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Fonte: Mídia Ninja. Milhares na Avenida Paulista protestam nesta sexta-feira contra a reforma trabalhista de Temer (PMDB). |
Reprovado
nas pesquisas e nas ruas, o governo de Michel Temer vê aumentar o número de
atos e manifestações nas ruas do Brasil que combatem as propostas de reforma da
Previdência e trabalhista do Executivo.
Os protestos realizados nesta sexta-feira (31) são
preparatórios para a greve geral, convocada pelas centrais de trabalhadores
para o dia 28 de abril com a participação das frentes Brasil Popular e Povo Sem
Medo.
O Brasil acordou hoje falando sobre o mesmo assunto: a defesa da aposentadoria.
Em várias cidades de todas as regiões aconteceram atividades com o mesmo
objetivo: construir uma grande greve geral no próximo mês.
De maneiras diferentes, o movimento sindical e social buscou dialogar com a
sociedade sobre o que está em jogo na pauta de retrocessos do presidente
ilegítimo Michel Temer e seus cúmplices.
As atividades protestaram contra a manobra de Temer que colocou em votação o
projeto de lei que estabelece a terceirização irrestrita, arquivado pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assim que ele assumiu como presidente.
O projeto era de 1998 e acaba com a legislação trabalhista, principalmente com
a jornada e o salário, previstos na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).
Grandes atos.
As atividades de todo o dia nacional de mobilizações começaram já às 5 horas da
manhã com trancaços e assembleias em frente às empresas e finalizaram somente
no período da noite, com atos que mobilizaram centenas de milhares de pessoas.
É o caso de Belo Horizonte que reuniu de novo mais de 100 mil pessoas nas ruas
em um ato que teve intervenções culturais e shows no final, quando chegou no
centro da cidade.
São Paulo reuniu 70 mil pessoas no ato que começou no Masp, na Avenida
Paulista, e terminou na Praça da República. A manifestação teve forte
participação dos professores da rede pública de ensino estadual e municipal.
No Rio de Janeiro 60 mil pessoas tomaram conta da Avenida Rio Branco. Fortaleza
contou com a participação de mais de 35 mil pessoas; Natal 20 mil participantes.
Assembleias, paralisações e passeatas.
Trabalhadores na Mercedes-Benz realizaram assembleia de mobilização no período
da manhã, onde trabalham 12 mil funcionários, e aprovaram paralisação por 24
horas. Ainda na região do ABC, os trabalhadores da multinacional Saint-Gobain,
em Mauá, na região do ABC, também realizaram assembleia para debater e
protestar contra as reformas.
Os petroleiros de São Paulo transmitiram logo cedo o recado de que não sairão
das ruas até que as pautas da reforma da Previdência e trabalhista seja
retiradas do Congresso Nacional na entrada dos terminais de Cubatão, Guararema
e Guarulhos. A pauta também fez parte da assembleia dos metalúrgicos da Volks
em Taubaté, empresa que tem mais quatro mil trabalhadores. Em Vitória,
funcionários da Petrobras realizam manifestação em frente à sede da empresa, na
Reta da Penha e interrompem o trânsito.
Uma passeata pelas ruas centrais, com mais de 500 manifestantes, constituiu o
maior ato unificado deste ano em Sorocaba contra as reformas propostas pelo
governo Temer. No dia 15 passado a participação foi expressiva, mas por conta
da greve dos rodoviários. A manifestação foi convocada por 60 sindicatos de
Sorocaba e região, entre eles o SMetal, Sindicato dos Bancários, da Saúde, dos
Químicos, dos Vigilantes entre outros. No Largo São Bento, o Sindicato do
Vestuário de Sorocaba esteve na rua para barrar a reforma da Previdência em
discussão na Câmara Federal.
