sábado, 9 de julho de 2016

WALTER TORRE: LAVA JATO FAZ ESPETÁCULO DE HUMILHAÇÃO.

Foto b- Brasil 247.
O empresário Walter Torre, dono da WTorre, cuja condução coercitiva para depor em caso ligado à Operação Lava Jato foi determinada pelo juiz Sergio Moro nesta semana, enviou carta por e-mail a funcionários da empresa em que nega envolvimento em qualquer irregularidade; ele critica o funcionamento da operação: "Tenho dúvidas se o fator 'surpresa' que permeia toda a ação da Justiça nas investigações recentes visa 'preservar provas' ou subjugar e humilhar seus alvos. O espetáculo a que fomos submetidos nesta semana me faz acreditar na segunda hipótese"
9 DE JULHO DE 2016 ÀS 15:21
247 - Walter Torre, dono da WTorre, cuja condução coercitiva para depor em caso ligado à Operação Lava Jato foi determinada pelo juiz Sergio Moro nesta semana, enviou carta por e-mail a funcionários da empresa em que nega envolvimento em qualquer irregularidade. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a WTorre recebeu R$ 18 milhões para desistir de uma oferta na obra de ampliação do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes).
Na carta, o empresário afirma que "ofereceu o melhor preço e foi pressionado a abrir mão do trabalho pelo simples fato de não pertencer ao cartel". A obra ficou com o Consórcio Novo Cenpes, composto pelas empreiteiras OAS, Carioca Engenharia, Construbase Engenharia, Schahin Engenharia e Construcap CCPS Engenharia.
"Tenho dúvidas se o fator 'surpresa' que permeia toda a ação da Justiça nas investigações recentes visa 'preservar provas' ou subjugar e humilhar seus alvos. O espetáculo a que fomos submetidos nesta semana me faz acreditar na segunda hipótese", escreveu Walter.
"Me pergunto qual teria sido a finalidade de mandados de condução coercitiva a que fomos submetidos no dia 4 de julho. Pois, quando houve suspeitas sobre nossa conduta, não me escondi e não me omiti. Compareci ao Congresso Nacional e prestei todos os esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito, como muitos de vocês devem lembrar", prosseguiu. 
O dono da WTorre voltou a dizer que "não faz obras públicas", que "não é empreiteiro" e que "nunca recebeu dinheiro de nenhum governo e não faz parte de clube algum".
LEIA MAIS: W.Torre Engenharia e Construção S/A envolvida ma 31.ª fase da Lava Jato. http://maranauta.blogspot.com.br/2016/07/wtorre-engenharia-e-construcao-sa.html

Síria. Terroristas do Daesh derrubam helicóptero russo perto de Palmira

Foto Ilustrativa

O site de notícias Russo sputniknews.com, repassa informação do Ministério da Defesa da Rússia confirmando que neste sábado terroristas do Daesh derrubaram um Helicóptero Russo perto de Palmira, na Síria, matando dois pilotos instrutores militares.

Os pilotos instrutores realizavam um voo de teste com um helicóptero sírio Mi-25 enquanto combatentes do Daesh atacavam posições do Exército sírio perto de Palmira, informou o ministério.
A tripulação russa do helicóptero morreu em combate defendendo as forças do governo Sírio contra o ataque de um grande grupo de militantes do Daesh.

O Brasil e a fábula: As razões do dilúvio - Mauro Santayana.

Sanguessugado do Mauro Santayana


Às vezes, só sobram, aos mais velhos, quando mergulhados nas franjas do sono e da noite, a distração dos sonhos.

Esta noite, sonhei com uma alegoria que ouvi em um balcão de pedra de um bar de um embarcadeiro no porto de Castro Urdiales, na Cantabria, na Espanha da  década de 1980.

É um pequeno relato  - cruel - que versa sobre a demonização e a imprevidência da esquerda e a arrogância e "esperteza"  do velho oportunismo da direita  - que se repete várias vezes, na História - em seu caminho, a qualquer custo, para o poder.

Foi assim que o ouvi de um velho pescador, ex-combatente anarquista da Guerra Civil Espanhola, chamado Manolo Ouriges.

