixote
Que lutou de alma pura.
Contra a arte descartável
Vestiu a sua armadura
Em qualquer dia do ano
Eu digo: viva Ariano
Padroeiro da Cultura!


FIM

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A Segunda feira de Estágio e Emprego do Maranhão será realizada no Multicenter Sebrae, no período de 19 a 21 de agosto.

II Feira de Estágio e Emprego do Maranhão
A Segunda feira de Estágio e Emprego do Maranhão será realizada no Multicenter Sebrae, no período de 19 a 21 de agosto.
Em todos os setores da economia percebe-se uma busca contínua por profissionais. Mas, muitas vezes as demandas das empresas não são atendidas satisfatoriamente, pois muitos candidatos às vagas de emprego não estão aptos para os cargos e funções.
A primeira edição da Feira de Estágio e Emprego do Maranhão aconteceu num contexto de grandes investimentos no país e no estado, momento oportuno para promover o encontro e o diálogo entre empresas, instituições, profissionais e estudantes.
A proposta desta segunda edição é criar oportunidades para que alunos do ensino médio, de cursos técnicos, universitários e recém-formados se aproximem de maneira qualificada do mercado de trabalho e alcancem suas metas profissionais.

Alberto Cantalice: Militância nas ruas, militância nas redes.


Avalista dos 12 anos dos governos Lula e Dilma, a militância do Partido dos Trabalhadores não se acovarda frente ao cerco conservador e midiático. Diuturnamente, são os militantes petistas que respondem, nas redes sociais e nas ruas, com empenho e dedicação ao sem número de mentiras e manipulações veiculadas na imprensa.

Ao PT – e às esquerdas – cabe resistir e ir para as ruas e para as redes sociais fazer o contraponto, esclarecer o povo e derrotar o retrocesso”
A forma insidiosa e persistente dos ataques sistemáticos ao partido, às suas lideranças e ao governo federal tem como objetivo debilitar o ânimo de militantes, simpatizantes e eleitores, Uma tentativa covarde de colocar o PT na vala comum da velha política. Trata-se, ainda, de uma estratégia deliberada para desconsiderar quase 35 anos de lutas pelos reais interesses do povo brasileiro.

O fato é que sempre foi assim.

Processo semelhante sofreu o presidente Getúlio Vargas, fustigado por setores da mídia conservadora de tal forma que, em 1954, acabou levado ao suicídio.

O mesmo foi feito com o presidente João Goulart, vítima de uma ampla conspiração de direita cujo resultado foram as trevas decorrentes do golpe civil-militar de 1964.

Outro que não teve sossego foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, perseguido e achincalhado na quase totalidade dos oito anos de seus dois mandatos no Palácio do Planalto.

Agora, a mesma cantilena monocórdica se volta contra a presidenta Dilma Rousseff.

A mesmíssima e velha toada do reacionarismo tupiniquim, cuja ação histriônica contaminou setores da classe média e da elite nacional.

Assim, esbravejam diuturnamente, na velha mídia e nas redes sociais, contra os avanços populares. Para tal, disseminam toda sorte de invencionices e calúnias contra as forças democráticas e progressistas.

Esse desalento é resultado da participação cada vez maior no panorama nacional dos movimentos populares, o que tem provocado uma reação movida à base de histeria e ódio disseminados por setores reacionários da sociedade brasileira.

O fruto direto desse desalento é o afastamento de parcelas da juventude da ação política, além da escandalização irresponsável e leviana do processo político nacional.

Por isso, urge a aprovação do Projeto de Lei do Direito de Resposta, no Congresso Nacional, para se coibir esse tipo de leviandade levada a cabo por escribas mais partidarizados.

Tanto esforço da turma das trevas, no entanto, tem sido em vão.

Entra pesquisa, sai pesquisa, contra tudo e contra todos, a presidenta Dilma segue liderando a corrida eleitoral de 2014. Esse fato tem levado ao desespero certos articulistas da mídia conservadora, há muito despidos do papel de comentaristas, transmudados em torcedores dos candidatos da oposição.