Pela primeira vez em Pindamonhangaba ocorreu uma paralisação de diversas
fábricas, de diferentes ramos e centrais sindicais. Mais de 500 trabalhadores
participaram do esquenta para a greve geral, que reuniu 12 fábricas dos setores
metalúrgico, químico e petrolífero do Distrito Industrial Santa Rita, na
entrada da cidade.
Em Goiás, a mobilização mais expressiva foi a dos professores. Mais de 4 mil
trabalhadores da educação participam de assembleia em Goiânia para decidir os
rumos da negociação com o governo Marconi Perillo (PSDB) e contra a reforma da
Previdência.
Os professores também realizaram protestos e atos em Minas Gerais. Liderados
pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute),
profissionais da área protestaram em Montes Claros, diante da Superintendência
Regional de Ensino. Professoras e professores das escolas do Norte de Minas
estão em greve e protestaram hoje contra as reformas do governo Temer. Mais de
1.500 grevistas participaram da manifestação.
No interior de Pernambuco, estudantes de uma escola privada saem em passeata
contra as reformas e metalúrgicos de e trabalhadores rurais ligados ao MST
paralisam a Refinaria de Suape, nas empresas Auto-Metal e Fiat, durante o
período da manhã.
Em Salvador ocorreram dois atos pela manhã. Cerca de 800 pessoas fecharam o
Iguatemi às 7h e, a partir das 9h, manifestação no Campo da Pólvora, que reuniu
aproximadamente 10 mil.
Em Feira de Santana, cerca de seis mil pessoas participaram do protesto. Em
Vitória da Conquista, cerca de cinco mil pessoas participaram do ato. Em Santo
Antonio de Jesus e Santa Luz também tiveram protestos, reunindo 800 e dois mil,
respectivamente.
No Pará, as cidades Altamira, Bragança, Santarém, Marabá, Tucuruí registraram
atos e passeatas. Em Belém, o ato foi seguiu para a frente do Tribunal Regional
do Trabalho, com a participação de advogados trabalhistas e funcionários. A
mobilização também contou com cerca de 500 trabalhadores e trabalhadoras rurais
representantes de 109 municípios paraenses que estavam participando do
Congresso Estadual da Fetagri, que encontraram com os manifestantes que se
concentraram em São Brás para um novo ato em frente a Secretaria de
Administração do estado.
Em Santa Catarina, atos e passeatas foram realizados em Criciúma, Joinville,
Caçador, Lages, Joaçaba e Jaraguá do Sul onde os servidores públicos em greve
se uniram aos trabalhadores de outras categorias e representantes de movimentos
sociais e a passeata contou com a participação de sete mil pessoas. O ato em
Florianópolis percorreu as ruas do centro e uma senha idosa fez uma performance
amarrada com a reforma trabalhista, previdenciária e a terceirização que guiou
o ato.
Na Bahia, milhares de pessoas compareceram aos atos em 10 cidades. Na capital
aconteceram dois atos que reuniram, ao todo, 10 mil pessoas só no período da
manhã. No período da tarde houve outra grande manifestação na Praça Castro
Alves Além de Salvador, aconteceram manifestações em Santo Antônio de Jesus,
Feira de Santana, Santa Luz ,Teixeira de Freitas, Riachão de Jacuipe, Candeias,
Valença, São Domingos, Campo Formoso, Campo de Pólvora, que reuniu mais de 10
mil pessoas, e Amélia Rodrigues.
Em Maceió, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado
de Alagoas (Sinttro-AL), promoveu uma paralisação dos ônibus que circulavam na
região central da capital de Alagoas. O transporte permaneceu parado até o
início da tarde.
União do campo e cidade.
Em Campo Grande do Piauí, os camponeses e camponesas do MPA (Movimento dos
Pequenos Agricultores) amanheceram na rua, somando-se ao ato com professores,
alunos, sindicatos, representantes de partidos e até secretários municipais
contra as reformas da Previdência e trabalhista.