E é assim que o repasso a vocês agora, com algumas pequenas - e espero que perdoáveis - adaptações:

Dizem que, dias depois de dar a Noé as famosas - e precisas - instruções de construção  da Arca, Deus estava distraído, de pé em um rochedo no topo da montanha mais alta, observando o trabalho do velho seguidor - agora convertido em marceneiro - e de seus filhos, em um constante serra, corta, bate, cola, quando sentiu uma presença estranha.

- Pode aparecer. Já sei que você está aí, atrás da rocha - disse,  advertindo-se da aproximação do demo por um leve, característico, aroma de enxofre.

Em resposta,  o outro abaixou, para que pudessem conversar, o capuz  vermelho que lhe cobria o rosto e a barba.

E colocou-se ao seu lado para observar também o vai-e-vêm das figuras que se movimentavam, lá embaixo, pequenas como formigas.

- Então você - disse, depois de algum tempo, o demônio - vai mesmo fazer essa loucura....

- Vou - disse Deus,  impávido, o queixo duro apontado para a frente - vou destruir tudo o que existe. Ou quase tudo.

- Mas você vai acabar com todas as coisas - disse o Anjo Decaído - Isso tem algum sentido?

E começou a contar, batendo com o pé no chão:

Com as grandes empresas...

- Sei, mas isso não vem ao caso...

respondeu o outro, olhando-o de cima, impávido e e indiferente.

- Com milhares de empregos....

- Já sei, mas isso não vem ao caso...

- Com o valor das grandes companhias e de suas ações....

- Sei, mas isso  também não vem também ao caso...

- Com o patrimônio e o futuro dos acionistas e investidores...

- Sei, mas isso também não vem ao caso...

- Com os negócios de centenas de pequenos e médios fornecedores...

- Sei, mas isso também não vem ao caso...

- Com os grandes projetos de infraestrutura, de energia e de defesa que estão em andamento....

- Sei, mas isso também não vem ao caso...

- Com a reputação dos políticos e de todos os partidos...

- Sei, mas isso também não vem ao caso...

- Com até mesmo os seus seguidores...

- Sei, mas isso também não vem ao caso... 

- E com a vida de milhões de pessoas.

- E isso também não...vêm ao caso - pontuou o Divino, finalmente, conclusivo e enfático.

- É... - exclamou o demônio, pensativo - isso vai ser uma coisa dos diabos!

- Mas e não é justamente essa a ideia? Quero que seja você que leve a culpa por tudo, ou melhor, por quase tudo.

- Mas se fui eu que multipliquei o PIB, a renda per capita e o salário mínimo nestes últimos 13 anos, diminuí a dívida bruta e a líquida, paguei a dívida com o FMI, economizei 370 bilhões de dólares em reservas internacionais, fiz quase 3 milhões de casas populares, plataformas, navios, refinarias e hidrelétricas, submarinos, cargueiros militares, mísseis, caças e fuzis de assalto, descobri petróleo no fundo do mar, tripliquei a fabricação de automóveis e dobrei a safra agrícola, até a Copa do Mundo e as Olimpíadas - suspirou, tristemente, Lulcífer - eu trouxe para cá...

- Mas não soube "vender" nem explicar nada disso. - cortou o Senhor, bruscamente - consequentemente, não me venha com vitimização, nem mimimi e nem lamúrias. Você sabe que agora  ninguém mais se lembra do que você fez nem sabe do que você está falando. 

- Mas para que fazer isso? - repetiu o pobre diabo, exibindo todo seu espanto e inconformidade, apontando para as montanhas e cidades, no horizonte, como se já as visse cobertas por um oceano - assim, tudo irá por água abaixo, tudo o que existe...

- Tudo, não.

Vão sobrar essa arca, os bichos, a família de Noé, e água, muita água, que depois refluirá para os pólos, transformando-se em  gelo.

E o Marketing, bastante marketing também, é claro.

- O Marketing? Não entendi - perguntou-se o outro, intrigado - se depois não vai ficar, praticamente, pedra sobre pedra...

- O Marketing, meu caro. Não seja burro. Você já ouviu falar de Luiz XV?

- Você está se referindo a um rei  francês que vai nascer daqui a muitos séculos?

- Exatamente. Dizem que, entre outras coisas, ele vai ficar conhecido por uma expressão famosa.

- Que expressão é essa? - perguntou  o diabo.

- "Aprés moi, le Delúge" - Depois de mim, o Dilúvio - continuou o Senhor, em tom professoral - querendo afirmar, esse grande soberano, que, após  sua morte,  pode chover até canivete que isso não vai lhe interessar ou preocupá-lo nem por um instante.