Ao PT – e às esquerdas – cabe resistir e ir para as ruas e para as redes sociais fazer o contraponto, esclarecer o povo e derrotar o retrocesso.

Alberto Cantalice é vice-presidente do PT e coordenador de mídias digitais do partido.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Justiça Federal suspende decisão que determina retirada de invasores em Terra Indígena Krikati no Maranhão - Notícias de Ontem.

Inserido por: Administrador em 31/07/2014. Fonte da notícia: Assessoria de Comunicação-Cimi Por Luana Luizy, de Brasília.

Surpreendidos com a decisão da juíza da 2° Vara de Imperatriz, Diana Maria Wanderley, que suspendeu a desintrusão de invasores em suas terras, o povo Krikati do Maranhão aguarda ansiosamente os próximos desdobramentos da retirada dos não-indígenas de seu território tradicional.
Os indígenas contestam a decisão da juíza que determina a paralisação dos atos de desocupação da Terra Indígena Krikati. Na decisão, o autor declara que a terra não é de ocupação tradicional dos indígenas, e que, portanto, resistiria “o direito da propriedade ou de posse” dos fazendeiros.
Argumento falacioso, visto que a terra foi demarcada em 1998 e homologada em 2004. O laudo antropológico estipula como ocupação tradicional 144.675 hectares de posse permanente dos indígenas.  “Com essa decisão os fazendeiros se fortalecem. Eles afirmam que tem muita terra para pouco índio, mas eles querem mesmo é cobiçar a nossa terra. Como pode a juíza só ouvir um lado? Ela quer mais briga e problema”, aponta preocupado com a decisão, a liderança indígena, Edilson Krikati.
Edilson acredita que os conflitos na região podem se intensificar e vê o mesmo filme de 1998 se repetir. Com o início da demarcação da área à época, um indígena Guajajara foi morto a mando de fazendeiros interessados na terra dos indígenas. “Com a morte de Manoel Guajajara que morava com a gente ficamos bastante apreensivos. Os fazendeiros daqui deixam recado para os indígenas não saírem das aldeias. Só quero falar que aqui no Maranhão é muita pressão dos poderes locais que são aliados de grupos políticos”, diz Edilson.
Segundo a Regional do Cimi em Maranhão são 240 famílias de não-indígenas presentes em território Krikati que justificam sua permanência na área pelo fato da indenização não ser o suficiente para sobreviver em outra região. “Isso não deve ser uma justificativa para paralisar a desintrusão. Sendo que a maioria é considerada de má fé. Portanto, segundo a lei devem sair da área que foi declarada como sendo tradicional do povo Krikati”, reitera a equipe Cimi-MA.
O território está em processo de desocupação desde 2002 e com a decisão da juíza o clima de insegurança física e cultural do povo Krikati se acentua. Os moradores de boa-fé devem ser assentados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas a morosidade na desintrusão contribui para “entrada de pessoas de má fé, queimadas e extração ilegal dos recursos naturais”, tal como denuncia a carta aberta do povo Krikati.
A Terra Indígena do povo Krikati fica localizada ao sudoeste do Maranhão e abrange as cidades de Montes Altos, Sítio novo, Amarante do Maranhão e Lajeado Novo, distante 750 km de São Luís, capital do estado. Conta com uma população de aproximadamente 1.030 pessoas, vivendo em cinco aldeias: São José, Raiz, Recanto dos Cocais, Nova Jerusalém e Alto Alegre.
Com a desintrusão dos invasores em território Awá-Guajá também no Maranhão, mais fazendeiros e madeireiros migraram para o território Krikati, o que tem acirrado as disputas fundiárias. “O mesmo grupo que tava nos Awá ta aqui agora. Todos ligados ao agronegócio. São madeireiros, fazendeiros e produtores de soja. A coisa ta séria. Aí a juíza publica essa decisão sendo que a área já ta homologada, isso contraria a Constituição Federal”, contesta Edilson.

Esta notícia compõe o Boletim Semanal Mundo que nos Rodeia, para recebê-lo ou enviar sugestões mande e-mail para: mundo@cimi.org.br