MST, MAB e Fetagri fizeram ato em frente ao Tribunal de Justiça do estado do
Pará. O ato é para denunciar os crimes do latifúndio e cobrar a punição de seus
assassinos. Neste dia nacional de mobilização, camponeses e trabalhadores da
cidade se unem para barrar a reforma da Previdência, trabalhista e a
terceirização.
Mais de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras organizados no Fórum Estadual
contra as Reformas de Alagoas, que reúne todas as centrais sindicais e
movimentos populares do campo e da cidade, se concentraram na Praça Deodoro, no
Centro de Maceió, e caminharam até a direção ao Tribunal Regional do Trabalho.
Cerca de 700 trabalhadores e trabalhadoras sem-terra trancam a BR 235 em quatro
pontos diferentes, em Casa Nova, no Norte da Bahia. A ação é em protesto às
medidas golpistas do governo Temer, como a reforma da Previdência e a reforma
trabalhista.
Curitiba realizou um grande debate na Assembleia Legislativa do Paraná contra a
reforma da Previdência, com a participação dos senadores Paulo Paim, Gleisi
Hoffmann e Roberto Requião e com o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas. O
ato demonstrou a unidade das centrais sindicais.
No Acre, o ato unitário reuniu mais de 500 pessoas em frente ao Palácio Rio
Branco, no Centro da capital acriana, onde os manifestantes seguiram em
caminhada até o Terminal Urbano.
Trancaços chamam atenção para defesa da aposentadoria.
A União dos Movimentos de Moradia (UMM) travou a Radial Leste da cidade de São
Paulo neste dia de mobilização. Além de serem contra a reforma da Previdência,
o movimento de moradia reivindica o programa Minha Casa, Minha Vida.
Militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também bloquearam a
Avenida Oscar Niemayer, próxima ao trecho Rodoanel em Mauá, na região do ABC,
contra a reforma da Previdência e a terceirização.
Manifestantes de movimento de moradia iniciaram a manhã bloqueando a Rodovia
Régis Bittencourt, na altura do km 274, sentido São Paulo, no município de
Taboão da Serra. O congestionamento alcançou mais de dois quilômetros.
A Estrada do M’Boi Mirim, no Jardim Ângela, Zona Sul de São Paulo, foi
totalmente bloqueada por um período por manifestantes do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto. O bloqueio ocorreu ao lado da Ocupação Palestina.
No Piauí, camponeses do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) amanheceram
em luta e trancaram a BRs 407, na região de Paulistana, 316, em Campo Grande do
Piauí, e na PI, em São João da Varjota.
Em Recife também ocorreram protestos em rodovias organizados pelo Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MTST), que interditaram os dois sentidos da Rodovia
BR-101 Sul, próximo ao viaduto do Ceasa, na Zona Oeste.
A mesma forma de protesto aconteceu em Mato Grosso do Sul, onde manifestantes
trancaram as principais rodovias do estado no início da manhã. A ação contou
com manifestantes dos estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul e aconteceu em
Sonora, Mundo Novo, Três Lagoas e Corumbá.
Pressão em cima dos parlamentares.
A pressão aos deputados federais também fez parte das atividades de hoje.
Manifestantes colocaram cartazes e divulgaram os nomes e fotos dos
parlamentares que estão contra a aposentadoria. Foi o que aconteceu em Palmas,
capital do Tocantins, no Distrito Federal e em diversas cidades do interior do
estado de São Paulo e também no interior de Minas Gerais.
Violência e criminalização dos movimentos sociais.
Em Uberlândia, a Polícia Militar reprimiu brutalmente a mobilização do MTST.
Sem diálogo, a tropa de choque e mais viaturas de outros batalhões chegaram
atirando e soltando bombas, com o apoio de um helicóptero.
A violência generalizada da PM de Minas se espalhou e foi até dentro do
Assentamento Glória. São pelo menos 15 feridos, alguns baleados de borracha no
rosto. Há pelos menos dois presos que não se sabe para onde foram levados.
Do Portal Vermelho com
informações da Frente Brasil Popular.