Pois, no meu caso, a base do plano é exatamente a inversa.

- Como assim - indagou o diabo,tentando entender o sentido do que queria dizer o altíssimo.

- Como não pretendo morrer, muito pelo contrário, Avant moi, le Déluge - Antes de mim, o Dilúvio... - disse Deus, com um gesto imperial, recolhendo a aba da capa preta, os cabelos fustigados pelo vento - culparei você pela corrupção e a corrupção pelo desemprego e pela crise, independentemente de problemas nas maiores economias do mundo ou da queda do valor do petróleo,  ou das multas bilionárias que irão cair como um meteoro sobre as maiores empresas, e transformarei todos os que existem agora, sem exceção, em pecadores sujos, perversos, devassos e ladrões, para que o mundo entenda que não existe esperança ou futuro no Congresso, nos partidos ou na Política.

Que não existe salvação para além de mim, o Todo-Poderoso!

E me transformarei no cavaleiro vingador que distribuirá trovões a "tortos" e a "direitos", e que afogará e aprisionará a tudo e a todos - menos aqueles que cumprirem o meu plano - em um avassalador e purificador tsunami de justiça!

- Mas existem outros - tornou o diabo, cofiando, novamente,  a barba - que estão usando o mesmo discurso que você,  não se iluda...

- Não se preocupe - disse o onipotente - impávido e resplendoroso. Esses também serão arrasados, quando chegar a hora.

E, levantando os braços para o horizonte, proclamou:

Só poderá haver um "Mito"!

Eu mesmo!

E sua voz rebombou e rebombou, reverberando pelos vales e montanhas.

Putin perdeu a paciência: "Há jornalistas responsáveis pela guerra mundial que se aproxima".

7/7/2016, Information Clearing House - 
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu.

Vladimir Putin, afinal, arregaçou as mangas.

O presidente russo estava em conferência de imprensa com jornalistas estrangeiros na conclusão do Fórum Econômico Internacional de S.Peteresburgo, dia 17 de junho, quando decidiu que era hora de deixar perfeitamente claro que o mundo caminha por uma trilha que pode levar a uma guerra nuclear. 




Putin acusou os jornalistas de só contarem "histórias", repetindo sempre, cegamente, só mentiras e desinformação, que os EUA os mandam repetir sobre os sistemas norte-americanos de anti-mísseis balísticos que estão sendo montados no leste da Europa. Disse que desde o acordo nuclear com o Irã, o mundo já sabe que o sistema não foi implantado e lá permanece como proteção contra mísseis iranianos. Que a versão que se lê todos os dias nos jornais não passa de um amontoado de mentiras. 


O presidente russo disse aos jornalistas que a Rússia prevê que, dentro de poucos anos, os EUA terão conseguido ampliar o alcance daquele sistema para 1.000 quilômetros. Nesse momento, o arsenal nuclear russo – e portanto o equilíbrio nuclear entre EUA e Rússia – estará em risco. 

Putin perdeu completamente a paciência com os jornalistas. Acusou-os de nada fazer para impedir, e de estarem, de fato, trabalhando a favor de uma confrontação nuclear, cada vez que repetem sem qualquer reflexão ou investigação jornalística, a propaganda que os EUA distribuem. Virtualmente requereu, em nome da paz mundial, que os jornalistas mudem de toada:

"Nós sabemos, ano a ano, o que acontecerá, e eles sabem que nós sabemos. O amontoado de sandices que os EUA dizem, eles dizem exclusivamente para que vocês, jornalistas, ouçam e repitam e disseminem entre os cidadãos de seus respectivos países. E vocês absolutamente nada percebem? Vocês não veem que há grave risco iminente? Aí está o que mais me preocupa. Como é possível que não vejam que o mundo está sendo empurrado numa direção irreversível? E todos, sempre, a fingir que não está acontecendo coisa alguma? Eu já não sei o que fazer para conseguir que vocês entendam o que realmente se passa."

Será que ninguém, nessa pilha de lixo fedido que é a mídia-empresa ocidental dominante, tem consciência? Mas será que não têm nem inteligência para compreender o que Putin está dizendo – que há jornalistas trabalhando para empurrar o mundo para a 3ª Guerra Mundial? *****

Polícia diz que clubes fraudavam resultados de campeonatos de futebol inclusive no Maranhão.

Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil.

Foto ilustrativa
O delegado da Polícia Civil, Mário Sérgio de Oliveira Pinto, um dos coordenadores da Operação Game Over, que apura fraudes em resultados de jogos de futebol, disse hoje (7) que, até o momento, as investigações mostram a participação de seis a oito clubes no esquema que manipulava resultados de partidas. A intenção dos criminosos era beneficiar uma quadrilha que obtinha premiações em casas de apostas internacionais.

Segundo o delegado, tiveram jogos com resultados manipulados, em 2016, as séries A2 e A3 do Campeonato Paulista de Futebol e a primeira divisão dos campeonatos estaduais do Rio Grande do Norte, do Maranhão e do Ceará. De acordo com ele, há indícios de que houve fraude também nas séries principais do Acre, Paraná, e Mato Grosso.

A quadrilha é liderada por asiáticos, que pagavam de US$ 20 mil a US$ 30 mil para que um time perdesse um jogo determinado. Normalmente, a equipe era obrigada a ser derrotada por um largo placar, como quatro a zero. Treinadores, jogadores e dirigentes estão envolvidos no caso.

“Descobrimos que o esquema não necessita da participação de todo o clube, basta uma quantidade mínima de jogadores. Nem todo o elenco precisa ser aliciado. Basta que o técnico e a maior parte dos jogadores em campo atuem de forma pré-ordenada, com a intenção de fraudar o resultado. Mas há casos em que a estrutura inteira do time participa, do presidente aos jogadores”, disse o delegado da 5ª Delegacia de Polícia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva.

Colocar a mão na bola dentro da área ou fazer faltas dentro da área – situações em que os times são punidos com pênaltis – eram algumas das formas que os jogadores, a mando do técnico e dirigentes, agiam para manipular o resultado.

Não há informações ainda sobre os chefes da organização criminosa no exterior, apenas que são da Indonésia, Malásia e China. No Brasil, o esquema, segundo a polícia, era coordenado por Anderson Silva Rodrigues e Marcio Souza da Silva, ambos do Rio de Janeiro. Até o momento, oito participantes do esquema foram presos temporariamente.

Edição: Fábio Massalli

FMF divulga nota sobre a suspeita de fraudes em jogos.
A Federação Maranhense de Futebol (FMF) divulgou, em seu site, uma Nota Oficial sobre a notícia de suspeita de fraudes em jogos da serie-A do Campeonato Maranhense. A notícia foi divulgada pela TV Globo, em seu jornal matinal “BOM DIA BRASIL”. Veja a nota:

NOTA OFICIAL

Em face da reportagem veiculada em 08 de julho de 2016 no noticiário Bom Dia  Brasil, da Rede Globo de Televisão, que tratou sobre a participação de clubes de futebol de sete estados — dentre estes o Maranhão — suspeitos de fraudar resultados de jogos de campeonatos oficiais, a Diretoria da Federação Maranhense de Futebol vem a público informar o seguinte:

1. Inicialmente, externar seu elevado pasmo com o teor do seu conteúdo, haja vista que apenas agora tomou conhecimento dos fatos descritos no referido registro jornalístico, não tendo recebido até a presente data qualquer documento formal de autoridade pública ou desportiva, acerca destes fatos;

2. Ademais, importante assentar que a FMF em nenhum momento é citada como autora, cumplice e/ou conivente de fatos desta natureza, onde, inclusive, não há apontamento algum de datas, jogos e eventuais pessoas envolvidas, ou seja, tudo que se sabe é limitado ao que foi veiculado na matéria;

3. Entretanto, mesmo diante da total falta de informações complementares, a FMF deixa claro que tem total e irrestrito interesse na elucidação dos fatos, tanto que já entrou em contato com a Federação Paulista de Futebol, que tem em sua sede o mesmo foro da acenada investigação, a fim de alinhavar o acesso ao inquérito policial correlato que culminou na citada matéria, de modo a apurar os fatos em sua essência e não por meio de mediadores;

4. A Diretoria da FMF repudia qualquer tentativa de manipulação de resultados, a qual, se confirmada, configura crime à luz do Estatuto de Defesa do torcedor (Lei nº 10.671, de 15 de maio de 2003) e que tudo aquilo que for constatado e comprovado será imediatamente encaminhado para os órgãos competentes, em especial, o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Justiça Desportiva;

5. Por fim, a Diretoria da FMF se coloca a disposição das autoridades em qualquer instância administrativa e/ou judicial visando ao completo esclarecimento dos fatos, no que se refere a eventuais atitudes delituosas relacionadas a clubes e atletas desta jurisdição desportiva.

A DIRETORIA.



Robert Fisk: Li o relatório Chilcot essa semana, viajando pela Síria – Vi ao vivo o resultado das ações de Blair.

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

“Voices”
“Qual a diferença entre as Armas de Destruição em Massa (ADMs) iraquianas que não existem; ‘alertas’ de 45 minutos, todos falsos; 70 mil “moderados” sírios inexistentes e a extinção (inventada) do Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha [National Health Service (NHS)] se o país deixar a UE?”
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Acho que um julgamento em Nuremberg seria melhor local para analisar as minúcias dos crimes Blair-Bush que todos os britânicos cometemos para ir à guerra no Oriente Médio. Causamos a morte de mais de meio milhão de pessoas, a maioria das quais muçulmanos, tão completamente inocentes quanto Blair foi culpado. Uma corte semelhante à de Nuremberg poder-se-ia concentrar mais detidamente no caso das massas árabes vítimas de nossa odiosa expedição criminosa, que na culpa hedionda e na “profunda lástima” – palavras dele, claro – de Lord Blair de Kut al-Amara.

Claro, Blair mentiu quanto à inteligência sobre armas de destruição em massa antes de ir à guerra; mentiu depois novamente quanto aos alertas do Foreign Office sobre o caos que tomaria contra do Iraque; e hoje Blair novamente mente, insistindo que o Relatório Chilcot o teria inocentado, quando, isso sim, o relatório faz exatamente o contrário.

Mas estudo prolongado do relatório, em vez do resumo edulcorado que querem nos meter goela abaixo nas últimas horas, pode produzir linhas do relatório que são muito mais perturbadoras que as conclusões da versão simplificada, mais curta e fácil de regurgitar, que foi passada aos veículos da mídia-empresa. Além disso, nossa concentração sobre o iníquo Blair e suas mentiras, embora seja resposta compreensível a Chilcot, oferece preocupante versão da mendacidade que ainda hoje acomete todos os políticos, nossos primeiros-ministros e líderes de partido, e a atitude insultante que todos eles assumem na relação com os que eles dizem representar.

Ouvir as primeiras notícias sobre o épico trabalho de literatura de Sir John Chilcot justamente quando viajava pela Síria, foi para mim uma experiência perturbadora. Não só porque a praga da crueldade terrorista a avançar para fora a partir de Raqqa foi (e não importa que tipo de nonsense Blair diga e repita) resultado direto do inferno iraquiano; mas também porque, em dezembro passado, nosso próprio atual, embora desacreditado, primeiro-ministro usou mais mentiras e falsidades Blairistas para persuadir os deputados do Parlamento a bombardear alvos do ISIS na Síria.

Lembram as sandices sobre os 70 mil rebeldes “moderados” que precisavam de nossa ajuda, apesar de nem existirem e de terem sido fabulados pela mesma Comissão Conjunta de Inteligência [ing. Joint Intelligence Committee] na qual Blair confiou integralmente para sua aventura criminosa?

E quando os membros do Parlamento questionaram essa conversa oca, foram desmoralizados pelo general Gordon Messenger, vice-chefe do gabinete da Defesa, que disse que, por razões de segurança as tais unidades rebeldes não podiam ter seus nomes divulgados – por mais que todos conheçamos a identidade dessa ralé de crias da CIA e da incapacidade delas para lutar contra seja o que for. O muito apropriadamente chamado Messenger [ing. “mensageiro”] manteve a fantasia de David Cameron e foi devidamente promovido; como John Scarlett, diretor da Comissão Conjunta de Inteligência [ing. Joint Intelligence Committee (JIC)] que forneceu a Tony Blair toda aquela “inteligência” vagabunda, foi adiante condecorado.

E assim os britânicos fomos à guerra contra o ISIS na Síria – exceto, claro, quando o ISIS atacasse o governo de Assad, caso em que não fazíamos coisa alguma, apesar de todos os ultrajados discursos de Hilary Benn sobre fascismo pré-guerra. Condenaremos Blair, o desgraçado, mas não pense que alguma coisa mudou nos seis anos que Sir John levou para escrever seu tomo de proporções bíblicas.

E aí está o problema. Quando Blair pode dizer, como disse no momento em que o Relatório Chilcot foi publicado, que [o relatório] “deveria ter evitado acusações [sic] de má fé, mentiras e calúnias” – sem que o povo se levante nas ruas contra a má fé, as mentiras e calúnias do próprio Blair – nesse caso pode-se ter certeza que seus sucessores continuarão a burlar o povo mais e mais vezes, sem parar. Afinal, qual a diferença entre as Armas de Destruição em Massa (ADMs) iraquianas que não existem; os ‘alertas’ de 45 minutos, todos falsos; 70 mil “moderados” sírios inexistentes e o fim (inventado) do Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha [National Health Service (NHS)] se o país deixasse a UE?

Há muitas versões – e citações erradas – do que disse aquele mais cínico dos propagandistas nazistas, Joseph (“quanto maior a mentira, melhor”) Goebbels, mas é impossível não se sentir tocado por algumas das observações dele. “O segredo essencial da liderança britânica não depende de qualquer inteligência especial” – escreveu Goebbels em 1941. “Depende, isso sim, de notável, impenetrável estupidez. Os britânicos seguem o princípio de que suas mentiras têm de ser sempre mentira gigantesca; e a mentira vale para sempre, ninguém jamais se desmente. Os britânicos mantêm as mentiras deles, mesmo ao risco de se mostrarem ridículos.”

O mais assustador dessas palavras não é aquele tempo de guerra passada de que falava Goebbels, nem a evidência de que Churchill (alvo real do comentário do alemão) realmente mentiu. Dada a luta contra o nazismo – e apesar do que disse Churchill, que a verdade, em tempo de guerra, tem de ser protegida por uma escolta de mentiras –, os britânicos mantiveram uma habilidade virtuosa no conflito 1939-45 de dizer a verdade, até quando uma pitada de enganação Blairista teria bastado para encobrir as derrotas britânicas. Não. O mais assustador é que as palavras de Goebbels aplicam-se muito dolorosamente aos políticos britânicos de hoje.

Quem dos nossos conhecidos, depois do relatório, insiste em manter as próprias grandes mentiras, ao risco de se mostrar ridículo? Temo horrivelmente que homens pequenos que se metem a andar em sapatos grandes – que realmente acham que seriam Churchill e levam o país à guerra – estão mentindo as mesmas mentiras das quais seus ancestrais políticos foram, em grande parte, inocentes. Talvez a chave para compreender tudo isso esteja no argumento de Sir John, para quem Blair confiou demais nas próprias “crenças” – seja lá o que se oculte nessa palavra perigosa – e na opinião de outros.

Blair assume a responsabilidade - Por isso pode nos dizer – e disse-me, a mim, enquanto eu chegava pelo deserto sírio à cidade de Palmyra e até onde chegaram as práticas vis dos autores do desastre iraquiano que Blair ajudou a criar – que “não creio [que a remoção de Saddam Hussein] seja a causa do terrorismo que vemos hoje seja no Oriente Médio ou noutros pontos do mundo”. Toda essa duplicidade, é claro, é para ser parte do “debate total” que Blair agora ameaça, como resultado do relatório Chilcot.

Blair diz que dará – Deus nos livre e guarde! – “todas as lições que creio que futuro líderes devem aprender de minha experiência”. Mas Blair não precisa nos entediar outra vez com suas mentiras. Elas já foram incorporadas por Dave “70 mil moderados” Cameron e os caras do Brexit que agora se autodestroem cercados das próprias mentiras que contam – e que podem afinal conseguir precisamente tudo que Goebbels sempre quis para esse país: o fim do Reino Unido.

Nesse contexto, o relatório Chilcot nem é tanto um massivo trabalho de investigação dos pecados que nos levaram para a guerra em 2003, mas apenas outro capítulo na história da inabilidade dos britânicos para controlar um mundo no qual relações públicas de políticos britânicos ameaçam o próprio povo, com desprezo; matam seus próprios soldados; e massacram centenas de milhares de estrangeiros, sem qualquer remorso real.

Robert Fisk é um premiado jornalista inglês, correspondente no Oriente Médio do jornal britânico The Independent. Fisk vive em Beirute há mais de 25 anos. Filho de um ex-soldado britânico da Primeira Guerra Mundial, Robert Fisk estudou jornalismo na Inglaterra e Irlanda. Trabahou como correspondente internacional na Irlanda – cobrindo os acontecimentos no Ulster – e Portugal. 

Em 1976, foi convidado por seu editor no The Times para substituir o correspondente do jornal no Oriente Médio. Fisk trabalhou para The Times até 1988, quando se mudou para The Independent – após uma discussão com seus editores sobre modificações feitas em seus artigos, sem seu consentimento.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Cassado o mandato do Deputado Wladimir Costa (SD/PA) que fez pirotecnia no impeachement de Dilma, o TRE do Pará o condenou por Crime de Caixa 2..

Foto - Deputado Federal Wladimir Costa (Solidariedade); cassado pelo TRE do Pará.

Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) cassou nessa sexta-feira, 8, por unanimidade, o mandato do deputado federal Wladimir Costa (Solidariedade); segundo a TVRBA, entre as irregularidades que causaram a decisão estão o recebimento de recursos financeiros para campanha, oriundos de fontes não declaradas bem como a omissão na declaração de montante que chega a R$410.800; Wladimir ficou conhecido nacionalmente nos últimos meses após a pirotecnia durante a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara.

Jornal GGN - O deputado federal Wladimir Costa (SD), que ganhou os holofotes da mídia após fazer pirotecnia na Câmara, comemorando o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), teve decisão desfavorável no Tribunal Regional Eleitoral, em função de irregularidades na prestação de contas da eleição de 2014. Segundo informações da TVRBA, o Diário Oficial do Tribunal deve publicar a sentença contra Costa na segunda (11). Ele pode recorrer da decisão.
Da TVRBA
Na manhã desta sexta-feira (08), em decisão unânime, a Corte Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PA) cassou o mandato do deputado federal Wladimir Costa (Solidariedade).
De acordo com uma fonte do TRE ouvida com exclusividade pelo DOL, a decisão será divulgada somente na tarde desta sexta, mas já está confirmada.
Entre as irregularidades que causaram a decisão estão o recebimento de recursos financeiros para campanha, oriundos de fontes não declaradas bem como a omissão na declaração de montante que chega a R$410.800. A relatora da representação foi a Juíza Federal Lucyana Daibes Pereira.

O processo foi aberto após o Ministério Público Eleitoral entrar com representação referente aos gastos da campanha eleitoral de 2014. A expectativa é que a decisão seja publicada na segunda-feira (11) no Diário de Justiça Eleitoral. Ainda cabe recurso contra a cassação.
Wlad ficou conhecido nacionalmente nos últimos meses após a pirotecnia durante a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Outras acusações
Desde 2010, o Supremo Tribunal federal (STF) investiga a contratação de funcionários fantasmas para o gabinete parlamentar do deputado Wladimir Costa.
Durante dois anos (de fevereiro de 2003 a março de 2005) a Câmara dos Deputados depositou altos valores em salários, vales refeição, férias, entre outros ganhos, nas contas da Caixa Econômica Federal para 3 funcionários. Esses “laranjas” eram obrigados a ir ao caixa do banco sacar o dinheiro e entregar toda a quantia nas mãos do irmão de Wladimir, Wlaudecir, que então depositava o dinheiro na conta do deputado. O valor total desviado por Wladimir e seu irmão pode ser superior a R$ 210 mil, em 2 anos.
Bens bloqueados
Em janeiro, o juiz Deomar Alexandre de Pinho Barroso, da 1ª Vara Cível e Empresarial de Barcarena, determinou o bloqueio de bens do deputado. Ele também ordenou a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do assessor direto do deputado, Ildefonso Augusto Lima Paes, e do servidor da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), Emersom Gleyber Leal de Souza, entre outras pessoas.
Eles são acusados de participar de um esquema de desvio de recursos públicos a partir de um convênio fechado entre uma ONG do deputado e a Seel. A secretaria é controlada politicamente por Wladimir, que integra a base de apoio parlamentar ao governador Simão Jatene (PSDB). Na mesma liminar, o magistrado determinou o bloqueio e indisponibilidade dos bens dos envolvidos. Emerson e Ildefonso também foram afastados de suas funções públicas, para não prejudicar as investigações.